Amar talvez seja isso... Descobrir o que o outro fala mesmo quando ele não diz.

(Padre Fábio de Melo)

EPOV

O dia estava como meu coração, iluminado e aquecido, mas mesmo estando feliz algo amedrontava-me, um medo irracional irradiava meu ser, queria poder aproveitar este momento sem temer, porém sabia que estava entrando em um território perigoso do qual eu podia sair gravemente ferido, só que meu amor por Isabella não me deixa recuar e estou preparado para enfrentar qualquer coisa para vê-la feliz, mesmo que isto signifique que ela descubra algum dia que não me ama de verdade como disse algumas horas atrás, pois mesmo querendo acreditar que isto seja verdade, como psicólogo sei que as coisas dentro dela estão confusas e que em algum momento isto vai vir a tona e será a vez dela se questionar e descobrir o que realmente deseja para sua vida e estarei lá para ela, seja como seu amigo ou seu amor.

            Escondi meu embaraço e deliciei-me com sensação maravilhosa das mãos dela envolvendo-me pela cintura.

_ Que cheiro bom de café. _ Ela disse descansando sua cabeça em minha costas.

            Virei-me buscando algum sinal de confusão em seus olhos, mas não havia.

_ O que foi? _ Ela perguntou sorrindo.

            Não falei nada, aproximei-me de seu rosto e beijei seus lábios com ternura e amor e ela retribuiu.

_ Bom dia. _ Falei quebrando o contato de nossos lábios abraçando-a.

_ Os que temos para o café da manhã? Estou faminta.

_ Sente-se que já vou servi-la senhorita Swan. _ Falei afastando-me dela e voltando para o fogão onde terminava de fazer um mexido de ovos.

_ O que vamos fazer hoje? _ Bella perguntou.

_ Pensei em ficarmos o dia inteiro na cama, mas Emmet pediu minha ajuda com alguns preparativos para o casamento, então o que acha me almoçarmos na casa de meus pais e ajuda-lo.

_ Acho ótimo, apesar de gostar muito da primeira opção.

_ Eu também, mas você conhece o Emmet, se não aparecermos ele vem nos buscar.

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"Depois de várias tempestades e naufrágios, o que fica em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.” (Caio Fernando Abreu)

BPOV

            O vento soprava em meu rosto, meu cabelo esvoaçava de um lado para o outro, o sol fraco aquecia minha pele, tudo isso trazia uma sensação de paz e liberdade que a muito não sentia, mas apesar de tudo uma angustiazinha me afligia, tinha medo de meus sentimentos, ontem quando estava nos braços de Antony estava tão confiante, porém agora temo por acordar amanhã e aquela dor esteja de volta, afinal não é do dia para o outro que ela chegaria ao fim, procuro por ela dentro do meu coração e não a encontro.  Já havia algum tempo que não sentia saudades de Jacob, pelo contrario, o que restava dele era só magoa, não sei para onde foi toda aquele amor e afeição que eu nutria por ele, o que sei e tenho certeza neste momento é que amo e sempre amei Antony e que estou bem, feliz e esperançosa com nossa relação, espero que as dores do meu passado tão próximo não estrague isso e que Jacob receba bem meu pedido de divorcio.

            Havia decidido me divorciar semana passada, não disse nada a ninguém, nem a Antony, pois era algo que eu queria fazer sozinha, precisava disso, enfrenta-lo de frente e mostra-lo que não sou mais aquela mulher frágil e idiota que vivia com ele, mas temo fraquejar ao reencontra-lo, me amedronta estar cara a cara com ele de novo, tenho medo de todos os sentimentos que eu tinha por ele ressurja e estrague tudo que construí nestes seis meses longe e o pior machuque Antony que fez o impossível para ajudar-me.

_ Você esta bem?

_ Oi Alice, estou bem sim, só pensando.

_ Não pense muito, só viva. _ Alice disse tomando o lugar ao meu lado.

_ Tenho medo do amanhã, do que ele me reserva. _ Falei.

_ Só não deixe este medo impedi-la de viver, aproveite a oportunidade que a vida esta te dando, pois o futuro é incerto, mas depende de você faze-lo ser maravilhoso ou sombrio. _ Alice disse pegando minha mão. _ Agora venha, Antony esta a esperando para almoçar.

            Entramos na casa e todos já estavam à mesa, menos Antony, ele havia passado toda a manhã ajudando Emmet a selecionar musicas para tocar no casamento enquanto eu ajudava Alice e Rose a escolher as decorações, mas em algum momento deixei as duas e segui para jardim, precisava tomar um ar.

_ Onde esta Antony? _ Perguntei entranhando não vê-lo ali.

_ Ele já vem querida esta no escritório de Carlisle conversando ao telefone com um paciente. _ Esme respondeu.

_ Será que posso ir até lá? _ Perguntei meio apreensiva.

_ Claro que pode Bella, que pergunta._ Emmet disse como se minha pergunta fosse absurda. _ Aproveite e traga ele rápido que estou morrendo de fome.

            Caminhei em passos ansiosos, precisava vê-lo, tinha só algumas horas que estávamos distantes, na mesma casa, mas distantes, pois não fui até ele, não queria incomoda-lo, a verdade é que estou meio neurótica, tenho medo de a qualquer momento estragar tudo, fazer algo que o desagrade. A porta estava aberta e ele estava glorioso sentado na mesa pensativo, parei na soleira da porta e o contemplei por alguns segundos antes de ser descoberta.

_ Oi! _ Ele disse com um enorme sorriso._ Venha aqui.

            Fui até ele envolvendo-o em um abraço apertado seguido de um beijo.

_ Achei que você tinha fugido de mim. _ Falei.

_ Fiz isso uma vez e experimentei do vazio que sua ausência me causa e não quero mais sentir isso, nunca mais. 

_ Você não imagina como é bom ouvir isso. _ Falei sentindo-me mais leve.

_ Fala sério, nos morrendo de fome e vocês dois ai de chamego. _ Emmet nos interrompeu aparecendo na porta.

_ É incrível como algumas pessoas nunca mudam. _ Falei olhando a expressão divertida do irmão de Antony.

            O almoço foi divertido, comemos e nos deliciamos com as recordações de nossos tempos de criança, logo após voltamos aos preparativos do casamento que seria no próximo sábado, com as músicas selecionadas e as decorações escolhidas pedimos uma pizza e finalmente partimos rumo a minha casa, tinha que pegar umas roupas limpas e dar uma satisfação para meu pai que deve estar confuso com meu sumiço repentino.

            A casa estava escura, Charlie ainda não havia chegado, senti algo estranho como se tivesse alguém me observando.

_ O que foi. _ Antony perguntou percebendo minha expressão preocupada.

_ Nada. _ Falei destrancando a porta adentrando a casa.

_ Coloque a pizza de Charlie no forno enquanto vou ao meu quarto tomar um banho e buscar algumas coisas.

_ Vou esperar ansioso. _ Antony disse prendendo-me em seus braços para um beijo rápido.

            Subi as escadas pulando dois degraus de cada vez como uma criança ansiosa. Enquanto tomava banho e arrumava minha coisas pensava em como estava feliz e prometi para mim mesma não deixar meus medos idiotas estragar isso, aproveitaria o meu momento e lutaria com todas minhas forças para que meu futuro fosse cheio de paz e muito amor deixando meu passado bem distante, jamais esquecido, pois querendo ou não querendo ele fará parte de minha vida para sempre e o usarei como lembrete de levantar-me mais forte sempre que eu cair.

_ O que vocês dois tanto conversam? _ Perguntei encontrando meu pai e Antony na cozinha.

_ Pensei que teria que pregar cartazes da minha filha desaparecida por ai. _ Charlie disse em tom de brincadeira.

_ Não precisa, estou aqui, mas já saindo de novo. _ Falei abraçando-o e depositando um beijo em sua bochecha, ato que o deixou sem graça e ao mesmo tempo emocionado.

_ É bom que você não fique sozinha, este final de semana trabalharei a noite, fico mais tranquilo sabendo que esta em boas mãos.

_ Obrigada! _ Falei abraçando-o uma vez mais antes de chamar Antony para partirmos.

_ Até mais Charlie. _ Antony disse.

_ Cuide bem dela. _ Meu pai disse apontando para mim.

_ Pode deixar que o farei.

            Bella saiu e logo o telefone tocou deixando Charlie preocupado sabia quem era e mais uma vez respirou aliviado por sua filha não esta, atendeu e esperou para ouvir a voz do homem que odiava mais do que tudo.

_ Oi Charlie.

_ O que você quer? Eu já te disse que a Bella não esta aqui.

_ Não minta para mim, eu sei que ela está e uma hora ou outra vou encontra-la.

_ Escuta bem rapaz, que eu vou te dizer uma vez só, se você chegar perto de minha filha de novo eu juro por Deus que te mato, nem que seja a ultima coisa que faço na minha vida. _ Charlie disse desligando o telefone determinado a fazer o que estivesse ao seu alcance para manter Jacob longe de Bella.