Amizade

Não há memórias onde ela não esteja

Nem lembranças onde não apareçam

Tanto nos dias tristes e felizes

Foi com ela que eu ri e chorei

Se estou longe a sinto por perto

Nunca ninguém vai nos separar

Ela guarda todos meus segredos

É um tesouro a nossa amizade

Brenda

O homem veio pra cima de mim e eu corri, minhas pernas doíam e por várias vezes eu achei que fosse cair, senti suas mãos pegarem meu ombro e então ouvi vozes.

- Brenda? Brenda, querida acorda... Brenda.

Abri os meus olhos, meu corpo todo tremia e eu estava muito suada.

- Mamãe?

Abracei minha mãe ainda chorando.

- Foi somente um sonho ruim querida. - Ela disse com a voz doce. Eu nunca acreditaria que a minha mãezinha fora uma pessoa amarga como o tio Edward costuma falar para implicar com ela.

- Isso mesmo magrela, já passou. - Papai falou dando um sorriso. Eu me ajeitei de forma que abraçasse os dois. - Com o que você sonhou? - Ele perguntou.

- O mesmo de sempre. - Eu disse, já encerrando o assunto. – Eu sempre sonhava com a morte dos meus pais biológicos.

- Volte a dormir.

Mamãe falou me ninando em seu colo, mesmo eu já tendo dezesseis anos.

***

- Feliz aniversário!!!

Gritaram todos da minha família. Nessie se jogou contra mim.

- Meu presente.

Ela disse entregando-me uma caixinha pequena de veludo vermelha.

-Ai ai... Se isso fosse de um garoto eu tremeria.

Papai falou, gerando várias risadas. De dentro da caixinha eu tirei um cordão, ele era fino, de ouro e tinha um pingente de duas garotinhas de mão dada, atrás estava escrito, elo eterno. Quando a olhei ela me mostrou que também estava com um.

- Obrigada.

Minha voz era só um sussurro, e as lágrimas rolaram em meu rosto.

- Ei! Nada de choro hoje. - Minha mãe falou vindo até mim. - Meu bebê está completando dezessete anos.

Ela disse com a voz quebradiça como se estivesse chorando. Todos da família me deram presentes, menos o meu pai, o que me incomodou, já que ele sempre era o primeiro a me entregar meu presente.

Depois de um tempo fingindo não me importar com esse fato fui fazer minha higiene matinal pra descer pro café, Nessie e eu havíamos decidido fazer uma festa juntas nas férias, então hoje à noite sairíamos com nossos amigos pra comemorar. Durante o dia minha família me encheu de mimos, e acabei me esquecendo do fato de que meu pai foi o único a não me dar presentes.

- Ei magrela.

Meu pai falou vindo até mim, eu estava sentada na varanda de nossa casa e sorria vendo tio Edward, tia Bella e tia Alice treinando baseball.

- Oi Pai.

- Está feliz?

Ele me perguntou sentando ao meu lado.

- Sim, muito.

Não era mentira.

- Mesmo o vampiro mais gato não tendo te dado nada de presente?

 Mais que convencido o meu paizinho.

- Sim, mesmo o vampiro mais gato não tendo se lembrado disso. - O olhei e continuei. - Você nunca precisou de dia específico pra me dar presentes pai, e eu não importo se você esqueceu.

Ele me olhou e deu uma gargalhada que mais parecia um rugido de urso.

- Você acha mesmo que euzinho iria esquecer isso... Vem comigo. - Meu pai me conduziu pelo quintal que dava na garagem e quando eu entrei nela meu queixo caiu. Entre todos os lindos carros de minha família tinha um magnífico, em um tom entre vermelho e pink, lindo.

- É-é-é meu? - Perguntei gaguejando muito, a risada de todos me fez ver que não era somente meu pai e eu que estávamos na garagem.

- Não é de enfeite.

Meu pai falou, ele não perdoava nem a mim, revirei meus olhos e ouvi o som de um tapa, certamente minha mãe quem tinha dado. Minha atenção voltou ao lindo carro brilhante na minha frente.

- É lindo. – Sussurrei, porém todos, com certeza, ouviram. Joguei-me nos braços do meu pai e o beijei. – Obrigada gatão, eu amei. - Disse sorrindo.

Nessie

Eu amava ser quem eu era, uma meio vampira e meio humana. Brenda e eu  éramos mais que amigas, éramos verdadeiras irmãs.

- Ei, você vai sair com o Stwort? - Perguntei entrando em seu quarto, após voltarmos pra dentro de casa.

- Shii, fala baixo, se o papai sonhar em ouvir isso ele não me deixa sair.

- Pior será se a tia Rose ouvir, se esqueceu quem é que manda ali? - Perguntei gargalhando.

- E você e o Eithan?

Ela perguntou maliciosamente e eu voei em sua boca a tampando.

- Nem pense nisso, se meu pai ouvir ele me mata. Ou mata o Eithan. - Gargalhamos. Já tinha mais de um mês que eu saia com o Eithan e a Brenda e o Stw namoravam serio a quase um ano.

- Vou pegar minha bolsa e você coloca sua roupa dentro.

Avisei e fui até meu quarto, nós tínhamos a desculpa perfeita, iríamos sair com uma turma pra comemorar o níver da Brenda e depois iríamos dormir na casa da Aya, porém o que nossa família não sabia era que nossa turma se resumia, na Aya, Yuri seu namorado, Stwort, Eithan, Brenda e eu.

– Toma. - Falei entregando a bolsa pra ela colocar as roupas, iríamos nos arrumar na casa da Aya. Descemos e nos despedimos de todos, e claro ouvimos mil e uma recomendações antes de sairmos.

- Vamos com o meu carro?! - Brenda pediu com os olhos brilhando. Aceitei numa boa, afinal ela tinha acabado de ganhar ele e com certeza iria querer estreia-lo. Chegamos rápido na casa da Aya, mas não tanto quanto se eu estivesse dirigindo, e rapidamente fomos nos arrumar, Brenda vestiu um vestido azul curto, tomara que caia que ressaltava seus olhos e eu pus um vestido rosa, curto e decotado, ambos valorizavam nossas curvas. Brenda e eu éramos consideradas as garotas mais bonitas de nossa escola.

Brenda

- Nossa! Vocês estão lindas, coitados do Stwort e do Eithan. - Aya falou e gargalhou.

- Eles não serão os únicos.

Falei a olhando, ela também estava linda com um vestido roxo curto. Não demorou muito e os meninos chegaram. Stwort logo me abraçou e me deu um beijo de perder o fôlego.

- Está linda. - Ele me disse olhando-me dos pés a cabeça. Enquanto saíamos ele deu um empurrão de ombro no ombro da Nessie.

- Tá arrasando, ruiva.

Ele disse sorrindo, Stwort e Nessie eram como dois irmãos.

- Um beijo por seus pensamentos. - Stwort falou me beijando logo em seguida, sua língua invadiu minha boca explorando cada canto possível.

- Querem parar num motel?

Nessie perguntou se acabando de rir, isso era má influencia do meu pai. Pensar no meu pai não era uma boa idéia, isso me fazia lembrar que se ele sonhasse onde eu estava eu amanheceria mortinha, ou talvez o Stwort. Nossa família conhecia o Stwort, o Yuri, a Aya e até o Eithan, porém eles nem sonham que Nessie e eu estamos saindo com eles. Não sei se eles acham que somos santas, porém não desconfiam de nada. Graças aos céus o dom da Nessie se desenvolveu mais do que todos imaginavam. Assim que a Nessie completou seu desenvolvimento seu dom evoluiu. Como todos sabiam o dom dela era a junção do poder do tio Edward e da tia Bella. E após seu crescimento completado ela passou a ter o dom do tio Edward e da tia Bella só que melhorado. Ela tinha um escudo, tanto mental quanto físico, e podia ouvir a mente das pessoas, porém ela só ouvia quando queria, ou quando se descontrolava, e ela podia ouvir tudo o que quisesse não só o que a pessoa estava pensando.  Então ela sempre mantém o escudo em nossos amigos, com a desculpa de que não queria o pai ouvindo a mente deles para dar privacidade aos amigos.

- Amor, é serio, está acontecendo alguma coisa? - Stwort perguntou preocupado.

- Está tudo bem amor. - Resolvi dar atenção a ele.