É Segredo escrita por Phallas


Capítulo 46
Último Capítulo: De agora em diante


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo. Depois de mais de oito meses de fics, ideias, capítulos escritos, reviews recebidos, amados e respondidos, é assim que termina.
Meus agradecimentos mais profundos e verdadeiros.
Música para leitura do quadragésimo sexto e último capítulo: Gotta Be Somebody - Nickelback.
Boa leitura sempre ;)



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"Quando olho para o meu passado, encontro uma mulher bem parecida comigo - por acaso, eu mesma - porém essa mulher sabia menos, conhecia menos lugares, menos emoções."

Martha Medeiros

Acabou. Tudo. Todas as preocupações, as brigas, a vontade de enforcar alguém. Tudo acabou, a porta se fechou separando sra. Mckingdom, Megan, e seus castigos de mim e Griffin. As aulas também já terminaram, de modo que assim não terei que ver Megan por um longo e maravilhoso período de tempo.

A sorte, claro, ajudou um pouco. A diretora sabe muito bem que fui eu quem re-decorou o muro dela. Mas ela escolheu punir Megan por uma coisa para a qual ela tinha provas, então quem sou para discordar?

– Vamos? - Griffin fala, do meu lado.

– Vamos aonde? - Pergunto, ainda pensando em Megan.

– À festa na casa da Tensy. - Ele responde, os olhos com o mesmo brilho de sempre. - Ou não quer ir?

– Quero. - Digo, repentinamente me lembrando do convite de Tensy. - Mas eu preciso trocar de roupa. - Gesticulo para o uniforme suado e o rabo-de-cavalo desarrumado.

Ele sorri e balança a cabeça como se quisesse dizer que essa roupa está boa. Começo a pensar que Griffin seja meio louco.

– Eu te levo em casa. - Ele fala.

Ok, Griffin é completamente louco. O que meus pais diriam se me vissem chegar em casa com um garoto de 17 anos que parece um modelo?

– Não precisa. - Digo, rapidamente. - Eu pego um táxi.

O rosto dele muda como se eu tivesse dito alguma coisa realmente ofensiva. Griffin para de andar e se vira para mim. Eu paro também e o encaro.

– Não vou deixar você pegar um táxi sendo que o meu carro está no estacionamento. - Ele fala.

Abro a boca para discutir, mas ele me corta.

– É mais rápido, Bellie. - Ele coloca dois dedos na lateral do meu rosto e desliza pela minha pele. - Vem comigo.

Não vá, não vá, não vá.

– Eu vou, então. - Decido.

O que posso dizer em minha defesa é que ninguém ia conseguir recusar um pedido desse.

Ele me guia até um dos últimos carros no estacionamento, um BMW branca que hipnotiza os que têm a chance de olhá-la. Griffin aperta um dos botões e os faróis piscam ao seu comando, destravando o carro. Ele dá a volta e abre a porta para mim.

Eu entro meio sem jeito e espero quando ele abre sua porta e se senta no banco de couro. O motor ruge quando ele gira a chave e tira o carro habilmente da vaga.

– Me mostre o caminho. - Ele pede.

Nossa ida para minha casa começa silenciosa, mas o clima descontrai quando Griffin me pergunta das partes do jogo que ele perdeu e nós rimos quando conto algumas jogadas engraçadas. Ele também me conta algumas histórias de quando era do time de vôlei do West High. Às vezes eu esqueço que ele também passava por isso, o nervosismo dos jogos, as conversas tensas no vestiário, as combinações com o treinador. Eu sorrio quando imagino ele jogando pelo seu colégio. Paro de sorrir quando penso nas vadiazinhas do West High gritando o nome dele, enquanto levantam pompons que na verdade só servem para cobrir o comprimento mínimo das saias.

Falando nisso, não acho que meu short esteja lá muito decente. Já vi Griffin olhando olhando nessa direção duas vezes, enquanto eu encarava a janela e tentava não corar. De vez em quando eu tenho a impressão de que ele quer tirar uma das mãos do volante e colocar em cima da minha, mas ele se contém e não o faz. Eu me decepciono com isso.

– É aqui? - Ele me pergunta, enquanto para o carro na frente da construção contemporânea grande e marfim que é a minha casa.

– É. Obrigada. - Respondo.

Griffin sorri para mim. Ele sai do carro e abre a minha porta de novo. Eu piso na calçada remexando a bolsa à procura de minhas chaves, mas ele fecha a porta, se encosta no carro com as mãos no bolsos, como sempre faz, e me olha.

Por um instante, um instante ridículo, eu acho que ele vai me beijar. Nós olhamos nos olhos um do outro por alguns segundos, quando Griffin quebra o silêncio.

– Venho te buscar daqui a uma hora.

Meu cérebro demora um pouco para entender, de modo que quando finalmente falo, Griffin já está abrindo a porta do motorista.

– Não precisa disso, Griffin. A casa da Tensy fica a dois quarteirões daqui.

Ele bufa, entra no carro, abre o vidro do banco do carona e diz para mim, enquanto arranca com o carro.

– Daqui a uma hora.

Eu reviro os olhos e entro em casa. Minha mãe me recebe com abraços e beijos de parabéns. Acho que ela esqueceu que já me cumprimentou depois do jogo. Ela me diz que meu pai precisou voltar ao trabalho por causa de uma dondoca de cinquenta anos que arrancou sem querer os pontos da própria prótese de silicone. É o tipo de coisas pelas quais os cirurgiões plásticos estão sujeitos a passar. De qualquer forma, agradeço por meu pai não estar em casa, assim há menos chance de que ele me veja com Griffin. Já tenho dezesseis anos, eu sei, mas meu pai não entende isso muito bem. Se eu tiver paciência algum dia eu explico para ele que meninas de dezesseis anos já não são tão meninas assim e não gostam de brincar de boneca ou de ser chamadas de amorzinho do papai. Quer dizer, do último não gostam em qualquer idade.

Eu subo para meu quarto e sento na minha cama tentando pensar como Tensy. Se eu estivesse mesmo pensando como Tensy, estaria dando pulinhos pela casa toda porque eu tenho um encontro com Griffin Carmichael. Se bem que eu estou com vontade de fazer isso mesmo pensando como eu.

Só que acontece que eu não tenho um encontro com ele. Ele está me fazendo um favor, só. E eu tenho que parar com essa excitação só porque ele é Griffin Carmichael. Eu já namorei com ele, pelo amor de Deus. Por pouco tempo, eu sei, mas namorei. Essa animação nunca vai acabar?

Não, não vai.

Olho minhas roupas e descubro que não tenho nada para vestir. Decido tomar um banho rápido, porém necessário, para esfriar a cabeça e escolher o figurino com mais calma depois. Agora estou aqui, de toalha, os cabelos pingando, tentando escolher uma roupa. Por fim, opto por uma blusa rosa-bebê com algumas aplicações de paetês discretos, uma saia jeans no meio da coxa, uma sapatinha fofa e um cinto marrom para completar.

Seco meu cabelo na maior rapidez que posso e faço uma maquiagem leve. Estou terminando de colocar um colar quando escuto uma buzina. Dou uma olhadinha pela minha janela e vejo a BMW branca de Griffin parada na frente da minha casa. Escuto alguns passos no quarto ao lado, uma ofegação de surpresa e uma porta sendo aberta num rompante. Heath.

Meu irmão corre até a janela de vidro enorme do corredor e dá uma olhada na rua. Mais uma ofegação de surpresa. Heath olha para mim com curiosidade quando vê que estou descendo a escada.

– De quem é aquela BMW? - Pergunta, como se achasse o carro a coisa mais perfeita do mundo.

Se eu disser alguma coisa, ele provavelmente vai contar ao nosso pai. Respiro fundo e tento olhar para outro lado enquanto falo.

– Não sei. Deve ter sido engano.

Heath vai até a janela de novo e dessa vez eu o sigo. Para meu desespero, Griffin sai do carro e encosta na porta do carona, de frente para minha casa, como fizera antes. Meu irmão olha para mim com um olhar estranho no rosto. Um sorriso se forma em seus lábios. Meu Deus. Eu acho que o subestimei. Ele entendeu tudo.

– Mãe! - Ele grita. - Minha irmã alugou um motorista!

Não, não entendeu não. Como são fofos os irmãos de 14 anos.

– Não é um motorista, pirralho, cale a boca. - Digo, entredentes.

Minha mãe sai de seu quarto com metade de um pepino em um dos olhos.

– O quê?

– Vem ver, vem. - Chama Heath, animado. - Está com um carrão parado aqui na rua.

Minha mãe me olha e vê meu nervosismo. Ela atira o pepino para trás e olha o asfalto,sem saber se acredita no filho mais novo ou não. Griffin percebe a movimentação acima de si e ergue os olhos para o segundo andar. Surpreendentemente, ele sorri e acena para minha mãe e meu irmão. Eles retribuem o gesto animados.

Alguém me poupe dessa vergonha completamente desnecessária e me mate agora, por favor.

Visto que ninguém aparece para me matar, arrumo um jeito de descer a escada sem ser muito notada, murmurando uma despedida de qualquer jeito. Heath grita algumas coisas sobre a BMW e o motorista enquanto a minha mãe lança olhares maliciosos na minha direção e tenta explicar ao caçula que aquele deus grego na frente da nossa casa não é um motorista.

– Oi. - Falo para Griffin, rezando para não estar tão corada quanto acho que estou.

– Oi. - Ele me responde, um sorriso lindo no rosto.

O garoto chega a dar um passo na minha direção, para me abraçar ou qualquer outra coisa, quando se lembra de seus dois fãs de olhos vidrados andares acima. Griffin solta uma risadinha e dá um tchauzinho para eles, que recebe respostas entusiasmadas, antes de abrir a porta para mim e entrar no carro.

– Era sua mãe? - Ele me pergunta, ainda rindo, quando dá a partida.

Assinto para ele.

– Quase tão bonita quanto a filha. - Griffin comenta, me fazendo corar ainda mais.

– Meu irmão ficou louco pelo seu carro. - Tento mudar de assunto, e dar a impressão que acho o fato muito engraçado.

Griffin ri também.

– Estamos quites, então. - Ele fala, passando a marcha. - Eu sou louco pela irmã dele.

A frase me pega com tanta surpresa que eu rio nervosa e desvio o olhar. Ficamos em silêncio mais três minutos, que é o tempo que demoramos para ver a casa de Tensy. Vitoriana, grande, e muito barulhenta. Lotada de adolescentes já bêbados, provavelmente.

Griffin para a BMW em qualquer vaga, e estou tão ansiosa para sair dali que abro eu mesma a minha porta. Quando saio, percebo que o céu já escureceu.

Nós tocamos e campainha e Tensy abre a porta destrancada usando um vestido curto cor de vinho, uma taça de champanhe na mão. Ela me lança um olhar significativo quando vê que estou na companhia de Griffin, nos cumprimenta com dois beijinhos e nos manda entrar.

– Griffin, cara! - Chama a voz de Christiam Adams, capitão do time de baseball do colégio, puxando Griffin para uma rodinha onde se encontram jogadores de times variados. - Demorou, hein?

Griffin me dá uma olhadinha ao ser arrastado por Christiam, antes de começar uma conversa animada com a rodinha de uns oito garotos. Foi impressionante o jeito como ele se tornou tão querido e popular considerando que chegou na escola no meio do ano.

Tensy me puxa para um canto.

– E aí? - Pergunta, animada.

– E aí o quê? - Digo.

Tensy sacode as mãos com as unhas recém feitas.

– Você e o sr. Gostosão.

Reviro os olhos.

– Não aconteceu nada, Tens. Ele me deu carona, só isso.

Ela arria os ombros.

– Sério? Mas e quando vocês saíram sozinhos no final do jogo?

– Não aconteceu nada. - Repito, impaciente, tirando a taça de champanhe da mão dela e colocando-a em cima de uma bancada marfim. Em seguida, aponto para o lugar lotado de adolescentes e com música alta demais. - Onde estão seus pais?

Ela bufa.

– No Caribe. Voltam daqui a uma semana. Pode, por favor, me contar da sua vida agora?

Conto resumidamente a história de Megan para Tensy, que dá pulinhos de alegria nos momentos precisos.

– Que vaca. Vaconilda. - Fala.

Vaconilda?

– Bellie. Agora, de verdade, por que você e Griffin não ficam juntos de uma vez? Vocês são feitos um para o outro, está na cara.

– Sério? - Pergunta, meio surpresa.

Tensy olha para o teto dramaticamente.

– Pelo amor de Deus. Você já viu o jeito como ele olha para você? E o jeito que você fica perto dele?

– E-eu mudo perto dele?

– Aham. Parece que atiraram você em algum tipo de purpurina mágica e você não consegue parar de sorrir.

Ignoro o exagero, apesar de ter adorado, claro. Tento não me iludir mais em relação a Griffin, nossa relação é complicada demais. Helaina, Megan, Blake, tantas pessoas que fariam de tudo para que nada disso fosse para frente. Uma frase de Megan na discussão de hoje me vem à mente.

"Talvez tivesse dado certo se ele não gostasse tanto de você."

○ ○ ○

Estou conversando com as meninas do vôlei, calculo que seja mais ou menos onze horas agora. Tensy iniciou uma sessão de beijos com o lançador do time de baseball há meia hora, mas logo estará de volta. Ela enjoa fácil. Vejo uma pessoa encostada no canto, e percebo que preciso falar com ela.

– Jason. - Chamo.

Ele sai da rodinha em que está conversando e vem até mim.

– Está tudo bem com a gente? - Pergunto.

Ele assente estranhamente.

– Claro, por que não estaria? - Responde, tentando colocar alguma firmeza nas palavras, mas desviando o olhar do meu.

Arrisco um sorriso.

– Por nada. - Falo. - Achei que estaria magoado por causa de... você sabe.

Jason solta uma risadinha.

– A menina que eu amo não gosta de mim. Já passei por isso, Bellie, vou sobreviver.

As palavras são meio fortes, mas decido ignorá-las.

– Amigos, então? - Proponho.

Ele sorri.

– Sempre. - Ele diz, e me abraça.

Além de Jason, tem outra pessoa com a qual eu gostaria de falar. Peço licença e me aproximo de Hannah.

– Você viu Helaina? - Indago.

– Ela foi ao banheiro e demorou para voltar. Deve estar por aí agora. - Ela informa.

Dou uma olhada pela casa abarrotada de pessoas, luzes de balada piscando, uma música qualquer da Lady Gaga atrapalhando minha audição.

Localizo Helaina falando com algumas meninas que não conheço.

– Helaina, posso falar com você um minuto? - Pergunto.

Ela me olha como se eu fosse algum tipo de inconveniência. Mas eu sou mesmo. Bom, de qualquer forma, fazendo uma cara de nojo, ela deixa a companhia das duas meninas.

– Está vendo? - Ouço uma garota dizer para a outra. - Aquela é a Bellie Harper.

– A capitã do time de vôlei? - A segunda responde, animada.

– Isso. E a que estava pegando o Griffin Carmichael.

– Aquele gato? - A menina abre a boca. - Estão juntos até hoje?

– Terminaram, pelo que eu ouvi dizer. Griffin finalmente pode acordar para a vida e perceber que ele foi feito para mim.

A outra faz uma cara ofendida.

– Está louca? Ele foi feito para mim.

Certo, desde quando eu e Griffin viramos um casal de Hollywood? Helaina revira os olhos com cena e olha para mim cobrando uma explicação para eu tê-la tirado de uma conversa interessantíssima com as duas fofoqueiras histéricas e iludidas.

– Olha, eu sei que as coisas não estão bem com a gente nesse momento e que você deve estar me achando uma vaca por isso. - Começo.

Ela levanta as sobrancelhas negras, em concordância, me fazendo ter vontade de matá-la. Decido ignorar meus instintos, senão terei que limpar sangue de minha blusa clara, e eu realmente não estou com muita vontade de fazer isso.

– As coisas acabaram acontecendo - Continuo - ninguém planejou nada e eu me sinto mal com isso tudo.

– Não me importa mais, Bellie. Eu tive uma chance e não fiquei com ele. O máximo que posso fazer agora além de lamentar é pensar que fui traída por uma "amiga" que me disse não querer nada com ele.

– Mas eu não queria... - Tento explicar. - E nós não temos nada...

– Sabe, eu fui burra de pensar que você não queria nada com ele. - Fala, pensativa, indiferente a mim. - Quero dizer, o Griffin é o Griffin. Se bem que isso não é motivo pra você ter mentido para mim.

– Eu não menti... na época eu realmente não...

Ela solta uma risadinha, me ignorando novamente. Em seguida solta um suspiro longo.

– Ah, as esperanças. Sempre estragando tudo.

– Helaina, se você me ouvisse pelo menos um pouquinho...

– Não quero ouvir suas explicações, Bellie. - Ela me interrompe. - Eu perguntei se vocês eram mais que amigos e você negou. Logo depois estavam namorando, bem na minha frente.

– Eu... Eu...

– Sabe qual é a única coisa que me anima? - Helaina pergunta, a mão dramaticamente no queixo, a voz em uma falsa excitação. - Saber que isso tudo não vai durar nada.

Junto as sobrancelhas.

– Como assim?

Ela ri.

– Por favor. Ele é Griffin Carmichael, pelo amor de Deus. Não vai ficar satisfeito com uma só. Não importa o quão bonita, rica, bronzeada, ou boa no vôlei você seja, você não conseguir mantê-lo, Bellie.

Mesmo sabendo que não tenho nada, absolutamente nada com Griffin, me aproximo de Helaina e estreito os olhos.

– Veremos. - Desafio.

Ela solta uma risadinha e dá de ombros.

– Bom, todo mundo tem uma chance.

Não a mate, não a mate, não a mate.

Respiro fundo e dou um sorriso a ela antes de dar-lhe minhas costas.

Por que tudo é tão complicado? Eu odeio, odeio, pensar que Helaina está certa, mas em uma parte ela tem razão. Griffin parece o tipo de menino que consegue ficar com uma garota só. Não parece mesmo. Talvez por isso Blake tenha ficado tão assustada com tudo. Talvez Griffin só tenha vindo atrás de mim porque eu fui um desafio para ele, uma das únicas que não ficou com ele de cara e completamente sóbria, de modo que se tornou uma questão de honra fazer com que eu quisesse ficar com ele de novo.

Eu saio da pista improvisada lotada de Tensy e ando até a piscina da casa, e felizmente a encontro vazia, colorida pelas luzes dos refletores. Tiro minhas sapatilhas e coloco os pés na água.

Minha mente vaga por alguns minutos quando vejo uma sombra sentar perto de mim.

– O que está fazendo aqui? - A sombra pergunta.

– Cansei de lá. - Respondo.

Griffin morde o lábio. Deus, como eu gosto quando ele faz isso.

– O que estava falando com Helaina? - Ele diz, a voz doce.

Eu o olho e tiro uma mecha de cabelo da frente dos olhos.

– Você tem alguma noção do quanto ela gosta de você? - Pergunto.

Griffin respira fundo. Estica os braços atrás de si e apoia as mãos no chão.

– Eu percebi. - Responde, depois de alguns segundos.

Assinto silenciosamente, a boca comprimida. Após um ou dois minutos, Griffin coça a cabeça.

– Era sobre isso?

– Era. - Respondo.

– E qual a finalidade disso tudo? - Griffin pergunta, claramente sem entender nada.

– Eu queria ficar bem com ela. - Dou de ombros.

– Deu certo? - Ele se interessa.

– Acho que eu só piorei as coisas.

Griffin solta uma risadinha.

– Ela é cabeça-dura. Vocês duas são. Só que não precisam ficar se descabelando por minha causa.

Eu quase rio, mas me contenho.

– Não era por sua causa. - Digo, destacando as palavras.

Griffin bufa.

– Bellie. Francamente.

Reviro os olhos e estendo as mãos.

– Tá, era por sua causa.

Ele dá um sorriso malicioso.

– E o que estava conversando com Jason mais cedo?

– Não é da sua conta. - Respondo, com um sorrisinho.

Ele se levanta.

– Tudo bem, se não quer admitir que ultimamente suas conversas só têm sido sobre mim, eu vou embora.

Eu rio.

– Para de gracinha.

Griffin se senta novamente. Ainda tenho meus pés na água, estou de frente para a piscina, mas ele se senta de lado para a piscina e de frente para mim. Perto demais, talvez.

– Só estava tentando acertar as coisas com ele também. - Digo, tentando rapidamente tirar a proximidade e o perfume de Griffin de minha mente.

A presença de Griffin atrapalha minha respiração, meus pensamentos e meus batimentos cardíacos.

– Você está tentando ficar bem com todo mundo, então. - Ele comenta, chegando mais perto de mim.

– Mais ou menos isso. - Respondo, me afastando um pouco dele, os míseros milímetros que meu corpo permitem de distância entre nós dois.

Eu paro e penso um pouco no que Helaina disse. Com quantas garotas ele já fez isso?

Quando menos espero, a mão de Griffin pega a minha, pousada sobre minha coxa. Eu o sinto chegando mais perto e cobrindo os últimos centímetros que tínhamos entre nós. Seus lábios estão na minha orelha agora, posso sentir seus cílios em minha pele, fazendo arrepios percorrerem o meu corpo.

– Quer voltar a ser minha? - Ele sussurra.

Eu afasto meu rosto dele e o olho nos olhos. Para quantas meninas ele já mandou esse olhar?

Ah, foda-se.

– Eu nunca deixei de ser. - Respondo.

Ele sorri o sorriso mais lindo do mundo. Passa os dedos pelos meus cabelos antes de aproximar meus lábios dos dele e me beijar. Sinto sua boca quente se movimentando na minha, seu perfume mais perto agora, sua mão na minha cintura.

Começamos aqui, então, uma história. Sem sentido, estranha, surpreendente, velha em algumas partes, atual em outras tantas e complicada quase sempre. Mas é a nossa história. Minha e de Griffin.

E, bom, isso não é nenhum segredo.





"Eu acho que os deuses
Queriam que ficássemos juntos
Marcaram uma festa, algum lugar pra ir
Fizeram que uma amiga
Te ligasse pra sair

Nos encontramos,

Nos conhecemos"

FIM.

Finalizado em: 4 de janeiro de 2012, às 2 h e 43 min da manhã.

Adaptado em: 12 de janeiro de 2012 à 1 h e 23 min da manhã.


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Notas finais do capítulo

AI, que brega. Terminar a história com o título.
Desculpem, meninas, eu também acho isso super brega, mas não resisti. kkkkkk'
Falando sério agora, espero do fundo do coração que tenham gostado.
Significaria muito para mim se vocês lessem o próximo capítulo e deixassem um review nele também.
Obrigada. Por tudo.
P.S.: Ah, é bom que queiram uma segunda temporada, porque eu vou fazer de qualquer jeito. 'kkkkk