Pov Cici.

Assim que saímos de carro com o papai, ele virou-se para Joey, sabia que ele havia ficado chateado com meu irmãozinho por causa do que ele havia falado.

- como assim “meu outro pai” filho? – papai perguntou e Joey me olhou um pouco triste, apesar de ser uma criança ele entendia que papai havia ficado magoado. Bem pra ser sincera nessa hora eu fiquei com muita raiva do papai.

Ele magoou minha mamãe por muito tempo, magoou a mim e a meu irmão quando se separou da mamãe e nos abandonou, ficou meses sem dar noticias, sem pelo menos ligar e perguntar se estávamos bem. E eu sei que ele tem folga de uma semana todo mês, bem que ele poderia ter tirado pelo menos um dia para vir nos ver.

- é que você sumiu. – Joey falou triste e eu o abracei, odiava ver ele cabisbaixo.

- mas não deixei de ser seu pai. – papai falou chateado. – nunca vou deixar de ser.

- certo. – ele falou e me olhou com os olhinhos marejados. – então o Edwad não pode ser meu papai tambem?

- não. – papai falou e Joey se encostou mais em mim, ele estava triste, ele já amava o Edward e pra falar a verdade eu tambem gostava muito dele, consegui em apenas dias falar coisas com ele que nunca conversei com meu pai durante anos que vivemos juntos.

- para papai. – pedi, era só coisa de criança.

- tambem o quer como pai? – ele me perguntou sentido.

- não é isso. – menti. – ele é só uma criança. – falei segura.

- certo. – papai disse. – desculpe.

- tudo bem. – falei e Joey me olhou. Aproximou-se de mim e cochichou no meu ouvido. “então ele pode ser nosso papai?” Eu sorri e concordei piscando o olho e vendo-o ficar animado.

Logo chegamos à casa do vovô Billy, eu já havia vindo aqui com a mamãe e o Joey, foi pouco tempo após nos mudarmos para Forks, eu gostava daqui, mas não gostava de passar o dia todo.

Eu gostava da casa do vovô Charlie e da vovó Renne, lá era legal, tinha as coisas antigas da mamãe e eu adorava mexer nelas, sempre encontrava algo novo nelas. Foi la que encontrei um dos meus livros favoritos, Orgulho e Preconceito, eu amava o Sr. Darcy, ficava suspirando pelos cantos da casa as vezes, sou uma romântica assumo.

- oi princesa. – tia Rachel falou me abraçando e beijando meu rosto. Eu a amava.

- oi titia. – falei abraçando ela e beijando seu rosto tambem.

- oi meu sobrinho lindo e perfeito. – ela me soltou e pegou Joey no colo.

- oi titia. – eu adorava quando a tia Rachel estava na casa do vovô, era bem mais divertido.

- vovô. – falei pegando sua mão e beijando ela. Era um costume antigo.

- oi minha filha. – ele falou terno, depois sorriu e beijou minha mão tambem.

- como esta se sentindo? – perguntei simpática e me abaixei diante dele, ele usava cadeira de rodas.

- muito melhor agora, fazia tempo que não via vocês. – ele falou e beijou minha testa.

- vovô, estava com saudades. – Joey correu ate o vovô e abraçou as pernas dele.

- oi meu anjo. – vovô falou abraçando Joey, ele era louco por ele, eu sei que é por que Joey era a cara do papai quando era bem pequeno.

- então, já esta quase na hora do almoço. – tia Rachel falou da cozinha. – quer me ajudar princesa. – ela me chamou e eu fui, sabia que ela queria uma conversa de meninas.

Assim que entrei na cozinha me sentei-me à mesa e titia me deu uma faca e alguns legumes para cortar, ela foi para o balcão e pelo que vi terminava uma salada, ela sorriu e me olhou terna.

- então, como estão as coisas? – ela perguntou com um sorriso nos lábios.

- ah, ótimas. – falei sorrindo como ela.

- hum, que bom. – ela terminou a salada e foi ate a mesa, agora ela me ajudava.

- e como esta a escola, amigos? Namorado? – ela pisou o olho para mim e me fez corar como a mamãe.

- a escola é legal, eu já fiz amigas e amigos e ate tenho uma melhor amiga-irmã.

- melhor amiga-irmã? – ela perguntou confusa.

- sim, é a Evy. – falei lembrando da louca da minha BFF.

- Evy, legal. – titia falou e me olhou.

- e tambem é minha irmã. – olhei e vi-a totalmente confusa, mas curiosa. – hum, é que a mamãe trabalha com a tia dela, a Alice.

- ah, Alice. – ela falou lembrando da tia Alice.

- então, as sobrinhas dela são a Evy e a Cathy, ela é um ano mais nova que o Joey.

- a Cathy?

- sim, ela é muito fofa. – sorri lembrando da doce Cathy. – então ela alem de fofa é direta e adora a mamãe. A mãe delas já morreu, quando a Cathy estava nascendo.

- ah, que pena.

- eu sei. Então ela pediu para mamãe ser mãe dela tambem, acredita? – falei rindo da esperteza da Cathy.

- ah, mais que lindinha. – titia falou rindo comigo. – e a Bella? Concordou?

- sim, não tem como negar tia, a Cathy consegue o que quer sempre. – falei lembrando do seu rostinho lindo, fofo e perfeito.

- ah, entendo. Ate você já ama ela em. – ela disse sorrindo de leve e se levantando com os legumes em uma bandeja.

- sim. Amo ela, a Evy, e o Edward tambem.

- Edward? – titia perguntou me olhando.

- é o pai da Evy e da Cici.

- ah, certo. – titia falou e me olhou desconfiada. – e você gosta dele?

- sim, ele é legal. Parece o pai que eu sempre quis. – falei meio que sem pensar, quando olhei vi que ela me olhava triste.

- princesa, eu sei. – ela começou e veio ate mim. – seu pai é um idiota mesmo. – ela disse me abraçando. – mas te ama e muito, e nunca duvide disso.

- eu sei que sim titia. – falei e sorri fraco. – é que ele tem o jeito dele, é só.

- sim, é verdade. – titia falou e bufou. – mas a titia te ama tanto. – ela falou beijando meu rosto e apertando levemente minhas bochechas.

- eu tambem te amo titia. – como minha tia podia ser tão diferente do meu pai? Ela era atenciosa, carinhosa e se preocupava e muito com a gente, ela me ligava sempre que podia e sempre que me via perguntava como eu estava, se interessava pela minha vida e me escutava atentamente e ate mesmo me contava segredos dela. Por que o papai não podia ser assim?

- eu sei que me ama. – ela falou e revirou os olhos, ela tentava quebrar a tensão. – por que não me amaria?

- é verdade. – falei e sorri.

- hum, e então mudando de assunto, e os garotos? Algum namorado? – ela perguntou curiosa e me fez revirar os olhos agora. Não que eu não tivesse um paquera, eu ate tinha, ele é da minha aula de literatura e é muito lindo, parece um deus da beleza sei la. Sorri e isso não passou desapercebido da minha tia.

- tia. – falei um pouco envergonhada, bem esse era o resultado quando eu lembrava do Travis.

- sei, quem é o garoto?

- ah, ele estuda comigo, mas a gente não namora. – desabafei.

- ahhhhhh. Qual é o nome dele?

- Travis. – falei rindo do jeito dela, parecia a tia Alice.

Conversamos por mais um tempo, ate papai e vovô entrarem com Joey, almoçamos e conversamos um pouco sobre a escola, meus estudos. Joey falou da escola, da Cathy, da mamãe, do Edward, da tia Alice, da Evy e ate mesmo da Lissy.

- a gente já vai papai. – perguntei vendo que já estava quase anoitecendo e Joey estava quase dormindo no meu colo, resultado de um dia inteiro brincando com o papai, a titia e ate com o vovô.

- se vocês quiserem dormir aqui. – ele falou sorridente e sentou ao meu lado.

- mas a mamãe não sabe. – falei desconfiada e desanimada, eu estava com saudades da mamãe e queria ir para casa.

- eu ligo. – ele disse mostrando o celular e eu fiquei calada, não queria que ele pensasse que não queria ficar com ele. – é que eu vou embora amanha filhinha. – ele disse beijando minha cabeça e sorriu.

- hum, Joey já esta dormindo. – falei suspirando derrotada, mas eu queria ir para casa.

- ah, deixa a menina ir pra casa Jacob. – titia percebeu meu incomodo. – ela tem o quarto dela, as coisas dela, o cantinho dela. Aqui ela vai ficar menos a vontade do que na caminha dela, agarrada com os ursinhos dela. – titia terminou rindo e me fazendo ficar aliviada.

- tudo bem. – papai falou suspirando. – amanha eu passo por la. – ele disse levantando-se e fui me despedir do vovô e da titia.

- tchau vovô. – falei beijando sua cabeça. – vou aparecer mais aqui.

- espero que sim filha. – ele falou e me abaixei para ele tambem beijar minha cabeça. – diga seu irmão que mandei um beijo, ele esta dormindo tão calmo que não tenho coragem de acordá-lo. – apenas acenei concordando com ele e fui me despedir de titia.

- tchau titia. – falei abraçando ela. – aparece la em casa tambem, por favor. – pedi manhosa. – leva o vovô, e meu priminho. – titia era casada com o tio Paul, eles tinham um filhinho, o Dan. Mas eles estavam viajando com a família do tio Paul, titia tinha que ficar e cuidar do vovô, enquanto minha outra tia a Rebecca não chegava da lua de mel dela com o Louis, já faziam três meses que eles haviam viajado, mas pelo que titia falou eles estavam voltando mês que vem.

- sim, eu vou aparecer. – ela falou beijando meus cabelos e sorrindo depois.

- vamos. – papai chamou da porta.

Entrei no carro do papai e titia me passou Joey, ele ficou bem encaixadinho no meu colo. Sorri. Meu irmãozinho era tão lindo e fofo. Eu o amava tanto, por isso sofria tanto pela separação dos meus pais, por mim não, mamãe estava feliz eu ficava feliz, mas Joey não, ele queria o papai com a gente e a ausência ele fazia meu irmão ficar muito triste, uma criança não deve ser triste.

O que mais anima ele é Cathy, ela tem uma mágica de animar e conquistar a todos, eu já amo aquela coisinha fofa e Joey é alucinado por ela como uma irmã mais nova pra cuidar e ainda assim uma boa amiga pra brincar.

- gostou? De passar o dia comigo, seu irmão, sua tia? – papai perguntou já dirigindo.

- muito. – falei concordando. – Joey ficou muito feliz papai.

- eu percebi. – ele disse sorrindo.

- por que já vai amanha?

- como assim? Eu tenho que ir filha. – ele disse me olhando. – tenho um emprego. – ele falou nervoso, ele estava mentindo.

- certo. – falei indiferente, mas minha vontade de chorar era grande. Por que meu pai não quer ficar com a gente por muito tempo. Eu sei que ele pode, ele esta de folga, por uma semana toda e só vem nos ver por um dia.

Abracei Joey apertado, ele seria o mais atingido amanha, passaria o dia triste. Já estava tentando não chorar e meus olhos começavam a arder.

- filha, vocês podem ir morar comigo. – ele disse carinhoso. Nunca.

- não. – falei sem olhar para ele. – não vou deixar minha mãe.

- e se seu irmão for?

- ele não vai. – falei apertando mais meu maninho.

- e se... – papai falou e parou de falar, ele me olhou, analisou e passou as mãos nos meus cabelos.

- e se o que?

- sua mãe, ela ainda me quer de volta? – ele perguntou meloso. O que? Agora ele quer voltar pra mamãe.

- acho que não. – falei analisando onde ele queria chegar. – por que?

- filha, eu quero minha família de volta. – ele falou me olhando. – não quer sua família de volta, não que ver seu irmão feliz novamente?

- eu... eu não sei. – falei chocada.

- pense nisso. Fale com sua mãe, se vocês quiserem, ela volta pra mim. – ele disse me olhando agora.

- eu vou.... vou pensar. – falei confusa. E agora?

Assim que o papai nos deixou em casa ele se foi, não quis entrar na nossa casa, ele só reforçou nosso pequeno dialogo, ele pediu para eu pensar e analisar o que é melhor para Joey, suspirei olhando para ele em meu colo, ele ia amar saber dessa noticia. Mas eu sei que isso não é o certo, mamãe não ficaria feliz e sinceramente, acho que eu tambem não ficaria feliz com nossa família reunida novamente.

Então será que realmente vale a pena? Fui entrando em casa e foi ai que vi uma cena que jamais esperava, ate desconfiava mas não esperava ver assim. ...Tão cedo. Mas acabei sorrindo e vibrando internamente, isso sim era o certo.