11 meses depois...

Eu e Jacob já estávamos com a data do casamento marcado, seria dali seis meses e eu também havia superado meu medo de estrada.

Havia uma coisa que estava me deixando com a pulga atrás da orelha, Jake viajava frequentemente e voltava sempre com mau humor. Virou super-protetor e teve uma época que ele nem me deixava andar sozinha por Forks, fora os telefonemas que ele recebia.

O Hospital estava uma maravilha, recebíamos pacientes de toda região, o que era orgulho para nossa cidade. Edward nem veio na inauguração, eu estava no lugar dele como diretora.

E por falar nele, não recebi muitos e-mails dele o que me deixava triste. Ele me disse que já estava aprendendo conviver com a dor, o que fazia eu suspeitar que logo o veria.

 Edward não me disse mais seu paradeiro, mas disse que estava em um lugar menos afastado. Ele me deixou feliz quando disse que viria ao meu casamento para ser padrinho, Jacob começou a demonstrar ciúmes a alguns meses atrás, eu achava isso bobo já que para mim, Edward não passava de um irmão.

Estava em minha casa vendo os convites que acabara de chegar, Jake estava em mais uma de suas viagens misteriosas da empresa cujo eu não sabia o nome, quando a campainha tocou.

Fui correndo abrir a porta pensando que era meu bebê, nem olhei no olho mágico para saber quem era. Estaquei.

Ele estava lá, com um semblante bem melhor do que da última vez que o vi. Um sorriso terno estava estampado em seu rosto.

-Não vai me cumprimentar Bella? –Edward disse abrindo os braços. Só então que percebi que estava a minutos ali parada.

-Edward! –Não aguentei, dei nele um abraço forte e cai no choro. –Você me deixou tão preocupada todos esses meses. –Ele acariciava minhas costas.

-Desculpe, fiquei abalado e não queria que ninguém viesse atrás de mim.

-Entre, temos muito que conversar.

Ele estava mais bonito do que antes, sua barba por fazer o deixava mais másculo.

Ele agora enxugava minhas lágrimas com as pontas de seu dedo. Era tão bom ter a companhia dele, havia até me esquecido.

-Calma, calma. Está triste em me ver? –Ele deu um sorriso desapontado.

-Claro que não seu bobo. Eu estou é muito feliz, agora diz que veio para ficar até meu casamento? –Ele apareceu mais aliviado.

-Claro que sim.

-Temos tantas coisas para conversar, te considero um irmão e você poucas notícias me dá. Eu fiquei muito preocupada, sabia que você estava sofrendo, mas precisava ser incosequente de não me mandar seu paradeiro...

-Bella. –Edward interrompeu meu sermão. –Está parecendo minha mãe e não minha irmã. Entende que eu não poderia contar aonde iria se não você me mandaria cartas a cada três dias?

-Concordo, mas fiquei aqui pensando mais de um ano que você poderia cometer alguma besteira. Só Deus sabe como ficava quando chegava um e-mail seu. Tinha medo de abri-lo e nele constar uma despedida.

-Bella não sou inconsequente. Mas você entende que esse tempo foi bom para mim? Que agora minhas feridas estão amenizando e a dor dissipando. Espero eu, um dia poder seguir com minha vida como você está fazendo agora.

-Edward. –Disse colocando a palma de minha mão em sua bochecha. –Alice não gostaria que você freasse sua vida, agora que voltou pode tomar conta da diretoria do hospital e continuar sua vida.

Ficamos um minuto em silêncio.

-Obrigado Bella. Sabia que sempre poderia contar com ti. Você disse muitas coisas reconfortantes quando mais precisei e me ajudou mesmo eu estando afastado. Você não sabe como é importante para mim.

-Só retribui o que você fez por mim.

Passamos a tarde conversando. Ele parecia mais alegre e disse que tentaria permanecer na cidade e como não tinha casa para ficar e ofereci o quarto vago em meu apartamento. Jacob iria surtar um pouquinho, mas eu não deixaria meu amigo por ai.

Deixei-o a par de tudo o que estava acontecendo no hospital, mas isso era o assunto que ele estava menos interessado a saber. Ele queria encontrar uma casa onde fosse longe da que ele tinha vivido com Alice, Kelsie e Anne, pois não queria que suas cicatrizes abrissem novamente.

Antes de dormir liguei para Jacob para contar da novidade e que nossos convites haviam chegado. Ele não ficou muito feliz com a notícia alegando que havia um homem que estava morando em baixo do teto de uma mulher noiva. Falei que ele estava enganado e que Edward, para mim, fazia parte da família. Tivemos uma briga e ele foi grosso comigo dizendo que quando chegasse em casa conversaríamos e que não podia falar que estava ocupado.

Isso era outra coisa que estava me intrigando, ele nunca podia falar comigo quando estava em viagens de negócios. Taylor também não atendia nem retornava minhas ligações. Isso era estranho. Vira e mexe estava pensando se era possível Jacob estar me traindo a mais de um ano.

Não, isso devia ser impossível. Eu o amava e ele me amava. Éramos o par perfeito.

Teria de dar uma passadinha no hospital, afinal teoricamente eu ainda comandava no lugar de Edward. Falando nele havia um bilhete de Edward pregado na geladeira.

“Oi Bella, bom dia!

Fui dar uma volta para espairecer e ver um carro. Ficar sem meio locomotor não dá.

Obrigado por tudo.

 Edward.”

Ele era tão fofo. Eu amava o amigo que tinha. No dia anterior eu havia dado uma cópia da chave do apartamento, então eu respondi ao bilhete dele e o coloquei ao lado do que ele me deixou.

“Bom dia Edward  =D

Virou escravo do carro? (risos)

Que tal almoçarmos juntos? Me ligue, você já tem o número do hospital e do meu celular.

Beijos, Bella”

Eu estava tão feliz que Edward tinha voltado, parecia que não o via há séculos

Passei a manhã toda consultando e na parte da tarde teria uma cirurgia, ela sempre me deixavam nervosa e ansiosa. Claro que na minha profissão essas sensações não deveriam existir, mas saber que tinha a vida de um paciente em minhas mãos e a expectativa de sua família me deixava sentir esses sentimentos.

-Bom dia Dra. Bella. Tem alguém lhe esperando em sua sala. –Disse Jéssica, minha secretária e ex-colega do tempo da high school.

-Ok, obrigado Jéssica.

Entrei eufórica na sala pensando que era Edward, mas juro que me decepcionei ao ver que era ou Jake ou Taylor. De longe eles ainda eram irreconhecíveis para mim e isso não era bom, imagine eu agarrar Taylor pensando que era Jacob?!

-Bellita minha cunhadinha. –Então era Taylor, veio e me deu um abraço.

-Oi Taylor. Aconteceu alguma coisa? Cadê o Jacob? –Tudo bem que esperava que fosse Edward, mas Jacob ainda era meu noivo.

-Calma querida. –Ele disse sentando em minha frente à mesa. –Só eu estou em Forks. Jacob me pediu para avisá-la que só voltará no meio da semana.

-Ah, ok. Mas aconteceu algo com a empresa de vocês?

-Não, ainda bem. Mas ele ficou para fazer algumas vistorias lá. Mas que tal almoçarmos juntos? –Se eu falasse que iria almoçar com Edward, com certeza Taylor contaria para Jacob e nós brigaríamos mais uma vez.

-Desculpa, não vai dar. Fiquei de almoçar com um colega de profissão para discutirmos sobre novos projetos para o hospital de Forks. –Não deixava de ser verdade, Edward era médico, mas não garantia que conversaríamos sobre o hospital.

-Então fica para outro dia. Eu viajo de encontro a Jacob hoje logo após o almoço. Até mais Bella, e não fique brava com Jacob por ciúmes. Ele te ama. –Taylor me deu um beijo na bochecha e se foi.

Ele me deixou com peso na consciência. Fazendo-me parecer culpada pela briga com Jake, mas não era culpa minha se ele tinha um ciúme incubado desde sempre por Edward.

A manhã voou e logo eu estava me preparando para ir almoçar com Edward. Mas meu telefone tocou.

-Alô.

-Oi amor. Tudo bem com você?

-Jake. Tudo sim, quando você volta?

-Provavelmente quarta, mas não me espere. O trabalho por aqui está puxado.

-Uhum. Hoje falei com Taylor.

-Ah sim, ele já me contou. E Edward em sua casa está te respeitando? –Eu não acreditei quando ele disse isso.

-Você não falou isso. Como pode pensar em Edward dessa forma, ele era casado com minha melhor amiga ele é meu melhor amigo. –Disse irritada, o ciúme dele já estava me irritando.

-Ok, desculpe. Minha intenção não era te irritar. Devo estar atrasando o seu almoço de trabalho.

-Acha, é só que você está sentindo um ciúme sem fundamento.

-Bella, não esqueça que independente do que acontecer eu te amo.

-Não esquecerei. Também te amo.

Desligamos o telefone. Ele me pareceu tão triste em suas últimas palavras, eu também o amava, mas aquele homem calmo e amoroso por quem me apaixonei, estava se desfazendo aos poucos.

Eu sentia que ele estava com algum problema, mas nunca me falava nada e não poderia nem cogitar a idéia de ir perguntar a Taylor se ele sabia de alguma coisa para eu ajudar seu irmão.

Com esse pensamento sai de minha sala e encontrei Edward de costas para mim conversando com Jéssica. Estava tão triste que me deu vontade de chorar.

Ele virou assim que escutou a porta atrás de mim se fechar.

-Oi Bella, como está? –Veio em minha direção e me deu um abraço.

-Oi, vamos conversar.

-Aconteceu algo e você irá me contar. E quero te mostrar uma coisa.

Caminhamos até a rua onde estava estacionado um lindo Volvo chumbo. Eu tive que rir, ele era a cara de Edward.

-Gostou?

-Adorei, acho que este carro foi feito para você. –Nós rimos, era tão bom estar perto de Edward novamente.

Chegamos ao restaurante muito rápido. Logo já estávamos sentados fazendo nosso pedido.

-Então Bella, o que aconteceu que você estava quase chorando quando fui te pegar? –Respirei fundo antes de começar.

-Sabe Edward, Jake mudou muito desde que começamos a namorar. Antes ele era doce, amável e não fazias essas viagens que duram até três semanas. Ele está muito esquisito, e isso está me chateando.

-Você já parou para pensar que às vezes ele faz isso sem pensar, tipo te chatear. Experimente falar com ele, talvez ele lhe explique o que realmente está acontecendo.

-Obrigada pelo conselho. Mas receio que ele não irá me explicar tudo tão facilmente.

-Acha, sabe que sempre que precisar é só contar. A propósito, hoje irei começar a ver uma casa para mim. Acho que tiro sua liberdade, e receio que Jake fique um pouco enciumado por isso.

-Larga de bobeira Edward, você pode ficar em minha casa até quando quiser.