Quando despertei de meu sono no hospital, encontrei um anjo de cabelos bronze e olhos verdes ao pé de minha cama.

-Olá me chamo Dr. Cullen. Está se sentindo bem?

-Oi .-Disse com a voz um pouco rouca. –Não muito bem. Onde estão meus pais?

-Ah...Eles estão na cantina, mas irei chamá-los depois que te examinar.

Realmente foi um check-up. Dr. Cullen era muito simpático e me contou que era novo na cidade, e que era casado e tinha duas filhas.

Mas ele falou tudo isso para tentar fazer com que esquece-se do que realmente havia acontecido.

[flashback on]

Estávamos no carro voltando de uma balada em Seatle. Eu, meu namorado Michael, Angela minha melhor amiga, Kellan amigo de Mich e a menina que ele estava ficando Jéssica que era muito legal. 

Kell estava no volante e no banco do acompanhante estava Jéssica, quando algo cortou a frente do carro. Kellan freou bruscamente e o carro capotou.

 Lembro de que como eu estava no lado da janela e sem cinto, a porta abriu e eu cai. Olhei para o lado a tempo de ver o carro cair em uma ribanceira e explodir.

[...]

Acordei duas semanas depois, histérica e me sedaram. Lembro de ter sido um Dr. que me atendeu, mas ele me parecia mais velho e de cabelos brancos.

[flashback off]

-Bella! Bella!

Dr. Cullen me chamava, eu despertei de meus devaneios chorando que nem louca.

Percebi que tudo era verdade. Meu namorado e meus amigos haviam morrido no acidente e só eu havia sobrado.

Adormeci.

-Bella, querida. –Era voz de minha mãe me acordando.

Abri meus olhos e vi meu pai aos pés de minha cama e minha mãe me abraçando.

-Mãe... -Consegui murmurar.

-Filha! –Meu pai também me abraçou.

-Querida controle-se, ou irão te sedar novamente. E sei que não é isso que você quer.

Concordei com a cabeça, pois não queria ser sedada por mais um dia. Dr. Cullen entrou na sala.

-Vejo que já acordou. Peço que os senhores se retirem para eu realizar mais alguns exames, e se tudo estiver ok, amanhã você terá alta. –Vi meus pais se retiram do quarto e eu ficar a sós com o Dr. –Quer falar sobre o acidente?Te  encaminharei a uma psicóloga.

-Não. Não quero falar sobre o acidente nem freqüentar uma psicóloga.

-Creio que com a psicóloga será necessário, já que tinha laços muito fortes com as pessoas presentes no carro.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu tinha tido a minha primeira vez com Michael, um mês antes do acidente.

-Bella, acho melhor mudarmos de assunto. Animada para voltar para casa? –Tirando uma faixa da minha cabeça que nem percebi que estava ali.

-Não. Sabe, tudo será mais complicado sem eles na escola. –Disse chorando.

-Eu sei. Por isso terá que fazer acompanhamento. Minha esposa é psicóloga, e sei que ela te ajudará.

Concordei coma a cabeça, acho que seria mesmo necessário ajuda.

Fui para casa no outro dia e ele passou muito arrastado.

Na quarta à tarde, fui com minha mãe até a psicóloga que Dr. Cullen havia indicado.

Na plaquinha da porta estava escrito Dra. Alice Brandon Cullen. Bati na porta e ela pediu para eu entrar.

Ela era baixinha com os cabelos curtos e longos. Parecia muito simpática e me soltou um sorriso, que transpareceu segurança. O que era bom.

-Você deve ser Isabella. Sente-se aqui. –Ela me indicou uma poltrona de couro preta. –Quero que saiba que serei sua amiga e que pode me ligar para conversar sempre que quiser.

-Tudo bem. Mas pode me chamar de Bella.

-Ok. Que tal começarmos falando de seus medos?

-Meu medo maior no momento é falar do acidente. - Disse com os olhos cheios de lágrimas.

-Para isso estou aqui. Ajudar-te a vencer seus medos e vencer qualquer trauma que o “ocorrido” pode fazer você ter.

...

Seis meses se passaram e eu iria a minha última sessão. Alice tinha literalmente virado minha melhor amiga, e eu dela. Nós frequentávamos uma a casa da outra.

Ela tinha duas lindas filhas com Edward. Kelsie que tinha oito anos e havia puxado ao pai na aparência e Anne que tinha quatro anos e havia puxado a Alice.

Quando recebi a carta que dizia que eu estava na universidade, não pude deixar de pensar em Michael e meus amigos.

Eu tinha me recuperado e passado na faculdade de medicina. Era tudo o que eu sonhava.

4 anos depois...

Minha formatura foi perfeita, todos meus amigos estavam lá...Alice e Edward juntamente com suas filhas, Embry, Quill...enfim todos mesmo. E Jacob, um amigo que se tornou muito especial para mim. Ele na semana seguinte iria viajar para fazer especialização em engenharia mecânica.

Agora eu era médica cardiologista, voltaria para Forks abrir minha clínica, já que a cidade não tinha nenhuma de cardiologia. Com certeza ganharia bem, pois as pessoas da cidade precisavam ir até Port Angeles quando precisavam de um médico especialista em algo.

Moraria em um apartamento que meus pais me deram.

Então me lembrei de Michael. Era para eu estar compartilhando esse momento feliz de minha vida com ele.

Cortei esse pensamento antes que me deixasse completamente triste.

Algumas semanas depois chegou uma carta em meu apartamento comunicando-me que abririam um hospital em Forks, e que gostariam que eu fizesse parte da equipe. E não sei por que me surpreendi quando li Edward Anthony Cullen assinando como diretor do hospital.

Resolvi então ligar para ele, que no terceiro toque atendeu.

-Edward. Acho que você poderia me explicar sobre uma carta que chegou em casa dizendo que quer que eu faça parte do grupo médico de um novo hospital.

-Ah, você já recebeu a carta. –Ouvi a risadinha dele do outro lado da linha. –Bom, achei que ela ficou clara, mas então, você aceita? Alice também irá trabalhar lá.

-Ok, mas e minha clínica? Não posso abandoná-la.

-Bella, você poderá montar seus horários. Se você desejar meio expediente ou até mesmo dia sim e dia não irei aceitar. Só quero que você faça parte da equipe. Quando contei que te chamei para trabalhar no hospital, Alice ficou eufórica com a idéia de vocês trabalharem no mesmo local. Você não irá negar essa proposta né!?

-Não, claro que não. Proposta aceita.

-Ótimo segunda tenho uma reunião para falar sobre isso, e logo na terça te ligo para mais informações, ok?

-Ok, até mais Edward.

Não estava acreditando, eu iria trabalhar em um hospital, junto com Alice e Edward, meus amigos tão queridos que eu devo minha recuperação pós-acidente.

Pensando nisso, lembrei-me que no dia seguinte faria cinco anos da morte de meus amigos. Lágrimas descerem pela minha face involuntariamente. Peguei meu celular e fui discar para a pessoa que mais me compreendia nesse assunto. Alice.

-Oi, Allie.

-Oi, Bella. Impressão minha ou você estava chorando?

-Preciso falar com você. Amanhã irá fazer cinco anos do acidente, estou com medo de ter uma recaída e chorar mais.

-Calma Bella. Vamos fazer o seguinte, hoje as meninas irão a uma apresentação de Ballé em Port Angeles, e eu irei levá-las. Estarei de volta oito e meia da noite, então, quando eu chegar eu passo na sua casa para nós conversarmos. Prometo que irei. Ok!?

-Ok!? Obrigado por tudo Allie.

-De nada flor. Até.

Senti-me bem mais aliviada depois de falar com ela. Se não fosse pela nossa pouca diferença de idade, poderia considerar Alice uma mãe, mas como não dava, a considerava como uma irmã mais velha.

Resolvi ir tomar um banho e comer algo para ir dando uma relaxada e esperar Alice.

Preparei um macarrão como janta e comi, quando olhei no relógio eram oito horas. Preferi esperar Alice sentada na sala assistindo, tentando pelo menos já que a imagem me Michael e meus amigos não saia de minha cabeça, TV.

A novela acabou e fui olhar no relógio, marcava dez e quinze da noite. Comecei a ficar com a pulga atrás da orelha. Se Allie não fosse vir ou atrasaria ela com certeza me ligaria para avisar.

Fui checar a minha caixa de mensagens no celular. Nada. Nem uma ligação de minha amiga confidente.

Olhei novamente no relógio e já marcavam dez horas.

Se ela demorasse mais dez minutos ligaria para saber o que havia acontecido. Afinal Alice tinha duas filhas pequenas, poderia ter acontecido um imprevisto e ela se esqueceu de me avisar que não viria mais.

Resolvi ligar sem esperar os dez minutos.

O celular Dela deu que estava fora de área. Achei muito estranho, então resolvi ligar para Edward.

No quarto toque ele me atendeu e sua voz me assustou.

-Bella. Bella. –Ele estava chorando? Fiquei apavorada.

-E...Edward. O que aconteceu?

-Uma coisa desastrosa. Realmente não sei mais o que será de minha vida sem Alice e as meninas.

-O que você quer dizer sem Alice e as meninas?

Uma angústia tomou conta de mim, senti um nó em minha garganta.

-Alice estava voltando de Port Angeles com as meninas e parece que algo cortou a frente delas. O carro caiu na ribanceira e explodiu.

Flashbacks vinham em minha mente com uma velocidade irreal.

-Onde você está Edward?

-Na minha casa.

-Ok, estou indo para aí já.

Só retirei o short que eu estava e coloquei uma calça. Peguei meu carro e fui a tempo record a casa de Alice e Edward.