Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 32
Capítulo 30; Mensagens, E-mails e Youtube


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo eu tentei retratar algo que acho importante pra mim. Muita gente (fãs do Avenged inclusive) não gosta da Leana, por que dizem que ela é puta e etc. Eu sou fã da Leana (minha Licelinds tbm ♥) e sabemos como é horrível essa imagem que as pessoas levam dela. Como tento retratar cada acontecimento nessa FIC, achei viável criar algo que pudesse sair em defesa de Leana neste caso também. Pode parecer meio ridículo, mas eu estava comendo alcaçuz quando de repente surgiu na minha cabeça a idéia desse capitulo. E espero que gostem tanto quanto eu de como estou tentando retratar o fato de chamarem-na de Puta. Vai ficar meio no suspense o fim, a continuação é só no próximo. E pode ser que fiquem confusos, mas com certeza vai fazer sentido.



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;JAMES SULLIVAN;

            Era mais uma das reuniões da banda. Estávamos na casa de Zacky e esperávamos entrar em um acordo quanto ao fato de irmos ou não tocar onde o anão havia nos proposto. O quarto de Zacky não era grande mas cabia todos nós. As janelas estavam fechadas e o aquecedor estava fazendo um barulho quase tão alto quanto as vozes. Zacky havia peço perdão por não podermos ficar na sala, onde sua mãe estava agora conversando com familiares.

- Desculpem mesmo. – Zacky pediu novamente, se sentando em sua cama. O quarto era mais escuro que o meu, e trazia um ar hostil, mas era um lugar arejado e ao mesmo tempo quente. Não era ruim. Nas paredes pôsteres desbotados de milhares de bandas, e jogados sobre a mesa do computador, milhares de capas de CDs e um bloco de folhas onde Zacky anotava seus acordes favoritos. Leana estava em uma cadeira de mesa de cozinha, no canto perto da porta. Ela não estava radiante como de costume, seu olhar sugeria terror. E eu ainda não sabia o por que daquilo. Matt Wendt estava conosco, ele não falara nada desde que chegou aqui. Synyster também havia chegado, mas este estava conversando com Mich agora, a irmã de Val, e todos notaram que um clima pairou sobre o rosto iluminado dela.

- Tudo bem Zacky. – Disse Shadows, puxando Val para seu colo.

- O que a Leana tem? – Perguntou-me Johnny sutilmente, em um sussurro.

- Não sei, achei que só eu tinha notado a diferença do humor dela. – Respondi.

- Porra grandão, a Leana sempre esta feliz. É impossível não notar uma diferença de humor. – Ele falou em seguida, apertou o queixo com uma expressão pensativa. – parece que ela ta com medo. Tipo medo de você... Ela nem chegou a te abraçar, alem do mais, parece que o Wendt de repente se tornou uma ameaça pra ela.

            E então só naquele segundo que o Anão falou aquilo em tom de zombaria que notei que parecia realmente uma verdade. Matt Wendt não estava falando, mas hora ou outra ele disparava um olhar em direção de Leana que a fazia parecer menor do que de costume, ele olhava em sentido oposto como se não quisesse olhá-lo diretamente. E eu, estava o mais distante de Leana que provavelmente a sala permitia, e quando ela chegou, beijou meu rosto e disparou um oi com rapidez, como se não estivesse afim de conversar. Entreguei à Johnny o copo de vinho que Zacky havia nos dado, e caminhei até Leana com as mãos nos bolsos.

            Talvez o fato de ela parecer temerosa quanto a mim e ao Wendt, era só uma... Loucura.

- Oi. – Apoiei-me na porta e olhei pra ela.

- Olá.

- Você não parece legal... – Falei me agachando para poder olhá-la mais de perto. – Esta tudo bem? Aconteceu alguma coisa no colégio? Com seus pais? O Ronnie?

- Não... – Ela passou a mão no cabelo. – ta tudo legal sim.

- Leana. – A firmeza em meu tom de voz fez com que, pela primeira vez desde que chegamos ali, ela me olhasse nos olhos. – eu sei que tem algo errado, e não sou o único a notar. Sou seu namorado, só quero que confie em mim e...

- Ora, Ora, os dois pombinhos mais lindos. – Wendt apareceu por trás de mim, um sorriso no rosto. – vi suas últimas composições Sullivan, estão tão... Apaixonadas. Leana com certeza influenciou muito.

- É. – Falei secamente. Eu sabia que devia estar em harmonia com todos na banda, mas o fato de Matt Wendt ser ex de Leana não me descia na garganta, e aquele sarcasmo dele só piorava.

- Tudo bom com você Lea? – Perguntou Wendt com um tom surpreso. Cerrei as mãos em pulso quando ouvi ele chamá-la de Lea; Idiota eu sei. – Tome.

            Ele lhe entregou um copo de vinho.

- Não quero. – Ela empurrou e então olhou pra mim, em seus olhos um desespero confuso, um pedido de socorro em silencio.

- Sabe Sullivan... – Começou Wendt. – a Leana era tão diferente na minha época.

- Eu não me importo de como ela era, só me importo com o que ela é agora. Minha namorada. – Respondi estridente.

- Não cara eu sei, mas digo tipo... Ela era realmente diferente. – Um brilho cortou o olhar de Wendt, um desejo brilhando, quase como vingança. – ela tinha outra fama lá na cidade... Hoje ela parece uma santa.

- Ela é uma santa pra mim. – Falei.

- Ela não era uma santa, propriamente dizendo... Leana costumava estar na cama de todos os caras. – Wendt estava olhando pra ela. Vi-a fechar os olhos, era aquilo que ela estava temendo tanto. – por dinheiro.

            De repente me vi empurrando Wendt pra trás, ele me encarou e nesse exato segundo todos no quarto se calaram para nos olhar.

- Ou, calma cara... Que foi? – Ele perguntou.

- Caralho você quer o que? Tá prestes a chamar minha namorada de puta. – Gritei. Leana se levantou, e antes que eu pudesse pedir para que ela ficasse, a porta bateu em um som oco. Todos ficaram nos olhando.

- Vamos parar com isso. – Shadows logo estava entre nós dois, alternando olhares entre minha expressão e a de Wendt.

Naquele momento meu maior desejo era socar a cara de Matt Wendt, mas isso estragaria tudo. Toda a suposta harmonia que Shadows desejava para a banda.

Três horas mais cedo.

;LEANA SILVER;

            Estava a caminho do mercado, por que após ir ao correio buscar uma encomenda que meus pais me enviaram eu estava radiante de felicidade. Eles haviam me mandando dinheiro, e chegou em boa hora, por que a conta de luz do apartamento estava sem pagar, e eu sobrevivia dos centavos para comer. Não queria pedir dinheiro ao Jimmy, por mais que ele quisesse me ajudar. Passe no supermercado e resolvi comprar tudo aquilo que eu gostava, desde cereal até sorvete. Estava escolhendo o sabor do sorvete, Flocos ou Baunilha quando ouvi uma voz me chamar. Virei-me e dei de cara com Matt. Matt Wendt.

- Oi. – Disse ele sorridente. Estava segurando um cesto de mercado, com pão e queijo.

- Oi. – Falei me virando rapidamente e escolhendo Baunilha, a fim de sair logo dali. – eu tenho que ir.

- Você não tinha tanta pressa assim quando namorávamos. – Disse.

- É. Mas não namoramos mais. – Respondi.

- Ontem o Stevan me telefonou. – Disse ele, um sorrisinho maroto sambando na face. Stevan. Aquele nome me atingiu como uma bola de basquete na testa. – contei a ele que por acaso havia te encontrado aqui... Ele perguntou se seu apelido ainda era o mesmo.

            Respirei fundo, sentindo-me tonta.

- Não tem graça. – Falei encarando-a, e tentando usar o resto de força que tinha para encarar a situação. – você vai me infernizar para o resto da vida?

- É só que seu vídeo ainda tem milhões de acesso. Todos na cidade ainda te conhecem por... Bem, você sabe... – Ele me encarou. Olhei para seu rosto, aquela pele bronzeada e pensei como fui capaz de amar tanto Wendt antes, hoje parecia repulsivo. – Stevan perguntou se você tem uma hora pra ele.

- Idiota! – Gritei.

- Ou... – Ele fingiu se ofender. – não fui eu quem disse nada, foi ele. Além do mais eu não dei seu telefone pra ele... Seria capaz dele querer você todas as noites na casa dele. Você sabe... Ele tem dinheiro pra te pagar e...

- Como você se tornou tão baixo? – Perguntei sentindo-me enojada. – quando foi que você se tornou isso?

- Não fui eu quem espalhou um vídeo um tanto quanto comprometedor na internet Leana, foi você. Você pode se mudar quantas vezes quiser, mas nunca perderá a imagem que conquistou na sua cidade. A imagem de puta.

            Não havia notado que a fúria tinha me consumido com tanta rapidez, e logo dei-lhe um tapa no rosto. Ele me encarou, estupefato, sem acreditar.

- Não sei o que se passava em minha cabeça quando aceitei te namorar, não sei por que. As vezes eu te olho e tento recordar o que foi que me fez se apaixonar por você, mas a cada dia que passa eu só consigo não me lembrar mais do motivo. – Falei, e antes que pudesse escutar mais alguma coisa que não queria, virei-me e caminhei para o caixa sabendo que ele sentia-se envergonhado. Pelo menos por enquanto.

-

;JAMES SULLIVAN;


- Opa, chega. – Brian estava me puxando pra perto dele e longe dos outros. – que isso cara?

- Brian você não ouviu a maneira que ele estava falando comigo, como ele estava tratando da Lea. – Falei, Shadows estava vindo em nossa direção.

- Vamos resolver com ele mais tarde. – Era um tom ameaçador, do tipo que uma Leoa usaria para proteger os filhotes caso falasse, mas Brian não era uma Leoa. E eu não era seus filhotes...

- Jimmy. – Shadows me pegou pelo braço. – qual é o problema? Achei que fosse arrancar a cabeça do Matt fora, usando os dentes.

- Eu ia. – Respirei fundo. – eu ia mesmo.

- Vem cá Sullivan seu babaca! – Wendt gritou empurrando Zacky e vindo pra cima de mim.

- Não! Não! – Gritaram em uníssono. – Cerrando o punho soquei o nariz de Wendt, ele cambaleou pra trás e se lançou contra mim, fazendo-me bater de costas na parede. Empurrei-o de volta com um chute, e joguei-o contra a outra parede, fazendo-o cair e rasgar metade do rosto de Kurt Cobain do Nirvana. Ele chutou-me na barriga, fazendo-me cair pra trás no chão. Ele pulou pra cima de mim, e novamente soquei seu nariz. Wendt fechou as mãos em volta da minha garganta, apertando-as. Chutei-o outra vez, ele cambaleou pra trás.

- Para porra! – Shadows segurou-me pelos ombros. Senti meu estomago latejar de dor com o chute que levei. Zacky e Brian haviam empurrado Wendt para o outro lado do quarto. – Saia daqui agora Jimmy, a gente se fala quando a poeira baixar. Quando notei haviam me posto pra fora do quarto.

            Desci as escadas cegamente sem querer olhar pra trás, e só parei quando atravessei a porta, e senti a chuva forte me molhando todo. Do outro lado da rua estava Leana, parada na chuva no ponto de ônibus esperando. Corri até ela, e a vi enxugar parte das lagrimas quando alcancei-a.

- Que isso? – Perguntou ela mudando a expressão de choro para surpresa. – tem sangue no seu rosto?

            Ela tocou minha camiseta. Sangue de Wendt.

- Ouve uma breve discussão lá. – Dei de ombros. Ela pareceu se sentir culpada.

- Não devia ter... Não devia ter comprado minha briga. – Lamentou ela, enfim.

- Então a briga é sua. – Abri um sorriso de lado. – quero entender por que.

- Não Jimmy. Não quero conversar sobre isso... – Ela virou o rosto.

- Tem algo a ver com o namoro de vocês? Por isso ele ainda a perturba? – Perguntei pegando seu queixo, e fazendo-a me encarar.

- Não. – Disse ela.

- Vocês... Tiveram algo mais forte no relacionamento de vocês? Quero dizer, você fez algo pra ele, que ele possa usar contra você? – Perguntei. – você me parecia ameaçada.

- Eu não quero falar sobre is...

- Por favor Lea. – Senti algo dentro de mim derreter, como se a qualquer momento eu pudesse cair em prantos. – eu odeio ver você assim, e preciso entender por que essa vulnerabilidade toda perto do Wendt.

- Podemos nos falar mais tarde. – Ela ergueu a mão e deu sinal para o ônibus.

- Eu te levo de carro... – Falei. Mas ela entrou no ônibus sem responder. Fiquei ali na chuva por mais tempo, tentando entender o que era que Wendt tinha, que tipo de poder ele poderia usar contra ela. Então caminhei para meu carro, e lá me tranquei, ligando o ar condicionado no máximo. Dirigindo pra casa, continuei tentando montar este quebra cabeça. Brian estava me ligando.

- Fala. – Atendi.

- Onde você ta mano? – Quis saber ele.

- Estou quase em casa...

- O Wendt já foi embora cara, você devia ter esperado lá na sala ou sei lá, o Zacky ta se sentindo uma merda.

- Quando eu chegar em casa, te ligo mais tarde. Faça um favor pra mim? – Perguntei.

- Diga.

- Tente fazer com que Zacky não se sinta uma merda. – Respondi e desliguei. Estacionei e desliguei o ar frio, e então espirrei. Sentindo o corpo mole, e a febre queimando minha pele por baixo das roupas. Andei até meu quarto, passando por minha mãe sentada na sala que inesperadamente me deu um ‘Oi’, cujo ficara sem respostas. Me tranquei no quarto, tirei a camisa e quando fui arrancando as calças ensopadas meu celular apitou. Era uma mensagem de um numero restrito.

Abra seu e-mail, se for capaz.

            Fiquei relendo aquilo por uns quinze minutos tentando tomar consciência daquela brincadeira de mal gosto. Então atirei minhas roupas molhadas no chão do banheiro, vesti moletons secos e me enfiei debaixo das cobertas, desejando dormir e esquecer a mensagem. Até que consegui cochilar por cerca de meia hora, mas logo que acordei a idéia de ignorar a mensagem me parecia ridícula. Me arrastei até a sala de estar, onde o Notebook de minha mãe estava em cima da mesa, liguei-o e esperei que carregasse tudo até abrir minha pagina de e-mail. Fora os anúncios, propagandas, e correntes ridículas, encontrei um e-mail. De Matt Wendt, e logo percebi que era idiotice abri-lo.

            Mas o que eu estaria perdendo caso o fizesse? Talvez para se vingar do nariz quebrado ele teria me enviando um vírus potente para explodir meu computador. Mas o Notebook não era meu mesmo. Que se dane! Pensei comigo mesmo, abrindo o e-mail. Primeiro tinha uma frase:

            Eu não me responsabilizo pelo que você verá, e sinto muito caso você espanque alguém depois disso. Só espero que não seja eu. Por que sou legal, e estou te mostrando isso.

Matt Wendt

E logo abaixo um link de um vídeo postado no Youtube, a cerca de dois anos atrás. Ao abrir o link me deparei com um vídeo agora trancado, o usuário não planejava mostrá-lo mais para o mundo, mas de alguma forma ele estava aberto pra mim. Enquanto esperava carregar, descendo a barra de rolagem, li vários comentários insinuando coisas de baixo calão. Frases como “Se deu mal putinha” ou “Ela bem que é gostosa, podia vir aqui em casa fazer um vídeo comigo também :P”. O vídeo carregou e comecei a assisti-lo. Primeiro um cara estava rindo, apoiando a câmera em cima de uma mesa, atrás de uma toalha. Ele ficou falando diversas vezes a mesma coisa “Legal. Vamos brincar” Então cerca de cinco minutos depois, ele estava despido com uma garota embaixo dele. Ela gritava, gemia, e se contorcia por debaixo dele. E sinceramente eu teria ignorado aquela merda de vídeo caso não sentisse que era importante por algum motivo.

Fiquei atento a cada cena ridícula, a cada movimento dos dois, até que por fim ele empurrou ela pro outro lado da cama e sorriu dizendo “Leana você é maravilhosa”. Minhas mãos começaram a tremer, meu coração acelerar, e meus olhos encheram-se de lágrimas. Minha menina ingênua do interior; Leana. Ela estava com outro cara, em uma cama, sem roupa. E eu não conseguia entender por quê, que aquilo tinha acontecido. Leana nunca mencionou não ser virgem, apesar de eu sempre olhar pra ela e ter extrema certeza de que ela era. Mas não. Estava enganado. Empurrei o Notebook, fazendo-o voar da mesa e cair no chão. Meu peito estufou de dor, e então cego eu telefonei pra ela.

- Alô, oi Jimmy. – Disse ela. – me desculpe por hoje mais cedo... Desculpe-me mesmo.

- Leana. – Vociferei. – precisamos conversar.            

            E pela primeira vez desde que eu conhecera Leana...

Eu desliguei na cara dela.


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Notas finais do capítulo

Agora vamos esperar o próximo capitulo para que tudo faça um pouquinho de sentindo *-*



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