The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 39
35.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite haha :3 Bom, to aproveitando meu final de semana né... Enfim, quem aí vai no show? Gente, eu vou!1!! Nem to acreditando que eu vou ver o Biebs *------* Enfim, eu passei em física também gente õ/ HUSAHSUHA foi um sofrimento aquele tempo que eu fiquei longe do pc por causa da maldita física -.-' Whatever, espero que gostem :3



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- Miranda

     Rolei na cama novamente, exausta, mas sem sono. “Não pode sair de casa desse jeito! Ficamos preocupados!”, repassei a longa conversa que tive com meus pais. Não foi bem uma conversa, já que só eles falavam e eu escutava. Nem isso, somente minha mãe falou. Meu pai parecia bastante acanhado para dizer qualquer outra coisa.

     No fundo, eu sabia que ele não havia dito aquilo por mal. Mas não comentei nada, já que ele poderia voltar à gritaria se eu dissesse que estava tudo bem. E eu cansei da gritaria. Naquele momento, tudo o que eu queria era paz.

     O dia anterior fora estressante, tanto que eu mal conseguira dormir à noite e agora estava rolando na cama, às seis da manhã. O resultado do processo sairia ainda naquele dia e o nervosismo me corroía por dentro. Eu me sentia meio que entre a cruz e a espada.

     Saí do quarto e fui andar pela casa. Aquele friozinho matinal me fazia lembrar o Brasil, o frio que se sentia logo pela manhã, bem cedo e, depois, o calor infernal. Sorri um pouco para as paredes.

     Talvez, independente do resultado, eu pudesse achar algo bom nisso. Talvez voltar para casa fosse uma boa solução... Parei na frente do espelho e arrumei o cabelo. Olhei para a pulseira em meu pulso, os pingentes balançando. Não, a palavra ecoou em minha mente. Não valia a pena.

     Um sorriso bobo brotou em meus lábios.

     - Isso tem nome, não tem? – Levei um susto ao ouvir a voz de Norah. Virei-me para ela, sorrindo fraco. – Vem tomar um café comigo... Temos muito que colocar em dia. – Disse, passando a mão na barriga. Não havia notado, mas já havia certo volume ali. Pouco, mas havia.

- Justin

     - Jus? Justin... Bieber! – Voltei à terra quando Scooter gritou. Olhei com cara feia para ele.

     - Não precisava gritar...

     - Claro que não precisava, mas se você me ouvisse seria muito melhor, não seria? – Ironizou.

     - O que foi?

     - Entra no carro! – Ele fez um movimento afobado. Olhei em volta e percebi que ainda estávamos no estacionamento da gravadora. Sorri, sem graça e entrei no carro. Isso já estava ficando repetitivo, mas eu sabia muito bem o que me fazia ficar assim. – Já estamos cinco minutos atrasados! A coletiva começa daqui a pouco...

     - Coletiva?! – Perguntei, prestando atenção de repente.

     - Claro! Temos um show em janeiro, uma turnê para começar... As pessoas estão curiosas, Bieber. – Respondeu, como se aquilo fosse óbvio e eu tivesse algum problema mental.

     - Hm... Odeio coletivas. Gosto de responder minhas fãs, não os tabloides. – Murmurei.

     - Pense assim: as revistas acompanham a reação das suas fãs, logo, as revistas sabem o que as meninas querem saber. – Simplificou ele, sorrindo novamente.

     Murmurei algo e me ajeitei no banco. Peguei o celular e troquei algumas mensagens com Ryan.

     “Por que não conta ao mundo sobre seu namoro na coletiva de hoje?”, perguntou. “Não sei... Nós nem conversamos sobre isso ainda...”, respondi. “Idiota.”, foi só o que ele escreveu e paramos de mandar mensagens.  Fiquei pensando, pensando até cansar. Não havia chegado a uma decisão, mas mesmo assim mandei uma mensagem a Miranda, pedindo que fosse assistir à coletiva.

     Como de costume, o saguão do hotel estava lotado de um misto de fãs, jornalistas e hóspedes confusos. Kenny abriu um corredor polonês para que eu pudesse ir para a salinha reservada para a concentração da produção.

     Não deu mais que cinco minutos e já me empurraram para cima do palco montado ali. Scooter e Ry Good me acompanharam. 

     - Boa tarde. – Sorri.

     - Boa tarde. – Todos responderam em uníssono. Silêncio. Alguns fleches e murmúrios.

     Um repórter levantou-se, de repente. Parecia determinado a arrancar algo de mim, parecia que estava pronto para uma batalha.

     - Sim? – Perguntei, gentilmente.

     - Acho que não só eu, Justin, mas todos aqui presentes queremos saber quem é aquela garota.

     - Garota?

     - A misteriosa garota. – Corrigiu. – Você foi visto em momentos carinhosos com a menina. Então... Quem é ela? – Um outro cara correu até ele e lhe deu um controle. Na parede, ao fundo, uma tela branca desceu e um projetor projetou as fotos. – E então? – Insistiu, olhando fixamente para mim. Senti-me um réu sendo acusado pela promotoria.

     O ruído da porta da grande sala chamou a atenção de todos. Abri um grande sorriso. Ela olhou em volta, corando com a repentina atenção que ganhara. Ok, eu não tinha o direito de fazer o que faria a seguir, mas também já não estava mais aguentando.

     - É ou não é a garota mais linda do mundo? – Falei, sorrindo. Ela piscou e me fitou. Eu estava ferrado, sabia disso.

     Pude ouvir Kenny murmurando e sair correndo detrás do palco e indo correr até ela. Ele disse algo tipo: “Droga, Justin!” e saiu correndo. Só dois segundos depois, eu entendi. Todo mundo que estava ali, olhou para ela e de repente se aglomerou à sua volta, enchendo-a de perguntas, fotos etc.

     - Parabéns, JB. – Scooter murmurou e levantou, indo até o pequeno círculo. Kenny havia conseguido chegar até ela, e já estava controlando a situação. E, meio que carregada, ela chegou ao palco. Levantei e puxei-a para sentar numa das cadeiras vagas ao meu lado – o Ryan havia sumido para não sei onde.

     - Desculpe por isso. – Cochichei, enquanto ela sentava.

     - Depois eu te mato. Tem muita testemunha aqui. – Ela brincou (ou não). Abriu um sorriso e me fitou, meio que me perguntando o que era tudo aquilo.

     Nem hesitei. Apenas segurei seu rosto entre as mãos e puxei-a rapidamente para um selinho. Os murmúrios só aumentavam, a agitação era sensível dali. Separei-me dela e fiquei esperando sua reação. Ela apenas sorria, corou um pouco, mas o sorriso não sumira. Havia também um brilho diferente em seus olhos, não sabia o que era, mas gostava de ver.

     - Então... A tal garota. Qual seu nome? – Perguntou o mesmo repórter.

     - Qual seu nome? – Incentivei.

     - Meu nome é... Miranda Stephen. – Disse, um pouco hesitante. Abri um sorriso largo. Olhei para Scooter, que me fitava.

     Eu ainda estava ferrado.

~x~

     - Ainda não acredito que você fez isso. – Falou ela, sorrindo para a tela do notebook, que exibia um site de fofocas.

     - Mas eu fiz, então é melhor ir se acostumando. Daqui para frente vai ser difícil...

     - Então por que contou?

     - Isso era algo que eu já queria ter feito há muito tempo. – Admiti.

     - Agora é oficial. – Scooter entrou na sala, um pouco animado demais para estar bravo comigo.

     - É. – Concordei. – O que houve?

     - Vamos dar uma passadinha no Brasil. – Comemorou ele, com um sorriso enorme.

     - Sério? – Miranda pulou de animação.

     - Mais que sério... Marquei uma entrevista lá. – Ainda sorria.

     - Vou me apresentar lá? – Perguntei, um tanto distraído.

     - Não... Vai ficar por lá só uns dois dias... Ainda temos muito que ensaiar para o show... – Respondeu ele, meio vago, mas ainda assim animado.

     Olhei para a brasileirinha ali. Havia um brilho em seus olhos... Era muito claro que ela ia ser a pessoa mais animada para aquela viagem; ia querer mostrar tudo que tinha direito do Brasil. Mas gostei de ver a animação emanar dela. Ultimamente ela estava tão tristinha.

     - Quando a gente viaja? – Perguntei.

     - No final da tarde de amanhã. – Respondeu ele, prontamente.

     - Mas já?

     - Quanto mais cedo melhor. Agora vamos, tem uns animais esperando por você em casa. – Ralhou ele e nos puxou para fora da gravadora.

     - Vai querer ir comigo? – Sussurrei só para Miranda. Ela abriu um sorriso.

     - Achei que não ia convidar...

     - Não sou nem louco...

     - Mas eu vou pagar tudo que for despesa minha! – Exigiu ela. Apenas sorri e neguei com a cabeça. – Vou sim!

     - Não vai não senhora! Estará indo como minha convidada, não vai pagar nada. – Falei, com um tom definitivo. Ela abriu a boca para protestar, mas logo a fechou. Sorri, vitorioso. – Vamos dar um oi aos meus animais. – Falei, abrindo a porta do carro para ela.

~x~

     - Vocês não podem ser menos grudentos? – Gritou Ryan, jogando a cabeça para trás, jogando o controle em cima do sofá.

     - Hm, não. A gente não pode. – Falei, apertando mais o abraço em volta da cintura de Miranda. Chris nos olhava de um modo estranho, como se estivesse incomodado. Desviei minha atenção. – Alguém quer refrigerante? – Perguntei, enquanto puxava Miranda comigo para a cozinha.

     - Somos um grude. – Riu ela, quando ficamos sozinhos na cozinha.

     - Quero ficar grudado em você pelo resto da minha vida. – Admiti. Ela me olhou de um jeito engraçado, mas depois abriu um sorriso. Dei-lhe um selinho.

     - JB, quero falar com você... Vocês. – Chris estava na porta da cozinha, parecia que não queria fazer o que quer que fosse fazer. – Desculpe Miranda, mas...

     - Ele já sabe, Chris. – Ela o cortou. Espera, do que eu sabia?

     - O quê? Hã? – Perguntei, confuso. – Ahn... Ah! Entendi... É, eu já sei...

     - Sobre o primo dela...?

     - Sim. – Respondi, com um sorrisinho.

     - Ah... Ufa, nossa. Que alívio. – Ele suspirou. Miranda encarava o chão. – Desculpe mesmo, é sério...

     - Está tudo bem. – Respondi assim que me certifiquei que Miranda não ia responder. Ele suspirou, constrangido e saiu.

     Um silêncio terrível pairou ali. Eu precisava dizer algo...

     - Vai no jogo comigo, não vai? – Perguntei, lembrando-me dos ingressos que Victoria havia me dado.

     - Hein?

     - Vou aceitar isso como um sim. – Sorri, confiante. – Vamos, temos que pegar o melhor lugar... – Puxei-a dali, indo para a garagem.

     - Mas Jus... Minha roupa não é...

     - Você está linda! – Falei e ela corou violentamente.

     O sol já se punha quando chegamos ao ginásio, a gritaria já começava a se formar. Sinceramente, olhei surpreso para a garota que gritara ao meu lado, quando viu quem iria jogar – Chicago Bulls contra Boston Celtics. Não sabia que ela gostava de basquete.

     - Gosta de basquete? – Perguntei, meio incrédulo.

     - Não muito, mas me divirto...

     - Não vai dizer que analisa os jogadores. – Bufei, fazendo cara feia.

     - Claro que não! Bom... Faz parte. – Ela corou e riu. – Mas eu entendo alguma coisa.

     Compramos aquelas besteiras gordurosas e nos sentamos na primeira fila. Carros, basquete... Do que mais essa garota gostava? Ela só me surpreendia.

     O jogo havia começado. Ela se apoiou no joelho e olhou atentamente a quadra. Aquilo ia ser realmente divertido.

     - Foi realmente divertido, Jus. – Falou ela, quando a deixei em casa. Senti uma espécie de déjà vu, mas me diverti com aquilo.

     Fui me arrastando para a porta de casa e peguei a chave da porta da frente. A casa estava tão silenciosa que meus passos ecoavam. Procurei minha mãe, Kenny, Scooter, Ryan e quem mais pudesse estar ali, mas não havia ninguém. Estranho.

     Ficar sozinho em casa não era uma coisa que minha mãe permitia assim...

     Subi, tomei um banho e desabei na cama.

     - Toc, toc? – Ouvi uma voz feminina vir do outro lado da porta, e não era minha mãe.

     - Quem é? – Perguntei, sentando-me na cama, sobressaltado.

     - Sou eu, bobinho. – Victoria entrou na quarto. Ela estava vestida de modo um tanto provocante. Seu vestido era um tanto curto e justo.

     - O que...? Onde estão os outros?

    - Sua mãe tem vida social também, sabia disso? Ela tem amigos... Todos os seus amigos tem outros amigos... Assim por diante. – Ela sentou na cama, ao meu lado. – Então, como foi o jogo?

     - Foi... Bom...

     - Miranda se divertiu?

     - Acho... Acho que sim... O que você quer aqui?

     - O que acha? Quero passar um tempo com você. – Ela sorriu, de modo caloroso e gentil.

     - Então os ingressos não eram por livre e espontânea vontade?

     - Ah, claro que eram! Dei a você para que pudesse se divertir um pouco com sua namorada e não sentisse remorso de passar esse tempo comigo. – Ela sorria, como se fosse o plano perfeito.

     - Certo... Vou ser legal só dessa vez. – Levantei o dedo indicador. Ela riu e abaixou minha mão.

     - Você deveria parar de ser bonzinho, Justin. Um dia vai ser dar mal. – Seu sorriso se tornou enigmático. – Mas, vamos descer? Preparei uma coisinha para você. – Ela saltitou até a porta e me esperou. Passei por ela, um tanto hesitante.

     A sala estava iluminada por luzes de vela. Havia alguns aperitivos na mesinha de centro. Até que poderia ser um tempo bem legal, pensei.

     - Sente-se. – Pediu. Obedeci, sentando-me numa grande almofada perto da mesinha. Ela pegou um aperitivo e fez menção para que eu abrisse a boca. Sem mal algum, ela colocou na minha boca. – Está gostoso? Preparei especialmente para você. – Sorriu. Arqueei uma sobrancelha. – Ok, eu pedi, mas o que vale é a intenção, certo?

     Assenti, enquanto engolia. Ela pegou mais outro, e outro e depois mais um... Íamos tentando conversar sobre alguma coisa, mas não estava dando muito certo.

     - Está com sede? – Perguntou, sorrindo. Gentil demais, pensei, preocupado.

     Ela levantou e preparou algo na cozinha. Voltou com um copo baixo, estranho.

     - Experimenta...

     Bebi um gole. Era uma bebida amarga, ardeu por toda a minha garganta e desceu queimando. Fiz uma careta. Ela riu fraco.

     - No segundo gole melhora... – Incentivou. Bebi de novo e realmente ela estava certa, no segundo melhorava... E era bom. Virei o copo de uma só vez. – Uau... Quer mais? – Perguntou e eu assenti. Foi buscar mais.

     Virei esse copo ainda mais rápido que o primeiro. Pude sentir a sala girar, mas nem liguei. Ela já havia trago outro copo cheio. Entornei de novo. Ela me olhava, cheia de expectativas, os lábios vermelhos cheios de malícia. Uma parte de mim sabia o que era aquela bebida, mas a outra parte – e também a mais forte – fez questão de ignorar e pedir mais outra dose.

     E foi quando eu vi três dedos indicadores numa mesma mão, que Victoria falou algo realmente coerente.

     - Vamos conversar um pouco, Jus? – Perguntou, com um sorrisinho nos lábios.

XXXX

     - ... E é disso que estamos com medo. Isso pode acabar com tudo. É tipo o fio que sustenta toda a base. – O menino desenhou um desajeitado triângulo no ar. Seu jeito de falar já havia mudado, agora ele mal conseguia pronunciar cada letra direito.

     A garota tinha um copo em mãos, intocado. Ela sorria perversamente, enquanto olhava fascinada para o garoto. Mesmo nesse estado, ele ainda era tão bonito... Suspirou ela.

     - Tem algo mais que gostaria de compartilhar? – Perguntou, delicadamente ao garoto fora de si.

     - Tenho não. – Confessou e começou a rir de si mesmo. Ótimo, pensou Victoria.

     - Ei, Jus... Eu estava pensando... Estamos aqui sozinhos... – Ela colocou a mão em seu ombro e foi descendo pelo seu peitoral até chegar na perna do garoto, se aproveitando do momento.

     - O quê?

     - Ah, eu não sei... – Ela subiu a mão de novo e a pousou na nuca dele, se aproximando. – Quem sabe... – Pegou a mão do garoto e a colocou um pouco abaixo de sua cintura, quase na coxa.

     Ele recuou asperamente. Voltando um pouco à realidade, agora sério.

     - É melhor você ir embora, Victoria. Minha mãe já deve estar para chegar e ela não vai querer nos ver assim. – O garoto franzia a testa enquanto tentava achar as palavras certas.

     Um lampejo de conformidade passou pelos olhos da garota, que sorriu e deu um beijinho na bochecha dele.

     - Boa noite, Jus. Tome um banho e vá dormir. Amanhã de manhã, tome muito Tylenol. – Ela sorriu e saiu da casa.

     Justin ficou lá, parado, olhando a mesa com alguns restos de alimento e dois copos. Pegou os copos, lavou e os guardou. Aquele seria um dos maiores segredos de Justin Drew Bieber.

     Subiu para o quarto, tomou outro banho, dessa vez, gelado e caiu na cama. Tentava não sentir remorso, apesar de não se lembrar de quase nada. Seu estômago borbulhava com a bebida... Logo ele adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Bom, e aí? Reviews? Recomendações? SUAHSU enfim, espero que tenham gostado. Beijinhos, amo vocês ♥