The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 38
34 ~ Final


Notas iniciais do capítulo

ÊÊ acho que ninguém mais aguentava esse drama todo. Bom, o drama continua um pouquinho por aqui, mas depois ele passa. O Tyler é legal. Stopthehating HSUH :B Boa leitura õ/



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- Justin

     Bati a porta do quarto com força e me joguei na cama. Minha cabeça parecia prestes a explodir. Minha garganta doía me fazendo achar que ia chorar. Soquei o pobre travesseiro muitas vezes, até meu braço doer. Só lembrei de respirar quando realmente senti falta do oxigênio.

     A mão dele apertou a cintura dela e ela fechou os olhos...

     A cena ficava se repetindo em minha mente. Droga! Idiota! Imbecil!

     O travesseiro apanhou mais uma vez.

     Fechei os olhos, apertando-os. Senti a umidade quente se formando, no canto dos olhos. Passei as costas da mão rapidamente, limpando ali. Droga! Aquilo só podia ser um pesadelo! Eu ia acordar e ver que nada passara de um terrível pesadelo. Mas eu não acordei.

     O pior de tudo era a parte de mim que queria sair correndo dali e voltar correndo para lá. Pedir desculpas por ter gritado. O pior de tudo era que eu me sentia um hipócrita por ter feito a mesma coisa e não ser capaz de escutar o que ela tinha a dizer.

     Aquilo era completamente confuso. Não sabia o que estava sentindo, mas doía. Decepção; com certeza aquilo eu sentia. Por que era tão difícil? Por que nós não podíamos apenas ser felizes juntos? Sem todas essas confusões, esses empecilhos?

     Suspirei e deitei de costas na cama, encarando o teto. O quarto estava escuro por causa das cortinas fechadas. Era meio dramático, mas senti minha vida toda presa ali dentro, no escuro. Por que ela fez aquilo?

     Sem pensar, apertei o lençol da cama e só soltei quando meus dedos começarem a doer. Soltei o ar de uma vez e sentei na cama. Levantei e fui até o banheiro, joguei água gelada no rosto e suspirei. Depois disso tudo, voltei para a cama, mas relaxado.

     Só percebi que tinha dormido quando alguém bateu na porta do quarto. Olhei para o relógio. Já passava das três da tarde.

     - Jus? – Era a minha mãe. – A mãe da Miranda ligou... – Trinquei os dentes ao ouvir o nome. – Ela está aí com você?

     - Hm, não. – Respondi rapidamente, tentando disfarçar a voz grogue.

     - Sabe onde ela pode estar?

     - Não faço nem ideia. – Falei e ouvi ela murmurar algo com alguém. Devia ser a Charlotte no telefone.

     Por que a mãe dela estaria procurando por ela? Havia acontecido algo? Não se importe, Justin, falei para mim mesmo. Fechei os olhos novamente, tentando dormir. Mas logo estava de olhos abertos, pensando.

     De repente me peguei preocupado. Aquilo, por mais que me machucasse, eu não podia evitar. Minha pequena, minha baixinha; eu precisava protegê-la. Apertei as têmporas, tentando imaginar um lugar onde ela poderia estar, depois de um dia desses. Ela não estaria num bar, enchendo a cara... Um lugar me veio à mente.

     Levantei da cama, pegando as chaves do carro e saí de casa.

     Demorei um pouco para achar a entrada do sítio, mas por fim achei. Ela estava lá, sentada em cima de um tronco úmido, olhando o nada meio verde e meio branco dali. Ali parecia Nárnia, pensei, me divertindo com aquilo.

     Aproximei-me devagar, meio hesitante. Pude ouvir soluços vindos dela. Era sempre assim, não era? Por mais que ela quisesse parecer forte, ela era tão frágil; ela precisava de mim e eu dela. Queria tomá-la em meus braços e nunca mais soltar. Não podia ouvir aquele choro baixinho, torturado, que acabava comigo por dentro.

     Sem querer, quebrei um galho e ela parou. Você deveria estar úmido e não quebrar, não é?, meio que perguntei ao galho mentalmente.

     - Por que está aqui? – Ela perguntou, virando-se para me encarar.

     - Ér... Sua mãe ligou... Queria saber onde você estava...

     - Por que não disse que eu estava aqui?

     - Porque era só um palpite. – Sentei-me ao seu lado. Ela virou o rosto na direção oposta rapidamente, mas pude ver seus olhos vermelhos.

     - E por que veio conferir pessoalmente?

     - Não sei... Acho que eu quis vir aqui e salvar você. – Respondi, franzindo o cenho para a minha resposta estranha.

     - Você deve estar me odiando agora. – Ela suspirou e encarou o chão.

     - Pode parecer estranho... Mas não. – Admiti. – Desculpe por ter gritado.

     - Você estava no seu direito. – Ela deu um meio sorriso.

     - Não estava não. Quantas vezes eu cometi o mesmo erro que você? – Sorri fraco.

     - Isso não vem ao caso... Eu não podia...

     - Miranda, você não pode ser forte o tempo todo.

     - Mas eu podia ter tentado mais! – Ela levantou a cabeça e me olhou nos olhos. – Não podia... Seu olhar magoado... – Uma lágrima a interrompeu, ela a limpou rapidamente. Aquilo estava acabando comigo. Eu precisava fazê-la rir. Olhei em volta, desesperado.

     - E eu também não posso ver você assim. Você é o meu ponto fraco. Como acha que estou me sentindo agora? – Sustentei seu olhar.

     - Desculpe Justin, mas eu não consigo parar de...

     - De se culpar? Pelo quê? Eu te perdoo. Não importam quais são seus erros, quais são seus defeitos, essa é você. – Coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

     - Não é só você, Justin! É tudo! Está tudo dando errado! Minha vida está desmoronando e eu não posso fazer nada! E você... Era a única parte estável dela e até isso eu consegui destruir... – Mais outras lágrimas escorreram. – Até você eu consegui afastar...

     - Shh. – Abracei-a. – Você não conseguiu me afastar. Eu estou aqui e para sempre vou ficar. – Falei, acariciando seus cabelos. Ela soluçou de novo e pude sentir as lágrimas molhando minha blusa. Apertei mais o abraço em volta dela, implorando a Deus que a fizesse parar de chorar.

     Agora ela chorava alto, com soluços.

     - Está melhor? – Perguntei e ela negou com a cabeça, parecendo uma criancinha. – Como está se sentindo?

     - Cansada.

     - Vem, eu te levo para casa...

     - Não é isso, Jus. Eu estou cansada. Cansada disso tudo, de sempre estar chorando, de sempre estar com medo das coisas darem errado. Minha vida é um grande erro...

     - Não fala isso! – Falei. – Sua vida não é um erro. Nunca foi e nunca será. Você é a melhor coisa que me aconteceu. Como isso pode ser um erro? Cadê aquela Miranda que sempre sorria apesar da dificuldade, que sempre levantava de cabeça erguida?

     - Ela cansou de tentar. – Miranda baixou a cabeça. – Eu cansei de me forçar a ver o lado bom das coisas. Cansei dessa Síndrome de Pollyana*. Eu só cansei... Cansei de ser problema, cansei de ser um fardo, cansei de magoar os outros...

     - Ei, olha para mim. – Pedi, mas ela não olhou. – Olha para mim! Você não é um fardo para ninguém, não é problema não é nada disso! Você é essa garota incrível e maravilhosa que entrou na minha vida, na vida dos seus pais e de qualquer outra pessoa. Você confia em mim?

     - Sim. – Ela balbuciou.

     - Então escute o que eu estou te dizendo. – Falei, delicadamente, olhando em seus olhos. Ela sorriu. Sorri também. Senti como se Deus tivesse atendido a minha prece. Obrigado.

     - Por que você tem que ser tão bom para mim? – Ela perguntou, corando.

     - Porque eu tenho que retribuir o que você é para mim.

     - Então... Você me perdoa? – Pediu.

     - Não precisava nem perguntar. – Falei, em meio ao sorriso que se formou em meus lábios.

     Ela se afundou mais em meu abraço. Ela tossiu fraco. Voltei a mim e lembrei de onde estávamos.

     - Ei, vamos. Estão todos preocupados, atrás de você. – Falei, puxando-a para o carro.

     No caminho para a casa dela, peguei sua mão e fiquei acariciando-a com o dedo polegar.

     Estacionei o carro e fitei-a.

     - O que foi? – Ela perguntou.

     - Promete que não vai mais ficar pensando naquelas besteiras?

     - Prometo. – Sorriu. – Obrigada por ter ido me salvar.

     - Use e abuse de mim. – Abri um sorriso malicioso. Ela revirou os olhos e riu. – O quê?

     - Estragou o momento. – Falou, rindo. – Tchau, JB. – Tentou abrir a porta do carro, mas estava trancada.

     - Mas eu estava falando sério! – Sorri. Ela riu mais ainda e tentou destravar a porta. Puxei seu rosto.

     - O quê...

     - Sei lá, só saudade... – Selei nossas bocas. Ela tentou rir, mas eu não dei espaço para isso. Minhas mãos urgentes desceram por suas costas e apertaram de leve sua cintura, puxei-a mais para perto.

     - É melhor eu ir, Jus. Meu pai deve estar olhando. – Ela sorriu, ainda de olhos fechados, tentando controlar a respiração.

     - É... – Dei um selinho. – Claro que deve. – Estalei um beijo na bochecha dela, que riu.

     - Tchau. – Ela olhou para mim e mordeu o lábio antes de sair do carro.

     - Foi um prazer te salvar, Lois. – Pisquei.

     - Foi um prazer ser salva, Superman. – Ela sorriu mais ainda e saiu do carro.

     Fiquei olhando até ela entrar em casa. Virei o rosto para ligar a ignição e vi Tyler se aproximando do carro, sua expressão era determinada. Por precaução, travei as portas do carro. Vai saber o que se passa na cabeça das pessoas hoje em dia. Ele deu alguns toques no meu vidro. Abaixei um pouco, não chegava a ser um palmo.

     - É o seguinte, Bieber. Magoe Miranda, e eu quebro a tua cara. – Avisou ele e saiu andando. Entrou em seu Camaro amarelo e saiu, cantando pneu.

     Eu definitivamente não gostava desse cara. Se Miranda ia voltar a falar com ele, eu não sei. Mas eu não iria aguentar olhar para a cara dele depois de hoje. Não ia mesmo. Soltei um suspiro pesado e liguei o carro.

     Apesar de tudo, eu fui sorrindo para casa.

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*Sídrome de Pollyana: sempre ver o lado bom das coisas por mais que elas sejam ruins. Pollyana é a personagem principal de um livro de mesmo nome. Ela era uma criança órfã que criou o Jogo do Contente (achar coisas boas no meio de coisas ruins).


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Notas finais do capítulo

Ficou bom? Espero que tenham gostado. Então, eu imagino que vocês estejam um pouco fartos das povs da Miranda, portanto, o próximo pov dela será pequeno mesmo, repara não. Daí o Justin ganha espaço para brilhar oks?? :3 q Enfim, beijinhos, vou dormir (são 22:44), amo vocês ♥