The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 29
28.


Notas iniciais do capítulo

Eu consegui de novo :DEspero que gostem.



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-Miranda

     Deitei a cabeça no ombro dele e segurei sua mão, e ele a entrelaçou com a dele.

     O aquecedor estava ligado e o ar quente vinha justamente no meu rosto. Senti o sono chegando.

     Varri os olhos pela rua a fim de me manter acordada quando vi ele na calçada, mais precisamente na parte coberta, rindo com alguns amigos, como se ele não tivesse feito nada.

     O sangue ferveu e subiu de uma vez.

     - Pare o carro! – Gritei, dando um susto em Kenny e em Justin.

     - Por quê? – Kenny perguntou, olhando para os lados.

     - Só pare!

     Ele freou violentamente o carro e assim que ele parou, desci e caminhei pesadamente em direção à calçada.

     - Miranda! – Ouvi Justin me chamar, mas ignorei. Naquele momento, a raiva me controlava.

Cheguei até o grupo.

     - Miranda! Oi! – Falou Steve, surpreso e tentou me abraçar, mas eu me afastei rapidamente.

     - Por que você mentiu?

     - O quê?

     - Eu não dormi com você. – Sibilei. – Se você quer se passar pelo garoto legal para os seus amigos, tudo bem, mas não me coloque no meio disso.

     - Mas... – Ele riu fraco quando seus amigos o encararam.

     Dei um tapa em seu rosto. Acho que foi forte, pois ele virou muito a cabeça.

     - Chega, Miranda. – Justin apareceu ao meu lado, segurando meu braço. A expressão incrédula. Ele me puxou para longe. – Isso foi desnecessário, Miranda. – Ele me repreendeu.

     - Isso foi merecido. – Retruquei.

     Ele riu fraco e passou o braço por minha cintura. Já estávamos encharcados.

     - Será que vai nevar nesse natal? – Perguntei de repente, juntando minhas mãos em concha e vendo a água da chuva empoçar nela.

     - Espero que sim. Mas acho que você é a única em um raio de 5 quilômetros que deseja isso. Parece que os americanos têm algum problema com a neve. No Canadá é tão normal. – Observou ele.

     - Não é bem assim... É terrível ver todo aquele sal grosso em cima dos montinhos de neve suja.

     - No Canadá é tão normal. – Repetiu.

     - Então volta para o Canadá, filho de Deus!

     Ele riu.

     - E deixar você aqui à mercê de garotos como aquele ali? Hm, melhor não. Anda, entra. – Falou, abrindo a porta do carro para mim.

     - Para onde vamos agora? – Perguntei, me sentindo uma criança curiosa.

     - Para casa. – Kenny disse, suspirando e ligando o carro de novo.

     - Ah... É. Havia me esquecido que alguém está de castigo. – Eu disse, debochada.

     - Foi por você. – Sussurrou ele, só para mim, se aproximando.

     - Que bom que o fez. – Sussurrei de volta, encarando sua boca.

     - É, valeu a pena. – Sussurrou de novo e juntou nossos lábios.

     - Ei, ei. Vamos parar com isso aí. – Kenny gritou.

     Eu e Justin nos separamos, rindo.

     - Está com ciúme, Ken? Vem, deixe eu te dar eu beijo. – Estalei um beijo na bochecha dele.

     - Boa noite, Mirandinha. – Ele falou. Olhei em volta e vi que já estávamos na porta da minha casa.

     - Uau, que rápido. – Falei, pegando o Little JB e o boné roxo.

     - Tchau, amor. – Justin falou.

     Amor? Fitei-o, meio abobalhada.

     - O que foi? – Perguntou.

     - Hã. Nada. Tchau. – Dei um selinho nele e depois um beijinho na bochecha grande de Kenny.

     Corri até a porta de casa e entrei. Fazia um frio terrível e a roupa molhada não colaborava muito. Subi para o meu quarto, tomei um banho bem quente e fui dormir.

~x~

     Ouvi meu celular tocar, mas ignorei.

     Tocou de novo. Bufei e levantei da cama.

     - Alô? – Minha voz estava horrível.

- Te acordei? – A voz rouca e animada disse.

     - Sim, acordou. Pelo amor de Deus, que horas são?

     - São... Oito e meia.

     - Fala sério, Justin. O que foi?

     - Esteja pronta em vinte minutos. Vou passar aí.

     - Mas...

     - Até lá. – Ele desligou.

     Olhei em volta, ainda um pouco grogue.

     Desfrutei de cada segundo que ele me dera para me arrumar com a maior calma. Meu celular tocou.

     - O que foi, Justin? – Perguntei, desembaraçando meu cabelo.

     - Já estou aqui.

     - Já vou descer.

     Desci sem a menor vontade. Eu estava com sono e queria a minha cama.

     - Bom dia. – Falou ele, me dando um beijo.

     - Oi. – Limitei-me a responder.

     - Vamos lá, Miranda. Não é tão cedo assim.

     Revirei os olhos. Ele deu partida no carro.

     - Já sei o que vai te animar. Vamos pegar um café. – Falou e eu abri um sorriso involuntário. – Sabia.

     - Fala como se soubesse muita coisa de mim.

     - Eu sei mais do que imagina.

     - Aham, tá bom. Qual minha flor preferida?

     - Orquídea. Roxa, de preferência. – Ele respondeu de prontidão.

     - Hm. Qual minha matéria favorita?

     - Biologia.

     - Ok, espertinho. Qual é o nome dos meus pais biológicos?

     Ele me fitou por um instante, mas respondeu:

     - Sara e Marcos. Miranda, por favor.

     - Como sabe disso? – Perguntei, encarando a estrada.

     - Bom, andei conversando com Lizzie pelo twitter.

     Arqueei uma sobrancelha e ele riu.

     Chegamos ao Starbucks.

     - Essa vai ser difícil. Faça o meu pedido. Vou esperar ali naquela mesinha.

     Sentei no lugar onde disse que ficaria e apenas observei o sorrisinho presunçoso no rosto do Bieber. Uns dois minutos depois ele veio até mim com dois copos.

     - Vamos. Não posso me atrasar.

     Entramos no carro de novo. Bebi do copo que ele me dera e fiquei meio surpresa. Ele havia acertado. Tinha até um pouquinho de chantilly. Certo, ele e Lizzie conversaram demais.

     - Acertei?

     - Acertou.

     - Da próxima vez, vamos apostar...

     - Você gosta muito de apostas. Lembre-me de te manter bem longe de Las Vegas. – Pedi.

     - Só aposto porque sei que vou ganhar.

     - Meu Deus! Como você é convencido!

     Ele gargalhou alto. Nunca havia escutado ele rir daquele jeito. Pelo menos nunca quando esteve comigo.

     O carro foi estacionado na frente de uma gravadora. Olhei para o Justin, meio confusa.

     - A gente não ia ter tempo de ficar juntos, então...

     - Me trouxe para o trabalho?

     - É.

     - Hm, legal. Bem pensado. – Falei, enquanto saía do carro.

     O dia estava frio, mas parecia que aquilo não seria problema para um pequeno grupo de fãs que se aglomeraram ao redor de Justin.

     - Ok, já chega. –Kenny apareceu e já foi estragando o prazer das meninas.

     Um Mercedes foi estacionado bem ao meu lado e um Scooter metido desceu dele.

     - Uau. – Falei, olhando o carro.

     - Gostou? Chegou ontem. – Scooter acariciou o carro. Segurei o riso.

     - É incrível! São mais de seiscentos cavalos! É o último lançamento.

     - Você? Falando de carros? – Justin se aproximou.

     - Posso não saber muito sobre motores e coisas do tipo, mas amo dirigir. – Falei, me inclinando para olhar o painel.

     - Fiquem longe do carro! – Ouvi Scooter pedir e me endireitei. De repente havia milhões de câmeras e jornalistas ali.

     - Miranda, vai com o Kenny. – Justin falou – ordenou. Kenny me pegou no colo e me levou para dentro da gravadora, depois voltou lá para fora.

     Peguei meu celular e entrei na internet. Tinha que ter uma explicação lógica para aquilo. Entrei no site da TMZ. Não era uma; não eram duas; não eram algumas. Era várias fotos minhas com o Justin. “É, eu estou apaixonado.”, a frase passou silenciosamente em minha cabeça. Eles haviam ligado os pontos. O mundo inteiro agora sabia que a garota do hospital era algo mais do cantor de R&B Justin Bieber.

     De repente todos os telefones daquela recepção começaram a tocar e um monte de gente começou a correr para lá e depois para cá. Alguns me lançavam olhares e eu não sabia se era porque eu era a única parada ali ou porque eu era o motivo de toda aquela agitação.

     Justin, Kenny e Scooter entraram meio apressados.

     - Vamos. A vida continua... – Scooter começou a falar.

     - Temos que conversar mais tarde. – Justin sussurrou para mim.

     - Não podemos ficar parados. Aliás, Victoria está nos esperando. – Scooter completou.

     - Victoria? – Parei de andar, mas Justin me rebocou.

XXXX

     A garota empertigou-se na cadeira, olhando novamente o celular e em conseqüência o tweet. A felicidade emanava dela. Não poderia ter dado mais certo. Tudo bem que a resposta demorou um pouco, mas apareceu.

     O grande salão estava sendo arrumado para a gravação de uma propaganda dela e Justin. Reprimiu o impulso de levantar quando viu Scooter chegando e logo em seguida, Justin. Ele parou e falou com alguém que ainda não havia entrado e aparentemente não queria entrar, mas ele puxou sua mão e ela entrou. Quando a viu, o sorriso triunfante sumiu de seu rosto delicado, tomado por certa raiva.

     - Bom dia, Victoria! Podemos começar logo? – Scooter pediu gentilmente.

     - Claro e... – Sua voz sumiu ao ver o casal compartilhando um leve roçar de lábios. – E...

     - Ok, então, vamos Justin? – Scooter gritou.

     Miranda olhou para os lados, não queria ficar ali sozinha.

     - Eu chamei alguém para ficar com você. Viu como eu penso em tudo? – Ele sorriu, presunçoso e olhou algo atrás dela. – Fala aí, pigmeu!

     Miranda virou-se e viu Chris, sorrindo, e sorriu também. Justin afastou-se, deixando os dois sozinhos.

     - Que saudades, Chris!

     - Pois é, você sumiu. O Jus te roubou de mim. – Ele fez uma careta.

     Miranda riu. Sentaram-se num pequeno sofá, olhando o pessoal da produção arrumar Justin e Victoria.

     - Ela não parece gostar de você. – Falou Chris.

     - Hã? Ah. Eu sei, ela não gosta mesmo. O sentimento é recíproco.

     - Acho ela muito chatinha, se quer saber.

     Aquilo fez Miranda rir de novo.

     A gravação daquilo durou umas três horas, pois Victoria sempre cometia um errinho aqui e ali e acabava caindo em cima do colega de trabalho.

     - E corta! Muito bom pessoal, obrigado. – O diretor encerrou tudo. – Ufa, achei que nunca conseguiríamos. – Comentou com Scooter, fazendo-o rir.

    Victoria, pelo canto do olho, viu a outra garota sair do salão e a seguiu. Miranda estava no banheiro e lavava as mãos. Por sorte de Victoria e azar da outra, o banheiro estava vazio.

     - Então... Você e o Justin estão ficando? – Perguntou Victoria, como quem não quer nada, enquanto retocava a maquiagem.

     Miranda desviou os olhos do espelho para a garota, sem reação à repentina pergunta.

     - Namorando? Hm, isso é patético. – Falou Victoria, jogando o batom na pia. – Você é patética.

     - Desculpe, eu não entendi.

     - Esse negócio de vocês... Parece namoro de primário. Fala sério. Se fosse eu namorando o Justin, não ia nem perder meu tempo com selinhos ridículos. Iria dormir com ele todas as noites, iria mostrar ao mundo meu namorado lindo e...

     - Poxa, que pena que não é você quem namora ele, não é? – Miranda conseguiu responder à provocação. A outra deu uma risada seca.

     - O que será que ele viu em você, Miranda? Olha só para você! Não usa maquiagem, não pinta as unhas, seu estilo é básico, usa salto quase nunca, está sempre com esse All Star idiota ou com uma sapatilha. Você é... Comum. Ah, esquece. Você nunca vai conseguir satisfazer ele. E é por isso que ele sempre vai ter uma segunda opção. – Victoria deu seu golpe de misericórdia.

     - Eu ainda serei a primeira opção... – Miranda se interrompeu quando se deu conta da idiotice que estava fazendo. – Por favor, Victoria, isso é ridículo. Estamos discutindo mesmo sobre isso? Não acha que se Justin quisesse ficar com você, não já estaria há muito tempo? Deixe-o seguir a vida dele em paz.

     - Eu pedi para esquecer. Além do mais, uma garota do seu tipo sempre foi o sonho dele. – Ela replicou mesmo assim, seguindo para a porta.

     Aquilo despertou uma pontada de curiosidade em Miranda.

     - Que tipo?

     - Do tipo normal. Não... Famosa. Ele sempre me dizia que queria namorar uma garota que ele tivesse que proteger da imprensa, ter que sair escondido... Essas coisas. E eu, claro, sempre tentei convencê-lo de que aquela idéia era ridícula. Dizia: “Coitada da menina, será usada.”. E olha só que ironia do destino. – Ironizou Victoria, sorrindo. Saiu do banheiro sentindo-se ótima. Talvez aquilo fizesse os dois se afastarem. Talvez aquilo fosse meio cruel, mas pelo menos a garota aprenderia seu lugar no mundo.

     Miranda ficou lá, encarando o espelho, olhando cada minúsculo detalhe de seu reflexo. Usada. Aquilo ficava sendo repetido em sua mente, de forma tortuosa.

     - Viu Miranda? – Justin veio correndo pelo corredor, parando Victoria.

     - Banheiro. – Ela respondeu e seguiu andando, o sorriso cruel brotando no canto dos lábios novamente.

     Justin se aproximou da porta e chamou.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenha esclarecido as dúvidas que se formaram no capítulo anterior :D Gostaram? Mereço reviews? Beijinhos, tento postar o mais rápido o possível! xoxo'~caramba, eu estava relendo e OMG, que droga! Tá muito ruim, desculpa gente. Prometo me esforçar mais para melhorar ISSO :~