The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 11
11.


Notas iniciais do capítulo

Bom, resolvi postar mais um hoje, até porque eu estou demorando para postar.
Espero que gostem ;D
Gente, eu sou muuito romântica, como pode? .-.



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- Miranda

     Segui para o quarto de Norah. Peguei o telefone no criado mudo e disquei o número do celular dela.

     - Alô?

     - Norah! Oi, é a Miranda. – Falei, sorrindo.

     - Fala, irmãzinha! Como estão as coisas por aí? – Perguntou ela.

     - Ah, estão... Bem. Mais ou menos. Lizzie vai receber alta hoje.

     - Ah, é, fiquei sabendo. Ainda bem que ela está melhor.

     - Pois é. Mas e você, o que anda fazendo de bom por aí? Além de livros e etc...

     - Conheci alguém. – Falou ela, parecendo uma adolescente de 15 anos e não uma adulta de 20 anos.

     - Quem?

     - O nome dele é Albert. Ele é inglês e é amante dos livros. Ah, Miranda, ele é tão... Perfeito.

     Eu ri.

     - E vocês já saíram? – Perguntei.

     - Já. Jantamos uma vez, ontem, na verdade.

     - Ah, estou feliz por você. Mas, Norah meu amor, tenha juízo, por favor!

     - Ei, só quem pode dizer isso para alguém sou eu! Mas, tudo bem.

     - Fico mais aliviada sabendo que você não vai fazer nenhuma besteira.

     - Engraçadinha você. Mas, enfim, e você e o Justin Bieber? – Ela perguntou.

     - Nós... Estamos namorando.

     Ela gritou. Tive que afastar o telefone da orelha.

     - Conta tudo! Quando foi? – Essa era minha irmã adulta que mais parecia uma adolescente quando o assunto era o sexo oposto.

     - Logo depois que você foi embora.

     - Não acredito que ele esperou eu ir embora para pedir. Perdi a melhor parte... Quando eu voltar nós vamos comemorar. – Prometeu ela. – E... Você já o apresentou ao papai?

     - Sim. Na verdade quem anunciou tudo foi ele.

     - Ah, Mirandinha. Você encontrou o seu príncipe encantado!

     - Não é para tanto, Norah. Sabe que eu não acredito nessas coisas.

     - Pois deveria! Não é todo dia que cai um Justin do céu querendo te namorar!

     Eu ri, sem graça.

     - Você o ama? – Perguntou ela, séria.

     - Eu... Não sei. Ainda é cedo, eu acho... Para sentir essas coisas... – Tentei formular uma frase coerente.

     - Mas ele mexe com você. – Ela falou.

     - Mexe. – Admiti.

     - Então... Vamos ver no que vai dar. – Falou ela, com uma ponta de escárnio na voz.

     - O que foi?

     - O que foi o quê?

     - Por que falou desse jeito?

     - Desse jeito como?

     - Norah, não me enrola! Você acaba de falar daquele seu jeito maduro, como se soubesse o que vai acontecer.

     - Dessa vez não vou ser chata. Vamos deixar rolar. – Falou ela.

     - Certo.

     - Ah, Mirandinha. Vou ter que desligar. Trabalho e Albert lindo me chamam. – Falou ela.

     Eu ri.

     - Ok. Beijos, estou com saudades. – Falei.

     - Não mais que eu. – Ela falou e desligou.

     Continuei sorrindo, especulando sobre o que Norah havia dito sobre o que poderia vir a se tornar meu namoro com Justin. Alguém bateu na porta, me arrancando de meus devaneios especulativos.

     - Chris! – Quase gritei quando abri a porta.

     - Oi! Justin disse que você estaria aqui. – Ele me deu um beijo na bochecha.

     - Parece que ele acertou. – Falei, saindo do quarto e fechando a porta.

     Descemos e sentamos no sofá da sala de TV. Chris ligou a TV e colocou em um canal de fofocas. A reportagem que estava passando era sobre eu e o Justin. Assisti meio sem graça, quase me encolhendo no sofá enquanto Chris ficava me olhando de vez em quando. Justin desceu e viu o que estávamos assistindo.

     - Nossa, somos mesmo um casal famoso. – Falou ele, se jogando no sofá ao meu lado.

     - Lizzie está melhor? – Chris perguntou.

     - Sim, ela está. Aliás, quero vê-la ainda hoje. Vai comigo, Chris? – Pedi.

     - Ei, você me tem para quê? – Justin perguntou.

     - Você vai estar disponível de tarde? – Perguntei.

     - Não... Mas posso pedir para Scooter...

     - Acredita mesmo que ele vai deixar depois de você ter esquecido as gravações de ontem? Sabe, ele ficou irado. Usher teve que contê-lo. Acho melhor se comportar hoje, Jus. – Falei, segurando as bochechas dele entre dois dedos.

     - Tudo bem. – Falou ele, parecendo uma criança birrenta.

     - Posso ir com você sim, Miranda. – Chris falou.

     Sorri e dei um beijo em sua bochecha. Ele corou. Tive vontade de rir, mas me segurei.

     - Não vai me dizer que também acha ele fofo, vai? – Perguntou Justin, fazendo cara feia.

     - Claro que o Chris é um fofo!

     - Obrigado, Mirandinha. – Chris agradeceu, sorrindo. – Você também é linda!

     - Ei! – Justin falou.

     Eu ri.

     - Que foi? Tenho culpa se sua namorada é linda? – Falou Chris, inocente.

     Tenho certeza de que corei.

     - Vou ver se já podemos começar a gravar. – Justin falou, se levantando e marchando até a outra sala.

     - Ele ficou com ciúmes. – Falou Chris, rindo.

     - Isso é um problema vindo do Justin? – Perguntei.

     - Às vezes sim, às vezes não. Mas ele não discutiu, então acho que ele não ficou muito chateado, se ele apelar, aí sim, é um problema. – Falou ele.

     - Entendi. E isso vai ser um problema para você?

     - Ah, não. Todas as garotas que são próximas do Justin me acham fofo. Ele já deve ter se acostumado. – Falou Chris, despreocupado.

     Arqueei uma sobrancelha, surpresa com o tom meio convencido dele. Mas depois me conformei; alguém como o Christian deve ser chamado de fofo por bilhões de meninas todos os dias.

     Tomei meu café da manhã e subi para meu quarto. Tomei um banho e vesti algo apropriado para um hospital.

     Chris estava acompanhando as gravações junto com Scooter. O diretor gritava constantemente com Justin, que apenas assentia e fazia o que ele mandava.

     - Oi, Scoot. – Falei, depositando um beijinho em sua bochecha. Eu estava ficando mais amiga dos amigos de Justin. Scooter, Chris, Usher, Chaz, Ryan, Kenny...

     - Oi, Miranda. Dormiu bem?

     - Como uma pedra. O dia de ontem fora puxado. – Falei, olhando o garoto vestido de branco contracenando com Usher.

     - Justin te falou o que vamos fazer com relação a vocês dois? – Perguntou ele.

     - Algo sobre em breve podermos falar sobre nosso relacionamento. – Falei.

     - Quero que entenda que é uma decisão meio delicada de tomar. Não quero que fique chateada.

     - Scoot. Não fico chateada. De forma alguma. Justin é alguém famoso, não posso exigir que nos tratassem como se fôssemos mais um casal qualquer.

     Ele sorriu e se afastou indo resolver uma questão do vídeo com o diretor.

     Justin pegou uma garrafa d’água que estava do meu lado. Ele bebeu, recolocou a garrafa no lugar onde estava e se virou.

     - Ei, Jus. – Chamei.

     - Sim? – Ele se virou, meio que de má vontade.

     - Não ficou chateado, ficou?

     - Não. Não fiquei. – Falou ele, mas eu não me convenci.

     - Jus...

     - Tudo bem. Fiquei. Não gosto de outro garoto falando coisas sobre você.

     - Justin! É só o Chris!

     - Mas... Ele sempre rouba a atenção das pessoas. Ele rouba a sua atenção de mim. – Falou ele, olhando o chão.

     Apenas sorri.

     - Você está com ciúmes! – Falei.

     - Não, não estou.

     - Que gracinha. Não precisa ficar com ciúmes, seu bobo. Eu não te troco por nada. – Garanti. Dei um selinho nele. Justin sorriu.

     De repente me dei conta de que todos na sala estavam nos olhando. Corei automaticamente. Justin riu baixinho. Ele se afastou e continuou a gravação.

     Na hora do almoço, eu e Chris fomos para o hospital. Meus pais já haviam voltado para seus respectivos trabalhos. A tia de Lizzie ainda estava lá, ao lado da sobrinha. Chris ficou com Chaz enquanto eu ia ver como Lizzie estava.

     - Oi. – Falei.

     - Oi! Meu Deus! Achei que você não viria mais! – Falou Lizzie, sentando-se na cama. Olhar para ela ainda era um pouco estranho para mim. Ela tinha uma faixa de gaze na cabeça e no pescoço.

     - Que tipo de amiga você pensa que eu sou?

     - O tipo que não abandona a gente nunca. Chaz me disse que você só saiu daqui porque seus pais insistiram.

     - É... É meio por aí. Ah, Lizzie, que bom que você está melhor. Não sabe o susto que você me deu! Eu estava no meio da coletiva que o Justin deu para desmentir o namoro dele com a Victoria.

     - Ah, não acredito que eu interrompi esse momento maravilhoso. Victoria deve ter se contorcido de raiva.

     - Não ligo para ela.

     - Sei. – Falou ela, revirando os olhos. – E então... Como estão as coisas com vocês?

     - Hoje ele ficou com ciúmes de mim. – Falei, sorrindo.

     - Ele gosta de você. – Falou ela, com um sorrisinho no rosto.

     - Claro. Se não gostasse não estaríamos namorando.

     - Não, ele gosta realmente de você.

     Abaixei a cabeça sorrindo. Talvez fosse isso o que Norah estivesse falando mais cedo. Talvez não fosse.

     - Então... E quanto a você e a Chaz? Ele está se sentindo...

     - Culpado. Eu sei. Mas alguém tem que enfiar na cabeça dele que não é culpa dele. – Falou ela.

     - Já tentei. Mas, o que vocês conversaram?

     - Ele está muito feliz por eu ter acordado e que nunca mais iremos numa piscina de novo. – Ela revirou os olhos.

     - Ele gosta de você. – Falei.

     Ela sorriu.

     - Não use minhas frases contra mim! – Ela protestou.

     - Desculpa.

     Ficamos em silêncio. Olhei minha amiga. A cor natural de sua pele já estava voltando, os olhos verdes estavam meio inchados e o cabelo cacheado estava desgrenhado. Logo estaríamos juntas de novo, sem riscos e nem preocupações, sem macas de hospital limitando nossa interação uma com a outra.

     - Quando eu bati a cabeça, eu tive uma espécie de sonho. – Falou ela de repente. – Vi duas pessoas. Elas estavam se separando. Era um casal. A menina parecia estar sofrendo muito. O menino já não parecia sentir nada. Isso está me incomodando. Perguntei a medica, e ela me disse que poderiam ser apenas coisas aleatórias, mas também disse que o impacto na cabeça pudesse ter afetado meu cérebro e, de repente, eu tive uma visão do futuro. – Lizzie terminou, olhando a janela.

     - Acha que era você e o Chaz?

     - Não sei... Era uma visão de longe, não distingui ninguém.

     - Não é você e muito menos o Chaz. Vocês se gostam muito para se afastarem, não é? Isso em hipótese alguma vai acontecer. – Falei tão confiante que até eu acreditei no que havia dito.

     - Obrigada.

     Sorri em resposta. Chris e Chaz entraram no quarto.

     - Oi. – Falou Chaz, tímido.

     - Oi. – Respondi, sorrindo. Chris parecia meio desconfortável, ele mexeu a cabeça para o lado. Entendi a “mensagem”. – Ahn... Vou beber alguma coisa. Vai comigo, Chris?

     Ele sorriu, aliviado. Levantei da cadeira e daí do quarto, deixando os dois sozinhos.

     - Ah, ele só fala dela. Acho que esse acidente só serviu para aproximá-los. – Falou Chris enquanto procurávamos uma mesa na praça de alimentação do hospital.

     - Como assim?

     - Chaz falou que eles não estavam se entendendo. Alguns dias de namoro e brigas. Dá para imaginar?

     - Não mesmo. – Falei. – Está querendo dizer que o acidente veio em boa hora?

     - Talvez. Sabe Miranda, nada acontece por acaso. Tudo tem um motivo para acontecer. – Falou ele. Mordi o lábio, reprimindo um sorriso; Chris era um menino incrível.

     - Fala como se tivesse experiência.

     - Quando Caitlin sofreu o acidente com o barco, meus pais brigavam muito. Cuidar dela foi como uma terapia de casal.

     - Entendi. Gosto de pensar que as coisas ruins sempre tem um motivo para acontecerem. – Falei, lembrando-me dos meus pais e logo em seguida de Justin.

     Podia até soar egoísta e cruel, mas se meus pais não tivessem morrido, eu não teria conhecido minha família adotiva e não teria conhecido Justin. O fato era que tudo o que havia acontecido em minha vida havia me transformado no que eu era hoje.

     - Podemos voltar para casa? – Chris me arrancou de meus devaneios. – Não gosto muito de hospitais.

     - Ah, claro. Vou dar um beijo em Lizzie e vamos embora. – Falei.

     Fiquei muito sem graça de interromper o momento do casal. Mas eu tinha que dizer pelo menos tchau à Lizzie, não tinha? Depois de despedidas, voltamos para casa. Chris ligou a rádio numa estação qualquer e começou a cantar a música que estava tocando. Eu não reconhecia, mas gostei da batida da música, por isso apenas mexia a cabeça – um movimento muito idiota para se fazer quando se está ao lado de alguém que saber cantar a música toda.

     Entramos em casa rindo igual a duas crianças. Sentamos no sofá. Chris ligou a TV e eu deitei no sofá maior, pensando no que Lizzie havia me dito no hospital. “Ele gosta realmente de você”.

     Subi correndo para meu quarto e me joguei na cama. Eu estava começando a me sentir uma boba apaixonada. Fiquei lá, olhando o teto com um sorriso na boca, por um bom tempo. Até que comecei a me sentir entediada. Não havia nada para fazer.

     - Oi. – Alguém falou me dando um susto.

     - Oi? – Falei, me sentando e olhando em volta. Justin estava sentado na poltrona perto da minha cama. Uma onda imensa de constrangimento perpassou meu corpo todo.

     - Há quanto tempo está aqui? – Perguntei, tentando fingir naturalidade.

     - Tem um tempinho. Eu ia sair, mas aí você entrou toda animada e se jogou na cama. – Falou ele, com um sorrisinho no canto dos lábios.

     - Ah. Eu nem tinha notado você aí.

     - É. Eu percebi.

     - Desculpa.

     - Besteira. Como foi lá no hospital?

     - Ah... Foi produtivo. Lizzie está bem melhor, ela e Chaz estão mais... Unidos.

     - Unidos? Antes não estavam? – Perguntou ele, confuso.

     Sorri. Pelo menos eu não era a única que estava por fora do relacionamento deles.

     - Parece que não. Chris falou que...

     - Lá vem você com Chris de novo...

     Eu ri baixinho. Justin com ciúmes era tão fofo, além de ser uma massagem no ego. Levantei e fui até ele. Justin abriu os braços e eu me aninhei em seu colo.

     - Você é tudo para mim, sabia? – Perguntou ele, cochichando em meu ouvido. Fiquei arrepiada quando seus lábios quase encostaram minha orelha.

     Sorri em resposta. Justin virou meu rosto e me beijou. Afastei-me de seu beijo e pousei a cabeça em seu peito. Mordi o lábio quando ouvi seu coração batendo forte.

     - Justin? – Alguém chamou do outro lado da porta.

     - Trabalho me chama. – Falou ele, suspirando. Assenti e levantei.

     Quando Justin saiu, me joguei de novo em minha cama, sorrindo. Meu pai entrou alguns minutos depois.

     - Pai? O que está fazendo aqui? E o trabalho?

     - Providenciei para que eu não fizesse falta lá. Assim poderia ficar mais tempo aqui, com você. É um momento delicado e...

     Suspirei e o encarei.

     - Pai.

     - O que foi?

     - Pai. – Insisti.

     - Tudo bem. Vim ficar de olho em você.

     - Pai! Não acredito que está fazendo isso! Não tenho mias treze anos.

     - É isso o que me preocupa. Você era a minha princesinha a agora estou te perdendo para ele. – Disse ele, exasperado.

     Sorri para ele.

     - Pai, eu cresci, mas vou ser sempre a sua princesinha. – Tentei falar algo bonito para amenizar a situação.

     - Você cresceu! É exatamente aonde eu queria chegar. Você cresceu  e as mudanças chegaram...

     - Ah, não pai! Por favor!

     - O que foi agora?

     - Essa conversa de novo?

     - Nunca é ruim demais enfatizar as coisas. Norah me disse que vocês estavam namorando sério. Nós nos preocupamos com você.

     Então Norah havia falado com meu pai. Eu iria ter uma conversa muito amigável com minha irmãzinha.

      - Acho que 7 vezes já é o suficiente para não esquecer. Não preciso de uma oitava vez. – Falei, tentando demonstrar que não iria mais falar sobre aquilo.

     - Mas você e Justin... São namorados. A intimidade é maior, eu sei. E sentir coisas é normal. – Ele falou “coisas” como se não quisesse usar outra palavra. – Sentir um desejo.

     Ele parecia mesmo determinado a ter aquela conversa comigo. E era totalmente desnecessário, já que eu nem fazia ideia de que “coisas” eram essas. Tentei imaginar se eu já sentira aquilo com Justin alguma vez... De repente me peguei pensando em seus lábios nos meus. A voz de meu pai era só um murmúrio distante. Meu pai fez menção para que eu olhasse para ele. A última palavra que ouvi foi...

     - Respeito. Certo, entendi. Terminou? Obrigada pela conversa pai. Ahn, tirou muitas, ahn, dúvidas minhas. Obrigada mesmo.

     Ele suspirou, aliviado. Sorriu e me deu um beijo na testa e saiu do quarto.

     - Boa tarde, Justin. – Ouvi meu pai falar. De repente a vontade de rir me invadiu.

     - Oi. – Falou Justin, entrando no quarto.

     - Oi. – Falei, reprimindo uma risada.

     - O que foi? Tem algo no meu rosto?

     - Não. Você está perfeito, como sempre.

     - Então qual é a graça?

     - Nada. Foi só uma conversa que tive com meu pai. – Falei, me recompondo.

     - Sobre...?

     - Acredite. Você não vai querer saber.

     - Certo, já que você diz...

     Agradeci pelo fato de ele não ter feito mais perguntas. Ficamos em silêncio. Justin pegou a bolsa e entrou no banheiro. Aproveitei a oportunidade para mandar uma mensagem para Norah: “Norah! Eu vou te matar! O que você disse para o papai? Porque ele quis ter aquela conversa comigo?”. Enviei a mensagem e fiquei encarando o celular até ela retornar. “Algumas coisas foram ditas, outras tenho certeza de que ele especulou. Por favor, Miranda, sem escândalos! Sabe que me preocupo com você. E com – por incrível que pareça – Justin também. Beijos”. Eu ainda estava pensando em como me vingar de Norah quando Justin chamou a minha atenção.

     - Quem se preocupa com nós? – Perguntou ele, apontando para o celular.

     - Alguém que não deveria se importar. – Falei, colocando o celular no criado mudo. – Norah.

     - Ela é sua irmã. É normal ela se preocupar com você. – Falou ele.

     - Acho que sim. – Falei, suspirando.

     - Ei. Você quer jantar comigo hoje, namorada? – Ele deu um sorrisinho.

     - Pode ser.

     - Ótimo. Estou te esperando lá embaixo. – Falou ele, se levantando e indo para a porta.

     - Como? Que horas são?

     - Seis horas.

     - Meu Deus, como o tempo passou voando!

     - Pois o meu demorou uma eternidade. – Ele piscou para mim.

     Sorri para aquele lindo garoto que mantinha um lindo sorriso no rosto. Ele saiu do quarto e eu me levantei da cama e entrei no closet. Suspirei ao olhar para meu guarda roupa. Se Norah estivesse aqui seria muito menos trabalhoso escolher uma roupa para vestir.

      Terminei a prova de roupas quando decidi que a saia de cintura alta preta com uma regata branca folgada e um suéter também branco estavam bons. Coloquei uma sapatilha com um lacinho na ponta e desci.

     Infelizmente, meu pai me ouviu descendo e me chamou. Fui até o escritório.

     - Oi. – Falei.

     - Vai sair?

     - Vou jantar com Justin.

     - Ok. Lembra-se da nossa conversa, não é?

     - Sim.

     - Bom jantar, minha querida. – Falou ele, suspirando. Sorri e dei um beijo estalado em sua bochecha.

     - Eu te amo, pai.

     Ele sorriu.

     - Eu te amo mais.

     Saí do escritório sorrindo. Meu pai podia não saber lidar muito bem com sua caçula adolescente, mas ele tentava, e o fazia porque me amava.

     - Como você consegue ser tão linda? – Perguntou Justin, quando eu entrei na sala.

     Revirei os olhos. Eu não sabia mesmo o que ele via de tão bonito em mim. Eu era só a Miranda e ele era o Justin Bieber, era eu quem deveria ficar chamando ele de bonito o tempo todo.

     Justin dirigiu até um lugar mais afastado do centro de Atlanta. Era uma espécie de clube. Havia algo parecido com um píer no pequeno lago do clube. E no píer havia uma mesa, rodeada por jasmins e iluminada por velas.

     - Jus... – Não consegui terminar.

     - Gostou? – Perguntou ele, pegando minha mão e nos conduzindo para lá.

     - Claro! Tudo o que vem de você é incrivelmente maravilhoso. – Dei um selinho nele.

     Um sorriso iluminou seu rosto. Ele puxou a cadeira para mim e depois se sentou na outra. O jantar foi simplesmente maravilhoso. Comemos comida italiana.

     - Parece que comida italiana é o pedido certo para nós. – Falei.

     - Comida italiana. – Disse ele juntando três dedos e imitando o sotaque italiano. Eu ri. – Ei, tenho algo para você.

     Ele tirou uma pequena caixinha retangular preta do bolso e me deu com os olhos cheios de expectativas. Abri a caixinha e quase perdi o ar. Havia ali uma pulseira com três pingentes: um violão, uma câmera fotográfica e um casal dando um selinho. Justin levantou, pegou a pulseira e a colocou em mim.

     - Gostou?

     - Ahn, Jus. É claro que eu amei! – Falei, levantando e lhe dando um abraço e logo em seguida um beijo. Foi suave e apaixonado. De repente a voz de Norah invadiu minha mente: “Príncipe encantado”. Afastei o pensamento e me concentrei em Justin. Quando nos afastamos, eu mal conseguia respirar.

     Caminhamos pela beira do lago em silêncio, abraçados. De repente Justin fingiu tropeçar e caiu deitado na grama macia, me puxando junto.

     - O céu aqui é lindo. – Falei. – Dá para ver as estrelas.

     - É por causa das luzes da cidade.

     - Eu sei, gênio.

     - Desculpa. Eu só queria parecer inteligente. – Falou ele, fingindo mágoa.

     - E você não é?

     - Acho que não.

     - Pois eu acho que você é inteligente.

     - Coloque um exercício de matemática na minha frente e você verá que não sou.

     - Se for assim eu também não sou inteligente.

     - Tudo bem, somos todos inteligentes, agora não vamos falar de matemática, por favor! – Falou ele, com uma careta.

     - Certo. Vamos falar sobre o quê?

     - Sobre como eu sou lindo e o quanto você me acha perfeito.

     - Não. Podemos falar do quanto você é convencido.

     - Eu sou convencido? – Ele rolou e deitou em cima de mim. Dei um grito abafado. – E agora?

     - Continua sendo.

     - Isso é mau. Já que é assim, vou ter que fazer jus ao meu título de convencido.

     - Como?

     Ele me deu um beijo abaixo da minha orelha. Fez cócegas e eu comecei a rir. Ele pareceu gostar da brincadeira e continuou beijando. Consegui tirar ele de cima de mim e levantei, ainda rindo.

     Justin me lançou um olhar desafiador. Comecei a correr e ele veio atrás de mim. Com uma facilidade humilhante, ele me alcançou e me abraçou por trás, me rodando. Caímos deitados de novo, rindo como duas crianças.

     - Ainda sou convencido?

     - É sim.

     - Cabeça dura.

     - Convencido.

     - Chata.

     - Irritante.

     Ele me beijou delicadamente.

     - O meu mundo e o seu mundo são um só agora. – Falou ele, passando a ponta dos dedos na pulseira em meu braço. – Às vezes só o que eu quero é ficar assim com você para sempre.

     Sorri. Adorava quando ele falava daquele jeito, sempre tão sincero. Enterrei meu rosto em seu peito, desfrutando de cada segundo daquele momento.

     De repente algo vibrou no bolso dele.

     - Não acredito. – Falou ele.

     - Atende, Jus. – Falei.

     - Você é muito compreensiva com o fato de que tem sempre alguém nos interrompendo.

     - Se não fosse por esse alguém, eu não teria te conhecido. Você é famoso, Jus. Isso é um fato. Por que me irritaria? – Falei, dando selinhos nele.

     Ele sorriu e atendeu. Concordou algumas vezes e depois desligou.

     - Tenho que ir para casa. Meu pai vai vir para Atlanta hoje e eu tenho que estar lá quando ele chegar.

     - Ah, claro. Vamos embora então. – Falei, levantando e puxei-o junto.

     Entramos no carro e ficamos em silêncio por um instante.

     - Você não gosta de quando seu pai vem para cá? – Perguntei.

     - Claro que eu gosto. Tenho saudades do meu pai de vez em quando e é bom rever meus irmãos.

     - Mas porque seu pai está vindo para Atlanta?

     - Os pais do Christian vão dar um almoço amanhã. Meus pais e os pais dele são muito amigos.

     - Ah, é verdade, amanhã tem aquele almoço.

     - Ficou sabendo?

     - Fiquei. Além de ter sido convidada também.

     - Você vai? – Seu rosto se iluminou.

     - Vou sim.

     - Ótimo. Vou te apresentar a Jazmyn. Você vai adorar ela.

     Sorri em resposta. Olhei para a janela e notei que já estávamos na minha casa.

     - Boa noite. – Falou ele, me dando um selinho.

     - Boa noite, Jus. Eu adorei o jantar e a pulseira. – Falei, devolvendo o beijo.

     Ele sorriu e eu saí do carro.

     - Pai? Mãe? – Chamei, trancando a porta.

     - Na cozinha. – Minha mãe respondeu.

     Estranhei eles estarem na cozinha. Meus pais não entravam lá nem para beber água. Minha mãe estava tomando um chá e meu pai mexia em seu notebook, com seus óculos de leitura. Ela notou o colar em meu pescoço e fez um sinal de positivo para mim, sorrindo. Ri baixinho.

     - Amanhã vai ter um almoço na casa do Chris e fomos convidados. A Pattie e o Jeremy vão estar lá também.

     - Jeremy? – Minha mãe perguntou, fazendo um careta.

     - Pai do Justin.

     - Ah. Bem... Acho que podemos ir, não é Anderson?

     - Almoço? Ah, claro. Posso ter umas três horas de almoço amanhã. – Falou ele, olhando por cima dos óculos.

     - Então nós vamos. Onde vai ser o tal almoço?

     - Na casa deles. Depois eu pego o endereço com o Chris. – Assegurei. – Vou dormir. Boa noite, amo vocês.

     Dei um beijo em cada um. Subi rapidamente e me tranquei em meu quarto. Sorri para as paredes. Troquei de roupa e desabei em minha cama. Fechei os olhos e o jantar passou em minha mente como um filme. Passei a mão pela pulseira e senti cada pingente na ponta dos dedos. Adormeci vendo o lindo sorriso de Justin na minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *v* Beijos, amores :*