Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 9
Capítulo 9 - Beijo


Notas iniciais do capítulo

Eu não costumo dedicar capítulos. mas recebi elogios que alegraram meu dia que estava péssimo. Este capítulo vai para a Paloma costa, que me icentivou a postar. XD



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Acordei confusa e com as costas doloridas. Mais uma vez eu tinha dormido de mal jeito. A janela estava aberta e trazia o cheiro do sol. Sentei na cama, me espreguiçando. Senti um estalo nas costas e percebi que a dor melhorara. Me levantei, de olhos fechados e saí tateando pelo quarto até chegar ao banheiro. Molhei o rosto, e tentei abrir os olhos, ainda pesados. Gemi ante a minha imagem no espelho, descabelada, com a cara inchada. Ainda com o cérebro quase parando entrei no banho, quente. Depois do banho, agora mais desperta fui me trocar. Parei no quarto, e vi a sandália cheia de areia. Imediatamente comecei a me lembrar da noite anterior e corei furiosamente, de raiva. Bufei e fui até a minha mala, escolhendo a roupa. Tentando pensar em tudo, menos nele.

Me vesti, ainda nervosa e peguei meu celular. Três chamadas do meu pai e uma mensagem de texto dele pedindo para eu ir tomar café. Viu como sou popular? O único que me liga e manda mensagens é o meu pai. Abri a porta e saí do quarto, evitando olhar para a porta ao lado. Desci de escadas, com dor de cabeça, aproveitando minha ressaca moral. Eu sentia raiva e vergonha, ainda. Eu tinha que parar com isso, ficar remoendo coisas passadas. Eu tinha que esquecer, ignorar, mas era difícil. Vi meu pai sentado em uma mesa, com Carlos ao lado. Sentei ao lado deles, sem dizer nada.

– Bom dia. – Os dois disseram.

– Oi.

– Se divertiu na noite passada?– Carlos perguntou, interessado demais. Dei de ombros.

– Chegamos tarde ontem. – Meu pai falou. Será que ninguém percebia que eu não queria papo?

– Eu não vi vocês chegando, dormi cedo.

– Hum.

– Pois é. – E assim, a conversa com meu pai se encerrou. Ignorei-os e só comi meu café da manhã, sonolenta e raivosa.

– Vai pra praia hoje? – levantei os olhos do prato, surpresa. Meu pai nunca foi de muitas palavras e na verdade ele me deixava bem a vontade.

– Não.

– Então vai andar naquele calçadão?

– Também não. – Respondi, voltando ao meu prato.

– Isso é ruim. Eu comprei um skate para você lá no centro da cidade, porque sei que você não trouxe o seu. E imaginei que você iria gostar de andar hoje, já que não está tão quente para ficar na praia. – olhei para o meu pai, agora sorrindo de orelha a orelha. Levantei da mesa e corri para abraçá-lo.

– Obrigada, pai! – Ele riu sem graça e eu me afastei. – Onde está?

– Lá em cima, no meu quarto. Vá pegar.

– Certo. – Praticamente corri até o elevador e depois até o quarto do meu pai. Abri a porta e me deparei com uma Cristina meio verde sentada na cama, tinha a cabeça baixa, e um aspecto meio doentio. – Você está bem?

– Não é da sua conta.

– Wow, que amor e carinho.

– O que você quer?

– Meu skate. – continuei parada na porta, batendo o pé. Ansiosa para me livrar de sua presençã rapidamente.

– Ah, seu pai me deixou irritada em comprar essa droga pra você.

– Só fala logo onde tá. – Ela apontou pra um canto do quarto, peguei a sacola grande e imediatamente saí do quarto, batendo a porta. Fui até meu quarto e abri a porta, e abri a sacola. Era um skate bonito e ajeitado, os trucks eram largos o que me daria mais estabilidade, o deck era pequeno condizente com meu aspecto físico. Realmente um skate com um aspecto meio profissional. Era perfeito e firme. Sorri, agora mais animada. Teria algo para me distrair.

~*~

Eu estava andando a algumas horas de skate no calçadão que tinha aqui e dado algumas voltas pelo quarteirão. Era um lugar bonito e eu tinha conseguido me distrair de outros assuntos. Mas agora, sentada no banco, sozinha, várias coisas passavam pela minha mente. Como seriam minhas férias. Em Igor. No jeito dele sorrir e como ele me fazia rir. Em como havia tanto para conversar. No beijo mal sucedido. Na raiva. Muita raiva.

– Pensativa? – levei a mão ao coração tamanho o susto que levei.

– Quer me matar?

– Não, não mesmo. – Não olhei para ele, na verdade eu não queria olhá-lo. A voz já era ruim o suficiente. Ficamos em silêncio por alguns segundos. – Por que não olha pra mim?

– Por que você não vai embora?

– Porque eu não quero.

– Eu não quero algo também. Não quero você aqui.

– Queria conversar com você.

– Não temos o que conversar.

– É claro que temos. Não sei você, mas ontem fiquei remoendo aquela coisa que aconteceu na praia a noite inteira. Não quero dormir mal de novo hoje.

– Claro, não quer ficar com dor na consciência. Pobrezinho.– Ironizei.

– O que espera que eu te diga ou faça? Por que eu não sei! – A voz dele era meio implorativa. Olhei os meus pés, constrangida e nervosa. – Não aja como se me conhecesse bem.

– É, eu não te conheço. Esse é o problema.

– Olha pra mim! – olhei para ele, assustada com seu tom de voz. O que eu vi me assustou, ele tinha os olhos brilhantes, os lábios vermelhos e enquanto falava fazia gestos exagerados com a mão. Senti o coração acelerar.–  Mas poderia conhecer e… Cara. Eu sinceramente não explicar o que houve. Eu queria ter um motivo pra explicar, mas você não entenderia, não tenho como explicar. Eu só… Eu só…

– Não sabe por que fez aquilo. Tudo bem. – suspirei. – Não estou com raiva, não mais. Também não quero mais pensar nisso.

– Me desculpe.

– Você não foi meu primeiro beijo mal sucedido. Não haja como se tivesse tanta importância. – ri sem vontade.

– Se não teve tanta importância porque ficou tão chateada? – O tom de convencimento em sua voz me irritou.

– Eu não fiquei chateada!

– Não?

– Mas é claro que não! Seu metido, arrogante. Não sei por que parei pra tentar conversar com você. – Me levantei do banco, mais uma vez irritada.

Peguei o skate e estava prestes a andar e sair dali o mais rápido possível, quando uma mão segurou meu braço, me puxando pra perto e colocando tão rápido nossos lábios que eu fiquei alguns segundos sem conseguir ter alguma reação. Irritada tentei me soltar, empurrando seus ombros, mas sua mão, cravada na minha nuca e puxando meus cabelos, me impediram de tentar novamente. Fiquei estática até que senti a sensação dos seus lábios, a textura e, finalmente, o gosto… Meio mole deixei o skate cair e me entreguei ao beijo, minha mão prendendo-se em sua camiseta com força. Sentindo meu coração explodir correspondi o beijo com tanta intensidade quanto ele me beijava. Me senti derreter no peitoral másculo dele e quando sua mão apertou minha cintura com força, esqueci meu próprio nome. Eu só queria me fundir ali, queria que aquilo não acabasse. Cedo demais ele se afastou, colocando o queixo na minha testa. Continuei de olhos fechados.

– Ainda com raiva?

– Arran.

– Jura? – abri os olhos, me deparando com os seus próximos aos meus. Próximos demais, respondi a primeira coisa que veio a minha mente, mecanicamente.

– Arran.

– Tenho o remédio certo para sua raiva. – Ele sorriu por alguns segundos, então colou nossas bocas novamente. Os lábios pedindo passagem vigorosamente, um braço me apertando na cintura e o outro na nuca... E eu procurei esquecer. Esquecer a raiva, esquecer tudo. Só aproveitar o momento.



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