Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 8
Capítulo 8 - Constrangida


Notas iniciais do capítulo

Bem, postei vários capítulos porque andei afastada e tinha de sobra e... Porque eu recebi um acordo bem interessante. Espero que comentem, hein. =D



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Na praia ficamos andando sem rumo, apenas caminhando e conversando. Igor me fazia rir toda hora com suas piadas idiotas e gestos exagerados enquanto explicava algo. Percebi que estava gostando de ficar com ele, trocando palavras sobre bandas e músicas. Estava gostando mesmo... Nossos pés estavam descalços, sentindo a areia acariciá-los de forma agradável. Nossos tênis estavam presos em nossas mãos e às vezes Igor sacudia o dele enquanto gesticulava e falavam, de forma engraçada. E vermelha de tanto rir eu acabava esbarrando nele e ele em mim, o toque dele, mesmo que por pequenos instantes, me arrepiava. O mar batia contra a areia, chiando de leve, me deixando calma e a vontade. O cheiro de maresia conhecida no meu nariz fazia meu peito estremecer de prazer, ainda mais com aquela companhia. Até que de tanto esbarrar sentei na areia, cansada demais para andar. Igor riu, sentando-se ao meu lado.

– Você consegue ser mais sedentária que eu. – ele disse, parecendo alegre.

– Eu não sou sedentária.

– Preguiçosa ou acomodada? Escolha.

– Eu gosto do confortável. É diferente.

– Aqui está confortável pra você? – ele disse, sentando mais perto de mim. Desviei o olhar constrangida, não respondendo. – Estou esperando sua resposta.

– Você é bem cara de pau, né?

– Eu prefiro dizer que sou bem direto. Responda minha pergunta.

– Sim, aqui está confortável. – Ficamos em silêncio, um olhando para o outro.

Então… Unindo toda a coragem do meu ser estiquei a mão, fria e trêmula, até o rosto dele, acariciando a sua bochecha de leve. Os olhos dele se fecharam por alguns segundos, até se fixarem nos meus, com algo mais do que surpresa, algo que eu não soube definir. Lentamente puxei seu rosto, cada vez mais próximo ao meu. Fechei os olhos, ainda guiando seus lábios até mim. Até que algo deu errado. Senti uma mão no meu pulso, que tirou a minha mão do rosto dele com firmeza. Abri os olhos assustada. Ele desviou o olhar. Boquiaberta, senti a vergonha e a humilhação me tomando por completo.

– O que eu fiz? – soprei as palavras. Sentia o sangue subir rapidamente até meu cérebro. Me deixando tonta. Repassei o que tinha feito… Como eu fui ridícula! Eu sou ridícula.

– Nada. Você não fez nada. – Além de passar vergonha, pensei.

– Pensei que você quisesse também.– murmurei baixinho. Eu sentia mais do que humilhação. Era raiva, raiva, porque eu pensei que ele queria algo. Parecia, ele dava todos os sinais. E agora… Fazia isso. Eu me sentia enganada e quando eu me sentia enganada, eu ficava igualmente irritada e com raiva. Me levantei, exasperada. E saí andando, batendo o pé. Me sentindo ridícula e humilhada.

– Malu! Espera… – ignorei seus protestos e continuei andando. Senti dois braços me virando.– Me desculpe, eu…

– Já entendi, você não quer.

– Eu quero!

–  Eu já entendi. E quer saber? Já chega. Me deixa ir. – puxei o braço, me soltando e recomeçando a andar.

– Me deixa, ao menos, me explicar.

– Não tem o que explicar! Eu já entendi! Me fez de idiota.

– Eu não te fiz de idiota. Não tem nada a ver!

– Deixa pra lá. Não quero mais saber, ok? – falei enquanto continuava andando.– Vamos fingir que nada disso aconteceu. Melhor! Vamos fingir que nunca nos conhecemos. Parece bom pra mim.

– Espera! – Ele me segurou novamente e puxei o braço ainda mais com força.

– Já chega, ta legal? Não pode ficar me manipulando pra você se divertir as minhas custas. – Eu sentia uma raiva poderosa mesclada à humilhação dentro de mim. Eu me sentia enganada, me sentia patética e não conseguia controlar as palavras que saltavam da minha boca, expondo meus pensamentos embaralhados. Basicamente, eu estava descontrolada.– Admita… Fez de propósito não é? Me fez querer, para depois simplesmente… Aff. Isso é ridículo. Não sei por que estou conversando com você. Com certeza é a última vez!

– Você não entende!

– Tem razão. Não entendo. Odeio bipolaridade, porque eu sou bipolar. Se já é difícil lidar comigo mesma. Imagina com mais um. Não dá. – respirei fundo, tentando me acalmar. – Sério. Esquecendo tudo nesse instante. Vamos fingir que nunca nos conhecemos.

– Você é mesmo muito drástica e dramática. – Ele disse, parecendo agora também alterado.

– Quer saber? Me erra! – saí andando e deixei um Igor estático atrás de mim. Ao longe ouvi um resmungo de raiva. Sem poder me conter olhei para trás e percebi que ele estava sentado na areia, curvado. Recomecei a andar, prometendo a mim mesma que deixaria a droga desse dia para trás, na areia. Claro que isso foi meio que impossível.

No meu quarto, de banho tomado e penteando os cabelos, a imagem de Igor não saia da minha mente. Como se estivesse gravado na minha retina aquela sua expressão exasperada e irritadiça. E o pior, eu não conseguia sentir raiva dele só por ele ter me constrangido daquele jeito. Eu sentia raiva de mim mesma também, sentia raiva por ficar imaginando como seria nosso beijo. Sentindo raiva de só imaginar como seria o gosto, a textura… Patética.


Joguei a escova de cabelos de lado, totalmente frustrada. Me deitei na cama, puxando um travesseiro, deitando a cabeça nele e abraçando-o. Suspirei. Minha janela estava aberta e ventava suavemente, um vento suave que assobiava de leve, misturado com os barulhos da noite, me deixando arrepiada e serena. O vento por sua vez trazia o cheiro do mar. Percebi horrorizada que Igor tinha cheiro do mar, e a brisa suave me lembrava da sensação do toque dele em minha pele, em meu pulso… Fechei os olhos, irritada, frustrada, magoada e chateada comigo mesma. Não era possível eu ter me apegado a algo que eu conhecia há apenas um dia. Depois de muito me revirar na cama, acabei adormecendo, com o nome dele na minha mente.



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Notas finais do capítulo

Então... Gostaaram desse capítulo?