Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 30
Capítulo 30 - Acidente


Notas iniciais do capítulo

Então, irei continuar a fic por aqui mesmo. hihihihihiDesculpe assustadar vocês.Vocês me ajudaram muito em decidir em escrever ou não mais da fic. Eu espero, de coração que gostem do capítulo. E tenham paciência, obrigada. KKAh, eu ri muito com o reviews de vocês. Amei todos, todos, todos! KK =P



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Praticamente dois meses sem falar com ele. O que eu estava na cabeça ao fazer tudo aquilo e deixar um menino na praia se aproximar de mim? Isso havia mudado mais coisas em mim do que o realmente necessário, havia mudado meu jeito de encarar as coisas, o mundo, os livros, a mim mesma, tudo! Eu tinha 16 anos e desejava nunca ter me apaixonado.

Eu passara esses dois meses absolutamente sozinha. Decidi passar o resto das férias com meu pai, mas agora já estava em casa, havia chegado hoje de manhã. Eu estava sem falar com Alexandre, ignorando todos os telefonemas dele e me isolando do mundo. Uma atitude drástica e idiota, mas necessária. Eu não aguentava pensar em Alexandre agora. Porque eu não sentia como as coisas fossem as mesmas. Afinal...  Eu havia mentido. Eu tinha afastado o amigo também junto com o namorado.

Sei que ele tem saído com Ceci, as coisas andando devagar entre eles. Minha mãe sempre tentava conversar pelo telefone e me manter informada. Mas na verdade, não quero saber. Não sei se estou preparada pra ver Ceci com meu ex-namorado, de novo. É meio irreal. Ver eles se beijando, se tocando. É como se fosse uma dejavú. Como se me lembrasse ela beijando Igor, ela fazendo tudo aquilo com Igor. Aff, é demais pra minha cabeça.

Exatamente por isso eu evitava pensar nele também. Eu o amava. Talvez. Sentia uma falta terrível dele, mas estava aliviada de não ter que olhá-lo todo dia. É uma coisa bem bipolar e sem sentido. Mas é verdade. Dói ficar sem ele, mas ver e não poder tocar ele é pior. Então fico aqui no quarto, vegetando. Sem tomar uma decisão. Dois meses passaram tão rápido que eu me pergunto às vezes se não é o tempo brincando comigo. Parecia que eu estava permanentemente parada naquele ponto. Naquele instante na praia. O vento soprando nos meus cabelos, minhas mãos vazias, o céu escurecendo. E eu me sentindo afundar tão profundamente no poço de solidão e autopiedade que chegava a ser irônico.

Você deve estar pensando: Porque não corre atrás dele, Malu? É porque, eu não sei se quero. Eu não estava mentindo, nem falando exageradamente quando disse que não conseguia me enxergar ao lado dele. É verdade.  Às vezes o amor não é tudo... Mas amor é a base de tudo. Pro perdão, pra reconciliação, pra dor... Pra tudo. Ainda não acabou totalmente. Amor muitas vezes pode não ser suficiente, mas é o bastante. O resto se dá um jeito. Minha própria voz ribombou em minha mente. Eu já havia dito isso a uma pessoa.  Quando eu era inocente e nunca havia sentido o amor na pele. Afundei a cabeça no travesseiro, irritada.

Me levantei , cansada de ficar parada. Passei pela porta do meu quarto, querendo sair daquele cômodo antes que sufocasse. Desci os degraus pulando, num ato de puro tédio. Parei no último, ouvindo ao redor. A casa estava vazia. Sabe se lá Deus onde todo mundo se meteu. Me sentei no sofá e liguei a TV. Assistindo um programa qualquer. Estiquei as pernas e as coloquei na mesinha de centro. Feliz por minha mãe não ver essa cena.

Sabe aquela história que as tragédias vem na pior hora? Ou que te pegam tão de surpresa que parece ser só um sonho. Ou uma brincadeira de mau gosto? Foi assim que me senti depois de certo telefonema. Eu ainda estava assistindo TV, tão patética naquela posição solitária e perdendo tempo porque sou orgulhosa. Meu cérebro estava semidesligado. Minha mente estava em outros mundos. Algum mais feliz, sem cunhados ou férias de verão frustrantes. E pateticamente, Igor dava um jeito de aparecer em minhas fantasias de felicidade. Como se tivesse me perseguindo. Demorei a notar o telefone tocando.

Em um dia normal eu ignoraria, o telefonema não seria para mim. Quem quisesse me achar me ligaria no meu celular. Mas naquele dia eu andava procurando certa voz em qualquer ligação. Se isso incluísse me decepcionar por ser algum cobrador, eu realmente não me importava. Peguei o telefone, rapidamente. O levando a orelha rapidamente. Antes que parasse de tocar.

– Alô? – Perguntei, semissufocada.

– Cecília? – A voz masculina e desconhecida me fez afundar no sofá. Era óbvio que seria algum admirador de Cecília.

– Ela saiu com o namorado. – informei, entediada.

– Quem fala?

– A Malu.

– Malu? – Estava prestes a dizer que provavelmente era engano e me livrar logo disso quando ele continuou. – É o Pablo? Se lembra?

– Pablo? – fiquei em alerta, fazia séculos que eu não tinha notícias de Pablo. – O que aconteceu?

– Liguei para avisar...

– Avisar o que?

– Desculpe não poder falar pessoalmente. Mas... Igor e eu sofremos um acidente de carro ontem. Estamos no hospital. – Demorei um pouco para me recuperar do choque. Hospital? Tossi, procurando minha voz.

– Está tudo bem com vocês? – Com ele? Eu queria perguntar. Me vi ansiosa. A voz do outro lado da linha emudeceu, senti um bolo gigante se formar em minha garganta. Puxei minha perna, ainda mais nervosa. – Pablo? Você está me assustando...

– Eu quebrei o braço, Igor bateu a cabeça com força, mas ta tudo bem agora. Ele ta acordado.

– Que alívio. – Sentia meu coração ribombar, mas sabia que tinha algo mais por causa de sua voz. – Então... Qual o verdadeiro problema?

– Ele não lembra quem eu sou. Ele não se lembra de nada. – engoli em seco, assimilando as palavras. Como? Não se lembrava de nada? Primeiramente tentei me lembrar de como se respirava, me lembrar de como eu fazia para ouvir, eu sentia todos meus sentidos pararem momentaneamente. Me recuperei:

– Pablo? Você não está...

– Brincando? – A voz dele soou desesperada do outro lado da linha. – Acha mesmo que eu brincaria com algo assim? Eu estou desesperado, sabia? Completamente desesperado. Não sei o que fazer, Malu... Meu melhor amigo não se lembra de mim!

Ele gritou do outro lado da linha. Senti meus ossos derreterem, como se tivessem jogado ácido neles. Não era mentira então. Apertei o telefone com força, controlando a minha voz.

– Que hospital vocês estão? Estou indo pra aí agora!



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Notas finais do capítulo

N/A: Certo, como sempre. Os clichês me perseguem. Mas sinceramente... Percebi que se não continuasse a fic eu estaria fazendo uma puta falta de sacanagem comigo. Quando eu escrevo, quero sim agradar, mas escrevo pra me divertir. E se eu escrever só por escrever? Só pra agradar os outros? Qual seria então a graça de escrever? Então resolvi fazer do meu jeito. Não que eu esteja desvalorizando a opinião de vocês, sinceramente adoro suas opiniões e me divirto pra caramba as lendo, só quero me divertir escrevendo também. Sinto muito se vou decepcionar ao longo dos próximos capítulos, o que é bem possível. Mas vou dar o melhor de mim. Provavelmente a noite postarei outro capítulo. Desculpem para o capítulo assim KKKK /pisk