As Crônicas de Mhaglacia escrita por AntonioConceição


Capítulo 11
Elemento Terra




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Estava frio e escuro.

Luana levantou-se atordoada e chamou por Dário.

Sentiu uma mão percorrer o seu ombro direito e percebeu que era o toque de Dário e tranquilizou-se.

Avistou-se uma luz. Uma luz verde como a de Leah mas estava distante, num túnel. Então Luana percorreu esse túnel até que quando chegou á luz esta desapareceu e deu lugar uma paisagem.

Eram as profundezas da terra havia árvores, flores, arbustos. Estavam lá criaturas mágicas como lobos gigantes, fadas, anões entre outros.

Luana encontrava-se numa gruta então deu um passo á frente e foi quando tudo o que a rodeava parou, todos os animais esconderam-se.

A princesa olhou para o seu cavaleiro e este fez-lhe sinal para continuar e assim ela o fez.

Entrou por um caminho de pedras rodeado de flores amarelas e vermelhas, grandes arbustos que lhe davam pelo ombro.

Passado alguns segundos avistou uma grande árvore parecida com a árvore onde a rainha Stella estava mas esta era ainda maior e parecia mais velha.

Havia dois guardas, homens gigantes que quando a viram curvaram-se como um aldeão se curva para o seu rei.

Luana ficou estupefata.

–Será que todo me conhece! – Exclamou.

–Parece que sim. – Disse Dário ultrapassando-a e abrindo a grande porta da árvore. Luana entrou juntamente com ele.

Estava escuro e eles avistaram uma luz que vinha de um altar.

Luana aproximou-se, foi olhando a seu redor e pôde ver grandes vigas de pedra todas seguidas umas das outras e entre elas havia estátuas, grandes estátuas de animais. A princesa olhou para uma e era um leão com posição de ataque e a boca aberta.

Desviou o olhar e focou-o no altar, era uma mesa grande com uma toalha branca e em cima dela, no centro, era de onde vinha a luz.

Luana aproximou-se lentamente e pôde ver que a luz era um pedaço de papel.

–Dário! – Chamou-o.

–Que foi? – Perguntou ele chegando lá a correr.

–O que é isto?

Dário pegou no papel e a luminosidade diminuiu haviam uns símbolos no papel que Luana não conseguira decifrar.

–Esta é a língua velha, a língua dos primórdios. Isto diz “Desce, desce ainda mais, que o poder iras encontrar mas não se esquece, o bem sempre floresce”

–Então temos que descer… mas por onde? – Perguntou Luana confusa.

–Não sei, vamos procurar alguma porta.

E assim o fizeram. Palparam todas as paredes, todos os buracos nelas pois podia haver uma porta secreta mas nada eram simples paredes.

Sentaram-se ao lado do altar a pensar.

–Lê-me outra vez o papal. – Pediu Luana.

“Desce, desce ainda mais,...”

–Espera. – Interrompeu Luana.

Ela levantou-se e olhou para o chão, examinou-o.

Encontrou uma frecha no chão e aproximou-se.

–Encontrei – disse Luana contente – olha… ai diz para descer então temos que descer logo não ir para a frente.

Luana colocou a mão no freche e empurrou-o para baixo foi quando á sua frente as pedras começaram a tremer até que se amplificou. No meio um retângulo de pedras foram descendo formando uma escada.

–Boa – Disse Dário orgulhoso de Luana.

–Vamos – Proferiu.

Desceram as escadas.

Quando chegaram ao fim havia dois bastões com um pedaço de pano. Dário pegou nos fósforos do seu bolço e acendeu os bastões.

As escadas voltaram para cima formando um teto.

À frente deles havia um grande portão aberto.

Foram andando sempre em frente até que não havia mais caminho e deram por si encurralados.

–E agora? – Interrogou Luana.

–Olha para cima… - Disse Dário estupefacto. A princesa olhou e viu as raízes de uma árvore.

–Estamos por debaixo da árvore. – Verbalizou Luana.

Uma raiz da árvore começou a mexer-se. Foi indo para baixo e foi se dividindo até que chegou mais ou menos á altura da cintura deles e formou um círculo oval na vertical.

Esse círculo começou a ficar preenchido por um papel amarelado, parecia um espelho. De repente o papel começou a brilhar e apareceram símbolos parecidos com os que estava no outro papel.

–Sabes o que significam? – Perguntou Luana olhando para Dário. Este aproximou-se do papel e ficou uns segundos em silêncio.

–Isto diz: “Todos comigo vêm ter, e todos fogem de mim: dizem que dou princípio, àqueles a quem dou fim."

– O que quer dizer isto?

–Não sei… parece uma adivinha, temos que descobrir. – Proferiu Dário, começando a pensar.

Passaram os seguintes segundos calados a pensar qual seria a palavra-chave para aquela adivinha.

Luana encostou-se e sentou-se.

Olhou para o chão e viu que era de terra.

–Dário?

–Sim.

–O chão não era de cimento? – Perguntou Luana confusa.

–Sim, deve ter mudado quando apareceu esta raiz… quando apareceu a adivinha…

“Todos comigo vêm ter… - Disse Luana pensando – quando morremos vamos para debaixo da terra. “E todos fogem de mim…” mas ninguém quer morrer…

–“Dizem que dou princípio, àqueles a quem dou fim." Nós dizemos que depois de morrer inicia-se uma nova vida – Completou Dário.

–É isso! – Pronunciou Luana, com uma sorrido estampado no rosto – É a Terra.

Nesse mesmo instante Stella saiu da raiz. O papel desfez-se em terra e a raiz voltou para cima.

–Parabéns! – Disse a rainha verde. – Foi a terra que deu princípio á nossa vida e é para lá que o nosso corpo vai quando morremos. Acabaste de despertar o elemento Terra.

Luana foi preenchida por uma onda de poder. Sentiu-se mais forte sentiu todos os cheiros da natureza e todos os sons.

Sentiu uma comichão na sua mão levantou-a ao nível dos olhos e viu uma raiz sair dela.

–Põe a mão na terra – Disse Stella.

E assim Luana o fez. Pousou a mão na terra e sentiu as raízes preformarem o solo. A mão foi empurrada para cima e Luana sentia folhas trespassarem a sua palma da mão.

Levantou a mão para cima e viu uma pequena árvore plantada no chão.

–Agora tenta plantar uma rosa. – Pediu a rainha.

Luana colocou a mão no solo e pensou numa rosa vermelha, inspirou e expirou. Procurou nas suas forças o elemento terra.

Agarrou a terra, estando a ficar sem forças foi quando sentiu raízes a transbordarem da sua palma.

Começou a elevar a mão até que parou.

Tirou a mão e viu uma rosa a desabrochar.

–Tu podes plantar as plantas mas como vês isso desgasta as tuas forças. Além de poderes plantar podes procurar plantas que já estejam plantadas e faze-las crescer controlando-as. Agora vou pedir-te que procures uma trepadeira faz com que ela cresça e controla-a. – Disse Stella.

Luana fechou os olhos.

Ela conseguia sentir todas as plantas que ali estavam. Procurou a trepadeira e descobriu um rebento dela.

Instintivamente direcionou a mão para onde estava a trepadeira procurou a força para a fazer crescer e assim conseguiu.

A trepadeira foi crescendo e crescendo.

Luana tentou controlada mas parecia não conseguir. A trepadeira não parava de crescer.

Começou a cercar Dário e aprisionou-o. Fez círculos sobre o corpo dele e prendeu-o. Elevou-o e começou a abana-lo.

–Luana! Luana! – Gritou Dário.

Luana olhou para a trepadeira e de repente ela deitou Dário ao chão e introduziu-se no solo.

–Muitos parabéns! – Disse Stella rindo-se.

–Parabéns? Ela não conseguiu… Pois, claro! Ela conseguiu controlar a trepadeira, fez aquilo de prepósito.

Stella abriu um buraco no teto e criou umas escadas de terra e desapareceu.

Luana passou por Dário. Este ainda chocado e disse-lhe:

–Foi por me teres deixado sozinha! – E começou a subir as escadas.

–Pensei que me tinhas perdoado! – Exclamou Dário indo atras da princesa.

–Eu perdoei mas não disse que não ia me vingar! – Riu-se Luana. – Foi uma brincadeira.

–De mau gosto Luana.

–Como queiras. Vamos. – Falou Luana chegando ao fim das escadas.

Estavam novamente dentro da grande árvore na sala das estátuas.

Caminharam até á porta e saíram.

Luana olhou ao seu redor e lá estavam novamente as criaturas mágicas. A princesa começou a andar e por seu espanto as criaturas não se esconderam.

Houve um lobo que começou a aproximar-se.

Sou eu Luana – Transmitiu o lobo por pensamento juntamente com imagens do que tinham pensado. – Temos estado juntos e nem sequer te disse o meu nome… Sou o Drago.

–Esta bem, Drago! – Exclamou Luana abraçando o lobo.

Então o que aconteceu na minha ausência?

–Despertei o elemento Terra.

E agora?

–Agora faltam os outros dois – Disse Luana caminhando para a saída.


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