Gunslinger escrita por Kuran Yuuki


Capítulo 11
It's time to know the truth {last part}


Notas iniciais do capítulo

EI POVO, FELIZ ANO NOVO ATRASADO !
Eu sei, eu sei .. demorei a postar...
Mas é que final de ano é uma droga, e eu não conseguia ter criativdade pra nada.
Vou tentar adiantar a fanfic pra não deixar mais vocês na mão, ok?
Enfim, vamos ao capitulo



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           - Quanto tempo se passou desde a ultima vez que nos vimos?

           - 3, 4 anos? - perguntei sem ter certeza.

           - Isso, ou mais. -  Chris respondeu, passando a mão sobre meus cabelos, deixando-os bagunçados - O que veio fazer aqui, de ultima hora?

           - Saber a verdade - disse Steve entrando na conversa.

           - Quem é você? - Chris perguntou, olhando de Steve para mim e vice-versa. A semelhança era gritante.

           - Ele é meu pai, Chris - disse, e meu irmão arregalou tanto os olhos que eu achei que iriam cair no chão.

           Chapter 11 - It's time to know the truth

           - Seu pai? - ele perguntou, ainda confuso. Comecei a explicar sobre as partes da história que eu sabia. E se os olhos do meu irmão antes pareciam que iam cair, agora definitivamente cairiam.

           - É isso, Chris. Joanne Steele mentiu para mim todos esses anos, toda a minha vida. Ela traiu seu pai, mentiu e ainda alimentou essa mentira. - completei, indignada. Eu precisava do apoio do meu irmão.

           - Eu não sei o que te dizer, Kay - Chris disse, com ódio estampado na cara - Como ela pode?

           - Nós não sabemos, garoto. É por isso que estamos aqui - disse Steve.

           - Desculpe. Steve, esse é meu irmão do meio, Christopher Steele. Chris, esse é meu pai, Steve Walker.

           - Steve Walker? Dono da Folker? - Chris perguntou, surpreso.

           Steve é dono do uma empresa chamada Folker S. A., que trabalha em diversos ramos de tecnologia. Fabrica peças para carros, computadores e amplificadores de som, por isso eles haviam patrocinado a Avenged Sevenfold.

           - Sou sim - Steve respondeu, sorrindo levemente - Você conhece a empresa?

           - Eu trabalho lá. Há pouco tempo, mas trabalho. - Chris respondeu, e só aí eu fui me lembrar que ele havia terminado a faculdade de engenharia há 2 meses.

           - É mesmo, cara! Parabéns pelo diploma! - disse, correndo para abraça-lo mais uma vez. Depois disso resolvi que já era tempo de resolver todos esses problemas que estavam me atormentando. Me separei do abraço e perguntei ao Chris, com a seriedade anterior: - Joanne esta aí?

           - Está. Vamos entrar.

           Nunca havia feito uma caminhada tão longa em toda a minha vida. Parecia que eu estava me despindo de toda a minha vida, que eu entraria naquela casa como algo oco, um esqueleto. E assim que chegamos na porta, meu telefone tocou, e quando vi quem era senti toda a minha dignidade voltar ao meu corpo.

           - Oi Matt - disse, atendendo o telefone.

           - "Oi Sweetie" - ele disse, a voz amorosa mas preocupada comigo - "Onde você esta?"

           - Indo decidir o meu futuro. Podemos nos falar depois?

           - "Acho que sim. Só queria te avisar que já estou em Londres, e se você quiser me ver e..."

           - Se eu quiser te ver? É claro que eu quero te ver! Eu preciso mais do que tudo te ver! Você poderia vir pra cá agora, não vou demorar. Anota o endereço.

           Depois da breve conversa com Matt eu me sentia um tanto mais confiante para encarar tudo aquilo.

           Entramos na casa que, pra mim, cheirava a passado, e a primeira coisa que escutamos foi um barulho na cozinha, seguido de gritos da minha querida "mamãe".

           - CHRIS! TEM ALGUÉM AÍ? OUVI BARULHO DE CARRO E... - ela disse enquanto seguia para a sala, dando de cara comigo. No mesmo instante ela perdeu 1 tom de pele, o olhar se tornou escuro ao me ver. - O que você tá fazendo aqui, Kylie? Eu pensei ter te dito que não queria, nunca mais, que você colocasse seus pés na minha casa.

           - Olá mamãe. Fica tranquila que eu não vim dormir ou voltar a morar aqui. Eu e meu amigo ali - disse, apontando pro Steve. Ela me encarava com tanto ódio que nem se deu conta dele - só viemos esclarecer umas coisas com você.

           - Esclarecer umas coisas? Que coisas, garota? Não tenho nada pra falar com você, quem dirá com seus amigos. - ela respondeu, esnobe.

           - Acho que dessa vez você tem coisas a falar, Joanne - Steve disse, e só quando sua voz se fez presente foi que Joanne olhou para ele. E ver aquele rosto do passado fez com que ela perdesse o resto da cor que ainda tinha.

           - Você pode começar a falar a verdade, Joanne? - perguntei, com ódio.

           - Então vocês se descobriram, não é? Que grande merda! - ela exclamou, rindo e recuperando a postura de "fodona" que ela sempre gostou de manter. Sentou-se majestosamente em uma poltrona e pôs-se a falar - Querem saber da verdade, não é? Pois eu a conto, não tenho medo.

           "Eu sempre quis ter um homem rico e bonito ao meu lado, para que eu não tivesse que trabalhar e ser tratada como uma dama. Nunca tive vontade de ser uma mulher trabalhadora e independente. Queria mordomia. Quando eu me casei com o Daniel, a familia dele tinha várias posses e muita grana. Nós nos casamos muito pouco tempo depois de nos conhecermos, então não nos conheciamos bem. Mas Daniel era amavel, bom de cama, e completamente apaixonado por mim. Fazia todas as minhas vontades. Mas passava muito tempo fora de casa.

           "E então eu conheci o Steve. Ele era irmão de uma antiga amiga minha, não tinha nada, mas era lindo. Os olhos azuis como o céu e os cabelos tão ruivos quanto o fogo. Era o adolescente mais bonito que eu já havia visto, era alto e atlético. Ele tinha 15 anos, e eu, 23. Eu já havia tido outros casos, com homens mais velhos. Mas aquela criança me dava arrepios.

           "Dei encima do Steve até ele ceder. O que não foi muito dificil, já que ele era um completo idiota, gostava de me mostrar para os amigos, achando que era superior. Algum tempo depois, eu engravidei de você, mas não sabia se o pai era Steve ou o Daniel.

           "Quando o Dan descobriu que eu estava grávida não me deu tempo de explicar a situação completa. Ele contou pra toda a familia, feliz. E como todos esperavam um herdeiro, ficaram loucos de alegria. Se ele não tivesse feito isso eu iria tirar aquela criança indesejada, mas não pude, não com toda a familia dele acompanhando a gravidez de perto. E eu chutei o Walker da minha vida. Já seria bem dificil sem ele me atormentando, falando que estava apaixonado.

           "Contei toda a verdade pro Daniel, e ele disse que se a criança fosse filha do outro, ele ainda a criaria como se fosse dele. Nós inventamos a desculpa que minha falecida mãe era ruiva dos olhos azuis, assim como o Steve era, só para não levantar suspeitas. Quando eu tinha que ir até a casa dos pais do Dani, eu ficava falando que havia sonhado com uma menina, e que esta seria como a minha "mãe". Fingia chorar de saudades e emoção, e eles acolhiam a ideia só porque era a minha "maior" vontade. E quando a criança nasceu, uma copia exata do Steve, tive que fingir estar emocionada por você se parecer com a minha "mãe". Foi isso que aconteceu. Eu nunca mais vi o pé rapado do Steve Walker, tive outros filhos e te criei com o minimo possivel, eu sentia odio por você ser tão igual a ele, ser inteligente como ele. Ter as mesmas manias e vontades. Eu odiei você, Kylie. E ainda odeio. Você é o meu passado em pessoa, meu maior erro." 

           Não sei em que momento daquele maldito relato minhas lágrimas começaram a escorrer, mas agora percebia que elas vinham fortes, me fazendo soluçar involuntariamente. Senti os braços fortes do meu meio-irmão ao meu redor, mas me desvencilhei. Só havia uma pessoa que eu queria neste momento. E como nosso timer era completamente perfeito, este alguém chegou buzinando na porta daquela casa que eu esperava nunca mais ter que por meus pés. Em meio a toda a minha dor, respirei fundo, enxugando com a manga da camisa meus olhos, e falei:

           - Muito obrigada por tudo de ruim que você me fez passar, Joanne. Eu só tenho que te agradecer por me colocar pra fora da sua casa, da sua vida. Isso me fez crescer, me fez perceber que eu queria ser uma pessoa muito melhor do que você foi pra mim. Muito obrigada por me proporcionar a oportunidade de crescer e conhecer uma familia muito melhor do que essa. E saiba que mesmo você me odiando, eu não odeio você. Odio é uma palavra muito forte, e amanhã podemos nos arrepender dela. E Chris - disse, me virando para o meu irmão - saiba que mesmo com tudo isso, você é meu irmãozinho, e que eu vou amar você pra sempre, e tudo o que eu puder fazer por você, eu vou fazer. Agradeça ao Daniel para mim. Apesar dele nunca ter gostado muito de mim, ele me criou. Adeus Steele's, e espero não ter que voltar aqui nunca mais.

           Dito isso, me virei e saí andando para fora daquela casa, sentindo que iria sucumbir a qualquer instante. Segui em rumo ao meu futuro, deixando completamente aquele passado para trás. Uma vez ouvi que as vezes virar a página não bastava; então tinhamos que queima-la. E era isso que eu estava fazendo, queimando meu passado duro e ruim, guardando para mim somente os momentos bons, que eram quase todos com meus irmãos. Quando saí da casa, dei de cara com um Matthew me esperando apoiado no carro, o semblante preocupado que eu imaginei estava ali, ainda mais forte. Percebi que a saudade que eu sentia dele era muito maior do que cabia dentro de mim, então corri, sentindo as lágrimas me devastar de novo. Quando cheguei até ele, parei, tentando parar de chorar para poder ver aquele rosto que eu amava; sim, amava, e agora estava certa disso; sem aquela cortina de lágrimas a me atrapalhar.

           - Shh, eu estou aqui - ele disse, me abraçando forte. E eu me senti segura ali, sentindo o seu cheiro misturado com o perfume tipicamente masculino. E toda a força que eu estava fazendo para me manter inteira foi embora com aquele abraço. Eu o abraçava, puxava sua camisa, soluçava e tremia, e ele simplesmente me manteve ali, segura naqueles braço de ferro, braços que não me deixariam sair nem se eu tentasse.

                      Chris POV

           Depois de escutar todas aquelas coisas, soube que tudo que a Kay dizia quando eramos crianças era completamente verdade.

Flashback on

           "Não adianta tentar agradar ela, Cheat - Uma Kylie de 15 anos dizia, deixando os longos cabelos ruivos um pouco mais bagunçados do que estavam, mostrando as mechas azuis recem feitas sem autorização dos pais - Ela me odeia. Não sei o motivo, talvez seja por ser parecida com a mãe dela.

           "Claro que ela não te odeia, Cherry! Ela ama você! - um Christopher Steele de 14 anos dizia. Mesmo mais novo já era mais alto que a irmã mais velha.

           "Aham, e eu sou a Courtney Love - a ruiva disse, rindo. - É tão claro como a água que ela prefere muito mais você e a Amber a mim! Porque eu sou a única que desde sempre tem que trabalhar pra ajudar em casa, que estuda numa escola pública e que dorme num porão, mesmo tendo 2 quartos sobrando nessa casa; enquanto vocês estudam em escolas particulares e tem absolutamente TUDO o que querem? Me poupe, é mais fácil aceitar a verdade - a pequena disse, mexendo preguiçosamente no pirceng colocado no septo - Um dia eu vou descrobrir o porque de tanto odio."

Flashback off

           Tive vontade de seguir ela, a abraçar bem apertado e dizer que tudo ia ficar bem, que daria certo. Vi o clima que a sala havia ficado com a saida da ruiva. Steve olhava com tanto odio para minha mãe que eu pensei que era capaz dele bater nela. Mas ele foi melhor que isso, a desprezou completamente.

           - Você não ficou comigo por eu não ter nada, financeiramente falando, não é Joanne? - ele disse, a voz mais fria que eu havia ouvido na minha vida. Resolvi esperar o pai da minha irmã; por mais estranho que isso pareça; sair. Apesar de estar com raiva do que minha mãe havia feito seria errado não protege-la, caso o Walker saisse de controle.

           - Isso é claro, Steve. - ela respondeu, abalada com o que a Kay havia dito. Ela achando que tinha feito mal a ela, quando só a tinha feito crescer.

           - Pois então, muito obrigado também. O que você fez comigo me fez querer ser melhor, para ter você. Me fez construir um império, ter mais dinheiro do que você pode sonhar, ser mais feliz do que você poderia ter me feito ser. Adeus Steele, e saiba que quem cuida da nossa filha agora sou eu.

           Steve fez o mesmo caminho de saida da minha irmã. Joanne me encarou surpresa, todo o mal que ela supostamente havia feito fizeram aqueles dois serem incrivelmente melhores. Eu a olhei com desprezo e ela foi olhar pela janela.

           - Tem dois carros lá, Chris. Uma Mercedes prata e uma BMW preta. - ela disse, como se eu me importasse.

           Ignorei-a e saí a procura da minha irmã. Vi que ela estava abraçada a um homem mais alto que ela, de cabelos curtos e roupas pretas. Não me importei, deveria ser o namorado novo dela.

           Mas o namorado novo dela não é o M. Shadows?

           Segui mais rapidamente, querendo ver meu idolo, além de consolar minha irmãzinha. Ela estava chorando, enquanto Shadows e o Steve pareciam discutir. Quando me aproximei pude ouvir o motivo da suposta briga.

           - Deixa ela comigo, Matt. Eu quero ter minha filha comigo, é meu direito - Steve resmungou, impaciente.

           - Não vou sair de perto dela, Walker. Nem por você, que é pai dela, nem por ninguém. Quando ela estiver melhor, eu peço pra ela ir atrás de você. Mas ela fica comigo.

           - De forma alguma! Ela vol..

           - Dá pra vocês dois pararem, por favor? - Kylie exclamou entre os braços do namorado, olhando tristemente para Steve - Me desculpa, pai, mas eu vou com o Matt. Não tô com muito humor pra conhecer sua familia, não agora. Me deixa respirar, e eu vou com você. Me desculpe. - ela finalizou, sussurrando. Steve me pareceu chateado, mas seguiu até a Mercedes prata, tirando uma mochila do porta malas e colocando sobre a BMW do Shadows.

           - Tudo bem então. Eu vou te esperar, minha filha - Steve disse, se despedindo. Kylie foi até ele e o abraçou, o pai correspondeu e depois deu um beijo na testa, ternamente. - Até mais, Sanders. Ah, tchau Chris. - ele disse, reparando minha presença. Shadows me encarou, dando um sorrisinho triste.

           - Matt, esse é o meu irmão, Chris - Kylie nos apresentou, vendo o carro do pai sair em alta velocidade.

           - Prazer Chris, eu sou .. - ele veio ate mim, com a mão direita esticada.

           - M. Shadows - completei, cortando-o. Ele pareceu não se importar, simplesmente pegou minha mão e a apertou fortemente. - Sou fã da banda, cara.

           - Bom saber! Esta convidado pro show de hoje a noite, se quiser.

           - Claro que eu quero! Eu sei onde vai ser o show, eu ia ir. Mas não consegui entradas a tempo.

           - Vou dar o seu nome na lista V.I.P., apareça. Vamos Sweetie?

           - Claro. Tchau Chris - a ruiva veio na minha direção e me abraçou.

           - Tchau Cherry. Saiba que nada mudou entre nós. Nunca vai mudar. - falei, olhando no fundo daquelas safiras, arranhadas pela dor. Ela me deu um esboço de sorriso, mas pelo brilho nos olhos, era verdadeiro; e entrou na BMW.

           - Até mais, Chris - disse Matt, acenando enquanto entrava no carro, que desapareceu num piscar de olhos, dobrando a rua.

           Voltei para dentro daquela casa, que eu queria sair o mais rapido possivel depois disso. Eu estava pronto para enfrentar qualquer coisa pela minha familia, mas depois dessas noticias, não sei se ainda estava.

           E tudo o que eu desejei naquele momento foi não ver mais aquele oceano azul tão triste, decepcionado. Eu queria que os olhos da minha irmã voltassem a transbordar o que estava habituado a ver: amor.

         


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Notas finais do capítulo

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