Crônicas de Sieghart escrita por xGabrielx


Capítulo 18
A Princesa 5 — Queda


Notas iniciais do capítulo

Eeeeh... O que posso dizer? Foi mal, quem quer que possa ter estado lendo isso regularmente. Convenhamos que incentivo na forma de comentários eu realmente não tenho, e mesmo que tivesse precisaria ser um número exageradamente maior do que o que suponho ser todos os que se interessam por fanfic de GC para eu pensar "Nossa, realmente preciso continuar escrevendo aquilo." Bem, o jogo vai acabando mas pelo menos eu termino esse negócio. Não quero ficar com uma história pela metade quando o jogo fechar, e começar a escrever depois certamente não vai acontecer, então vou tentar terminar isso o mais rápido possível. E com isso quero dizer que nem vou ficar revisando e relendo tudo. Só falta a escrita ficar melhor do que tava...



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O kwaeli dissera que estavam a dois dias de distância de Canaban. Durante a noite ainda foi possível ver, na direção da capital, o pilar de luz. Até onde ele ascendia? O que era aquilo?

Ele não respondia e Ellot dizia não saber. A única coisa que seu amigo parecia saber dizer, como um disco quebrado, era que algo estava errado com as suas memórias, algo as bloqueava e impedia Sieghart de lembrá-las, e a despeito disso deveria confiar nos dois. O silêncio com o qual passaram a responder as perguntas do Kriewalt, no entanto, não inspirava muita confiança.

O sol já nascia quando chegaram à vila de Veraban. Caminharam sem parar por toda a noite e o kwaeli queria ainda continuar a andar. Aparentemente pretendia chegar ao Vale do Juramento sem descanso algum, mas Ellot o convenceu a descansar alguns quilômetros ao sul da vila. A julgar pela recepção acalorada que tiveram, em grande parte devido à presença de Sieghart, e a falta de insistência além do usual de que ficassem mais tempo no lugar, Veraban não tinha sido notificada do evento com o kwaeli em Canaban. O pilar de luz, entretanto, também foi avistado dali e parecia ser um tópico de conversas popular, embora ninguém soubesse o que era.

No segundo dia da jornada, agora com suprimentos, encontraram um grupo composto por um draconiano e seu dragão, um guia do Vale e mais dois homens. O guia voltava de uma viagem a Canaban, onde fora contratado pela dupla de homens que, junto com o draconiano, viajavam desde Megec. O draconiano, por sua vez, fazia a viagem para realizar o primeiro voo com seu dragão. Decidiram os grupos se juntarem, mais por insistência do outro grupo do que por vontade de Ellot e do kwaeli.

A princípio, pareceu a Sieghart estar de frente a um bilhete de fuga ao se ver reunido com o draconiano e sua montaria, mas o maldito se negava veementemente a montar seu dragão, mesmo que já tivesse realizado a droga do Juramento lá no vulcão. Como se alguém balançasse o bilhete em frente ao seu nariz e então o atirasse à fogueira. Não era algo exatamente animador, mas não podia negar ser melhor que viajar como único prisioneiro de uma dupla composta pelo seu próprio amigo mancomunado com um estranho de Kwaelia.

Que a dupla tinha poder, Sieghart precisava reconhecer: a princípio os quatro outros homens não paravam de conversar e perguntar coisas, mas em questão de minutos sua dupla de captores conseguiu incutir o silêncio em todos. Até o dragão pareceu ter sido afetado pela atmosfera. Não que dragões falassem. Comiserando da situação dos quatro novos companheiros, também vítimas — embora ignorantes do fato — do sequestro, Sieghart imaginou quanto tempo duraria o próximo sermão de Terre. Isso se conseguisse fugir e voltasse a Canaban. Talvez o melhor mesmo fosse desaparecer por mais algumas semanas até que a situação se acalmasse. Se bem que Mer Ellot parecia realmente estar agindo por vontade própria. A oportunidade certamente apareceria, mas não poderia apenas fugir e deixar a situação como estava. O que poderia fazer? O que faria em relação ao amigo?

Antes que achasse alguma resposta, chegaram à Cidade do Vale. Há um bom tempo o chão já não mostrava nada além de pedra e a vila combinava de algum modo com a paisagem cinza-amarronzada que parecia uma extensão natural do chão e ambiente em volta. A maioria das construções eram voltadas para hospedagem ou venda de suprimentos. As verdadeiras casas eram poucas, já as de comércio provavelmente servindo também como moradia para os comerciantes. O lugar não parecia ter mudado nem um pouco desde a última vez que Sieghart estivera lá. Umas quarenta construções, não aumentara nem diminuíra.

— Último ponto de parada antes do Vale. — falou o guia, e, direcionado-se a Sieghart, quem ele provavelmente julgara ser quem decidiria as coisas em seu grupo, — Recomendo que vocês também passem o resto do dia e a noite aqui. Faltam poucas horas para o sol se pôr e é melhor que tenhamos sua luz durante a passagem.

— Seguiremos em frente. — disse o kwaeli.

Todos menos o dragão se viraram para Sieghart, como se esperassem alguma declaração dele. Quem o colocara na posição de líder? Não que fosse de se espantar, levando em conta seus feitos...

— Bem, vocês o ouviram. — disse, dando de ombros. Conseguiu sentir o amigo soltando, de alívio, o ar que prendera.

O guia e os outros dois homens ficaram na vila, mas o draconiano continuou junto com Sieghart e os outros, pois ele não atravessaria o Vale. Poucos ainda se davam ao trabalho de fazer o voo, até porque o ato não carregava qualquer utilidade prática. Apenas uma tradição velha de que os três seriam testemunhas.

Com o apoio de Ellot no convencimento do kwaeli, o draconiano conseguiu que os três o assistissem, pois “é tradição”, e fez o voo a partir de um precipício um pouco fora da trilha principal. Havia beleza no voo do dragão, embora fosse algo comum à maioria deles e nada de especial se apresentasse nessa ocasião, mas a única coisa em que Sieghart agora pensava era como falar com o draconiano e fazê-lo ajudar a fugir dali sem deixar que Ellot ou seu comparsa percebessem cedo demais o que pretendia. A bem da verdade, algo provavelmente impossível considerando a atenção com que o observavam e a vastidão de absolutamente nada no Vale que pudesse servir de distração. Por estar perdido em pensamento, e por ver, mas não olhar, sua reação foi um instante tarde demais quando uma das asas do dragão se partiram do corpo e aquela pessoa alada voou em sua direção.

Ao perceber o firme agarrão na roupa em seu peito, já era tarde demais. O mundo girava à sua volta, terra trocando seu lugar com o céu e vice versa. Tinha sido lançado no precipício. Sentia o vento passando à sua volta, abrindo espaço e roçando seu corpo, e sabia que caía, pois em lugar algum de seu corpo sentia aquela presença tão confortante que era o chão. Ouviu gritos e soube ter visto alguns clarões de luz, mas esses eram as menores de suas preocupações. Em breve, voltaria a se encontrar com o chão, mas não esperava que viesse a ser nem um pouco confortável.


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