O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 38
Capítulo 038: Mostrem-me o real poder!!!




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Capítulo 038: Mostrem-me o real poder!!!

       Na região oeste da bela cidade de Roul, dentro da formosa floresta feita de Furors, o pequeno Bour Diell permanece sentado, com algumas lágrimas escorrendo dos seus olhos e molhando as suas bochechas: nos últimos dez minutos aproximadamente, os seus ouvidos foram constantemente invadidos por ruídos provocados pelo esquartejamento que Krink estava fazendo nos três últimos cadáveres restantes. Ele pode ouvir claramente os golpes desferidos pelo seu companheiro e as partes dos corpos dos seres assassinados espatifando-se no chão em meio a uma grande e densa poça de sangue que, agora, ocupa uma grande parte do mato colorido ao redor de Krink, assim como os diversos pedaços de carne dos corpos. Agora, o jovem se abraça fortemente aos seus joelhos, bastante dobrados e pressionados contra o seu próprio corpo e a sua cabeça, abaixada na direção deles.

            Depois destes minutos, os ruídos cessam e então, Diell começa a ouvir passos aproximando-se de si. Eles então param e, mesmo com a sua cabeça abaixada, percebe que o seu corpo agora está sendo coberto por uma leve sombra. Ele vai erguendo o seu rosto bem lentamente, vendo seu amigo Krink, dos pés à cabeça, bem à sua frente, trajando as vestes que retirara dos seres mortos: o manto amarelado com a criatura ornamentada virada para o lado de dentro, além do chapéu de penas, penas estas que descem até mais ou menos à altura do nariz, cobrindo bastante a testa e os olhos. Diell já está vestido também com esta mesma roupa.

            Diell: Krink... Você... já acabou?

            Krink: Quase... agora só está faltando espalhar os pedaços que estão jogados pelo chão. Assim será bem mais difícil de que alguém os encontre um dia...

            Diell abaixa um pouco a sua cabeça.

            Diell: Sim, sim... você já tinha me dito isso...

            Krink fica olhando para Diell por alguns segundos, afinal, é mais do que claro que ele está triste com aquela situação toda: não só pelo fato de não estar ao lado dos seus pais, algo que quase não ocorre desde o dia de seu nascimento, mas também por estar sobrevivendo à custa da vida de outros seres, como os Ports e esses últimos quatro de agora.  

            Depois de alguns segundos, Krink recomeça a falar.

            Krink: Bem, eu já estou indo então, Diell... só vim aqui mesmo para te avisar que não deve sair daqui. Eu não devo demorar muito até espalhar bem os pedaços, então, em breve eu estarei de volta, portanto, espere-me aqui bem quieto, entendeu?

            Diell: Sim, não se preocupe, eu vou continuar sentado aqui...

            Krink: Certo...

            O Bour então fica observando o seu jovem amigo por mais alguns segundos e então, se ajoelha, ficando bem frente a frente com ele. Diell, que estava com o seu rosto um pouco abaixado, o ergue a fim de encarar o seu companheiro nos olhos.

            Krink: Confie em mim, Diell! Apesar de tudo o que nós estamos passando... tudo vai dar certo no final!

            Eles dois ficam se olhando por alguns momentos: nestes últimos instantes, desde que os seus pais Luyul e Marrncifer o deixaram sob a responsabilidade de Krink, Diell havia se apegado bastante com o seu mais novo amigo e, agora, está tendo um sentimento muito forte de compaixão para com ele.

            Diell: Sim...

            De uma maneira incontrolável, Diell ergue-se só um pouco e avança com força para cima de Krink, abrindo bem os seus braços, dando então um forte abraço nele, apoiando o seu rosto sobre o seu ombro direito. Krink retribui o abraço quase que instantaneamente, colocando os seus braços ao redor do corpo do pequeno. Diell soluça um pouco.

            Krink: Vamos, vamos, Diell... por favor, não fique triste assim. Eu sei que não é só por causa dos seus pais, mas também por nós estarmos sendo obrigados a tirar vidas de uma maneira bastante cruel... entretanto, eu juro que tudo vai ficar bem um dia, Diell, ainda vamos conseguir ficar em paz.

            Krink agora abraça ainda mais forte o jovem Bour, que ergue um pouco o seu rosto, deixando apenas o seu queixo apoiado no ombro do companheiro. As lágrimas escorrem bastante pelos seus olhos.

            Diell: Sim... sim, eu sei, Krink...  você já me explicou tudo isso, essas mortes são necessárias para que nós fiquemos vivos... eu só espero mesmo é que, um dia, eu tenha as respostas para todas as minhas dúvidas... mas, no momento... faça o que for preciso.

            Eles dois ficam abraçados por mais alguns momentos, com Diell chorando ainda. Depois de um curto espaço de tempo, eles então se soltam e o pequeno volta a ficar sentado, recostado no tronco de Furor, enquanto que Krink se coloca lentamente de pé.

            Krink: Bem, eu já estou indo, Diell. Tenha a minha palavra de que eu vou voltar, entendeu?

            Diell acena positivamente com a cabeça.

            Diell: Sim... eu ficarei esperando e... tome bastante cuidado, por favor.

            Ambos ficam se encarando por alguns segundos e, depois deste rápido espaço de tempo, eles abrem sorrisos um para o outro e acenam com a cabeça. Então, Krink segue para frente, caminhando lentamente de volta para o local onde os diversos pedaços dos quatro seres assassinados estão espalhados sobre a grande poça de sangue no solo. Diell vai acompanhando o seu companheiro com o olhar, até que ele o perde de vista quando Krink passa totalmente pelo Furor em que ele está recostado. A curiosidade do pequeno Bour acaba sendo maior do que o medo de ver a cena: ele acaba se erguendo um pouco, ficando de joelhos e, então, vai retirando lentamente a sua cabeça de trás do tronco de Furor até que os seus olhos conseguem ver o que há no chão há quase dez metros dali. Uma mistura de sangue e vários pedaços de carne espalhados por um amplo diâmetro e Krink, caminhando devagar naquela direção.

            O jovem não consegue observar aquilo por mais de mais ou menos dois segundos: ele faz uma expressão de intenso nojo, ao mesmo tempo em que sente uma fortíssima agonia dentro de si e leva ambas as mãos à boca, como se não conseguisse acreditar naquilo que está vendo e, então, volta a se recolher em grande velocidade por completo atrás do tronco de Furor, sentando-se rapidamente na base. Os seus olhos ficam encarando o chão recoberto de mato colorido, enquanto as lágrimas vão rolando até as suas bochechas e suas mãos ainda estão tapando a boca.

            Diell (pensando): Mas... mas que coisa horrível! Droga... quando é que isso tudo vai acabar?!

            Enquanto isso, na cidade de Lunn, mais especificamente na parte oeste da Morada dos Logrus, a planície de mato mais ou menos elevado, com árvores apenas em alguns poucos pontos, ainda é ocupada pelo comandante chamado Herrz, que, por sua vez, está com um contorno de luz bem fina em torno de seu corpo, contorno este que mais parece uma fina linha escarlate, além de um brilho intenso com cor vermelho-claro em todos os olhos de seu corpo. Num diâmetro bem grande ao seu redor, o vento ainda abala o matagal de maneira leve, enquanto que os dois irmãos Dolken estão a quase cinco metros à sua frente, com posturas defensivas e expressões relativamente sérias em seus rostos. Um deles começa a falar.

            Dolken: Você... quer descobrir os nosso reais poderes, foi isso o que disse?

            Herrz acena em sentido positivo com a cabeça.

            Herrz: Exatamente. É melhor se prepararem! Lutem com o máximo de vocês!

            O comandante franze os olhos rapidamente, o que dá ao seu rosto uma expressão de intensa raiva e então, ele dá um forte impulso com as suas pernas, avançando em grande velocidade na direção dos dois irmãos Dolken, que flexionam um pouco mais as suas pernas, apenas por alguns poucos centímetros. Em um movimento bastante rápido, Herrz desfere um poderoso soco no meio do rosto de um dos irmãos, o que acaba, inevitavelmente, virando a cara dele um pouco para o lado, ao mesmo tempo em que, devido ao impacto do golpe, ele é arrastado vários metros para trás, com as solas de seus pés deslizando o chão recoberto de matagal. Em menos de um segundo depois, o Logru comandante dá uma meia volta sobre o seu calcanhar esquerdo e então desfere um forte chute rodado com o seu pé direito na bochecha do outro Dolken que, por sua vez, acaba sendo arremessado para quase dois metros para o ar ao mesmo tempo em que é lançado para trás também, mas ele consegue pousar de pé no chão. Depois deste rápido movimento, que não demora mais do que cerca de três ou quatro segundos para acontecer, os dois irmãos ficam parados de pé, um do lado do outro.

            Não se passa nem mesmo um segundo inteiro até que Herrz dá um grande salto para o alto e começa a cair velozmente na direção dos dois Dolken, com a sua perna direita esticada numa posição de voadora. Entretanto, ambos os jovens Logrus se desviam do golpe, um saltando a quase dois metros para cada lado, o que faz o chute de Herrz atingir o chão em cheio, algo que provoca um baque com um volume mais ou menos alto naquele local, além de um leve tremor no solo e uma pequena fenda nele. O Dolken que se desviou para a direita, nem mesmo espera que Herrz retire o seu pé do solo, e avança rapidamente em sua direção, tentando atingi-lo com uma rasteira rodada com a sua perna direita, mas o Logru comandante é mais veloz e se desvia do golpe com um salto para quase três metros para o ar, encolhendo as pernas para cima, dobrando os seus joelhos. Entretanto, enquanto ainda está no ar, ele o Dolken que havia anteriormente se desviado para a esquerda, saltar rapidamente em sua direção e alcançá-lo. O Dolken começa a desferir velozes e fortes socos, mas Herrz vai conseguindo se defender de todos eles até que ambos voltam ao chão, os dois de pé e, então, eles saltam em direções opostas, os dois há alguns poucos metros para trás. Tudo isso acontece em questão de pouquíssimos segundos e os Dolken voltam a ficar um do lado do outro enquanto Herrz fica há alguns poucos metros à frente deles, mas essas posições não se mantêm por mais de uma fração de segundo.

            Logo em seguida, tanto Herrz quanto os dois irmãos dão fortes impulsos com as pernas e, como conseqüência, voltam a avançar velozmente para frente. Depois de praticamente dois segundos, o comandante e os Dolken já estão a centímetros e então a troca de ataques recomeça: Herrz desfere uma forte cotovelada em um dos Dolken e ele acaba cuspindo alguns pingos de sangue e, logo depois, tenta atingir o jovem Logru com um gancho no queixo, mas ele se desvia mexendo rapidamente a cabeça um pouco para trás, praticamente no mesmo segundo em que o outro Dolken lança um forte chute com o bico de seu pé esquerdo, mas o ataque não atinge Herrz que, por sua vez, consegue se defender do golpe pegando o pé de seu oponente com a sua mão esquerda e, em menos de uma fração de segundo depois, ele dá uma rápida meia volta com todo o seu corpo, desferindo um chute rodado com a sua perna direita, mas este Dolken se desvia do ataque abaixando-se muito rapidamente, no mesmo instante em que Herrz vê o outro irmão lançando um fortíssimo soco com o seu punho direito completamente fechado, mas Herrz consegue se defender erguendo rapidamente o seu braço direito e é com ele contra o que o soco se choca. Em um pequeno momento depois, momento este tão pequeno que até parece que foi quase ao mesmo tempo, o outro Dolken desfere um forte chute com a sua perna direita na direção de sua barriga, porém, mais uma vez, Herrz consegue se defender do ataque, erguendo rapidamente o seu joelho esquerdo, o que faz o golpe se chocar diretamente com ele.

            No instante seguinte, ele provoca uma considerável força com o seu braço direito e com o seu joelho esquerdo, o que faz então com que, respectivamente, o punho direito e a perna direita dos irmãos Dolken se desgrudem de seu corpo e, logo em seguida, ele dá um pequeno salto para o ar, rodopiando rapidamente e assim fica por um breve momento, até que, ainda no ar, desfere dois rápidos chutes nos rostos de ambos os Dolken, que acaba levando os golpes em cheio e são arrastados alguns poucos metros para trás, no mesmo momento em que Herrz regressa ao chão de pé.

            O comandante fica encarando os dois irmãos que também o encaram, mas não estão ofegantes e nem mesmo há sangue escorrendo de alguma parte de seus corpos. Herrz, por sua vez, está quase na mesma situação, exceto pelo fato de o seu corpo ainda estar bastante coberto de sangue devido aos golpes que havia recebido antes de despertar o seu poder e ficar com o fino brilho escarlate em volta de seu corpo. Ele abre um pequeno sorriso malicioso.

            Herrz: Hum! Vocês são mesmo incríveis! Eu estou lutando com tudo o que eu posso e ainda assim estou passando dificuldades, não consegui causar nenhum dano efetivo!

            Os dois Dolken repetem o mesmo gesto de Herrz, abrindo também sorrisos maliciosos em suas faces. Um deles começa a falar.

            Dolken: Acho que posso falar por mim e pelo meu irmão quando digo que estamos, de certa forma, surpresos com o senhor também!

            O outro irmão concorda quase que instantaneamente.   

            Dolken: Com certeza! Fazia tempo que nós não enfrentávamos alguém forte assim como o senhor!

            Eles ficam se encarando por mais alguns segundos, sem nem ao menos piscar os seus olhos e nem mudarem as suas expressões faciais.

            Herrz: Mas há uma diferença crucial entre nós! Desde o início do nosso combate, eu aumentei bastante o meu poder, despertando-o a níveis próximos do meu limite! Eu diria que, se eu tentasse aumentar ainda mais a minha energia, eu começaria a colocar a minha própria vida em risco... mas com vocês, a situação é outra! Eu não vi em nenhum momento vocês dois despertarem os seus poderes, elevando-os da mesma maneira que eu fiz há alguns instantes atrás... e, mesmo assim, estão lutando agora praticamente de igual para igual comigo!

            Os Dolken aumentam mais os seus maliciosos sorrisos.

            Dolken: Hum! Está querendo dizer que reconhece o fato de nós dois sermos mais poderosos do que o senhor, é isso?

            Herrz fecha os olhos por um rápido momento.

            Herrz: Mais ou menos, Dolken... analisando estes aspectos que acabei de lhes dizer, acredito que, no fundo, vocês dois realmente são mais fortes do que eu... mas ainda assim... eu prometo que irei fazê-los lutarem a sério realmente! É como eu falei antes, em nenhum momento na nossa luta, vocês dois aumentaram o poder da forma que eu fiz, o que significa que as suas forças máximas ainda não estão despertadas neste momento! A única coisa que consegui aumentando a minha própria força, foi sair de uma condição em que eu estava mais fraco para uma mais igual à de vocês! Em outras palavras... eu elevando o meu poder, eu só consegui ficar de igual para igual com as condições normais de vocês! Portanto, eu estou quase certo de que, se despertarem as suas reais habilidades... ambos se tornarão bem mais poderosos do que eu na minha condição limite, ou seja, na condição em que eu estou agora! Mas isso não importa... mesmo assim, eu quero ver o real poder... o real poder dos irmãos Dolken, entenderam? E para isso... eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance!

            Ao ouvirem isso, ambos os jovens Logrus irmãos desfazem os seus maliciosos sorrisos e se olham por um breve momento, com expressões de surpresa em seus rostos. Logo depois, voltam a encarar Herrz.

            Dolken: Você disse fazer tudo o que estiver ao seu alcance, senhor Herrz?

            O outro Dolken completa.

            Dolken: Então, isso significa que... o senhor está pretendendo elevar ainda mais o seu poder, senhor Herrz?! Mas se o fizer, o senhor pode morrer, não é mesmo? O senhor mesmo disse antes que já está na sua condição limite e...

            O Logru comandante rapidamente o interrompe.

            Herrz: Sim, você está certo, o meu poder realmente se encontra do limite no qual o meu corpo ainda se comporta sem riscos de morrer... mas eu não vou aumentá-lo, não pretendo fazer isso!

            Dolken: E então? O que significa fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ver os nossos reais poderes?

            Herrz: É simples! Eu somente irei usar a minha energia de uma forma um tanto... diferente.

            Os irmãos, mais uma vez, se olham rapidamente e depois voltam a olhar para o oponente deles.

            Dolken: E de que forma está falando?

            Herrz: Vocês vão ver! E os previno desde já... é melhor que se preparem!

            Herrz franze ligeiramente os seus olhos e flexiona um pouco os seus joelhos, sem, em nenhum momento, desviar os seus olhos dos dois irmãos Dolken. Ele então estica os seus dois braços bem para frente, erguendo-os quase na altura do peitoral e deixando as palmas de suas mãos totalmente abertas, com as pontas de seus dedos voltadas na direção dos Dolken, que estão com uma expressão um tanto séria, observando o comandante.

            Dolken: O que está pretendendo fazer...?

            De uma maneira bastante lenta, dez pequeninos pontos brilhantes avermelhados começam a surgir respectivamente nas pontas dos dez dedos das mãos de Herrz. Estes pequenos pontos vão crescendo até ocuparem inteiramente as pontas dos dedos. Os Dolken arregalam os olhos por um breve momento.

            Dolken: O que é isso?!

            Herrz abre um sorriso em seu rosto.

            Herrz: É isso o que eu quis dizer... usarei a minha energia de uma maneira diferente a partir de agora! Ao invés de aplicá-la a fim de melhorar os meus socos, chutes e velocidade... eu irei usá-la para uma das minhas técnicas especiais!

            Os dez brilhos permanecem com o mesmo tamanho, entretanto, eles vão se tornando cada vez mais intensos, com uma luminosidade sem igual. Ambos os irmãos Logrus sorriem simpaticamente.

            Dolken: Então é isso, certo?

            O outro irmão também fala.

            Dolken: Uma técnica especial? Hum! Vai ser divertido vê-la!

            Herrz: Heh! Será mesmo, Dolken? Eu quero ver se esses seus sorrisos continuarão depois de receberem o meu golpe!

            O comandante desfaz rapidamente o seu sorriso, substituindo-o por uma expressão bem séria no rosto e, então, dá um grande salto para o alto, indo a quase dez metros de altura, com o auxílio de um forte impulso das suas pernas. Ao verem isso, os jovens Logrus rapidamente assumem posturas defensivas e também passam a demonstrar uma certa seriedade em suas faces.

            Herrz (em um tom de voz extremamente alto): Estejam preparados! Quero ver como se saem contra isto, Dolken!!!

            Os braços de Herrz, ainda estão esticados, com as pontas de seus dedos direcionadas aos Dolken. Então, os dez pequenos brilhos deixam de serem simples pontos neste instante e vão saindo de uma maneira extremamente veloz das pontas dos dedos do comandante: finas linhas de cor escarlate começam a avançar na direção dos jovens Logrus em uma trajetória completamente reta. Os Dolken arregalam os olhos na mesma hora em que vêem isto.

            Dolken: Cuidado, irmão!

            O outro Dolken acena no mesmo instante em sentido positivo com a cabeça. Em quase um segundo, as dez linhas vermelhas os alcançam, ficando a centímetros deles, mas, antes que elas os tocassem, os dois se desviam com saltos para os lados, cada um indo para um lado diferente. Os estreitos fios de energia vermelha seguem por mais uma fração de segundo em linha reta, mas, como se tivessem percebido a movimentação dos oponentes, elas alteram a sua trajetória: cinco delas vão para um lado e as cinco restantes, para o outro. Isto não chega a levar nem mesmo um segundo inteiro depois do salto dos irmãos para acontecer.

            Agora, indo nas direções dos Dolkens, as linhas energéticas não seguem mais uma trajetória reta e sim, ziguezagueada, transformando-se num verdadeiro emaranhado de fios. Ambos os irmãos vão se esquivando habilmente, locomovendo-se cada vez mais para trás com velozes e pequenos saltos, e, não só para trás, mas também, em diversas vezes, para os lados, com rápidos movimentos de seus corpos. Herrz ainda está no ar, começando a cair de volta ao chão, com um grande sorriso malicioso em seu rosto e os seus dedos ainda bem esticados.

            Herrz: Hahahahahaha! Não vão conseguir se desviar assim tão facilmente! Acho que já está na hora de eu aumentar a velocidade destas linhas, o que acham?! Hahahaha!

            Neste momento, então, os olhos de Herrz ganham um rápido e intenso brilho escarlate, mais forte do que o normal, porém, este brilho rapidamente se dissipa, e os fios de energia ganham ainda mais velocidade, ziguezagueando e avançando mais velozmente na direção dos irmãos. Conseqüentemente, eles também começam a se mexer de uma forma mais rápida e, assim, continuam se desviando dos fios ainda com saltos e movimentos velozes para os lados.    

            Dolken (pensando enquanto se desvia): Incrível! É mesmo uma técnica muito boa... eu não sei o que acontecerá caso eu ou o meu irmão sejamos tocados por estas linhas, mas, julgando pela velocidade e pela energia que emana delas... certamente irá nos afetar!!

            O outro irmão também continua a se mexer bem rápido a fim de se esquivar dos fios.

            Dolken (pensando enquanto vai se esquivando): Droga! Está ficando cada vez mais difícil de evitar que elas toquem o meu corpo! O senhor Herrz deseja mesmo ver as nossas reais habilidades!

            Os emaranhados de linhas permanecem avançando em grande velocidade na direção dos jovens, cujos corpos não são tocados por elas apenas por poucos milímetros em vários momentos. Neste instante, Herrz regressa ao chão, caindo de pé nele, ainda sorrindo maliciosamente. Ele range um pouco os seus dentes e seus olhos voltam a brilhar intensamente por um breve segundo, mas voltam ao normal logo em seguida: as linhas, então, ganham ainda mais velocidade.

            Inevitavelmente, três delas tocam de leve o corpo de um dos Dolken com as suas pontas, enquanto duas fazem o mesmo ao outro irmão. Neste breve momento, os dois arregalam os olhos. Praticamente no segundo seguinte, os fios energéticos ganham uma velocidade ainda maior e então começam a envolver os irmãos (que, agora, estão distantes há vários metros um do outro) em forma de caracol e, depois, os apertam fortemente, indo praticamente do pescoço aos pés. Eles dois começam a sentir algumas dores em seus corpos e começam a fazer expressões de sofrimento em seus rostos. Herrz sorri ainda mais.

            Herrz: Acabou pra vocês, Dolken! Uma vez que foram envolvidos por estas minhas linhas... não poderão mais se salvar!

            A cada segundo que se passa, os fios vão apertando ainda mais os Dolken que continuam sentindo dores em seus corpos.

            Dolken: Dro... Droga!

            Dolken: Mas... que merda! Não acredito que... que fui pego...

            Herrz: Agora... é que a brincadeira vai começar de verdade!

            Dolken: Você... está pensando em nos esmagar, senhor Herrz?! Isso para descobrir a nossa real força...

            Herrz: É claro que eu estou fazendo isso para despertar os verdadeiros poderes de vocês, conforme eu disse anteriormente... mas não esmagando vocês com estas linhas, nada disso!

            O outro irmão fala.

            Dolken: Então... o que?

            Herrz apenas ri em um volume bastante baixo. Ele franze bastante os seus olhos, com um grande sorriso malicioso em seu rosto e, então, começa a ranger os seus dentes. As linhas que apertam os Dolken continuam conectadas às pontas de seus dedos e, neste momento, nestas extremidades ligadas aos dedos de Herrz, começam a surgir pequeninas bolas vermelhas, bem escuras, que, por sua vez, vão lentamente envolvendo as linhas, percorrendo-as. Elas vão se tornando cada vez mais numerosas e, à medida que os segundos se passam, caminham pelos fios através de um movimento circular em torno deles, indo na direção dos Dolken, que continuam sendo pressionados, sentindo dores por diversos pontos de seus corpos. Entretanto, estas pequenas bolas são tão minúsculas que se torna difícil a sua visualização por parte de olhos nus.

            Herrz: Preparem-se, Dolken... a minha verdadeira técnica vai começar agora!

            As pequeninas bolas vão percorrendo os fios e, em poucos segundos, chegam aos corpos dos Dolken, tocando em suas peles, rodeando as partes das linhas que os apertam. Eles continuam com as mesmas dores, enquanto que, cada vez mais bolinhas saem das pontas dos dedos de Herrz.

            Herrz: Hum! Muito bem! Muito bem! Agora é uma simples questão de tempo...

            O Logru comandante começa a elevar bastante o seu tom de voz a fim de que os jovens ouvissem com clareza.

            Herrz: Ei, os dois! Eu quero ver o real poder de vocês! Essa será a única forma de conseguirem se livrar desta técnica!

            Os irmãos estavam com as cabeças um pouco levantadas na direção do céu, devido à dor que estavam sentindo, mas ambos se esforçam para abaixá-las um pouco a fim de olharem para Herrz.

            Dolken: Não... não conseguirá isso apenas tentando nos esmagar com estas linhas! É uma técnica boa, mas, mesmo assim... não precisamos despertar o nosso poder máximo para nos livrarmos disso!

            O outro Dolken desfere um rápido olhar para o seu irmão e, logo em seguida, volta a encarar Herrz.

            Dolken: Ele está certo!

            Herrz: Eu já falei antes! Não estou tentando esmagar vocês! É... muito mais do que isso! E, em breve, irão entender do que estou falando... e vão entender da pior forma possível... através dos seus próprios corpos!

            A pressão continua forte, enquanto que os dois irmãos continuam sentindo dores. Assim eles ficam por mais quase quinze segundos, quando Herrz começa a fazer uma expressão que mistura estranhamento e dúvida em seu rosto.

            Herrz (pensando): Estranho... já era para eles estarem sentindo, mas... parecem que só estão sendo afetados pela pressão que os fios estão fazendo! Não estou entendendo...

            Os Dolken continuam sendo apertados, mas nada muda, nem mesmo as suas expressões de sofrimento.

            Dolken: Eu acho... que... que... vamos provar que... esta técnica não é o bastante para nós!

            Dolken: Isso...!

            Eles dois, então, começam a ranger fortemente os seus dentes ao mesmo tempo em que uma leve aura avermelhada toma conta do redor de seus corpos, algo que faz Herrz ficar com uma expressão de espanto quase que no mesmo momento, arregalando os seus olhos.

            Herrz: Não! Mas... isso é impossível!!

            O coração do comandante começa a bater mais rápido, enquanto que os jovens Dolken começam a fazer bastante força com todos os músculos de seus corpos.

            Herrz (pensando): Impossível! Impossível! Não era para eles poderem fazer isso... as minhas pequenas esferas de energia não estão fazendo efeito neles, mas... como?!

            As auras avermelhadas em torno dos Dolken se tornam um pouco mais intensas e, então, eles soltam um alto grito, que ecoa por todo aquele local, forçando ainda mais os músculos, no mesmo momento em que as finas linhas se arrebentam violentamente. Com isso, não só as partes delas que envolviam os seus corpos se desintegram, como também as partes que iam de seus corpos até as pontas dos dedos de Herrz. Todos os fios se desmancham por completo, o que faz o Logru comandante ficar ainda mais assustado.

            Herrz: Não... Não...

            Os Dolken agora estão sorrindo com um ar triunfante, auras avermelhadas envolvendo os seus corpos. Entretanto, depois de cerca de cinco segundos, elas desaparecem.

            Dolken: E então, senhor Herrz, o que achou?!

            Herrz continua com a sua expressão de susto.

            Herrz: Vocês não podem ter escapado... isso é um absurdo... esta técnica era para ser quase que uma morte instantânea...

            Dolken: Por causa daquelas energias minúsculas que mandou para os nossos corpos através dos fios? Aquilo não chegaria nem perto de nos fazer mostrar o nosso real poder e muito menos de nos matar!

            Herrz, involuntariamente, recua lentamente com dois passos para trás, seus braços erguidos, como se não soubesse o que fazer, a expressão agora também ilustra medo além de surpresa.

              

             


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