O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 37
Capítulo 037: Os fabulosos Dolken




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Capítulo 037: Os fabulosos Dolken.

       Herrz ainda está suando bastante, não só pelo seu rosto, mas por todo o seu corpo. Agora, uma leve tremedeira o perturba e o frio ainda toma conta dele. À sua frente, estão os dois jovens irmãos Dolken e, um pouco atrás, apenas há alguns centímetros, está a mãe deles. Ela se coloco um pouco à frente de seus filhos e volta a apontar para o objeto parecido com um banco comprido de cor verde.

            Logru feminina: Sente-se, por favor, senhor Herrz. E vocês também, meus filhos. Eu irei servir alguma coisa, volto em breve.

            Após isso, ela se vira e segue mais uma vez rumo à grande porta de cor marrom-escuro ao fim da sala, entrando e fechando-a logo em seguida. Os dois Dolken apressam-se a se sentar um do lado do outro neste tal banco, enquanto Herrz os acompanha com o olhar, uma expressão que ainda não deixa de ilustrar uma grande surpresa e espanto. Um dos irmãos se dirige ao visitante.

            Dolken (com um sorriso simpático no rosto): Sente-se, senhor Herrz, por favor. Não ouviu a minha mãe? Ela irá servir algo para nós, pode ficar à vontade, não se preocupe.

            Herrz arregala um poucos os olhos, mas a sua expressão volta ao normal em menos de um segundo.

            Herrz: Ah, sim... claro.

            Ele se senta ao lado de um deles: os dois ficam um pouco mais à esquerda enquanto o comandante fica mais à direita. O Dolken mais próximo de Herrz começa a falar.

            Dolken: Bem, senhor Herrz, o que deseja? Creio que deve haver um motivo ao menos considerável para que recebamos um funcionário direto do castelo do grande Ternetts aqui em nossa casa.

            Herrz acena positivamente com a cabeça.

            Herrz: Sim, sim, naturalmente...

            O outro Dolken agora se manifesta, curvando-se um pouco para frente a fim de encarar melhor o visitante.

            Dolken: Pois bem... vamos lá então, fale.

            Herrz: Está certo. Eu não sei se vocês sabem da atual situação, mas de qualquer maneira, eu irei explicar a vocês. Recentemente, a nossa Morada sofreu uma invasão de membros da organização criminosa chamada CIV. Creio que disso vocês sabem, afinal, não se fala de outra coisa entre os Logrus...

            Dolken: Sim, sim, naturalmente, nós sabemos disso... para falar a verdade, nós estávamos de viagem quando tudo isso aconteceu, mas nós sabemos desses fatos. Mas o que isso tem a ver conosco exatamente?

            Herrz: Muito bem... nessa invasão, conseguimos derrotar quase todos os membros, restando apenas cinco Bours a serem mortos... um dos nossos principais guerreiros, Ryumann, conseguiu derrotar quatro deles, mas um escapou de suas mãos. E, segundo as informações dele... o que escapou está acompanhado de um jovem da mesma raça Bour.

            Ao ouvirem isso, os dois irmãos se olham com uma expressão séria pelo canto do olho.

            Dolken (pensando): Dois Bours... e um deles é jovem?

            Dolken (pensando): Então...

            Herrz estranha na mesma hora a atitude dos dois.

            Herrz: O que foi? Vocês dois, por acaso, sabem de alguma coisa?

            Acaba sendo inevitável o susto tomado pelos dois irmãos, que, por sua vez, têm a atenção despertada imediatamente, o que os faz voltar a olhar na direção do comandante.

            Herrz: E então?

            Os dois abrem, mais uma vez, simpáticos sorrisos nos rostos.

            Dolken: Não, não, é claro que não! Naturalmente que, se soubéssemos de alguma coisa, nós contaríamos, é lógico!

            Dolken: Exatamente, não se preocupe... bem, mas continue nos falando... esses dois escaparam e...

            Herrz recomeça a falar do assunto.

            Herrz: ... E nós estamos fazendo de tudo para encontrarmos os dois foragidos. Em prol disso, o senhor Ternetts ordenou que fossem montadas novas equipes de busca, reformulando as que já existiam e adicionando alguns Logrus novos, que não estavam envolvidos na última missão de caça aos Bours.

            Os dois irmãos ouvem atentamente, porém, com a mesma expressão de amizade em seus rostos. Herrz está simplesmente achando aqueles dois muito estranhos.

            Herrz (pensando): Há algo de errado com esses dois, além desse gigantesco poder que possuem... acho que, em toda a minha vida, eu nunca vi Logrus assim tão bons, e tão simpáticos como esses!

            Um dos Dolken começa a se pronunciar.

            Dolken: Ah, certo, certo, acho que já entendi. Você disse que estão adicionando novos Logrus, não é? Então, o senhor está querendo dizer que...

            Herrz acena rapidamente em sentido positivo com a cabeça.

            Herrz: Isso mesmo. Eu vim aqui a fim de julgá-los... a fim de ver se vocês dois são bons para participarem desta missão!

            Neste momento, os dois irmãos se olham descaradamente, ainda sorrindo, mas isto dura apenas uma rápida questão de segundos, logo em seguida, eles se voltam mais uma vez para Herrz.

            Dolken: Naturalmente que nós estamos aptos para isso, senhor.

            O irmão se manifesta.

            Dolken: Julgar-nos, você disse? Eu não creio que algo assim seja necessário, mas se o senhor deseja...

            Herrz: É necessário... eu preciso fazer isso para comprovar se são bons realmente.

            Os irmãos voltam a se olhar mais uma vez, ainda sorrindo. Herrz adquire uma expressão de dúvida na mesma hora.

            Herrz (pensando): Não há dúvidas de que os poderes desses dois são simplesmente aterradores... é exatamente por isso que eu quero testá-los... quero ver quais os limites reais desses dois, quais são as suas verdadeiras habilidades... e desejo também conferir se são bons em combates, talvez eles tenham um grande poder, mas, mesmo assim, podem não saber muitas técnicas de combate. Enfim... testá-los será a opção perfeita para que eu tenha mais conhecimento sobre eles.

            Mais uma vez, os Dolken se desviam para o Logru visitante. Neste momento, a grande porta marrom se abre ao final da sala, algo que faz todos desviarem o olhar para aquela direção: a mãe dos dois vem trazendo em suas mãos um objeto relativamente grande, algo parecido com uma bandeja feita de pedras levemente amareladas e, sobre ela, estão diversos tipos de alimento. Vários filetes bem finos de cor preta, três cubículos mais ou menos altos e bem brancos, além de uma pasta de coloração verde e fatias de algo avermelhado, fatias essas que visivelmente haviam sido cortadas em uma espessura bem fina. Na extremidade da bandeja que está mais próxima do corpo da dona da moradia, estão três objetos quadrados de cor vermelha e. dentro deles, líquidos bem roxos.

            Ela deposita a bandeja cuidadosamente sobre a mesa do centro da sala e, logo em seguida, a puxa com igual cuidado para mais próximo ao banco em que os três Logrus estão sentados.

            Logru feminina: Bem, eu espero que gostem. Sirvam-se.

            Um dos irmãos rapidamente pega um filete preto, olhando-o atentamente com os olhos. Depois de alguns poucos segundos, ele faz uma expressão engraçada, que mistura desapontamento e raiva, mas está longe de ser uma expressão severa.

            Dolken: Ah, mas que coisa! Ultimamente estão produzindo Pumjinks muito fininhos, que droga! Eu gosto tanto deles!

            Ainda segurando o filete chamado Pumjink, ele se vira para Herrz, apontando com o seu dedo indicador direito para o alimento, com uma expressão de deboche e agora, um meio riso na boca.

            Dolken: Escuta, senhor, o senhor é do castelo, certo? Eu não sei se saberia me responder, mas... o que é isso aqui? Economia de verba?! Por que tão finos?!

            O seu irmão dá uma pequena risada, que, por sua vez, saiu de uma maneira descontrolada, afinal, não é a sua intenção rir diante de Herrz. A mãe faz uma expressão de seriedade no mesmo instante.

            Logru feminina: Ei, vocês dois! Olhem o respeito! Não é assim que se trata um membro do Castelo dos Logrus! Comportem-se!

            Herrz simplesmente ignora tudo aquilo e apenas apanha um dos três objetos quadrados contendo o tal líquido roxo, levando-o lentamente à boca logo em seguida.

            O irmão que estava rindo começa a fazer uma expressão de seriedade após o aviso de sua mãe e o mesmo pode ser observado no caso do outro Dolken. Herrz bebe um gole, mexendo um pouco os seus lábios e depois, deposita cuidadosamente o objeto quadrado de volta na bandeja, enquanto que o jovem que havia pegado o Pumjink, agora o morde, saboreando ao mastigá-lo. O outro irmão então começa a falar.

            Dolken: Bem, senhor, eu realmente não acho que seja necessário um julgamento da sua parte para descobrir se estamos hábeis para esta missão ou não, mas já que o senhor deseja, então está tudo bem. Como o senhor pretende nos testar?

            Este Dolken agora apanha um dos três cubículos brancos e, sobre ele, coloca uma das finas fatias do alimento avermelhado. Logo em seguida, ele lhe desfere uma grande mordida, acabando com quase um terço do cubículo.

            Herrz: Bem... para esta missão é muito importante que os participantes sejam não apenas fortes, mas também inteligentes, pois, como se trata de uma caça, então estratégias também são fundamentais. Então... creio que uma batalha seria um ótimo meio de testar vocês dois.

            Os irmãos param na mesma hora de comer e ficam com expressões de surpresa nos rostos.

            Dolken: Batalha?

            Dolken: Mas isso não testaria apenas a nossa força?! Como podemos comprovar quem também somos inteligentes?

            Herrz: Isso vocês também podem demonstrar em uma luta, afinal de contas, uma batalha não é apenas feita de pura força bruta... há momentos em que o uso de estratégias de combate pode ser mais útil do que o uso de poderes e força simplesmente. Assim... acho que uma luta será perfeita...

            O Dolken que segura o Pumjink volta a comê-lo, mas o seu irmão permanece do mesmo jeito, com quase metade do cubículo branco em sua mão agora.

            Dolken: Entendo... sim, de fato, inteligência estratégica também é importante em batalhas... mas o senhor está pensando em uma luta de quem contra quem? Eu contra o meu irmão?

            Agora o outro Dolken também volta a comer. Enquanto isso, a sua mãe permanece parada de pé atrás da mesa, apenas observando os três Logrus sentados conversando.

            Herrz: Não... na verdade...

            Ele pára momentaneamente de falar, volta a pegar a bebida, toma um rápido gole e a deposita de volta na bandeja.

            Herrz: Na verdade... eu estou pensando em uma luta de vocês dois contra mim!

            Mais uma vez a expressão de surpresa toma conta dos dois irmãos, que arregalam os olhos por um rápido momento e depois se viram um para o outro. Até a mãe deles se demonstra um tanto espantada. Herrz fica, por alguns momentos, movendo o seu olhar dos dois jovens até a mãe e vice-versa. Ambos os Dolken, então, voltam a encarar Herrz, com sorrisos.

            Dolken: Hahaha! O senhor tem mesmo certeza disso, senhor Herrz?

            Herrz: Sim... eu poderia colocar vocês dois para lutarem um contra o outro, mas, eu desejo testar a força de vocês por mim mesmo, quero ver e sentir com o meu próprio corpo as habilidades que vocês possuem.

            Novamente eles dão uma rápida olhada um para o outro e depois se voltam para o Logru comandante.

            Dolken: Bem, está certo, então... se é o que o senhor deseja, nós não iremos contestar.

            Este Dolken dá uma rápida mordida em seu Pumjink, finalizando-o e pegando um segundo logo em seguida. O seu irmão concorda rapidamente com um aceno positivo de sua cabeça.

            Dolken: Sim, sim, não vamos protestar... bem, e quando iremos?

            Herrz: Acabem de se alimentar e depois vamos.

            Os dois irmãos concordam com mais um movimento de suas cabeças e, logo após, recomeçam a comer.

            Herrz (pensando): Eles ficaram surpresos com a minha proposta e um deles até perguntou se eu tinha certeza e depois, ambos ficaram sorrindo... isso pode ser pelo fato de eles se considerarem superiores a mim... então, é quase certo que eles saibam habilidades de combate, mas, de qualquer maneira, eu preciso confirmar, analisando-os... mas se for isso mesmo, se ele souberem realmente lutar, com esses níveis de poder que possuem... creio que serão os Logrus mais poderosos envolvidos em nossa missão!

            Os minutos vão se passando bem lentamente e, neste tempo, os dois Dolken comem aquilo que está sobre a bandeja, conversando um com o outro sobre assuntos que nada tinham a ver com aquela missão, enquanto Herrz simplesmente bebe o líquido roxo e come um dos três cubículos brancos, totalmente calado, sem pronunciar sequer uma palavra. Todo o restante, é ingerido pelos jovens. Enquanto isso, o comandante continua bastante inquieto com toda aquela força perturbadora e também com o jeito de agir dos Dolken.

            Herrz (pensando): Que estranho... de onde saíram esses dois?! Eu nunca vi Logrus assim... eles não só parecem ser simpáticos, mas... até os assuntos sobre os quais eles dois falam, chegam a ser, de certa forma... infantis. Faz tempo que não vejo Logrus novos assim em nossa Morada, talvez eles sejam os mais jovens atualmente... mas é muito esquisito... por que agem assim?! Isso não condiz com Logrus normais e, além disso... de onde é que tiraram tanto poder?!

            Passam-se quase vinte minutos até que a bandeja fique totalmente vazia. Eles dois então param de conversar, ao mesmo tempo em que a dona da moradia se agacha um pouco para pegar a bandeja.

            Logru feminina: Deseja mais alguma coisa, senhor Herrz?

            Herrz: Não. Fico agradecido pela sua hospitalidade, senhora, mas precisamos ir.

            Logru feminina: Eu entendo, afinal, pelo que o senhor disse, os Logrus do Castelo estão bastante apressados para pegarem o tal Bour, não é mesmo?

            Herrz acena positivamente com a cabeça. Os Dolken se viram para ele.

            Dolken: Bem, eu acho que já podemos ir, certo?

            Herrz se levanta de um salto.

            Herrz: Sim. Já estão prontos?

            O outro irmão responde.

            Dolken: Estamos sim.

            Ambos também se levantam de um salto, enquanto a Logru feminina volta a colocar a bandeja sobre a mesa e se aproxima alguns passos de Herrz, estendendo a sua mão para cumprimentá-lo.

            Logru feminina: Boa sorte, senhor, espero que consigam concluir a missão com sucesso.

            Herrz simplesmente aperta a mão da senhora e acena com a cabeça. Logo depois de soltar a sua mão, ela se dirige à porta de entrada e a abre, ficando de lado para dar passagem aos demais. Os irmãos vão indo primeiro e Herrz os acompanha com o olhar por alguns segundos, mas então se recorda de algo: ele olha rapidamente para a parede da esquerda, no exato ponto em que estão presas as duas armas, as duas espadas grandes e brilhantes. Ele se volta rapidamente para os dois irmãos que, agora, já estão quase à porta.

            Herrz: Ei, vocês dois!

            Ambos se viram rapidamente e um deles começa a falar.

            Dolken: Sim? Algum problema, senhor Herrz?

            Herrz aponta com o seu dedo indicador da mão direita para as espadas.

            Herrz: Creio que aquelas duas armas sejam  de vocês, certo? Não vão usá-las na luta que faremos?

            Ao ouvirem isto, os dois voltam a se olhar mais uma vez, e depois retornam a olhar para Herrz, ambos sorrindo de novo.

            Dolken: Não será preciso...

            Eles dois então se viram e saem finalmente da moradia, enquanto que Herrz faz uma expressão de raiva em seu rosto.

            Herrz (pensando): Não será preciso?! Então é aquilo mesmo... antes, perguntaram se eu tinha certeza de que queria lutar contra eles pois acreditam que são superiores a mim!

            Ele desfaz esta expressão e acompanha os dois jovens, também saindo da moradia, acenando para a dona da casa ao sair.

            Ao irem para o lado de fora, os dois irmãos se viram para Herrz.

            Dolken: Para onde vamos?

            Herrz: Acompanhem-me.

            Ele se vira para a esquerda, começando a andar lentamente, até que ele se lembra de algo e olha para a direita, observando os vinte e oito Logrus que já fazem parte de sua equipe e estão agrupados, próximos à grande construção. Ele fala em voz bem alta.

            Herrz: Me escutem! Eu vou testar os dois agora! Continuem parados aí enquanto eu não volto!

            Eles voltam a responder como se fossem soldados.

            Logrus: Sim, senhor!

            Herrz olha de lado para os Dolken.

            Herrz: Venham.

            O comandante recomeça a caminhar sendo seguido pelos dois jovens. Ambos estão indo na direção do mato mais ou menos raso que rodeia o piso semelhante a concreto em que eles estão neste momento. Não demora mais do que uns trinta segundos até que eles cheguem às tendas que estão dispersas nesse mato, como se fosse algum tipo de feira. Muitos ali gritam os nomes e os preços de seus produtos, que são os mais variados possíveis. Eles cruzam essa parte e continuam seguindo para regiões mais internas desse mato, que, por sua vez, vai se tornando mais elevado a cada metro percorrido. À medida que avançam, as tendas vão se tornando cada vez mais escassas até que não eles não conseguem ver mais nenhuma delas.

            Passam-se mais quase quinze minutos em que eles continuam andando e tudo o que eles vêem é uma planície de mato mais ou menos elevado agora: desde um certo ponto do caminho, o tamanho do matagal não se alterara mais. Quando Herrz então pára de caminhar, eles estão em uma planície bastante larga e comprida, bem ampla, com este mato médio e algumas árvores em alguns pontos, mas não chega nem um pouco perto da quantidade de árvores de uma floresta. Apenas ao redor, a mais de quinhentos metros de onde estão, é que se pode ver algumas construções e alguns seres ao longe.

            Dolken: Puxa! Este lugar aqui é muito bonito! E espaçoso também... acho que nunca tinha vindo aqui antes...

            O irmão concorda no mesmo instante.

            Dolken: Nem eu... com certeza, é um lugar maravilhoso!

            Herrz: Há alguns lugares desses espalhados em alguns pontos da nossa Morada. São geralmente usados para treinamentos noturnos, pois, durante o dia, a maioria está geralmente bastante atarefada com os seus afazeres, até mesmo nós, do Castelo... admiro vocês não os conhecerem.

            Dolken: Não... nunca treinamos por aqui.

            Herrz franze ligeiramente os olhos.

            Herrz (pensando): Então não vieram até estas planícies para fazerem treinamentos...? Então... como conseguiram desenvolver um poder desses? Será que já nasceram com eles?

            Eles dois ficam dando alguns passos ao redor, olhando bem o ambiente, enquanto Herrz fica observando-os por alguns momentos, até que recomeça a falar.

            Herrz: Escutem, os dois! Não temos tempo a perder! Precisamos andar logo com isso, caso eu não fique satisfeito, ainda serei obrigado a procurar outros dois Logrus para completarem a minha equipe e eu devo partir o quanto antes para o Porto Turístico! Já estão preparados?

            Como se fossem despertados de algum tipo de sonho, eles param de ficar andando sem rumo, observando o local, e, um do lado do outro, se viram rapidamente para Herrz.

            Dolken: Deseja enfrentar nós dois ao mesmo tempo, senhor Herrz?

            Herrz os encara com uma expressão bastante séria no rosto.

            Herrz: Naturalmente...

            Ele dobra os braços, colocando os cotovelos encostados na cintura ao mesmo tempo em que flexiona um pouco os joelhos.

            Herrz: Eu quero ver do que vocês dois são capazes, portanto... venham para cima de mim com bastante seriedade, entenderam?

            Os Dolken voltam a se olhar um para o outro e acenam positivamente, voltando logo em seguida a encarar o comandante.

            Os dois Dolken: Sim!

            Ambos ficam com seriedade no rosto também.

            Herrz: Certo...

            Neste momento, Herrz solta um grito extremamente alto, que ecoa fortemente por todo aquele local e, ao mesmo tempo, uma forte aura avermelhada toma conta de todo o seu corpo e um forte vento percorre todo aquele lugar, num diâmetro de pelo menos cem metros, o que balança ferozmente as folhagens das poucas árvores dali além do grande matagal, que se movimenta muito de um lado para o outro. Os curtos cabelos dos irmãos também se movem rapidamente com o despertar do poder de Herrz.

            Dolken: Incrível... ele até que é forte...

            O irmão acena com a cabeça.

            Dolken: Sim, sim! Estou começando a achar que esse teste até que vai ser divertido...

            A aura avermelhada de Herrz se dissipa, o vento cessa lentamente, e ele assume uma postura de batalha, colocando as pernas um pouco mais separadas, com a esquerda um pouco mais à frente, assim como o braço esquerdo, que fica mais ou menos dobrado e erguido quase na altura do peitoral, mais à frente do que o direito, que fica quase que totalmente para trás do corpo.

            Herrz: Eu estou preparado! Venham!

            Os dois irmãos obedecem quase que no mesmo momento em que ouvem isto: eles flexionam rapidamente os joelhos e dão um forte salto para frente, avançando em grande velocidade na direção de Herrz, que franze velozmente os seus olhos. Em menos de um segundo, os irmãos gêmeos já estão a poucos centímetros do comandante e começam a desferir uma grande quantidade de socos sucessivos que, por sua vez, conseguem ser defendidos com dificuldade por parte de Herrz, que vai movimentando os seus braços e pernas com bastante rapidez e eficiência.

            Herrz (pensando): Impressionante! São mesmo muito rápidos, muito mais do que eu imaginava!

            Eles dois continuam golpeando-o com bastante ferocidade, até que um deles repentinamente pára e numa fração de segundo depois, salta por cima da cabeça de Herrz, ficando atrás dele, enquanto que o Dolken que permanece atacando, aumenta ainda mais a velocidade de seus golpes, o que faz com que Herrz tenha que se movimentar ainda mais velozmente para se defender. Logo depois disso, o Dolken que saltou, desfere vários socos nas costas do comandante que, apenas neste momento, percebe que está sendo atacado pela frente por apenas um dos irmãos. Sentindo os golpes às suas costas, ele acaba cuspindo um pouco de sangue e então, dá uma rápida meia volta, ficando de lado para os dois irmãos, que continuam atacando, mas ele consegue se defender com os seus braços, um braço para cada irmão. Herrz, inevitavelmente, começa a ser atingindo por vários dos ataques, até que então dá um longo salto para trás, pousando de joelhos no chão. Tudo isso acontece em uma velocidade extremamente grande.

            Herrz está ofegante e sangrando consideravelmente, sobretudo na face, mas, em menos de um segundo depois que ele deu este salto, os dois irmãos voltam a ficar um do lado do outro e saltam mais uma vez na direção de Herrz, que rapidamente se ergue, voltando a ficar de pé, mas é inútil: muito rapidamente, os Dolken o alcançam e começam a desferir mais uma grande quantidade de ataques e, desta vez, não apenas socos, mas chutes também. Durante quase dez segundos, Herrz consegue se defender ou se desviar de todos os golpes, mas, depois deste curto espaço de tempo, um dos Dolken consegue atingir em cheio um chute com o bico de seu pé no centro da barriga do comandante, que cospe sangue de uma maneira bastante abundante e, a partir daí, vem um grande massacre. Herrz começa a ser atingido pelos velocíssimos ataques dos dois jovens, que permanecem golpeando-o de uma maneira ainda mais feroz, e ele não consegue mais se defender e nem se esquivar de nenhum deles.

            Herrz (pensando): Não pode ser! Como conseguem ter tanta velocidade e força ao mesmo tempo?! E o pior de tudo... é que eles nem ao menos parecem estar cansados com isso!

            Os dois continuam atacando e o sangue vai espirrando de diversos pontos do corpo de Herrz até que a seqüencia violenta termina com um forte soco no queixo, de um dos Dolken, o que faz o Logru comandante se elevar a quase cinco metros no ar e depois cair fortemente de cabeça no chão, fazendo vários pingos de sangue espirrarem por todos os lados, em meio a um baque bem forte.

            Os jovens ficam de pé, bem na frente de Herrz, encarando-o de cima, ambos com sorrisos no rosto.

            Dolken: Haha! E então, ficou satisfeito, senhor Herrz?

            O irmão mexe a cabeça de um lado para o outro, como se quisesse analisar o ser caído à sua frente.

            Dolken: Puxa, ele nem está se mexendo... irmão, será que nós acabamos pegando pesado demais com ele?

            Herrz, ainda caído e sangrando bastante, fecha as duas mãos com força.

            Herrz: Calem-se!

            As expressões dos Dolken fecham na mesma hora e, logo em seguida, saltam quase cinco metros para trás, assumindo posturas defensivas. Eles não estão nem um pouco cansados. Herrz começa a se levantar lentamente, o sangue pinga muito ao chão.

            Herrz (pensando): Assombroso! Eu nunca vi nada igual... esses dois são aberrações, só podem ser!

            Ele fica de pé, diante dos dois irmãos, encarando-os fixamente, respirando bem forte, sentindo-se agora ligeiramente cansado e com um pouco de tonteira devido aos impactos dos vários golpes que recebeu.

            Herrz (pensando): E eles nem parecem estar cansados... o que significa que não estão se esforçando nesta luta, estão bem longe de despertarem os seus reais poderes! Eles dois... Eles dois... vão me obrigar a lutar a sério desde o início!

            O vento recomeça a abalar o local, mexendo as folhagens das árvores e o matagal de uma maneira bastante ligeira. Novamente, uma aura vermelha intensa começa a tomar conta de seu corpo.

            Dolken: Ainda quer lutar conosco, senhor Herrz? Já não deu para perceber que somos mais do que capazes para fazermos parte de sua equipe?

            Herrz não responde e começa a ranger os seus dentes com intensidade e o solo passa a tremer levemente. Os Dolken não se assustam nem um pouco e permanecem observando-o atentamente.

            Mais uma vez, Herrz solta um grito extremamente alto, ainda maior do que o anterior, e que ecoa por todo aquele lugar: agora, não só o som de sua voz se espalha, mas a sua aura vermelha também. Uma luz intensa cobre tudo ali, uma grande esfera avermelhada toma conta de seu corpo em um segundo e depois vai se expandido por todo o lugar, ultrapassando até mesmo o local em que os dois irmãos estão e eles são obrigados a colocarem os braços nos olhos para protegê-los da grande luminosidade. O som do gigantesco grito de Herrz vai se tornando ainda mais intenso, assim como o tremor de terra que aumenta a cada segundo que se passa.

            Dolken (em um tom de voz um pouco alto para poder ser ouvido pelo seu irmão): É... é mesmo forte! Ele é mesmo poderoso!

            Dolken: É! Ele está a fim de tornar isso tudo muito mais divertido! Haha!

            O grito continua ecoando e agora é tão alto que se alguém fora da luta o estivesse ouvindo, poderia dizer que é o grito de alguém que está sentindo uma dor intensa. A luz se torna então muito mais forte por um breve momento e depois se dissipa em um ruído bastante estranho, assim como o grito e o tremor, que também cessam. Os dois jovens Logrus continuam com os braços na frente dos olhos por mais uns cinco segundos, até que eles os abaixam e voltam a encarar Herrz.

            O comandante agora está um pouco mais musculoso e um contorno avermelhado brilhante está em todo o seu corpo, tão fino que parece uma linha escarlate. Além disso, as pupilas de todos os seus olhos do corpo estão com um brilho intenso, também vermelho, porém, um vermelho mais claro do que o da sua pele. Seu rosto, mais sério do que nunca, mas ainda há sangue por todo o seu corpo. Ao seu redor, num diâmetro bem grande, um leve vento abala o lugar, balançando os cabelos dos jovens.

            Herrz: Eu irei responder à pergunta agora... isso é muito mais do que saber se são capazes de entrar para a minha equipe ou não!

            Os Dolken permanecem sem se mover e com a mesma expressão facial no rosto.

            Herrz: O que eu quero agora... é saber o real poder de vocês dois!!

             

           

           

             

              


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