My Darkness escrita por Lúcia Hill


Capítulo 22
Chapter - True Identity, Yes I am a Vampire


Notas iniciais do capítulo

Agora sabendo a verdade a respeito de Damon, será que Lise irá continuar do seu lado?



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Damon arrastava Lise pelo braço, já estava se cansando daquelas atitudes infantis que a jovem andava tomando. A feição do velho vampiro não estava para brincadeiras.

O vento aumentava, fazendo com que a pele de Lise ficasse ainda mais rosada. Ele nem se quer deu bola para os protestos da garota.

— Solte-me, Damon, está me machucando. — berrou, enquanto se debatia, tentando se livrar daquelas mãos rudes.

Um silêncio esmagador prevalecia. Damon encarou a lua, por um instante, e pode vê-la aparecer em um formato oval, sua cor era marcante no tom amarelado. Era noite de Lua Cheia.

— Fique quieta, até parece uma criança mimada. — disse, empurrando-a contra o gélido e duro banco de concreto, da praça.

Lise arregalou os olhos com aquela atitude, sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha, estava praticamente congelando de tanto frio.

— Afinal, o que está acontecendo com você? Diga-me! Não era assim quando a vi pela primeira vez. — grunhiu Damon, agitado.

Damon andava de um lado para o outro. Estava agitado e ansioso por algo. Lise abraçou seus braços, tentando se esquentar. Sua cabeça parecia que iria estourar.

— O que todos querem de mim? — berrou desesperada.

Ele parou e encarou-a um tanto curioso com aquela pergunta.

— Mas que droga, Lise, seja você mesma, não tente ser algo ou alguém que nunca irá ser. — grunhiu, levantando ambas as mãos para o céu.

A jovem o encarou boquiaberta com aquela resposta Não era ao certo aquilo que desejava ouvir, talvez um típico sermão não lhe caísse tão mal quanto aquelas palavras rudes e diretas. Ela cobriu o fino rosto rosado com as mãos e se desmanchou em lágrimas.

Havia dias que Damon não se alimentava, estava ficando fraco e sabia que se brigasse com Noah ou Brian acabaria em maus lençóis. Ele caiu sobre seus joelhos e apertou ambas as mãos nos enormes paralelepípedos de concreto da rua.

— Você está bem, Damon? — questionou, levantando-se para ajudá-lo.

Damon levantou a mão, fazendo-a recuar. Sabia que, se não se alimentasse, poderia correr grande perigo, já que estava perto de seus rivais de séculos. Enquanto ele se contorcia de dor, Lise ouviu uma voz bem familiar atrás de si.

— É isso que acontece quando um vampiro não se alimenta. — grunhiu Brian, se encostado na imensa árvore seca.

Lise arregalou os olhos, ressaltando ainda mais sua cor verde. Mas, afinal, o que ele estava fazendo ali? Para espanto da jovem, o rapaz se aproximou ainda mais.

— Vai embora, Brian. Está maluco? — ordenou a jovem, com a voz amedrontada.

O rapaz não se intimidou com aquela ordem e continuou caminhando na direção deles, com passos lentos.

— Vamos, Damon, conte a Lise quem realmente é, não seja mais cortes a esse aspecto. — grunhiu Brian, trincando os dentes.

Lise se voltou para encarar Damon, que ainda permanecia ajoelhado, com o rosto voltado para o solo úmido, por causa do leve sereno da madrugada. Brian pulou sobre o banco de concreto e ficou encarando a cena um tanto patética.

— Não é de sua conta, garoto mimado. — vociferou Damon, ainda de joelhos.

Brian soltou uma gargalhada, aumentando ainda mais a fúria do vampiro. Era tudo o que o jovem mais desejava, naquele momento, deixá-lo furioso e descontrolado.

Mas uma voz interrompeu, parecia vir de perto do poste de iluminação, com a lâmpada quebrada, deixando a cabeça da jovem ainda mais confusa e acrescentando alegria na do jovem lobo, que permaneceu sentado, encarando o vazio da madrugada.

— Vejo que não tem medo de noites sem luar. — disse.

Stefan, o que faz aqui? Não te mandei embora? — grunhiu Damon, em pensamento.

—Eu não tenho medo de nada, se quer saber. — retrucou Brian.

Ora, ora, caro irmão, quem agora precisa ajudá-la é você. — Stefan respondeu áspero e formal.

Sem demora, o rapaz saiu da escuridão, perto da fonte vazia. Damon ergueu a cabeça, com os olhos escuros, e o encarou por um breve momento. Lise estava petrificada, de medo e de frio.

Brian se aproximou da jovem e segurou seu fino ombro todo arrepiado.

— Veio defendê-lo? — questionou Brian.

Damon se voltou para encarar o jovem e se enfureceu ao vê-lo segurando o ombro da garota. Antes que pudesse voar no pescoço daquele moleque, a mão de Stefan o interrompeu.

Lise notou os olhos escuros de Damon, seu rosto estava praticamente todo transformado. Não era aquele Damon que sempre a protegeu.

— Veja: seu protetor também é um mostro. — balbuciou o rapaz nos ouvidos da jovem.

Estava praticamente inerte, encarando-o. Stefan o segurava, mas um uivo agudo ecoou pelo vazio da noite, fazendo a jovem se ajoelhar de dor por causa do efeito sonoro em seus delicados ouvidos.

Assim que ergueu a cabeça para ver quem havia feito aquilo, notou que estava apenas Stefan, Damon e ela ali, parados no meio da escuridão.

Stefan fora o primeiro a falar.

— Vai embora, garota. — ordenou.

Damon permanecia com o rosto alterado.

— Não antes de alguém me explicar tudo isso. — disse.

Stefan mostrou um sorriso irônico.

— Depois, agora não. — ordenou.

Lise caminhou a passos desajeitados na direção da rua, mas, ao invés prosseguir, parou e, com os olhos rasos de água, voltou-se para encarar Damon e disse, com uma voz suave:

— Não importa o que você seja, eu te amo e nunca te julgaria como mostro. — disse.

A feição de Damon, aos poucos, fora se suavizando. Stefan ficou boquiaberto com a declaração da jovem.

— Também amo você e nunca lhe faria mal algum. — disse.

Lise mostrou um leve sorriso e continuou a caminhar na direção da pensão, que ficava do outro lado da pequena praça. Seu coração estava um pouco mais leve.

— Afinal, o que está acontecendo com você? Diga-me! Não era assim quando a vi pela primeira vez.

A voz de Damon ecoava em sua mente e, assim que abriu a porta de seu quarto, encarou a pequena cama arrumada. Algumas lágrimas escorreram por todo seu rosto.

O que todos querem de mim? — aquelas vozes ecoavam em sua mente.

Jogou-se contra a cama e fixou seus olhos no teto. Sua mente girava a toda velocidade, tentando achar uma explicação plausível para tudo aquilo. Como assim, histórias imaginárias, que sempre ouvira na infância, tornaram-se reais ao seu redor?

Estou louca. — pensava, totalmente fora de si.

O vento abriu brutalmente a velha janela de madeira gasta pelo efeito do tempo, estava escuro, se podia ouvir o assobiar dos ventos.

Lise, rapidamente, sentou-se na beirada da cama e deparando-se com uma silhueta. Fixou o olhar para tentar reconhecer quem estava ali.

— Sou um vampiro. Não era isso que queria saber? — disse Damon, parado na janela.

Lise engoliu em seco. Sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha toda, tapou a boca com a mão direita e seus olhos ficaram vidrados na imagem escura, perto da janela.

— V-Vampiro. Meu Deus, isso é loucura, Damon, essas coisas não existem. — berrou histérica.

Damon saltou da janela, até quase perto da cama da jovem. Seus olhos continuavam negros feitos à noite. Mostrou-lhe seus dentes para que não duvidasse ou questionasse novamente. Um breve silêncio dominou o ambiente.

Agora sabia que tudo aquilo era real e estava bem debaixo de seu nariz o tempo todo. Quantas mentiras não lhe contaram durante toda sua vida? Sentia repulsa de si mesma, a jovem permaneceu inerte, encarando-o.

— Não queria lhe causar medo. — disse Damon, desviando seu olhar, agora, normal.

Eloise levantou-se e, com passos lentos, se aproximou de Damon, pousou sua mão direita sobre o peitoral do rapaz, perto de onde fica o coração, não tinha batimentos como o seu. Ela retirou bruscamente, seus olhos continuaram a encarar aquele corpo sem alma e uma lágrima percorreu seu rosto, solitária e vazia.

— Não tenho medo de você. — disse, encostando sua cabeça no peito de Damon.

Damon abraçou-a fraternal. Ele sabia se controlar para não feri-la, mas seria perigoso conviver com um ser que poderia matar, porém, mesmo sabendo dos riscos, o amor que Lise sentia por Damon era maior e mais forte.

Agora, sabendo quem era quem naquele jogo, conseguirá levar uma vida normal, ou terá que partir para recomeçar sua vida longe de St. John's?

Stefan observava de longe, pasmo com a atitude da moça. A princípio, pensara que ela iria se assustar e pedir para Damon se afastar. Mas não fora bem essa atitude que acontecera, pois, quem ama, aceita a outra pessoa da forma que ela é.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!