My Darkness escrita por Lúcia Hill
Notas iniciais do capítulo
Uma festa pode gerar grandes problemas.
Eloise odiava as noites que reunia toda a cidade no velho galpão do enorme Gordon Hunter, para a festa anual da sociedade. Sabia que quem marcava presença ali era os puxa sacos do prefeito Gregory.
Procurava uma roupa desesperada, com o rosto dentro do armário, tinha praticamente jogado todas as roupas sobre o chão e a cama.
— Prefiro aquele vestido vermelho. — soou áspero.
Eloise rapidamente procurou quem era o dono daquela voz, levou a mão sobre o coração acelerado e, com um meio sorriso, respondeu ao ver Damon sentado sobre a janela. Ele parecia distante enquanto a fitava.
— Quer me matar do coração, Damon? — disse, jogando sobre ele uma almofada.
Um rápido sorriso brotou no rosto pálido dele, seus olhos estavam mais intensos, pareciam se modificar a cada instante.
— Não era bem minha ideia, mas se você quer uma opinião... — disse sarcástico. —... o vestido vermelho lhe cairá muito bem.
Eloise virou-se para pegar o vestido de seda vermelho, encarou-o por um minuto e arqueou um das sobrancelhas, confusa.
— Esse. — virou-se para mostrar o vestido.
Em um pulo, Damon se aproximou da garota. Por um minuto, encarou o vestido com frente única. Era óbvio que ficaria perfeito no corpo da jovem.
— Não vejo outro vestido vermelho, por aqui. — disse, referindo-se a imensa bagunça de roupas sobre a cama dela.
Eloise corou.
— Tudo bem. É uma festa estúpida e cheia de gente rica. — disse, fazendo pouco caso.
Damon se livrou de algumas roupas que estavam sobre a cama e sentou-se para encará-la. Aquela garota tinha algo que prendia sua atenção, sabia que devia protegê-la, era algo instintivo.
— Seu amiguinho Noah vai estar por lá, não vai? — questionou-a.
Eloise se virou para encará-lo, segurou o vestido, furiosa. Respirou fundo antes de responder-lhe.
— Noah Willians já tem quem puxe seu saco na festa, mas irei para marcar a presença que nunca ninguém nota. — bufou.
Damon a encarou.
— Como assim, ninguém a nota? Doçura, sei que não é apenas o seu amiguinho insuportável que a admira. — disse.
Eloise apenas encarou-o, confusa. Quem mais ficava na mesa da família de Robert? Depois da morte misteriosa de seus pais adotivos, nunca mais se ouviu falar dos Johansson’s naquela maldita cidade.
— Afinal, o que deu em você pra falar isso? Deve estar maluco. — disse furiosa.
Damon se levantou e aproximou-se agilmente, segurou nos ombros da jovem e a fez se voltar, obrigando-a a se encarar no velho espelho oval. Afastou uma mecha loira, deixando seu pescoço livre.
— Não vê que é uma garota notável, doçura? Qualquer garoto desta maldita cidade a notará. — disse.
Eloise fechou os olhos ao sentir o toque suave das mãos de Damon. Aquela voz adentrava em sua mente e a dominava por inteira.
“Agora vá se arrumar, para ir nessa festa, pois alguém te aguardará ansioso” — a voz rouca de Damon adentrou na mente dela como uma ordem.
Eloise, sem dizer mais nada, caminhou até o banheiro, sem se quer olhar para trás. Parecia estar em um transe profundo.
Assim que terminou de tomar seu banho, caminhou até o quarto para se arrumar.
Rapidamente desceu a escada, ansiosa, estava diferente e, assim que Robert a viu, praticamente ficou paralisado e com a boca aberta.
— Minha nossa! Como está bela, pequena Lise. — disse a velha Bouchard.
Lise apenas sorriu.
— Vamos, para que tudo isso termine logo. — disse afoita.
Robert estendeu a mão na direção da garota e, com um sorriso, se despediu da velha e doce senhora Bouchard.
Julie continuou a encará-los até desaparecerem rua a cima. Damon observava tudo encostado no corrimão.
— Vejo que não irá, senhor Salvatore. — soou suave a voz da velha senhora Bouchard.
Damon se virou e a encarou surpreso com pergunta, desceu as escadas lentamente encostou-se ao balcão.
— Não.
Julie Bouchard o encarou parecendo poder ler o interior do rapaz, seus olhos cansados o encaravam.
— Será uma pena, pois quem vai ensinar àqueles babacas a diversão verdadeira, meu rapaz? — disse.
Damon arqueou as sobrancelhas, confuso com as palavras da senhora, não lhe pareciam normais. Endireitou-se e caminhou rumo à porta. Em questão de minutos, desapareceu.
— Vampiro tolo. — grunhiu a velha senhora.
Como previsto por Eloise, o galpão estava lotado. Odiava aquelas pessoas, mas tinha que ir, pois sua família adotiva sempre a levava. Robert, educado, abriu a porta, dando acesso para ela descer.
— Respire, vai ser rápido. — disse Robert, aproximando-se dela.
Ambos caminharam até as imensas portas, foram recepcionados por Noah e Brian, que a encararam boquiabertos. Sem dizer nada, a jovem soltou-se de Robert e caminhou até a mesa sete, que ficava próxima da porta.
— Está tudo bem? Lise, acaso brigou com Noah? — questionou Robert, confuso com a reação da jovem.
Eloise se arrumou na cadeira, virando-se para encarar Noah. Balançou a cabeça e se virou para encarar Robert.
— Não que me lembre. Não suporto o babaca ao lado. — disse, referindo-se a Brian.
Robert quase se engasgou com sua saliva.
Aquela festa era horrível e monótona. Como sempre, as mesmas músicas e pessoas.
— Vou tomar um ar, já volto. — disse, levantando-se e saindo.
Robert apenas concordou com a cabeça e continuou a conversar com o tesoureiro da prefeitura.
Lise caminhava desajeitada sobre aquele salto imenso. Sentou-se em um banco de concreto, erguendo seus olhos e encarando a imensa lua nova. Soltou um longo e pesado suspiro.
— Vejo que também não curti essa festa babaca. — soou irônico.
Aquela voz era familiar para ela. Rapidamente se ajeitou e se virou para encarar Brian Easton, que permaneceu parado, encostado no poste de luz.
— Calma, não vou te morder. — disse irônico, levantando as mãos.
Ele se aproximou rápidos e, com um sorriso nada amigável, sentou-se ao lado da jovem, sem pedir a permissão. Desprendeu o terno.
— Realmente esta festa é um lixo, ainda mais com sua presença. — grunhiu.
Brian se virou para encará-la. A jovem parecia tensa e nervosa com a presença dele ali.
Ele soltou uma longa risada e sua mão pousou sobre o ombro da jovem, deixando-a mais tensa e nervosa.
— Nunca reparei que era assim, tão linda. — disse, aproximando-se um pouco mais.
Lise recuou ao sentir o toque da mão do rapaz e levantou-se rápida, encarando-o.
— Fique longe de mim, seu babaca. — disse furiosa.
Tentou se afastar do local, mas para sua surpresa, Brian era mais rápido e a impediu, segurando-a e impedindo-a de fugir. Com uma força surreal, encostou-a contra a parede dura e gélida, fazendo-a soltar um grunhido de dor. Sem mais delongas, o jovem a prensou contra a parede, para o desespero total da garota.
— Agora vou ver o que tanto encanta o babaca do Noah. — disse ofegante.
Sem deixá-la responder ou questionar contra, Brian segurou a cabeça de Lise bruscamente e forçou a beijá-lo. A jovem relutava e implorava que alguém aparecesse para impedi-lo, sentia ânsias daquele mostro.
Damon se aproximou furioso e puxou Brian, fazendo-o se desequilibrar e cair no chão duro e molhado pela névoa.
— Afinal, o que acha que está fazendo, seu desgraçado? — vociferou.
Eloise limpava a boca, neurótica. As lágrimas não tardaram a escorrer, borrando sua maquiagem. Seu coração estava disparado e sua respiração pesada. Permaneceu parada, encarando a cena.
Brian levantou-se, sorrindo satisfeito, aumentando a fúria de Damon.
— Agora sei o que esta criatura tem que encanta vocês. — disse sarcástico.
Damon se virou para encarar Eloise, que permaneceu imóvel, sua expressão era de espanto. Voltou-se para Brian, fechando um dos punhos.
— Você passou dos limites, vira lata, vou ter que ensinar a ser um homem de verdade. — grunhiu.
Brian mostrou um largo sorriso, ironizando o momento. Fez uma careta e arqueou a sobrancelha.
— Olha quem fala, sanguessuga meia boca. — rebateu.
Damon acertou um soco em cheio no rosto do rapaz, arremessando-o contra o poste de luz, fazendo o objeto se dobrar com a violência do soco.
Noah, ouvindo o barulho, correu para os fundos do galpão e viu Brian caído perto do poste encurvado; Damon parado, encarando o rapaz caído; Lise paralisada no canto.
— Mas afinal, o que está acontecendo aqui? — questionou, aproximando-se de Brian.
Damon limpou a mão na capa preta. Noah ajudava seu amigo a se levantar, aquele soco deixaria uma imensa marca roxa no olho do jovem.
— Pergunte para o babaca do seu amigo. — disse, aproximando-se de Eloise.
Noah ficou parado, vendo Damon e Lise se afastarem e desaparecerem entre a escuridão da noite. Voltou-se para encarar Brian que estava encostado no banco, limpando a boca suja de sangue.
— O que fez? — questionou.
Brian, sorrindo sarcástico, respondeu.
— O vampiro ficou furioso, após eu beijar Eloise. — disse.
Noah soltou um longo suspiro, deixando-o sozinho. Fazendo como Damon e Eloise, desaparecendo na escuridão.
[...]
Damon segurou o rosto da jovem. Odiava fazer aquilo, mas era necessário, naquele momento.
“Isso não aconteceu. A festa foi tediosa e você veio embora” — a voz rouca de Damon adentrou na mente da jovem, que repetiu as palavras ditas, em transe.
Damon a encarou.
— Afinal, o que faz aqui, Damon? — questionou confusa.
Damon mostrou um sorriso e coçou o queixo, fingindo surpresa com a presença dela. A ventania aumentava, fazendo com que a pele da garota ficasse arrepiada.
— Estava andando. E você, não estava na festa? — perguntou.
Eloise soltou os longos fios loiros, fazendo com que eles caíssem em forma de cascata sobre os ombros finos.
— A festa estava um grande tédio e resolvi ir embora. — respondeu.
Um sorriso torto brotou no rosto de Damon. Sem demoras, seu braço envolveu-a em um abraço aconchegante, bloqueando as leves brisas gélidas.
Noah correu até a rua de baixo para ver se alcançava os dois, porém, sem sucesso, a rua estava deserta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Boa Leitura! ( Poxa galera os rewiews anda tão pouquinhos ultimamente, vamo ajuda neh... pois sem coment's a História num anda neh.)