Medal Of Honor escrita por mah_veh


Capítulo 6
Malditos iraquianos


Notas iniciais do capítulo

Boa noite garotas... Sim, eu demorei muito. Demais. Mas é que eu estava com alguns problemas pessoais, que não me deixavam parar para escrever... Então, peço desculpa a todas pela demora.Brenda Sr, Tammy Telles, Cammy, Aylla Omela, Kaah, May Swan, Raskia e Mandys2twilight, muito obrigada pelos comentários. Obrigada mesmo do coração, e espero que gostem...



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— TODOS VOCÊS, PARA O CHÃO, AGORA. - Ela ordenou aos soldados machucados.

Claro que algo tinha que dar errado, estava bom de mais para ser verdade, estava calmo de mais para ser verdade, tranquilo de mais para ser verdade.

Os iraquianos podiam ser muitas coisas, mas burro eles não eram. Ok, talvez fossem um pouco, mas não eram tão burros. Era obvio que se soubessem daquela mancada iriam atacar, eles pouco se importavam em morrer, queriam mesmo era criar desordem, destruição, medo. Eles odiavam os americanos, e não perderiam uma oportunidade como aquela.

Deixar todo um lado da cidade ao acaso, ao merce da sorte, só poderia dar naquilo. Irresponsável, o capitão Mars era a porra de um irresponsável, inconsequente. E Isabella ao ter concordado com aquela merda, também entrava para aquele time. Pelo menos era isso que ela pensava.

E o pior de tudo? Ela estava sem sua arma, sem seu capacete e sem seu radio comunicador e era capaz de apostas que seus soldados também estavam. Então não teria como ela saber, aonde estavam todos e se estavam bem.

Ela precisava ir até Clapton, ver seu soldado ferido, mas primeiro precisava tirar aqueles soldados daquela casa. Com certeza o filho da puta, do iraquiano que atirou contra eles, os viu entrando ali. E se ele tivesse um morteiro, não demoraria muito para aquela casa virar restos de concreto. Rapidamente ela mentalizou um plano, e esperava que desse certo.

— EU PRECISO DE ARMAS, AONDE VOCÊS GUARDAM? - Ela questionou com qualquer um, enquanto tiros perfuravam aquele lugar.

— Atrás dessa casa tem outra casa, e depois outra meio verde, as armas estão nessa casa verde. Mas a senhora não vai conseguir sair lá fora, vai ser atingida. - Aquele soldado com certeza nunca tinha ouvido falar da capitão.

— Se eu sair pela frente sim, por isso vou sair por trás. Eles estão todos concentrados na nossa frente. O lado direito era de ninguém, agora é deles.

TEMOS QUE SAIR DESSE LUGAR, ELES SABEM QUE ESTAMOS AQUI E PROVAVELMENTE SABEM QUE É AQUI QUE FICAM OS SOLDADOS FERIDOS. VAMOS SAIR PELOS FUNDOS.

QUANDO ESTIVERMOS FORA, QUERO QUE CORRAM O QUANTO PUDEREM PARA OS FUNDOS E SE ABRIGUEM POR LÁ.

QUANDO ACABARMOS COM OS DESGRAÇADOS AVISAREMOS.

OS QUE ESTÃO BONS DAS PERNAS, VÃO AJUDAR OS QUE NÃO ESTÃO. AGORA VAMOS, PARA AS JANELAS DOS FUNDOS. - Todos assentiram e começaram a se rastejar, eles estavam muito assustados para dizerem alguma coisa, tudo que queriam era sair dali.

Tudo que Isabella mais queria era sair o quanto antes dali, acabar com os malditos iraquianos e ir até seu soldado ferido.

Ela precisava saber como ele estava. Odiava se sentir impotente, se sentir inútil e naquele momento era assim que se sentia. Se xingava mentalmente por ter sido irresponsável e ter ido na onda do capitão Mars, agora eram seus soldados que pagavam por aquilo.

— Eu posso ficar aqui? - Quando Jasper recuperou a voz, foi a primeira coisa que ele questionou.

Por pouco ele não tinha sido o alvo daqueles desgraçados. Ele não tinha ideia de como, mas a capitão parecia prever as coisas antes de elas acontecerem e graças ao empurrãozinho que ela lhe deu, ele mais uma vez saiu ileso.

Ele já estava no chão, antes mesmo de perceber o que acontecia, e de novo como se previsse o futuro ela mandou todos para o chão e segundos depois, tiros atravessavam as paredes.

Whitlock tremia como vara verde, se sentia como no dia anterior, o medo o tinha dominado novamente, o impedindo de se mexer.

— Mas é claro que não, a menos que queira virar peneira. Se eles tiverem um morteiro, não dou um minuto para essa casa ir pelos ares. - Ela segurou as mãos dele e o encarou, eles estavam bem próximos um do outro. Jasper não conseguia desviar os olhos dos dela.

— Agora respirei fundo, conte até cinco e livre-se do medo, como combinamos ontem. Você precisa me ajudar, somos só nós dois. - Ele assentiu, buscou concentração, sabia-se lá Deus da onde, e fez o que ela sugeriu. Contou até cinco e moveu-se, rastejando-se atras dos outros.

A capitão só saiu da casa, ao certificar-se que nenhum soldado tinha ficado para trás. Ao sair de lá, viu os soldados correndo para longe dali, como ela tinha ordenado. Só Jasper e Hudson que esperavam por ela.

— Vem, me sigam levo vocês até a casa. - Eles correram atras de Hudson, e de novo para espanto de Jasper, a capitão estava certa, a casa que eles estavam segundos antes, foi pelos ares.

Isabella grunhiu quando algum pedaço de concreto maldito, resvalou em suas costas a fazendo cair. Se ela já estava irada, querendo a cabeça de cada maldito daquele, a situação deles piorou com aquilo.

— CONTINUE CORRENDO. - Ordenou a Jasper, que parou ao vê-la caída. Ela puxou forte o ar e levantou-se, ignorando a maldita dor em suas costas. Whitlock só voltou a correr, quando viu ela fazer o mesmo.

— A senhora está bem? - Questionou quando eles entraram na tal casa que servia de almoxarifado.

— Quando vai aprender a me obedecer, soldado? - Talvez ele tenha notado a voz dela diferente nas primeiras palavras, um tom tremulo, como se ela sentisse dor, mas não teve certeza, já que quando terminou a frase, ela tinha a voz firme de sempre.

— Quais armas vocês querem? - Hudson já tinha pendurado uma M4, e tinha outra nas mãos.

— Um morteiro, médio. - Ela cerrou os olhos, pensando em como queria acabar com aqueles desgraçados.

— Chumbo trocado não dói. - O problema dos morteiros, era que eles eram enormes. O problema de Isabella carregar um, era suas costas que doíam horrores. Ela não conseguiria carregar setenta quilos, não com a dor que sentia.

Hudson fez o que ela pediu foi até o morteiro e entregou a mulher. Isabella constatou que não conseguiria sair dali carregando a arma, então eles teria que usar ali mesmo.

— Mudança de planos. Vamos subir nesse telhado e atirar daqui. - Hudson arregalou os olhos ao ouvir aquilo.

— Mas capitão, eles vão nos ver aqui, e com a quantidade de armas e explosivos que temos aqui, se eles acertarem aqui, vamos pelos ares.

— Então não vamos errar. - Ela deu a solução, para ela bem obvia.

— Vamos logo, vou subir, depois você me devolve o morteiro e me passa mais dois. Eles vão aprender como explodir coisas de verdade.

Isabella não entendia porque, mas aquelas casas estranhas, tinham telhados diferentes, na verdade não tinham telhados. Era algo tipo lage ou varanda, o que para ela naquele momento era bom. Escadas a levaram até o lugar sem problema algum.

Como ela não pudia se mostrar, estava praticamente deitada na lage, esperando que Hudson a entregasse os morteiros. Aquilo não levou mais de cinco minutos. Depois de ajudar com os morteiros, Hudson também subiu, para ajudá-la no plano suicida.

— E agora, vamos atirar aonde? - Ele a questionou a fazendo rolar os olhos.

— Para que você tem um walther G22 soldado? Olhe por essa luneta, nessa sua arma e procure. - Hudson chegou a conclusão que aquela era uma boa ideia. Esticou-se na laje, ajeitou a arma de uma maneira apropriada, e começou a procurar.

— Tem um naquela casa concretada, os outros devem estar por ali também. - Ela murmurou ao soldado, que se questionou como ela enxergava tão bem. Sim, realmente tinha um lá.

— E se eles forem muitos? - Questionou ajustando a mira.

— Não são. Muitos chamariam a atenção dos soldados lá na frente. Devem ser no máximo uns dez, doze.

— Capitão, tudo bem ai em cima? - Jasper estava na metade das escadas.

— Tudo, preciso que suba. Vem. - Ela estendeu a mão para ele, que sem dizer nada, subiu mais alguns degraus e agarrou a mão dela.

— Nós vamos dar três tiros, vamos deixar na mira você só precisa atirar. Depois de fazer isso, você vai descer, vai pegar duas M4, dois revolveres e muitos cartuchos. Pegue granadas também, encha seus bolsos de cartuchos e granadas. Está entendendo? - Ele teria que atirar? Não, ele não queria atirar. Se a capitão deixaria a arma na mira, com certeza ao atirar ele mataria alguém, mesmo inconscientemente.

— Whitlock, Clapton está machucado, esperando por nós, talvez eles tenham machucado outros também. Estão contando com a sua ajuda. - Ela falou em alto em bom som, sem tirar os olhos dele.

— Pode fazer isso? — Jasper respirou fundo e assentiu.

— Sim senhora. - Ele disse para ela e para ele também. Ele gostava de Clapton. Seu colega de quarto era um dos poucos soldados que não o olhava atravessado.

— Tem dois naquela casa senhora. Mais dois na casa vizinha da direita e outros dois a duas casas da vizinha. Quatro estão trocando tiros, não consigo ver com quem. Os outros dois estão trabalhando no morteiro que parece com problema.

— Precisamos ser mais rápidos. - Sem Jasper ao menos saber como, a mulher colocou todas as armas na mira, assim como as carregou.

— Whitlock, eu vou atirar, em seguida você atira. Hudson, continue na G22, se algum filho da puta sobreviver, acabe de matá-lo.

— Sim senhora. - Quanto a palavra senhora, foi dita, o tiro do primeiro morteiro já tinha saído. Whitlock, fechou os olhos, respirou fundo, pensou no amigo ferido e fez o mesmo, menos de três segundo depois a capitão disparava o tiro do terceiro morteiro.

— DESCE WHITLOCK, PEGUE AS COISAS. - Os olhos do garoto estavam na poeira, e a fumaça quase preta, que os tiros deles causaram. Ele balançou a cabeça negativamente tentando apagar aquilo de sua mente, e se concentrou em fazer o que a mulher lhe ordenou.

Ao constatar que não tinha derrubado completamente as casas, Isabella voltou a carregar o morteiro.

Sorriu satisfeita, quando pôs tudo no chão.

Ao ver um iraquiano correndo, tentando fugir de lá, Hudson atirou, um tiro certeiro. Foi questão de segundos até ele achar outros, que pareciam bater em retirada. Hudson atirou de novo e de novo acertou.

A capitão olhou para o soldado concentrado, e chegou a conclusão que o amiguinho de Edward até que era rápido e eficiente.

— Continue atirando, até derrubar o ultimo filho da puta. - Ordenou.

— Sim senhora. - Ele sorriu para a mulher. Gostou da determinação e coragem dela.

Talvez aquela mulher fosse mais corajosa do que ele e com certeza ela era mais corajosa do que muitos soldados por ali. Pensou no que seu amigo Edward, diria se viesse aquela capitão e foi pensando sobre aquilo que lembrou de onde a conhecia.

Sim, era ela. A garota do exercito, que estava com o cara da marinha, quando Edward a reencontrou. Era ela, a garota de Edward.

Ela era a culpada por muitas das bebedeira de Edward, e a culpada por fazê-lo ouvir por horas, Edward falando, se lamentando, e resmungando o quanto sentia falta dela, e imaginando o quanto ela tinha crescido.

O amigo falava dela constantemente, principalmente quando bêbado, e quando a viu em um evento do exército, marinha e aeronáutica, foi tão banana e covarde que não teve coragem de ir falar com ela.

Mas claro que era ela, ele sabia que conhecia aqueles olhos verdes e aquela fachada séria de algum lugar.

Como Edward não teve coragem de se aproximar, ele mandou Hudson, que teve que fazer amizade com o pessoal da marinha para ficar de olho nela e no cara que estava com ela. Hudson os vigiou de perto, durante toda a noite, e quando contou a Edward que a viu beijando o cara da marinha e em seguida sair com ele, viu Edward beber o maior porre da sua vida.

— Filhos da mãe. Atire, ele está fugindo!!! - Os poucos segundos que ele passou pensando, foram suficientes para o iraquiano passar correndo.

Hudson levantou-se e procurou um lugar melhor para apoiar sua arma.

— Como é seu nome capitão, seu primeiro nome? - Questionou depois de disparar o primeiro tiro e derrubar outro infeliz.

— O que? - Ela esperava ouvir o soldado dizer qualquer coisa, menos lhe perguntar o nome.

Ele sorriu engatilhou a arma e voltou a a atirar. Bufou por ter errado.

Repetiu o procedimento e quando o iraquiano foi ao chão resolveu falar.

— O seu nome, a senhora meio que não se apresentou ontem. E se eu vou fazer parte do seu grupo, talvez fosse útil saber seu nome. - Ele disparou outra vez.

— Isabella Swan. - Ele sorriu. Claro que ela era Isabella Swan, a Bella do banana Edward.

— Edward vai surtar quando ver a senhora. MERDA. - Praguejou ao errar o ultimo tiro. O Iraquiano tinha se escondido atras de uma casa, sumindo da mira.

Isabella chegou a conclusão que o soldado tinha finalmente lembrado de onde a conhecia. Ela bufou pensando em Edward, todo aquele caos era culpa daquele moloque irresponsável e ela não via a hora de por as mãos nele.

— Edward vai se arrepender quando me ver. Principalmente se um dos meus soldados estiver machucado. - Ela disse aquilo totalmente séria, sem sombra de brincadeira, fazendo o sorrisinho de Hudson murchar.

Pelo que ele percebeu, o reencontro dos dois não seria algo bonito de se ver, pelo menos se dependesse da capitão. Hudson temia pelo amigo.

— Já acabou ai? - Ela estava totalmente sem paciência, principalmente depois do idiota lembrar, de onde a conhecia.

— Sim, um infelizmente escapou. - Ela bufou e levantou-se do chão.

— Ótimo. Você vai ficar aqui, e vai me dar cobertura, vou voltar lá. Preciso ver Clapton. - Ela deu as costas para o rapaz e desceu rapidamente as escadas, Jasper a esperava com o que ela tinha pedido. Ela guardou o revolver no uniforme, fez o mesmo com os cartuchos e granadas e depois pendurou as armas. Só estava mesmo faltando amarrar uma faixa vermelha na cabeça, para ficar uma versão feminina do Rambo.

— Vamos Whitlock. - Aquela foi a primeira vez que ele não preciso de palavras de incentivo nem de puxão. Ela o chamou e ele simplesmente foi, com a cara e talvez um pouquinho de coragem.

Eles corriam quase encostados nas casas, tentando tornar-se menos visíveis. Assim que chegaram na ultima casa antes da rua, Isabella encostou as costas na parede, e teve vontade de praguejar por sentir as costas doendo.

— A senhora está bem? - Whitlock a analisava preocupado. Por alguns segundos podia ter jurado que viu a testa dela franzindo de dor.

Ela nem ouviu o que ele questionou, seus olhos estavam em Clapton, caído a poucos metros dali, completamente imóvel.

Isabella levantou os olhos e virou-se para trás, procurando por Hudson, que levantou o polegar, em sinal de caminho livre.

A capitão praticamente voou até seu soldado, ela o puxou pelo uniforme o arrastando para trás do taque deles, que estava bem próximo dali. O tanque servia como um escudo, se tivesse algum maldito iraquiano por ali ainda, ele não conseguiria os ver ali.

— Clapton. - Ela o chamou, enquanto se livrava da parte de cima do uniforme dele, que estava ensopado de sangue.

O soldado sentia uma dor dilaceradora, só desejava não se mexer, não respirar, ficar completamente imóvel, mas ao ouvir a voz da capitão ele forçou seus olhos a abrirem. Ele sorriu ao ver que a mulher tirava a parte de cima de seu uniforme.

— Sabe... - Ele começou, mas teve que fazer uma pausa, falar parecia aumentar sua dor. - É o sonho de muitos soldados... - Tentou continuar. - Ter a roupa tirada, pela senhora.

— Abusado. - Ela murmurou com um sorrisinho e tirou uma faca de seu uniforme, para em seguida cortar a regata do rapaz, deixando seu peito nu.

Sem dizer nada, Jasper entregou para ela um cantil com água, para limparem aquele sangue.

Qualquer esperança que a mulher tinha, foi embora, quando ela viu que o tiro tinha atingido o estomago.

— Quão horrível está? - Ele questionou.

— Você vai ficar bem. - Ela tentou sorrir para ele.

— Whitlock, precisamos de morfina, e sulfa. Temos isso no nosso Jipe. - Ela tentava manter a voz tranquila.

Superando qualquer expectativa, Jasper pôs as mãos nos bolsos e segundos depois entregou as coisas para a capitão.

— Tinha lá no almoxarifado. - Ele murmurou, sem conseguir desviar os olhos do machucado do amigo.

— Onde pegou o tiro capitão? - A voz de Clapton saía cada vez pior. - Me responda. - Ele insistiu a fazendo o encarar.

— No estomago. - Ela murmurou.

— Eu vou morrer, não vou? - Uma lagrima solitária escapou dos olhos do soldado.

Sabendo que não conseguiria manter a voz firme, Bella só balançou a cabeça negando.

— A senhora é uma péssima mentirosa. - Até Whitlock precisava concordar com aquilo. Ele não entendia absolutamente nada sobre tiros, mas ele nem precisava, as feições da capitão deixavam tudo bem claro.

— O que você quer Clapton? Peça eu faço para você. - Jasper lutava para não deixar as lagrimas caírem.

— Aplique a morfina Whitlock. - Isabella ordenou, engolindo qualquer sentimento.

— Não. Não quero morfina. - O rapaz pegou as mãos ensanguentadas da capitão, que pressionavam o lugar atingido. - Eu quero uma coisa. - Ele murmurou.

— Diga, o que quer? - Ela não conseguia o olhar nos olhos, porque se fizesse aquilo, não conseguiria conter seus sentimentos.

— O que eu quero, Jasper ainda não seria capaz de fazer, então eu preciso que a senhora faça.

— E o que é? - Ela murmurou a pergunta.

— Eu vou morrer... - Ele tentou puxar o ar. - Nós sabemos que vou. Por favor capitão.... Tire a dor de mim. - Ele voltou a procurar por ar.

— Acabe com isso, faça isso por mim. - Ele estava pedindo que ela o matasse, que aliviasse sua dor. Ele já estava morto mesmo, era questão de tempo para fechar os olhos de vez. Tudo que ele queria era se ver livre da dor, do medo, do Iraque, de todo aquele inferno. Ele estava tão cansado daquilo tudo, e só desejava um pouco de paz, sabia que na morte encontraria sua paz.

A capitão estava meio sem reação com o pedido dele. Ela não podia fazer aquilo, primeiro porque não podia mesmo, era antiético, aquilo não era permitido. Segundo por ela não querer, não queria matar seu soldado, não, aquilo seria de mais para ela.

Ela já tinha acabado com muitas vidas, incontáveis vidas, mas matar um dos seus, era impossível, ela não conseguiria apertar o gatilho e estourar os miolos de seu soldado.

— Não me peça isso. - Ela murmurou pedindo para ele. - Eu não posso, não quero e não consigo. Vamos cuidar de você. - Ela tentou largar as mãos da dele, mas ele não deixou.

— Faça o que eu estou pedindo, eu sei que a senhora consegue. Qualquer um do nosso grupo no meu lugar, lhe pediria o mesmo.

Não foi a senhora que fez isso comigo, eu já estou morto capitão, a senhora só vai estar aliviando minha dor.

Sei que por mais que queira, não vai conseguir me salvar. Uma ajuda não chegaria a tempo, até a senhora pedir, até eles virem e até eu chegar na sala de operação, eu já vou estar morto.

Por favor, por favor, faça isso por mim. Dói muito capitão, está cada vez pior. Dói para respirar, para falar, para piscar, para permanecer de olhos abertos.

Por favor capitão, acabe com isso. Eu faria o mesmo pela senhora, pode ter certeza que eu faria. - Isabella passou quase oito anos de sua vida dentro do exercito, sempre foi rápida, inteligente e astuta. Sempre achou solução para tudo, até quando uma causa se considerava perdida, ela vinha com a solução. Mas pela primeira vez naqueles anos, ela não sabia o que fazer. Ela estava exitando.

Os olhos dela, encontraram com os olhos de Whitlock que lutavam contra as lagrimas. Ele assentiu para ela, concordando com Clapton. Sim com certeza se fosse ele o ferido, gostaria que acabassem de vez com sua dor.

Isabella respirou fundo, tentando tomar coragem para fazer aquilo. Ela desejaria que fizessem o mesmo por ela, se fossem situações inversas. E sim, ele tinha razão, dizendo que até o colocarem em uma sala de operação ele já estaria morto.

Ela podia lhe aplicar morfina e ficar ali com ele, esperando a morte, e lhe enchendo de falsas esperanças, ou podia fazer o que ele lhe pediu e acabar de vez com o sofrimento de seu soldado.

— Ok. - Murmurou por fim. - Ok. - Voltou a repetir com a voz mais convicta. Ele sorriu ao ver que ela faria aquilo. - Eu sinto muito Clapton, muito mesmo. Desculpe não ter conseguido protegê-lo. - Ele tentou sorrir de novo e apertou as mãos dela.

— A senhora não pode estar em todos os lugares, não pode cuidar de todo mundo.

A senhora não é nossa mãe capitão, é nossa irmã. Nossa irmã de guerra. - O garoto já não conseguia manter os olhos abertos tamanha era a dor.

A mulher não disse mais nada, só soltou suas mãos da mão da do soldado e ajoelhou-se ao seu lado.

Ela pegou seu revolver, e lentamente o engatilhou. Encarou Clapton que voltou a abrir os olhos e assentiu para que ela continuasse.

— Saia daqui Whitlock e não olhe para trás. - Ordenou ao soldado covarde.

— Foi um prazer conhecê-lo, cara. - Clapton murmurou a Whitlock, que tentou sorrir.

— Digo o mesmo. Vá com Deus, e não duvide dele. Acredite, ele está esperando por você. - Clapton só assentiu, sem dizer mais nada.

Jasper levantou-se e fez o que a capitão mandou, correu. Correu sem olhar para trás. Correu tentando fugir do barulho que ouviria. 

Isabella encostou o cano da arma na cabeça do rapaz, fechou os olhos e respirou fundo. A tremedeira da mão tinha voltado, ela bem que tentou apertar gatilho, mas não conseguiu. Abriu os olhos e tirou a arma de lá.

— Nós não precisamos fazer isso Clapton. - A voz dela saiu embargada.

— Boa sorte na sua busca capitão, espero que consigam encontrar o soldado e o devolva a mãe. - Ele não voltaria atras, estava firme na sua decisão.

— Vamos, acabe logo com isso e vá matar aqueles malditos. Depois vá atrás do soldado desparecido e volte para casa capitão. Volte para sua vida. - Ela respirou fundo puxando coragem junto com o ar.

— Vá em paz garoto. - Murmurou para em seguida atirar.

Isabella guardou seu revolver, puxou a corrente com as placas de identificação do soldado e se pôs de pé.

Ela já não sentia mais nada, não tinha mais vida no corpo que ela encarava. Era só um corpo, não tinha mais nada ali. Isabella tinha certeza que junto com a vida de Clapton, foram—se mais alguns sentimentos dela. Toda a tristeza e vontade de chorar que ela sentia, se foi junto com o tiro, junto com a vida dele. Tudo que tinha restado era um enorme ódio, ódio de tudo, da guerra, do Iraque, dos iraquianos, de Bush, Sadan, Carlisle e até Edward.

Ela guardou o revolver, limpou a poeira das pernas e com as mãos sujas com o sangue do seu soldado, juntou as duas M4.

Com passos firmes e decididos ela saiu de trás do tanque e caminhou até as casas que tinham destruído. Foi até um dos Iraquianos que Hudson tinha derrubado, mas para infelicidade dela, ele estava morto, assim como o segundo.

Ela caminhava até o terceiro, quando ouviu um barulho. Ao levantar a cabeça ela abriu um sorriso maquiavélico, vendo que o iraquiano idiota, em vez de fugir, se escondeu, e se escondeu muito, mais muito mal escondido, deixando um pedaço das costas a amostra.

— Ninguém mexe com os meus soldados. - Ela murmurou antes de acertar o iraquiano, que soltou um grito de dor. - Ela caminhou até lá, e percebeu que ele não estava sozinho, tinha outro infeliz junto, com as mãos para cima, se rendendo. Como ela ainda não queria matá-lo, só atirou em sua perna.

De longe Bella ouviu passos correndo em sua direção.

— CAPITÃO. - Era o tenente. - Capitão, a senhora está bem? - Ele estava para lá de preocupado.

Ainda estava dormindo quando foram atacados. Até tentou se comunicar com ela, mas não obteve respostas. McCarty ficou desesperado ao saber que nenhum dos soldados que estavam com ele, tinham a visto aquela manhã.

— SEUS DESGRAÇADOS, EU VOU MATAR VOCÊS. - McCarty esbravejou com os iraquianos feridos, para em seguida chutar um deles.

— Estou bem. E os outros? - Isabella continha a vontade de chutá-los também.

— Damon está com Johnson, ele foi atingido na garganta. - Ao ouvir aquilo, ela não consegui mais conter nenhuma vontade, e chutou o filho da mãe, caído perto dos seus pés. Enquanto ele gritava algo para ela entendível, ela o chutava.

— EU VOU MATAR VOCÊS. VOU MATAR OS DOIS. LENTAMENTE, PARA VOCÊS SOFREM BASTANTE. - Ela gritava enquanto ainda chutava o infeliz, que já tinha desmaiado.

— Desse jeito a senhora vai matar em questão de segundos. - McCarty arriscou murmurar.

Ele tinha medo quando via tanto ódio nos olhos dela, como estava vendo naquele momento. Quando ela ficava daquele jeito, parecia não ser mais sua delicinha, ele não a via ali.

Isabella parou de chutar o iraquiano e fechou os olhos, tentando voltar ao controle. Contou até vinte e respirou fundo três vezes, antes de voltar a abrir os olhos.

— Onde eles estão? - McCarty girou nos calcanhares e apontou a direção que estavam.

— Aquela casa desbotada, está vendo? Parker está lá em cima. - Ela balançou a cabeça afirmando.

— Estou. - Ela de novo voltou para o iraquiano, desmaiado. O puxou pelo braço e começou a arrastá-lo.

— Traga o outro. Vou mandar Whitlock interrogá-los, antes de mandá-los para o inferno. - O tenente assentiu e foi até o outro iraquiano, que murmurava muitas coisas. McCarty lhe lançou um sorriso e em seguida um soco, para depois arrastá-lo pela perna ferida.

A capitão e o tenente, arrastaram os dois iraquianos até o tanque, aonde estava o corpo de Clapton. McCarty baixou os olhos, ao ver o amigo morto, e lançou um olhar ainda mais irado para o covarde iraquiano.

— Vou até lá ver como está Johnson. - Ver se Johnson já morreu, era isso que ela realmente ia fazer. - Vou mandar Ryan e Cooper para cá. Quando eles chegarem vá até aquela casa. - Bella apontou para a casa, aonde estava Hudson, e provavelmente Whitlock que ela viu correndo para lá. - Chame Whitlock, e tente arrancar algo desses covardes.

— Sim senhora. - Ela deu as costas para ele e foi, sabendo que não iria gostar do que encontraria.

Não precisou andar muito para encontra com alguns dos seus soldados e outros daquele lugar. Mandou uns até McCarty, e mandou outros ficarem de vigia em cima de algumas casas.

Ao chegar em frente a casa indicada pelo tenente, ela ouviu os gritos desesperados de Damon, que ordenava que Johnson abrisse os olhos e falasse com ele. Antes de entrar na casa ela olhou para o céu e respirou fundo. Seus olhos quase se fecharam pela claridade, mas ela os deixou naquela imensidão azul por algum tempo.

Existia mesmo um Deus lá em cima, como seu tio insistia em dizer? - Foi o que ela se questionou.

Ao entrar na casa, ela logo avistou Damon, seu soldado estava de joelhos no chão, tentando a todo custo ressuscitar o amigo, que Isabella percebeu que já estava sem vida.

Ela ficou paralisada por alguns segundos assistindo aquilo, era como se o som das coisas tivesse sumido, ela via ele gritar, mas não ouvia.

O chão do lugar estava uma mistura de poeira com sangue. Damon, chocalhava um corpo ensanguentado e sem vida, e Parker, que tinha acabado de descer falava algo com ele, com certeza tentando dizer que Johnson estava morto.

Isabella só foi perceber que Ryan estava ao seu lado, falando com ela, quando ele a tocou e chocalhou seus ombros. Então sua audição voltou, e ela o encarou.

— Tudo bem capitão, a senhora está bem? Está ferida? - O soldado questionava preocupado.

— Eu estou bem. - Ela disse por fim, com a voz séria de sempre. - Ouça, vá até McCarty. Reúna seis dos nossos, e de uma busca naquela maldita aérea.

— Sim senhora.

— Parker, vá com Ryan, deixe ele comigo. - Ela ordenou ao soldado que ainda tentava falar com Damon. Ele só assentiu e foi sem dizer nada.

Isabella caminhou até Damon e Johnson, e ajoelhou-se no chão ensanguentado. Levou a mão até as placas de identificação cheias de sangue de Johnson e com um só puxão as arrancou de lá, enquanto Damon ainda tentava falar com o amigo.

— Ele está morto. - Ela murmurou, mas ele não parecia ouvir. - Ele está morto soldado. - Repetiu, dessa vez chocalhando seu soldado, que pela primeira vez a encarou.

— Morto, ele morreu. Você não pode fazer mais nada por ele.

— Ele tinha uma filhinha, que mal conheceu. - Damon murmurou deixando as lagrimas caírem. Isabella não disse nada, primeiro porque não sabia o que dizer, segundo porque sentia um nó na garganta, ao imaginar a família dele recebendo a noticia.

— Levante-se, vá lá para a rua com os outros. - Ela tentou fazer a voz sair normal.

O soldado suspirou e fez o que ela disse. Levantou-se. Damon perguntou-se se a capitão era assim durona e sem sentimentos mesmo, ou se era só uma boa atris. Ele preferia pensar na segunda opção.

— Espero que esse tal de soldado Cullen, valha a pena. - Ele murmurou antes de sair de casa.

Isabella soltou o ar e fechou os olhos do soldado morto, para em seguida levantar-se dali.

— Eu também espero... - Soltou junto com um suspiro.

Depois de falar com seus soldados, e se certificar se todos os que sobreviveram estavam bem, ela lhes passou algumas ordens para garantir a segurança do lugar. Ao encontrar com o capitão Mars, ela fez o homem ouvir e ouvir muito. Ela lhe passou um sermão de mais de uma hora, e ele não pode nem se quer responder, na verdade no começo ele até tentou, mas achou melhor ficar quieto, ao ver os olhos dela se estreitando quando ele resolveu discordar de algo.

Assim que acabou o sermão, ela achou um lugar para lavar as mãos e se dirigiu para o lugar onde seus soldados tentavam interrogar os iraquianos.

— Como estamos aqui? - Questionou ao tenente, que parecia furioso.

— Eles se recusam a dizer alguma coisa. A única coisa que dizem é que são resistem e que agiram por conta própria.

— Sendo assim, não temos mais nada o que conversar. - Ela falou aos dois, com um sorriso maquiavélico.

— Vai soltá-los? - A inocência de Whitlock quase a fez sorrir.

— Não. Vou machucá-los, e depois nós vamos embora. - A voz sombria dela, fez os pelos do braço de Whitlock se eriçarem.

— Ma...ma..machucá-los? - Ele murmurou.

— Exatamente. - A mulher tirou o revolver do uniforme e mirou para o iraquiano mais ferido que instantaneamente começou a gritar.

— Por que vai fazer isso? Ele está desarmado, já se rendeu. - Quando percebeu Whitlock já tinha a questionado. Ela deu de ombros e atirou, no estomago do homem e voltou-se para o outro que gritava cada vez mais desesperado.

— Quem ordenou a porra do ataque? - Questionou com homem. - TRADUZA. - Ordenou a Whitlock, que ainda não conseguia tirar os olhos do iraquiano que agonizava.

— Ele disse que ninguém, está jurando. Eles conseguiram fugir da cidade que foi invadida, se juntaram com alguns espiões daqui e atacaram. - Jasper disse tudo rapidamente.

— Obrigada pela informação. - Murmurou antes de atirar contra ele.

Enquanto todos os soldados de Isabella se sentiam vingados, Whitlock se sentia horrorizado. Ele se perguntava porque diabos ela tinha feito aquilo. Eles já estavam feridos, estavam amarrados e nem se defender podiam. Além de tudo, nem atirar para matar ela atirou, o intuito dela era feri-los para que sofressem bastante antes de morrer.

— Vamos embora. - Ela ordenou, e todos começaram a se mover, menos é claro, Jasper.

— Capitão, acabe de matá-los. - Ele pediu ao ver a agonia dos dois.

— Não. - Ela murmurou dando as costas para ele.

— A senhora está me deixando com medo. Pelo amor de Deus, como consegue ser assim cruel? - Ela parou e voltou-se para ele. Foi até seu soldado covarde e parou na sua frente, o medindo.

— Me acha cruel soldado? - A voz dela soou fria e ele se arrependeu de ter aberto a boca. - Queria que eu os soltasse? Sabe o que aconteceria com eles se eu fizesse isso? Eles se recuperariam e voltariam a fazer ataques covardes, voltariam a matar nossos soldados.

Se me acha tão cruel, deveria ver eles em ação, deveria ver eles degolando um dos nossos soldados. Eles matam todos, um a um, é um milagre quando algum escapa.

Se quiser pode ficar ai com eles, ajudá-los e quem sabe juntar-se a guerrilha deles.

Não quer os ver sofrendo? - Ela pegou o revolver e fez seu soldado segurar, para em seguida o fazer mirar a cabeça de um daqueles infelizes.

— Mate-os. Aperte o gatilho. - Ele estava tremulo, e assustado pelo o que ela tinha lhe sugerido.

Ele tinha a magoado, era perceptível, e agora ela estava lá lhe dando a solução para o problema que ele inventou.

— ATIRA SOLDADO. - Ordenou. Ele sentia coração batendo a mil, pois sabia que a mulher não estava brincando.

— VAMOS. - Jasper tocou o gatilho e tentou apertar. O suor escorria pelo seu rosto e seu coração talvez fosse sair pela boca.

Ao olhar para o iraquiano ele se deparou com o homem assentindo para que ele atirasse.

Ao puxar o ar ele tentou puxar coragem também, ele fechou os olhos, sentido o suor escorrer por sua testa, e tudo que ouviu em seguida foi o barulho de um tiro. Sim, ele tinha atirado, ele tinha matado. Tinha posto o fim em uma vida.

— Faça o mesmo com o outro e depois me devolva a arma. - A capitão murmurou o largando. - Não vamos sair daqui, se você não matar o outro.





Gostaram? Será que a Bella é má, ou o Jasper que é sensível de mais? Hauahuahua

Bom, é isso, acho que no próximo o Cullen da o ar da graça hehehe...

Conto com os comentários de vocês, e amanhã passo por aqui para responder os atrasados.

Beijos e boa noite...



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