- O que quer dizer com isso? Vai ter um bebê?

Suspirei. Deveria ter esperado uma reação desse tipo do Justin. Garoto infantil.

- Não Justin, vou ter um cabrito – Falei, o olhando desconcertada. Ele era realmente tão tapado?

Mas de repente, Justin começou a caminhar na minha direção. Queria chegar mais perto. A única coisa possível que eu podia fazer era dar passos para trás. Até que ele me parou na parede. Apoiou os seus dois braços na parede, me deixando encurralada. DIAAAAAAAAABOS!

- Não zoe o pai do seu filho Elise – Ele sussurrou.

- Não estou te zoando – Falei – Só achei que fosse uma resposta obvia.

Ele abaixou os braços, e se afastou de mim. Parecia pensativo. Pensativo = a ficha ainda não tinha caído.

- Eu vou ter um filho... caramba, um bebê... tipo, eu vou ter um filho – Ele olhou para mim – Você vai ser a mãe do meu filho!

Olhei para cima. Não acredito nesse menino!

- É Justin – Falei.

- Quero um exame de DNA.

- Obvio. Te entendo – Dei ombros – Faça quantos exames quiser. Você é o pai do meu filho.

- Caralho, Elise, você não está entendendo. Você, uma prostituta, vai ter meu filho! O que eu vou falar para todos? Para minha mãe, Selena, Scotter...

- Ué, diga que você fez sexo comigo. O que mais diria?

- Fala isso por que não é a sua vida que vai ser destruída.

- Ok Justin, pra começo de conversa, não fui só eu que esqueci a merda da camisinha naquele dia. Você também podia ter ajudado.

- Mas você era a mulher experiente! – Ele levantou os braços.

Ele estava botando a culpa em mim! Toda a maldita culpa em mim!

- Justin, eu estudo esqueceu? Ou você acha que só a sua vida vai mudar? Caralho, desculpa senhor pop star!

- ELISE, VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO... MEU FILHO ELISE. TENHO 17 ANOS! MINHA CARREIRA VAI ACABAR POR COMPLETO. E VOCÊ? VÃO VASCULHAR SEU PASSADO INTEIRO QUANDO SOUBEREM! A VIDA DESSE MENINO ELISE, VAI SER O CAOS. ‘FILHO DE JUSTIN BIEBER COM PROSTITUTA’ VÃO SER AS MANCHETES – Justin apertava os punhos e gritava.

Fiz a primeira coisa que veio na minha cabeça. O abracei. Ele apenas se apoiou nos meus ombros, e fungou. Ok, Justin estava chorando.

Mas sabe o que era pior? Era tudo verdade. Tudo! Tipo... iam realmente ser as capas das próximas revistas! E eu tinha que arcar com todas as conseqüências. Era meu filho, minha responsabilidade.

E coitado do Justin. Realmente, o mais prejudicado aqui vai ser ele. Vai perder milhões de fãs.

- Estamos juntos nessa Justin – Passei a mão no cabelo dele – Juntos. Ok?

Ele segurou meu braço enquanto eu o abraçava. Começou a chorar de verdade. Até soluçar. Quase estava tendo um ataque do coração junto com ele.

Mas de repente, ouço gritos no andar debaixo. Justin parou de me abraçar, e se afastou.

- Mas o que... – Eu ia perguntar, mas a porta foi aberta bruscamente. Tão bruscamente que a maçaneta fez um buraco na parede provavelmente.

Um homem moreno alto, com uma barba mal feita e um boné azul marinho bufava. Logo atrás dele estavam Pattie  e Kenny. Respirei fundo.

- S-scooter? – Justin gaguejou – Como você me achou?

- Kenny não sabe esconder segredos muito bem Justin – Scooter balançava a cabeça negativamente – E localizei o seu iphone.

- O-oh – Mordi meu lábio. Era o empresário de Justin.

Senti um dejavú imenso ocorrendo na minha cabeça. Me lembrei de quando conheci o Justin. Naquela maldita festa de despedida de solteiro.

- OK JUSTIN, COMEÇE EXPLICANDO POR QUE DIABOS ESTÁ NA CASA DESSA MENINA! – Ele apontou para mim, berrando.

- Scooter... essa é Elise. Ela é minha amiga e...

- Justin, eu não quero apresentações. Quero saber o por que você cancelou a merda da tarde de autógrafos para vir para cá. Deve ter uma ótima explicação, não é? – Ele levantou uma sobrancelha.

- Ela precisava falar comigo – Justin falou rápido – Era uma coisa urgente.

- E pode me dizer o que é essa ‘coisa’ urgente? – Perguntou.

- Bem... er... – Não saia da boca de Justin. Entendo ele perfeitamente.

- Alguém quer um café? – Juntei as minhas mãos, e sorri. Tentei descontrair.

Kenny e Justin riram. Mas Scooter e Pattie estavam totalmente sério.

- Essa Elise... – Kenny riu de novo. Scooter o fuzilou com o olhar.

- Você á conhece?! – Scooter perguntou. Senti que agora ele voltava a ficar estressado.

- Eu bem... – Kenny engoliu á seco – Justin? – Sorriu amarelo.

- Ele á conheceu um dia em New York – Justin respondeu.

- Então você mora em New York, Elise? – Ele perguntou para mim.

- Sim – Assenti – Mas faço faculdade aqui.

- Ah claro – Scooter falou – E está fazendo faculdade grávida? – Scooter perguntou, olhando para a minha barriga.

- Er... – Mordi o lábio.

Kenny e Pattie arregalaram os olhos, juntos. E depois olharam para a minha barriga. Não estava tão grande, mas dava para perceber!

- OH MEU DEUS! – Pattie gritou. Gritou tão alto que eu acho que dava para ouvir da Rússia.

- Mãe eu... – Justin tentou se explicar, mas antes que pudesse, Pattie pulou em cima dele e começou a bater nele com sua bolsa.

- SEU IDIOTA! – Ela xingava enquanto batia – EXISTE UM BILHÃO DE METODOS CONTRACEPTIVOS E VOCÊ NÃO USA NENHUM. SEU BABACA, INUTIL, AH MEU DEUS!

Botei minha mão sobre a minha boca. Nunca esperava uma reação dessas da Pattie. Afinal, era a Pattie! Pequenininha, fofinha, e sempre falando calmo e baixo. Ao contrário de mim, obvio.

- KENNY, SEPARE ELA DE JUSTIN! – Gritei.

- OK – Kenny puxou Pattie pelos ombros – DONA PATTIE, DONA PATTIE, CALMA, CALMA, CALMA! – Ele a segurava enquanto ela com unhas e dentes tentava se livrar dos braços fortes de Kenny.

Mas o pior ainda estava por acontecer. Scooter estava tenso. Kenny parecia o único calmo ali. Nem eu estava calma.

- Ela vai ter um filho seu? – O queixo de Scooter caiu, e ele olhou para mim, me observando.

- Vai – Justin falou.

Scooter começou a piscar sem parar. Ele não acreditava. Ninguém acreditava.

- VOCÊ, JUSTIN, FEZ SEXO? – Ele perguntou.

NÃO, IMAGINA, EU FIZ INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL! Ok Elise, nada de sarcasmo agora.

- Fiz – Justin falou.

- E SELENA?

- Com ela também.

Isso Justin, fale isso mesmo.

Revirei os olhos.

- Quero um exame de DNA – Scooter falou.

- Já falei para Justin que vou dar o que vocês quiserem como prova de que o filho é de Justin – Dei ombros.

Ouvi soluços. Era Pattie. Ela chorava com as duas mãos sobre os olhos. Que merda!

- Dona Pattie... – Engoli á seco – N-não chore...

- Estou chorando de nervosismo – Ela quase não conseguia falar – Você não pode ter um filho de Justin, Elise! É UMA PROSTITUTA, ESQUECEU? – Ela gritou comigo.

Meu coração estremeceu. Ninguém ligava para mim. Só para o Justin. No que o Justin ia sentir. No que o Justin ia ganhar com isso.

Scooter estava em choque ao ouvir que eu sou (era), uma prostituta. Ele parecia bem pensativo.

- Seu filho – Scooter começou a falar – Tem quantos meses?

- Vai fazer cinco – Falei.

- Se prepare, ok? – Scooter falou para mim.

- Para o que? – Estranhei.

- Vou entrar com um processo na justiça. Esse filho não é mais seu. Vou pedir a guarda dele para mim, Pattie e Justin. E se contar para imprensa, seu filho nunca mais terá paz, por que será o ‘filinho da prostituta’, entendeu?

Senti meu coração parar de bater. Bem naquele momento. Como se tivessem roubado uma parte da minha alma. Ou enfiado uma faca no meu coração. Não, foi pior do que tudo junto.

- VOCÊ VAI FAZER O QUE? – Uma lágrima desceu do meu rosto na mesma hora – VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FAZER ISSO!

- TENHO E IREI FAZER! – Scooter gritou de volta.

Nada mais foi dito. Justin não abriu a boca para nada. Nenhuma palavra. Ninguém ali abriu a boca para nada. As lágrimas desciam rapidamente pelo meu rosto.

- NÃO – Gritei – É O MEU FILHO.

- OK, VOCÊ QUE SABE – Scooter deu ombros – MAS VOCÊ OUVIU TUDO O QUE EU VOU FAZER. AGORA SE PREPARE, PROSTITUTA.

Scooter, Pattie e Kenny saíram do quarto e fecharam a porta. O único barulho que se ouvia no quarto eram os meus soluços de tanto chorar.  Justin ficou lá. Parado.

- VAI DEIXAR ELES FAZEREM ISSO? –  Chorava que nem uma doida.

- Elise...

- É O NOSSO FILHO JUSTIN – O empurrei – COMO ASSIM VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA? NOSSO JUSTIN, NOSSO FILHO!

Ele se aproximou de mim e abriu os braços. Ia me abraçar. Me afastei imediatamente.

- SAIA DAQUI! VAI EMBORA! AGORA!

- ELISE, POR FAVOR, EU...

- NÃO QUERO MAIS OUVIR SUA VOZ – Balancei minha cabeça, indo em direção á porta.

- POR FAVOR...

- VAI EMBORA AGORA. NÃO OUVIU O QUE SEU EMPRÉSARIO DISSE? VAI EMBORA, JUNTO COM ELES! SEU PAU MANDADO! IDIOTA, RIDICULO! – Abri a porta do quarto de novo – NÃO QUERO MAIS TE VER. NÃO PENSEI QUE SERIA UM ERRO TE CONTAR QUE EU ESTOU GRÁVIDA... NÃO ACREDITO NISSO – Limprei as minhas lágrimas com a manga da minha blusa – O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI AINDA, VÁ EMBORA.

Justin me olhou profundamente. Parecia  última vez que nos veríamos na vida. Naquele momento, eu queria que ele morresse. Que aquele carro que ele, o empresário dele estivessem, capotasse e ele morresse.

Ele mordeu o lábio e caminhou até a porta. Suspirou, e saiu do quarto.

Fiquei ali, segurando a maçaneta. Ouvi os passos de Justin descendo as escadas. E quando eu ouvi a voz de Dorothy e de Mark no fundo sai do quarto.

Caminhei até a escada. Avistei Mark. Não agüentei. Meu corpo estava tão pesado, que eu cai em cima de um dos degraus da escada. Fiquei sentada ali. Chorando.

- Elise, Elise? – Mark veio preocupado na minha direção – O que aconteceu?

- Nos conte Ellie – Dorothy se sentou no degrau embaixo de mim e segurou na minha mão – Amiga, o que houve?

Balancei a cabeça negativamente. Tudo estava errado.

- El? – Mark se sentou do meu lado e  colocou seus braços sobre meus ombros. Solucei. Estava chorando tanto que nem ar eu conseguia respirar.

- O empresário de Justin quer tirar o meu bebê de mim – Falei.

                                                                          ***

- Toque a campanhia Ellie – Mark apertou a minha mão – Ah, por favor, é a sua mãe! Quando você falou com ela no telefone ela estava doida para te ver...

- Também, depois de 15 anos sem me ver não é verdade, Mark? – Suspirei.

- Você precisa da ajuda dela – Mark reforçou – Ela virou super, ultra, mega , rica, esqueceu?

- Dando um bote no coitado de um velhinho e depois ‘roubando’ a empresa dele.

- Ela disse que foi amor – Mark á defendia – O velho tinha 95 anos Elise! E ela não roubou a empresa, ele deixou a empresa para a sua mãe!

- Ah, que se dane – Dei ombros – Dá tudo no mesmo.

- Elise, toque logo a merda dessa campanhia! – Mark brigou.

Estavamos na frente de uma casa imensa branca. Janelas imensas pretas, e no meio de New York. Decidi trancar a faculdade por um tempo. Minha vida andava muito agitada no sentido ruim.

Levantei meu pulso, e toquei a campanhia. Rapidamente, uma mulher loira, com um avental branco á antendeu.

- Sim? – Ela perguntou.

- Sou Elise Lionel... – Falei.

- Senhorita Lionel! – Ela se animou – Entre, entre!

Eu e Mark entramos na casa gigantesca. Meu Deus, era realmente tudo muito bonito na casa! E muito caro, pelo menos.

Vi uma mulher loira, com um coque. Ela usava uma saia preta de cintura alta, e uma blusa rosinha. Um sapato de salto altíssimo branco. Ela estava correndo na minha direção.

- Oi mãe – Sorri para ela, e ela me agarrou num abraço ultra apertado.

- OI MINHA FILHAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – Ela gritou totalmente animada – Tudo bem com você e...

Ela olhou para a minha barriga. Claro que ela olhou para a minha barriga.

- Você está...

- É sobre isso que vim falar com você. Preciso de um advogado. O pai do meu filho está querendo a guarda do meu bebê e não tenho nem um centavo para pagar um advogado tão bom ao de Justin Bieber.