Férias Frustradas escrita por Nunah


Capítulo 40
39 - ajuda mais do que bem-vinda


Notas iniciais do capítulo

Escrevi ouvindo Set Fire to the Rain *-*
I let it fall, my heart, and as it fell, you rose to claim it,
it was dark and I was over *-----* OMFG, eu amo esse começo...



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A deusa escutou um barulho atrás de si. Virou-se assustada. Poseidon já teria resolvido seus problemas? Mas por que se importava? Deveria querer distância daquele homem.

Eu tenho que parar de pensar sobre isso. Já me decidi.

Mas, para seu alívio – ou não, era Ariana.

A mulher caminhou pela biblioteca, com as mãos nos bolsos, sorrindo, até Athena e se sentou no sofá.

Ela parece ser uma boa pessoa, apesar das perguntas inconvenientes. Talvez Poseidon tenha razão, não é?

Athena se sentou também. Estava na hora de ser a esposa perfeita, de novo.

- Onde está Poseidon? – perguntou Ariana.

A deusa suspirou. Como ela queria saber.

- Sebastian o arrastou para algo importante.

- Ficar com a esposa também é algo importante. – Ariana a encarou, com as sobrancelhas arqueadas.

Instantaneamente, a cena do sofá inundou sua mente.

---

Mãos fortes insistiam em subir por baixo de seu vestido, ao mesmo tempo apertando suas coxas, deixando-as avermelhadas.

Seus lábios formigavam e seu corpo queimava por um desejo desconhecido. Sentia suas unhas se cravando em algo. Algo quente percorria seu colo, deixando arrepios...

Até que ela sentiu aquela dorzinha provocante nos seios e arfou. Ele havia abaixado seu vestido, ela sabia. E ansiava pelo que estava por vir.

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- Ele tem obrigações maiores no momento, e eu entendo isso – disse Athena, afastando os pensamentos. – Estamos em guerra... Isso nos deixa tenso.

Ariana pareceu pensar, e sorriu amavelmente.

- Sei. E você o ajuda na guerra?

- No que posso, sim. Mas eu queria poder lutar – disse Athena, com o olhar longe. Era verdade, ela sentia falta de colocar sua armadura e brandir sua lança contra inimigos, mas Poseidon nunca a deixaria sair do palácio.

- Lutar? Corpo a corpo? – Ariana pareceu congelar. – Mas é muito perigoso para mulheres, Athena...

- Mas eu... – a deusa ia completar com ‘sou a deusa da guerra justa’ mas não sabia se seria o certo. – Sempre lutei. Ser mulher nunca me foi um obstáculo. Na verdade, serve até para deixar o inimigo um pouco chocado e assim, ter uma vantagem.

Naquele momento, Kate assustou as duas quando se sentou em uma poltrona.

- Lady Athena já lutou muitas vezes, sabe? Eu também acredito que ela deveria ir para a guerra, mas Lorde Poseidon nunca admitiria algo assim.

Aquilo pareceu alegrar Ariana, o fato de Poseidon se preocupar com o bem-estar da esposa a esse ponto.

- Hm. Bem, ele está certo em querer protegê-la – disse ela. – E Athena está certa em querer ajudá-lo diretamente na batalha, se tem preparo para isso. Mas esse assunto pode dificultar o casamento, apesar de a mulher não dever se submeter ao homem.

- Ahm, conversa entre mulheres nunca pode ser coisa boa – disse Valentino, com as mãos no bolso. Mais uma vez, elas se assustaram. – Eu hein.

- Ora querido, você não devia tirar conclusões precipitadas, sabia?

O homem se inclinou para beijar a esposa.

Isso é tortura. Ver duas pessoas tão apaixonadas.

Athena olhou para Kate, que sorria.

- Bom. Eu vou fazer algo que preste para não ficar de bobeira por aí. Até mais meninas.

Valentino sorriu, afastando-se e entrando na Sala dos Mapas, ou seja, a “Salinha de Poseidon”.

- Bobo – murmurou Ariana, acompanhando-o com o olhar.

Ele tinha sorrido, mas seus olhos continuavam tristes, como antes. Como dissera Poseidon, Valentino estava travando sua própria batalha. Ele estava sofrendo. E, agora, em Atlântida, sua situação só piorava.

Poseidon não poderia fazer nada para ajudá-lo no momento, porque se Atlântida caísse, seu reino também cairia. Ariana marcava Athena o tempo todo; ela não era uma pessoa má, só se preocupava com coisas irritantes. Athena, bem, ele gostara dela. Ela parecia o tipo de mulher perfeita para seu amigo. Delicada, carinhosa, compreensiva, mas ao mesmo tempo forte, destemida e capaz de tudo para chegar a seus ideais. Sem falar que ele conhecia Poseidon muito bem para não saber que o deus gostava de mulheres cheias de curvas.

Valentino estava em um fogo cruzado. Não poderia deixar Atlântida porque seria morto, mas também não poderia ficar sem fazer nada. Ariana insistia para que ele esperasse para ajudar Poseidon, mas não conseguiria por muito tempo. Ele se sentia na obrigação de retribuir inúmeros favores. E estava certo.

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- Ah meus deuses, você se machucou? – perguntou Kate, assim que viu a pele arroxeada de Athena.

- O que? Ah. Aah – ela arregalou os olhos quando percebeu do que se tratava. – Não.

- Como não? Está roxo!

- Kate, querida – disse Ariana. – Eu acho que isso não foi feito com más intenções, sabe.

Athena engoliu em seco. Ariana a encarou sorridente.

- Foi Poseidon... Não foi?

A deusa congelou. Ela teria de dizer a verdade, porque do contrário poderia acabar com as chances de Ariana ajudar Atlântida.

- Ahm. É, foi – disse ela, massageando o pescoço e desviando o olhar.

Kate colocou as duas mãos sobre a boca, pasma. Ariana sorriu, dando de ombros. Pelo menos, Athena tinha salvado o reino, por ora.

A porta da biblioteca foi batida com força.

Athena viu Poseidon caminhar rapidamente até onde estavam, dando uma olhada rápida, mas penetrante, na deusa. Ele mal ligou para o fato de Ariana e Kate estarem o encarando.

Seus olhos estavam cheios de mágoa e perguntas. A deusa sentiu um calafrio quando ele fez menção de avançar. Queria poder saber o que havia acontecido, porque provavelmente a razão de ele ter saído às pressas anteriormente era a mesma de ele estar assim agora. Pelos deuses, como ela sentia vontade de ir até ele e abraçá-lo, dizer que tudo ficaria bem, deixá-lo melhor. Mas também sentia que se fizesse isso...

Algo estava errado. E tinha alguma ligação com ela.

Mas não podia ter certeza. Poseidon era a confusão em pessoa. Poderia muito bem estar apenas perturbado pela batalha, ou triste. Confuso, irritado, estressado.

E, ao invés de fazer o que seus corações mandavam, ela continuou sentada, olhando-o, e ele continuou seu trajeto até a ante-sala.

Alguma hora, eles teriam de conversar. Mas não agora.

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- Então... Como é aonde vocês vivem? – perguntou a deusa, depois de um tempo em silêncio mortal.

- Ahm, é bem legal. Sempre foi tudo muito pacífico, até a população ficar doida e se revoltar.

Athena franziu os lábios, lembrando-se do que Poseidon dissera. “Ariana sempre foi bastante feminista e já deixou bem claro que se eu ou o reino não estivéssemos dentro dos padrões, ela começaria a apoiar o movimento de independência. Resumindo, eu estou na mão deles.”

- Ah. Sei.

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- O que houve Poseidon? – perguntou Valentino, levantando os olhos do mapa que analisava.

- Nada não. O que está fazendo? – Poseidon se sentou do outro lado da escrivaninha.

- Eu te conheço bem demais para engolir isso, sabe que pode falar... O que houve? – ele repetiu a pergunta.

- Zeus apareceu aqui querendo levar Athena de volta para o Olimpo – respondeu o deus com uma meia verdade. – Nós brigamos.

- Oh-oh. Isso não é legal. E se ele resolver levá-la à força? Poseidon, você tem que tomar precauções sobre isso.

- Não se preocupe; Athena não vai voltar, ela não iria querer. Além do mais, eu não vou deixá-lo fazer isso.

Valentino franziu os lábios, suspirando. Seria melhor mudar de assunto.

- Eu estava estudando os mapas, Poseidon. Acho que está na hora de começar a lutar por Atlântida – o deus ia interrompê-lo, mas ele continuou falando. – Não me importa se Ariana resolver que estou errado, ela é paranóica demais.

Poseidon respirou fundo. Valentino havia respondido sua pergunta sem saber.

- Muito bem. Eu estava pretendendo atacar na hora do almoço, daqui a alguns minutos. Podemos pegá-los de surpresa.

Ele nunca iria dizer que queria fazer isso para não precisar encarar Athena com medo de fazer alguma besteira.

- Certo, concordo. Mas você não quer me falar quem é esse seu inimigo tão persistente, Poseidon? Seria melhor se...

- Anfitrite. Ela é quem está contra mim.

- Uma mulher? – Valentino riu. – Atlântida está quase destruída por causa de uma mulher? Deuses, Poseidon, o que foi que você fez agora?

- Não é tão simples, está bem? Ela escravizou metade dos meus súditos e ainda tem a mãe dela, Dóris, que fica enfeitiçando meus soldados. É uma praga.

- Olha. Não sei o que você fez para deixar uma mulher tão furiosa, mas te conheço bem demais para não imaginar. Você está ferrado. A raiva de uma mulher pode ser a ruína de um homem.

- E eu estou sentindo isso na pele. Muito bem, vamos.

Poseidon se levantou e abriu a porta. Valentino o acompanhou.

Os dois passaram em silêncio pelas três mulheres que ainda conversavam, sem querer dar explicações, ambos determinados.

Tomara que isso dê certo.


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Notas finais do capítulo

Ok, eu tinha escrito isso há muito tempo, só que a Rachel não me deixou postar, porque ela queria ser meu review número 450, essa doida.