Beethoven Virus escrita por AnneWitter


Capítulo 2
Compasso simples


Notas iniciais do capítulo

- Cap não betato.

—Agradeço as reviews, obrigadaaaa!!!

— E mais uma ve, essa fanfic é baseada no Kdrama ( ou dorama coreano) Beethoven Virus.

— Espero que gostem, e não se esqueça de comentar!!!



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- Você está ouvindo a música?

A voz do homem encobriu todo o espaço sobressaindo o som da música. A morena respondeu com uma confirmação com a cabeça. Era a sexta vez que a pergunta era feita e ela respondia exatamente do mesmo jeito. O professor, como nas vezes anteriores, não disse nada, encostou-se na parede e fez um movimento com a mão, indicando para ela continuar.

Rukia voltou a fechar os olhos, era desta forma que ela conseguia se concentrar. Ela tinha que sentir a música. ‘ Vocês tem que acostumar com o som dos instrumentos, tem que compreender cada um individualmente, mesmo quando estiverem tocando juntos’ Orientara o professor antes de colocar aquela peça. A morena achava difícil aquilo, mas sabia que tinha que aquilo era necessário, do contrario como ela poderia ser uma excelente regente sem entender completamente toda uma orquestra?

-Há Somente instrumentos de cordas nesta peça? – perguntou o professor fazendo sua voz novamente quebrar o encanto da melodia.

Os outros dois alunos olharam para a morena, ela novamente abriu os olhos e o encarou, outro movimento com a cabeça. Sim.

-Hum. – foi a resposta do Maestro. – O próximo.

Rukia observou o garoto aparentemente mais novo que ela, talvez três, quatro, ou mesmo, cinco anos mais novo – apesar da estatura dele ser a mesma que a dela. Mas isso era normal, ela era baixa mesmo, qualquer outra criança que fosse um pouquinho maiorzinha, conseguia ser da mesma altura que ela, ou até mais alta.

 O garoto estava se saindo muito bem, e diferente dela, o professor perguntou apenas duas vezes se ele estava ouvindo a música, e uma ‘quais eram os instrumentos escolhidos para compor aquela orquestra. ‘

Antes do terceiro, e ultimo aluno daquela pequena turma de regentes começar a tarefa, o professor se colocou diante deles.

-não estão se perguntando o porque desse exercício?

-Imagino que seja para conhecer melhor as músicas não? – ariscou Ishida.

O professor lhe sorriu.

-E bom que alguém chegou numa conclusão como esta. Pois eu certa vez perguntei ao meu mestre para que servia um exercício como este, afinal quando estivermos diante da orquestra saberemos quais os instrumentos que nela se encontra. Naquela época tinha a mesma idade da maioria de vocês. – disse sorrindo. – E meu mestre, como hoje vocês tem a oportunidade, era um maestro de grande sucesso e de anos e anos de experiência. Uma pessoa que outros regentes matariam para conseguir pelo menos assistir uma aula dele, e talvez por isso que ele me olhou com o olhar mais duro possível – o que não era nenhum pouco difícil para ele – e disse-me em claras palavras. ‘Enxergar os instrumento não é o mesmo que ouvi-los. Ver eles tocarem, não é o mesmo que senti-los com seu ouvido. Olhar para eles irá lhe dizer qual está afinado ou desafinado? Qual precisa aumentar o compasso ou não? Em qual velocidade que eles se encontram?

‘Não, enxergar é diferente de ouvir. O maior instrumento de um regente é seus ouvidos, sem eles ele é nada. A música morre quando o regente não ouve corretamente sua orquestra.  E é isso que eu quero que vocês levem em consideração. Esqueçam a visão enquanto estiverem diante de uma orquestra, o ouvido é seu instrumento, como o violino é de um violinista. Portanto, como qualquer outro instrumentista, vocês têm que treinar os seus instrumentos. Lembrem sempre disso. O próximo.’

Ishida fechou os olhos assim que iniciou a música, e antes que o professor dissesse alguma coisa ele falou os instrumentos que ouvia naquela orquestra. Assim que terminou, diferente do dia anterior que o maestro pediu para que estudassem a partitura, eles foram dispensados. O que a morena agradeceu, ela estava atarefada naquele dia, havia prometido ao seu irmão que o ajudaria com sua turma de flauta. O único instrumento que realmente fazia o interesse de Rukia despertar.

Antes de sair porém o professor a chamou.

-O diretor me disse que você já estudou flauta, e que até seu irmão é professor deste instrumento na escola. Correto?

- Sim. – disse ela com sutil orgulho.

-Isso realmente me deixa intrigado, conhecendo um instrumento de sopro  tão bem, como então não conseguiu encontrar o Oboé entre os instrumentos de cordas?

-Eh...

-Estude mais senhorita Kuchiki.

Ela fez uma leve reverencia diante dele, e então se retirou.  Ela sentia o seu rosto arder, ela nunca precisou ouvir isso de algum professor ‘ Estude mais’, era até como uma ofensa para ela. Rukia sempre foi uma aluna aplicada, sempre.

Ela suspirou deixando a sua mente divagar naquela inquietante observação do seu professor, e concentrada como estava não percebeu o moreno que vinha em sua direção, e tampouco este prestava atenção nela, visto que estava com um livro aberto em suas mãos, para onde olhava hipnotizado.

O encontro foi inevitável.

-Olhe para onde anda. – resmungou a morena após o choque do encontro.

O rapaz a ponderou com o mais frio olhar, e tão simples é ignorar uma parede branca, ele o fez diante dela, seguindo o seu caminho novamente concentrado em seu livro.  Rukia bufou contrariada olhando o rapaz se distanciar. Ela nunca tinha visto ele na escola, mas sabia que seu rosto era familiar.

Mas antes que pudesse lembrar de onde o conhecia a imagem do seu irmão pedindo ajuda no dia anterior assaltou sua mente a fazendo sair correndo dali.

Enquanto ela se preocupava com essa tarefa, o rapaz que esbarra nela seguia despreocupado pelos corredores. Sua aula começaria dali alguns minutos, e ainda sim ele continuava andando pela escola. E teria continuado se não fosse a música que começou  a ouvir.

Cauteloso ele seguiu para a sala de música que ficava antes da curva daquele corredor onde agora se encontrava. Cuidadoso ele se colocou diante da porta, a música que estava sendo tocada era Beethoven nona sinfonia, 3º movimento, e embora tivesse num compasso diferenciado, ele conseguia sentir a grandeza daquela peça.

Devagar, como se estivesse com medo de espantar a música que estava impregnada naquele ambiente, ele abriu a porta. A garota que estava tocando encontrava-se de costas para a porta, seus cabelos ruivos que iam até a cintura, balançavam de um lado para o outro, ao ritmo da melodia e da dona que tirava de seu instrumento aquela inusitada nona sinfonia.

Sem pedir licença ele se colocou na sala, encostando-se na parede e contagiado pela música ele fechou os olhos. As raras vezes que ele havia feito aquilo foram nos momentos que  Grimmjow, seu antigo colega de quarto, tocava. O excêntrico rapaz de cabelos azuis e aquela garota tinham muito em comum. Ambos tocavam bem, contudo ao seu modo.

Assim que a música acabou a violinista virou-se levanto um susto com a presença daquele rapaz. Ele ainda estava com seus olhos fechados, Orihime achou graça daquilo. Cautelosa ela se aproximou dele, o observando com curiosidade. Então aquela figura que parecia desconhecida tornou-se vívida em sua mente, trazendo a verdade de quem era aquele.

Dando um passo para trás e soltando um gritinho, Inoue ficou surpresa em estar diante dele.

O rapaz abriu os olhos subitamente, contrariado por ter sido puxado tão incomodamente de suas lembranças. A garota havia parado de tocar, como imaginara, e estava agora segurando o violino e o arco numa mão, enquanto a outra estava em sua boca, e esta levemente aberta. Certamente surpresa de vê-lo ali.

-Violinista Schiffer... – balbuciou ela. – É você mesmo?

O rapaz afastou-se da parede e confirmou com um balançar de cabeça.

-Isso é incrível, sou realmente a sua fã. Adoro a forma como você toca.

Ele suspirou, ele não gostava daquelas coisas. Sem dizer nada ele se retirou da sala. A garota o seguiu continuando a dizer o quando gostava das interpretação dele das músicas.

-Bem diferente das suas. – disse ele enquanto descia as escadas, e ela praticamente pulava ao seu lado. – Você não segue de forma ordenada as peças, ouvi a sua nona sinfonia de Beethoven, e realmente senti náusea.

Ela parou na escada, ele continuou.

-Por isso que estava de olhos fechados?

Ele parou momentaneamente, mas continuou sem nada dizer.

Orihime naquele ponto perdeu todo o interesse de continuar aquela conversa e continuou parada na escada. A visão dele de olhos fechados tinha sido tão bonita, parecia que realmente estava apreciando a música.

-Mas ele sentiu náusea?

Entristecida ela voltou para sua sala, onde agora um ruivo se encontrava.

-Pensei que tinha fugido da aula hoje. – disse ele brincalhão quando a viu entrar.

Ela como sempre fazia deixou de lado o sentimento de tristeza e sorriu.

-E como poderia fugir, estando você aqui. – disse melosa.

Ele deu um sorriso sem jeito e tocou carinhosamente o rosto dela.

-Iremos ao cinema hoje, ok? Juro que hoje iremos.

-Ótimo.

-Eu estou convidado também?

Os dois olharam assustados para a direção da voz, era o Sr. Urahara o professor de violino deles. Envergonhados ele se afastaram, enquanto o homem abria o mais travesso sorriso. Mas logo esse desapareceu ao ele olhar ao redor da sala.

-faltam dois alunos.

Ichigo franziu a testa ao ouvir aquilo, pelo que ele sabia naquela turma eram somente três violinistas, e não quatro. Sorrindo com deboche, ele colocou a sua mão sobre o ombro do professor.

-Tenho que lhe ser sincero Sr. Urahara, o senhor está ficando velho e realmente mal em números. Somos três alunos e não quatro.

-E você meu jovem está ficando realmente inconveniente, como ousa me chamar de velho? E fique sabendo que sou ótimo em contas, o fato é que o senhor não está sabendo que recebemos mais um membro essa manhã.

-Mais um aluno? – perguntou empolgada Inoue.  

-Sim, o famoso violinista Ulquiorra Schiffer.

A garota ficou lívida diante daquela noticia, talvez se não fosse o acontecimento anterior ela realmente teria gostado daquela novidade... Mas agora ela sentia um peso enorme em seus ombros, igual ao dia que foi fazer a audição de regência, e isso ela não suportava...


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