-Espere, deixa eu ver se eu entendi. Você e seu irmão se apaixonaram pela mesma menina e a namoraram em 1864. E ela era uma vampira e vocês sabiam disso. Ela transformou vocês e morreu e você vaga pelo mundo há 145 anos. E para completar eu sou igual a ela?

-Em resumo, é isso mesmo.

-Ahan, entendi... – Fiquei pensativa. Era fácil conversar com Stefan.

Stefan. Stefan Salvatore. Um lindo nome, combinava com ele.

E, com certeza, ele era agradável. Muito politizado, apesar da primeira impressão que me passou. Afinal de contas, ele sabia como ser educado. Mas o que mais gostei no jeito dele foi todo esse assunto de primeiro amor e vampiros, algo realmente...

-Elena?

Sua voz me fez perder o pensamento.

-O que foi?

-Me diz você. Faz cinco minutos que não fala nada. Eu esperava muitas reações de você, mas com certeza não esperava isso. – Disse gesticulando na minha direção, o que fez com que me sentisse algum tipo de aberração.

Levantei uma sobrancelha?

-Isso?

Ele riu. Sua risada era grave, alta e, como todo o resto, maravilhosa.

-Você parou de falar. Isso é inédito. O normal é ver as pessoas gritarem ou saírem correndo. Ou os dois.

Levantei a sobrancelha de novo e encarei Stefan.

-Olha, me desculpe se eu não tenho medo de histórias de terror. Foi uma história de amor linda, e a parte sobre vampiros com certeza amedrontaria qualquer um que acreditasse no sobrenatural, mas eu não me enquadro nesse grupo. Prefiro comédias. Mas valeu a tentativa. Agora, quem sabe você me conta a verdadeira história sobre a tal da Katherine?

Ele ficou surpreso. Acho que essa devia ser a primeira vez que alguém não se impressionava com aquela história besta.

Sua voz era sombria quando ele disse:

-Você acha que é só uma história de terror?

Nunca soube bem o que aconteceu em seguida. Só me lembro de um misto de dentes, gritos e sangue. Muito sangue. E depois, tudo sumiu.