Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 52
Conte-me o Futuro.


Notas iniciais do capítulo

Agora sim está certo. Pena que a surpresa foi estragada, mas enfim...



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POV. Rabadash.

Miraz gabava-se de como o odioso Caspian havia sido covarde demais para tirar sua vida quando uma luz verde entrou no lugar em que estávamos de súbito, assustando-nos. Sacamos nossas espadas instintivamente.

–Abaixem as armas, idiotas. - Jadis rolou os olhos. Da luz saíram Dama, André e Aller que sustentavam alguém muito ferido. Embainhei minha espada, mas permaneci de pé. - Então?

–De alguma forma André e eu fomos vistos, e todos foram avisados, o que nos impediu de fazermos tudo quanto devíamos, mas chegamos bem perto. - disse Dama.

–Quanto à minha parte – gabou-se Aller. - Está completamente feita.

Dama rolou os olhos.

–Maravilhoso, Aller. Se funcionar, talvez isso lhe renda a cabeça loura de um rei! - comemorou Jadis. Os olhos dele brilharam. Jadis continuou: - Trouxeram?

–Aqui está ela. - disse André, jogando a mulher no chão. Ela gemeu alto.

–Veja como está crescida, Polly. - sorriu Jadis, aproximando-se dela. Do chão, a mulher a encarava. - Parece que seu querido Aslam não apareceu para salvá-la.

Nós rimos.

–Não se preocupe... - sussurrou ela com a respiração áspera pela dor. - Ele vem derrotar você... De novo... - e sorriu torto, o máximo que conseguiu, enfatizando as duas últimas palavras.

Porcariazinha! - rosnou Jadis abaixando-se e agarrando os cabelos no alto da cabeça dela, forçando-a a erguer-se de joelhos. Jadis agachou-se em frente a ela sem soltar-lhe os cabelos. - Seu gatinho não impediu nenhuma tragédia até aqui, não lhe passou pela cabeça por que ele não apareceu mais? Por que ele os abandonou?

–Aslam não nos abandonou... Ele sempre aparece na hora certa... - garantiu Polly, fraca.

–Sua confiança é admirável. - desdenhou a Feiticeira, estendendo a mão para Miraz que lhe entregou o punhal. - Você só não levou em conta que eu precisava do seu sangue ou do de Digory, e ele simplesmente deixou o caminho livre para que eu conseguisse. Aslam não salvou você, salvou? - Jadis sorriu. A mulher franziu os lábios, mas nada disse. - Viu? Ele pode ter me derrotado um vez...

–Foi muito mais que uma vez... - sussurrou Polly, mas logo gemeu quando Jadis lhe puxou os cabelos com mais força.

–Ele pode ter me derrotado uma vez – continuou. - Pode ter derrotado cada um de nós uma vez, mas ele sabe que jamais nos derrotaria se estivéssemos juntos como estamos agora. Por isso ele não apareceu mais, quer que quando tudo dê errado, a culpa mesmos se culpem, por isso ele não fez nada para me impedir de chegar a você. Não impediu que a trouxéssemos para cá.

–Se ele não o fez, é por que deve ser necessário que eu passe por isso... Por que quanto mais você se vangloriar... Maior será a sua derrota.

–É o que veremos, com certeza. - disse Jadis largando os cabelos dela abruptamente, fazendo-a cair outra vez. A Feiticeira pôs-se a amolar o punhal. André e Aller ergueram Polly pelos braços, mantendo-a de joelhos.

Polly a olhava com olhos aflitos, ofegante. Ao terminar de amolar o punhal, dotada de um semblante sinistro e íris negras, Jadis fez soar no recinto sua voz assustadora.

O que viu o ontem, está aqui hoje, me mostrará o que será amanhã. O que em vida viu o início há de com sangue me revelar o fim. Conte-me o futuro, Filha de Eva.

Num som surdo o punhal afundou no peito de Polly que soltou um gemido sufocado. Seu rosto mostrou agonia enquanto suavizava-se à medida que a vida escapava-lhe do corpo. Quando pendeu sem vida, André e Aller largaram-na bruscamente no chão onde começou a se acumular uma poça do sangue que jorrava do seu coração.

Jadis aguardou alguns segundos olhando fixamente para o sangue. Fechou os olhos, para logo abri-los quando estendeu a mão em direção ao sangue. Voltou a falar, agora numa voz dupla.

Quid heri vidit, hodie est – o sangue começou a espalhar-se a partir de um fio que escorreu sob o poder das palavras. Aparentemente sem rumo, o fio de sangue escorreu pelo piso. - Tende mihi quid erit in crastino.– No chão, o sangue de Polly formou uma linha reta até a parede, subindo pela mesma. - Oculi tui viderunt, ut initio finis indicarent mihi et sanguine. - o sangue escrevia-se em palavras desconhecidas na parede à medida que Jadis continuava. - Dic mihi futurum Evae filia!

E Jadis baixou a mão. O sangue parou. Seguiram-se segundos de absoluto silêncio enquanto a Feiticeira olhava fixamente para as palavras desconhecidas e sinistras na parede.

–Então – Dama arriscou, falando baixo. - O que você vê, Jadis?

Ela ainda demorou um pouco mais a responder e quando o fez, antes virou-se para nós devagar com um sorriso triunfante nos lábios.

–Fogo... Caos... Destruição... - disse, deliciando-se. - Nós venceremos, irmãos. - Os outros e eu não pudemos impedir o sorriso de satisfação. Enfim, justiça!

Animado, dei um passo a frente para falar.

–Qual nosso próxi...?

Fui interrompido, as chamas das tochas e velas oscilaram e apagaram logo que Tash apareceu. Aquele monstro ainda me assustava. Ele permaneceu parado onde surgira e Jadis encarou-o ansiosa. Tash assentiu uma vez e a expressão de Jadis era clara, ela deleitava-se. Respirou fundo num misto de prazer e orgulho. Com um sorriso sinistramente doentio, ela falou:

–Nosso próximo passo é prepararmo-nos, meus caros. Preparar o terreno para a Última Batalha. Para a nossa vitória.


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Notas finais do capítulo

^^ Até o próximo, e sem falhas!
Beijokas!!



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