Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 32
Presos outra vez.


Notas iniciais do capítulo

Sorry pela demora. Estou sem um pingo de criatividade, mas mesmo assim espero que tenha ficado bom!



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- Já sei o que fazer. – disse Lucia, de repente, fazendo-nos olhá-la. Esperamos ela continuar. – Finjam que ainda estão amarrados. – orientou. Jay e eu obedecemos, ficando com as mãos nas costas e as cordas frouxas enroladas de qualquer jeito nos pulsos. Ficamos sentados.

- Qual o plano? – perguntei. Foi quando escutamos o som da porta pesada sendo aberta.

- Shh! Vocês vão ver. – disse ela, aos sussurros, enquanto uns três guardas, vieram trazer comida para o cachorro que ficava ali em baixo. Sequer olharam para nós. Então Lucia falou. – Ei, psiu!

Eles pararam e olharam.

- O que é? – perguntou um deles, rudemente, encarando-a.

- Essas cordas – a voz dela estava suplicante. Então entendi o que ela estava fazendo. – Estão me machucando muito. – a carinha fofa. – Você poderia tirá-la? – o olhar. Dei um leve sorriso torto. Com essa carinha, ninguém segura a Lucia. Os soldados trocaram olhares.

- Venha até aqui. – ordenou ainda rude o mesmo soldado.

- Minhas pernas estão dormentes. – choramingou ela, sentada no chão. O soldado suspirou aborrecido.

- Não acho que seja uma boa ideia. – comentou o outro soldado.

- Ela é só uma garota e está amarrada, o que acha que ela pode fazer? – questionou o primeiro, sacando as chaves. O segundo permaneceu inseguro enquanto o primeiro destrancava a cela de Lucia.

Ela, ainda com a carinha meiga e fofa de uma criança que sente a dor de um leve arranhão, esperou quieta, sentada sobre as pernas. O soldado a contornou, ajoelhando-se atrás de Lucia, pronto para desamarra-la. Ele nem teve tempo de notar que a corda já estava solta, Lucia jogou sua cabeça para trás acertando a dele com força, fazendo-o cair no chão com o nariz sangrando. Num salto, Lucia se pôs de pé, sacando a adaga escondida na bota.

O segundo entrou na cela para pegá-la e ajudar seu colega, mas Lucia o atacou com a adaga, ela girou rapidamente e eu sequer percebi o exato momento em que ela o atingiu, apenas vi o soldado cair no chão com um golpe no pescoço. Ela voltou-se para o primeiro soldado, ele, mesmo ainda zonzo, tentava se levantar. Vibrei quando Lucia acertou de forma graciosa um chute forte em seu rosto, fazendo-o cair desacordado. Lucia recolheu as chaves, pulou por cima do segundo soldado caído sem vida, saiu da sua cela e foi até a minha, destrancando-a. Levantei e saí quando ela a abriu.

- Você é demais, Lu! – falei. Ela apenas sorriu, correndo para a cela de Jay e destrancando-a. Fui até os soldados mortos e peguei a espada de um deles, junto com uma adaga. O cachorro começou a latir alto, bem alto, o que logo chamaria a atenção dos demais soldados lá em cima. Jay saiu da cela e passou por mim, para pegar a espada do outro morto, Lucia subia as escadas. Quando Jay passou por mim segurei seu braço, delicadamente, e a beijei calmamente. Foi como se fosse meu primeiro beijo e não tinha o gosto dos beijos que dei na “Jay” no acampamento, era mais doce, mais carinhoso, mais... Verdadeiro. Tinha o gosto daquele beijo do sonho a bordo do Peregrino. Ela interrompeu o beijo. Abri os olhos, Jay sorria levemente com as bochechas coradas. Eu sorri também.

- Nosso primeiro beijo. – sussurrei. Jay riu.

- Não bobinho, é nosso segundo. – disse. Meu sorriso se desfez e minhas sobrancelhas se uniram, ela tratou logo de explicar. – Vai me dizer que não se lembra do nosso primeiro beijo no seu sonho, Edmundo?

- Era... Era você... De verdade? – dando outro sorriso, eu a vi assentir.

- Gente! – Lucia apressou. – Vamos!

Saímos de nosso rápido momento, voltando para a fuga. Subimos as escadas atrás de Lucia, ao fim da escada, passei por ela e abri a porta pesada com as chaves que ela conseguiu. Não havia ninguém no corredor, então seguimos silenciosamente.

- Que raio de lugar é esse?! – resmunguei, quando varamos em mais um corredor.

- É... É o palácio de Anvar... – sussurrou Jay, reconhecendo o lugar.

- E para que lado fica a saída? – perguntou Lucia.

- Podemos ir ao meu antigo quarto e descer pela varanda até o gramado e de lá seguir para os estábulos. – sugeriu Jay.

- Onde fica seu quarto? – perguntei.

- Por aqui.  - Ela seguiu na frente, guiando-nos. – Aqui. – gesticulou para a porta fechada, tentou abria a maçaneta, não conseguiu. Ela se afastou e eu arrombei a porta. O quarto não estava vazio.

 Havia um homem lá dentro. Ele estava de costas para nós, usava armadura e com um pano polia a lamina da espada. Mesmo nossa entrada tendo sido barulhenta, ele pareceu indiferente a nós.

- Houve um tempo em que se batia na porta antes de entrar. – falou ele calmamente. Reconheci sua voz grave e um pouco rouca.

Miraz.

Ergui minha espada, deixando-a a postos. Ele se virou para nós com a maior calma do mundo e continuou a falar.

- Soube que vou ganhar um outro sobrinho. Um sobrinho cuja sina é salvar todo esse mundo. Fascinante. – sim, ele estava sendo irônico. – Interessante como meus parentes tendem a bancar o herói, não acha, príncipe Edmund?

- Rei. – resmunguei. Ele me ignorou.

- Primeiro meu irmão, Caspian IX, que quis poupar narnianos inúteis. Depois o filho dele, Caspian X, que não descansou até me tirar a coroa e posar de bom moço perante telmarinos e narnianos. E agora, o filho de Caspian... Ele já tem nome? – perguntou com a maior naturalidade. Ninguém respondeu. – Aposto como o orgulho de Caspian o fará o dar o mesmo nome a pobre criança... – lamentou. O que ele quer afinal? – Sabe o que eu digo? Digo que eles todos não passam de imbecis orgulhosos e egoístas. – eu dei um sorriso torto.

- Talvez por isso sejam seus parentes. – provoquei, mesmo eu sentindo pena de Caspian por ter um tio assim. Preferia mil vezes Arnaldo. Miraz forçou um sorriso.

- Ed, vamos... – falou Lucia entredentes apenas para que eu escutasse. – Antes que nos descubram.

- Ora, vocês acham que vão conseguir pular essa janela, seguir até os estábulos, roubar cavalos e fugir? – provocou ele rindo. Nós três trocamos olhares confusos.

- O que você quer afinal de contas? – questionei. – Somos três e você é só um. Além disso, o que acha que vai ganhar lutando ao lado da Feiticeira? O que ela prometeu a você? Que vai torna-lo um rei? Pois saiba que ela me prometeu a mesma coisa muito tempo atrás, mas ela só estava me enganando, me usando, ela nunca iria cumprir sua promessa, muito pelo contrário, ela planejava me matar!

- Você era só uma criança. – acusou ele, indiferentemente.

- E qual a diferença? Eu tinha a mesma ambição, o mesmo desejo que você. E o que dizer da Feiticeira? Ela não era uma criança e duvido muito que ela tenha mudado todos esses anos.

- Miraz, você tem uma segunda chance, passe para o lado do bem. – disse Lucia, docemente. – Você vai ganhar muito mais estando do lado do bem do que do lado do mal.

- Talvez você tenha razão – disse ele. – Mas algumas pessoas nascem para fazer o mal. – foi com essa ultima frase que ele atacou Lucia, mas me meti entre eles e Miraz e eu começamos a lutar. Jay avançou para me ajudar e para que nos livrássemos do encosto antes que alguém percebesse nossa fuga, mas ele a chutou na barriga, fazendo-a cair sobre a cama. Então Lucia fez menção de ajudar, mas a impedi.

- Saiam daqui as duas, eu alcanço vocês!

            - Não! – protestou Lucia. – Não viemos aqui para deixa-lo! – lembrou.

            - Rápido antes que... – não consegui terminar. O som de um sino me interrompeu.

            - Os prisioneiros fugiram! – gritava um homem entre um intervalo das batidas do sino que chamava os soldados, logo ouvi o som de uma correria. Jay se levantou e, por trás de Miraz, acertou o cabo da espada na cabeça dele, fazendo-o desmaiar. Deixei-o no chão e corri até a varanda onde pude ver o lado de fora dos terrenos do castelo.

            - Jay, me ajude aqui! – Lucia chamou fechando a porta e puxando um baú para frente da mesma, Jay a ajudou a levar a cômoda também.

            - Temos que sair daqui agora! – falou Jay chegando com Lucia na varanda.

            - Como? – perguntou Lucia.

            - Saltando. – falei, subindo no parapeito de concreto.

            - Vamos despistar... Indo por dentro do castelo, com certeza eles estão procurando nos arredores. – sugeriu Jay, eu assenti.

            - Lucia – chamei. – Suba aqui e salte para a varanda do quarto ao lado.

            - Mas e vocês?

            - Vamos logo, atrás. Agora ande.

            - Mas pode ter alguém naquele quarto!

            - Por isso que você não pode fazer barulho. – falei. Ela assentiu, contou até 3 e pulou. Por um momento achei que ela não alcançaria a varanda do quarto, mas ela conseguiu. Esperamos o sinal dela, Lucia olhou discretamente para dentro do quarto e sinalizou positivamente para nós. Ajudei Jay e logo depois dela preparei-me para saltar, mas calculei errado e comecei a cair pouco antes de chegar a varanda. Com um arfar consegui segurar na borda, ficando pendurado a mais de 14 metros do chão.

            - ED! – Lucia gritou, debruçando-se no parapeito junto com Jay.

            - Me dê sua mão. – falou a mesma, esticando a sua para mim. Jay estava com a barriga dobrada sobre o parapeito, sua mão quase me alcançava, mas ela tinha apenas as pontas dos pés no chão da varanda.

            - Se eu segurar você vai cair. – falei.

            - Me dê logo sua mão, Ed! – falou, mais autoritária. – Confie em mim.

            Hesitei.

            - Rápido, Ed, não temos tempo! – lembrou Lucia, aflita. Estiquei uma das mãos e segurei a de Jay, segurando a mão dela tive mais apoio para começar a subir, eu já me segurava no parapeito quando, como eu previ, seus pés deixaram o chão e ela veio em minha direção. Lucia tentou segurá-la, mas não conseguiu. Com uma das mãos segurei Jay para que ela não despencasse e com a outra segurei com mais força na varanda, sustentando-nos.

            - Eu disse que não ia dar certo!

            - Ed... Balança-me. – falou ela.

            - Isso vai deixar você mais pesada, Jay. – alertou Lucia.

            - Vamos ter que tentar. – falou ela, lançando um olhar para baixo, para os 14 metros que nos separavam do chão.

            - Espera. – eu ofeguei lutando para aguentar nosso peso. – Eu tenho uma ideia... Jay, solta minha mão e segure-se em mim. – falei. Assim ela fez. Seus braços abraçando minha cintura. Com a mão esquerda livre, usei-a para segurar no parapeito da varanda junto com a outra. – Jay... Agora suba por mim...

            Ouvimos o som dos soldados e suas armas, correndo pelos corredores do castelo ao mesmo tempo em que Miraz, já acordado, apareceu na varanda do quarto ao lado.

            - Ali, eles estão ali! – gritou Miraz, ele foi para dentro do quarto e voltou com uma besta, apontando-a para nós dois pendurados. 

            - Rápido! – chamou Lucia. Escutamos o zunido de uma flecha passar bem perto de nós e logo senti a ardência nos meus dedos da mão direita o que me fez soltar o parapeito.

            - Ah! – Jay se assustou, suas pernas abraçando minha cintura.

            - Vem logo, Jay! – apressou Lucia.

            - Você está bem, Ed? – perguntou antes de ir.

            - Estou, vá logo. – assegurei. Ela terminou e escalar e logo depois já estava de volta à varanda, depois disso foi fácil me puxar para lá. Miraz preparava-se para atirar novamente. – Para dentro! – empurrei-as para o interior do quarto a tempo de não sermos acertados pela flecha.

            Corremos para a porta e saímos de volta ao corredor. Não demorou muito para descermos as escadas que levavam ao pátio principal, mas lá paramos. Estávamos cercados. Dezenas de soldados estavam lá nos esperando. Estávamos encurralados. Sem saída, baixei minha espada, pondo-a no chão e as duas me imitaram. Cinco soldados se aproximaram e nos amarraram.

            Levaram-nos de volta às masmorras. Droga. Já estava anoitecendo e dificilmente conseguiríamos sair despois dessa fatídica tentativa, provavelmente teríamos dúzias de soldados nos cercando o tempo todo, todo o tempo. Seria praticamente impossível sair dali.


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Notas finais do capítulo

Peço mil perdões pelo capítulo horrível. Minha criatividade para Fruto do Nosso Amor está mais do que abaixo de zero. Eu arrastei esse capítulo, não sei como conseguiu ficar tão grande... Enfim, se vocês tiverem sugestões, eu estou mais do que precisando! Ah, mais uma coisa, eu tenho uma fanfic em parceria com uma amigona minha, LauraCDM. A fanfic é de As Crônicas de Narnia também, Suspian, lógico ;D e o título é Chama da Alma. Ela só tem dois capítulos por que a Lala e eu não tivemos muito retorno com ela, por isso quero pedir a vocês meus amores para dar uma passadinha lá, ok? Acho que vocês vão gostar, é um Suspian brasileiro rsrsrs.
Beijokas!!