Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 27
Ninguém pode impedi-la?!


Notas iniciais do capítulo

Sorry pela demora, mas como alguns de meus leitores ja sabem, minha net deu uma fugida, mas aqui estou eu de volta!! Vocês vão ter que me aturar por mais um tempo MUAHAHAHAHA
Bom, vamos ao capítulo!
Beijokas!!



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POV. Lucia.

            Abri os olhos com a claridade forte que os atingiu. Eles doeram por causa da luz, mas logo foi se acostumando. Sentei rapidamente ao perceber que não havia mais neve, era um campo florido, coberto por um céu limpo e de um azul incrível com poucas nuvens; o clima estava agradável e batia uma brisa aconchegante. Levantei apoiando-me no caule da arvore, minha cabeça girou, mas ignorei.

            - Seja bem-vinda, Rainha Lucia. – uma voz aconchegante saudou-me. Aslam estava a minha frente.

            - Aslam... – sorri e teria corrido para ele se não estivesse tão fraca. Olhei em volta mais uma vez. Aquele lugar era igual aquele em que eu estava em meu sonho com Aslam, a bordo do Peregrino, mas, desta vez, não era um sonho... – Que lugar é esse...? – questionei olhando para Aslam com as sobrancelhas unidas.

            - Meu País... – respondeu ele como se fosse óbvio. Bom, com base no pouco que eu sabia, só vinham para o País de Aslam as pessoas que tinham... – Me acompanhe. – disse ele, logo começamos a caminhar lado a lado. – Ah algumas coisas que você precisa saber...

POV. Susana.

            O silêncio que se formou ali fora cortante. Ranyelle cobriu a boca com a mão, abafando um grito de pavor com os olhos arregalados de pânico e cheios de lágrimas. Edmundo estava paralisado e pálido. Muito, muito pálido. Julian esboçava um ar de riso com as lágrimas descendo abundantemente por seu rosto. Pedro tinha as sobrancelhas unidas, meu coração batia forte e Caspian segurou minha mão firmemente. Enquanto isso, os outros presentes permaneciam confusos. A moça se aproximava.

            - Olá... – a voz fraca e baixa. Sim, ela era real.  Arfei.

            - J-Jay...? – Rany cambaleou um passo à frente.  – Co-como é possível...? – ela chorava enquanto tropeçava até Jay, abraçando-a fortemente, caindo em um choro de alivio. Julian correu até elas e as envolveu em um abraço, mal contendo o sorriso.

            - Prometo que explico tudo, mas agora não há tempo, temos que encontrar Lucia antes deles. – falou ela.

            - Como sabe sobre Lucia? – questionou Rany, estranhando. Jay sorriu.

            - Aslam.

[...]

            POV. Rillian.

            Tirian, Julian, Brejeiro, Corin, Franco, Pedro, Tumnus e eu seguimos para a floresta, na mesma direção que Lucia tomou, os outros ficaram no acampamento, era mais eficaz levar poucas pessoas, sem chamar muita atenção. Eu estava angustiado, meu coração batia mais forte a cada minuto que parecia deixar Lucia mais distante de nós, tinha medo do que podia lhe acontecer estando sozinha no bosque, no território inimigo e nesse tempo...

            - Es-está tão fr-fio! – gaguejou o fauno.

            - Só espero que ela esteja bem... – murmurou Julian atrás de mim, com a voz cheia de remorso, mas isso não me amoleceu.

            - Pensasse nisso antes de magoá-la. – quando dei por mim, já tinha falado. Pude o senti encarando-me furiosamente.

            - Não sabe do que está falando. – rebateu ele. Parei, virando para Julian.

            - Não sei? – questionei. – Eu estava com Lucia quando ela viu você! Acha mesmo que não sei do que estou falando?!

            - Já disse que não tive culpa! – falou aumentando o som da voz.

            - Deixe de ser cínico! Eu vi você, Lucia viu você! – eu também gritava e já nos encarávamos.

            - Você não sabe do que está falando! – repetiu ele. – Você não tem o direito de falar dessas coisas, não sabe o que aconteceu de verdade! – acusou.

            - E você sabe?! – gritei – Se o que você diz for verdade...

            - É verdade! Renere armou para mim!

            - E você caiu direitinho! Fraco! – sim, eu estava irritado. Não vi direito quando veio, mas veio, cambaleei para trás com o forte impacto em meu rosto. Avancei de volta para Julian e ele para mim, mas Tirian e Pedro se intrometeram impedindo-nos de chegar um ao outro.

            - Parem com isso! – ralhou Brejeiro.

            - Isso não vai ajuda-la. – acrescentou Tumnus.

            - Deixem de serem crianças! – arrematou Franco – Rillian comporte-se como o rei que é! – ele olhou para mim, eu estava mais calmo e Tirian me soltou. – Julian – Franco olhou para ele. – Acalme-se, se Renere fez alguma coisa ou não, nós vamos descobrir, mas agora o que importa é encontrarmos Lucia, e logo!

            - Temos que ser rápidos, vem uma tempestade por aí. – disse Brejeiro já seguindo caminho.

            POV. Lucia.

            - Como assim uma nova profecia?! – questionei para Aslam, que riu levemente.

            - Não chega a ter o mesmo poder de uma profecia, Lucia, já que pode ser evitado.

            - Eu tenho que avisar os outros – pus-me de pé.

            - Não dessa vez, minha cara. – disse Aslam.

            - Como não? Aslam, eles precisam saber! – insisti.

            - Eles devem descobrir por si mesmo e evitar sozinhos o mal que já está entre eles.

            - E eu não posso fazer nada? – meu coração estava apertado.

            - Não, querida, não dessa vez. Agora venha, parece com fome. – sorriu. Meio relutante eu fui com ele até o gigantesco castelo, muito mais bonito do que Cair Parável. Aslam deixou-me comendo e saiu sem dizer nada.

            POV. Rillian.

            - Ali, olhem! – gritou Corin.

            - Ali onde? Não consigo ver nada com essa neve! – reclamei, falando alto para que pudessem me ouvir. Julian parou ao lado de Corin, no alto de uma pequena elevação na terra. Ele sorriu.

            - Ali! É ela! É a Lucia! – Julian berrou correndo pela ladeira que havia após a elevação, Corin logo foi atrás dele. Subi naquele monte e olhei na direção que apontavam, ao longe, lá em baixo, ao pé de uma árvore, havia uma mancha escura. Era o grosso casaco que Lucia usava da ultima vez que a vi.

            - Só espero que não seja tarde demais. – falei para mim mesmo logo descendo atrás dos outros.

            POV. Edmundo.

            Sem absolutamente nada a dizer. Completamente estático e pálido. Era estranho ela aparecer depois de todo esse tempo, mas eu estava feliz demais para me importar com isso.

            - Não sabe como é bom ter você aqui de novo. – falei a ela, que sorriu tímida.

            - É bom estar de volta. – ela sorria abertamente. Algo, lá no fundo da minha mente, apitou, dizendo que havia algo errado naquele sorriso, mas julguei que fosse nada além de um sorriso de uma pessoa que ficou tão cara-a-cara com a morte.

            - Edmundo, eles voltaram! – avisou Ranyelle, ao longe. Corri em direção aos outros. Jay veio logo atrás, meio relutante... Estranho...

            Quando cheguei, vi eles se aproximarem. Todos estavam com os lábios arroxeados e tremia, Pedro vinha na frente, trazendo Lucia em seus braços, desacordada. Ele foi até a tenda dela seguido por mim, Rany, Jay, Susana e Caspian, os outros ficaram do lado de fora ajudando os que chegaram a se aquecer. Pedro a deitou lentamente sobre a cama repleta de almofadas sobre a relva, Susana trouxe uma pilha de cobertores colocando-os sobre Lucia. Ela estava com os lábios roxos e a pele extremamente branca. Susana afagou seus cabelos meio endurecidos com os olhos preocupados.

            - E-ela vai fi-ficar boa... – Pedro gaguejou.

            - Tome.  – Ranyelle deu a ele algo quente para beber e um cobertor pesado.

            - É, vai sim... – confirmou Susana, levantando e saindo da tenda sendo seguida por Caspian. Pelo visto, quem não estava nada bem era ela. Rany ficou ali com Pedro enquanto eu saia de lá com Jay em meus calcanhares. Caminhei lentamente por entre as tendas em silencio, rumo a um ponto mais afastado do acampamento, eu queria ficar sozinho com ela.

            - Nossa... Que frio! – ela abraçou os braços, sorrindo. Sorri também.

            - Se é que posso perguntar... O que aconteceu com você depois da batalha contra Aller...?

            Ela pareceu nervosa. Hesitou, mas respondeu.

            - Er... Bom, eu já estava há tanto tempo na água que achava que havia morrido, mas, quando eu estava desistindo, Aslam apareceu. – ela sorriu. – E me salvou. – acrescentou. – Ele me levou até um lugar seguro, fora de Narnia, onde pude me recuperar e vir ao encontro de vocês para ajudar na batalha.

            - Me daria à honra de um duelo? – perguntei pousando a mão no punho da espada. Seus olhos arregalaram-se enquanto via o que eu pretendia. Ela estava visivelmente nervosa. – O que foi Jay? – estava me divertindo com a situação. – Parece que desaprendeu a usar a espada.

            - Eu... Eu não acho uma boa ideia, Edmundo, talvez outra hora? – questionou esperançosa, aproximando-se de mim de um jeito estranho. – Hm... Ed... Tem uma coisa que eu... – e tacou-me o beijo, agarrando-me pela gola da camisa. – queria fazer há muito tempo. – sorriu malandra. Meu coração pulava e minha única reação foi largar a espada sobre a neve e puxá-la para mais um beijo. Abracei sua cintura fortemente enquanto matava num único folego a falta de todos os beijos não dados. Ao não separarmos por falta de ar ela ainda sorria, um sorriso vitorioso, então deslizou por meus braços, recuando. – Nos vemos depois, tenho que fazer uma coisa... – e dando-me as costas correu para o bosque.

            Eu ainda estava incrédulo quanto ao que acontecera de forma tão repentina. Voltei para o acampamento tentando recuperar o folego, quando algo tilintou em minha mente, algo intrigante. O gosto do beijo que dei em Jay no sonho a bordo do Peregrino era muito diferente desse de agora há pouco... Pareciam não pertencer a mesma pessoa...

            POV. Jay.

            - DESGRAÇADA! – gritei ao ver aquela cena no lago, mal contendo as lagrimas de raiva. Como Renere teve a coragem?!

            - Acalme-se, criança. – pediu Aslam com a maior paciência do mundo. Eu continuei caída de joelhos à margem do lago que nos permitia ver Narnia lá em baixo e tudo o que acontecia nela.

            - Não posso deixa-la enganar a todos desse jeito Aslam, eu preciso voltar! – supliquei.

            - Você não pertence mais aquele mundo, general, devia se lembrar disso.

            - Graças a um lobisomem... DROGA! – bati na pobre relva inocente com o choro rasgando minha garganta. – Ninguém pode impedi-la?! – insisti.

            - Só eles mesmos. – respondeu pela décima vez. Levantei e saí andando, parando na porta dos fundos do castelo quando Aslam falou comigo novamente. – Jay?

            - Sim? – uma pergunta junto com as lagrimas que vinham sem cessar.

            - Talvez haja algo que você possa fazer.

            POV. Renere.

            Corri a toda para o bosque até estar completamente sozinha. AI, ASLAM! O que foi isso?! Que beijo é esse?!

            Comecei a dar gritinhos histéricos enquanto saltitava sozinha. Foi quando percebi que não estava completamente só ali. Ouvi passos, mas não havia ninguém, foi quando vi. Olhei na direção da mancha negra que estava encostada na árvore mais a frente, de costas para mim. Era uma pessoa de aparentemente minha altura, usava preto e tinha os braços cruzados, olhando para frente, a direção oposta a que eu estava. A alegria deu lugar ao receio.

            - Quem é você? – perguntei ameaçadoramente dando um passo na direção da pessoa que não se moveu, apenas virou lentamente o rosto, olhando-me por cima do ombro. Meu coração se aliviou.

            - Ah, você. – disse aliviada me aproximando da mulher loira, ela virou para mim, com o espesso casaco preto entreaberto, revelando parte do vestido verde.

            - Olá, Renere. – disse ela, com tom de tédio.       

            - Como sabe que sou eu?

            Ela riu.

            - Você só se esconde dos que não querem te ver de verdade.

            O que ela quis dizer com isso?

            - Onde está Jadis? Preciso falar com ela. – mudei de assunto.

            - Ela não tem nada para falar com você... Por isso eu vim.

            - Por que você tem algo para falar comigo? – sugeri.

            - Isso!

            - E o que seria? – aproximei-me mais um passo, desconfiada.

            - Tenho uma proposta a lhe fazer. – disse ela.

            - Antes! – pronunciei-me, erguendo a mão. Ela esperou. – Preciso que vocês façam uma coisa por mim. Quero que façam com que os Reis e os outros pensem que Renere foi sequestrada por vocês. Que estou sob seus poderes, como uma prisioneira.

            - Interessante... – analisou. - Mas para isso, ouça o que tenho a dizer. – começou a andar em volta de mim. Esperei que continuasse. – Você não faz ideia das possibilidades que o seu acidental acesso ao livro de Coriakin trás para nós. Você tem Edmundo nas mãos!

            - Aonde quer chegar?

            - Você dará um jeito de leva-lo até o bosque, a noite. – ela esfregou as mãos suavemente. – Há um lugar para onde você irá leva-lo.

            - Está falando em sequestra-lo?! Não! Não agora que está tudo como eu planejei!

            - Você planejou um beijo? – ergueu as sobrancelhas, provocante. – Se fizer o que eu digo, conseguirá muito mais. – olhou-me nos olhos. - Então, posso contar com você?

            Pensei por um tempo, sim, era uma ótima oportunidade. A querida Jay iria  traí-lo, então eu procuraria o livro do mago, desfaria o encanto e Renere o salvaria...

            - Quando? – perguntei.

            - Amanhã.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Sem mais delongas e corram para os reviews e quem sabe uma recomendação???? kkk
Beijokas!!