Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 19
Eu sempre estarei com você.


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo vai para aquelas que estavam com saudades da Jay ;D talvez não seja como vocês esperavam, mas ela apareceu. Como eu disse ao responder um review, tenhos planos para ela e o Ed.
Espero que gostem!



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Eu me sentia mal. Pior por que sabia o que causava essa inquietação, mas não podia fazer nada para evitar. Era a água. Sem duvida nenhuma. Eu nunca tinha tido problemas para andar de navio ou qualquer outro transporte aquático que fosse, mas agora doía. Doía por que alguém que eu amo muito foi levada pelas águas. Está muito recente para que eu me acostume com esse vazio. Dizem que o tempo cura qualquer ferida. Isso não é verdade. Ele não cura, apenas faz com que você se acostume a ela.

Minhas lagrimas não vinham desde antes de entrarmos no navio, acho que não tenho mais lagrimas para derramar. Agora tentava esvaziar a mente fitando o horizonte e sentindo a brisa que vinha de lá, debruçada sobre a beira do navio enquanto alguns dos poucos marinheiros que trouxemos trabalhavam com cordas e barris no convés atrás de mim.

- Está melhor? – Julian perguntou, apoiando-se na beirada ao meu lado, a brisa balançando suavemente seus fios castanho-claros.

- Vou ficar. – sussurrei olhando minhas mãos. – E você? – perguntei, olhando para seu rosto. Ele deu um ar de riso, só que sem humor.

- Anestesiado. – respondeu olhando para o chão.

- Entendo... – voltei a olhar minhas mãos e Julian respirando fundo, voltou a olhar a paisagem a nossa frente.

- Ela vai fazer falta... Muita falta. – sussurrou ainda olhando para frente. Mordi o lábio inferior em seguida alongaram-se alguns minutos de silêncio, quando Julian voltou a falar, agora em um tom bem diferente. – Mas e você, Rany, vi o jeito com que olha para Pedro e vice-versa... – deixou, com as sobrancelhas erguidas e o sorrisinho do jeito maroto que só ele possuía, fazendo-me sorrir e corar ao mesmo tempo, desviando o olhar. Ele sorriu. – Você o ama, não é? – foi mais uma afirmação do que uma pergunta.

- Amo...

- Que pergunta besta a minha. Que outro motivo a faria fugir da Arquelândia e desafiar o pai para ser feliz? – falou consigo mesmo. Eu ri.

- Atrapalho? – Pedro chegou com um sorriso leve.

- Bom, essa é a mina deixa. – Julian sorriu. – Vou deixar vocês a sós. – e saiu. Pedro o acompanhou com um olhar divertido enquanto assumia o lugar de Julian, este por sua vez, encaminhou-se para o andar de baixo do navio, onde dormiam os marinheiros.

POV. Julian.

Desci as escadas cantarolando “As Baladas de Narnia”, caminhei por entre as redes, depois de dar uma volta ali por baixo voltei para o convés. Sem motivo eu havia adquirido uma hiperatividade repentina. Jay dizia que eu ficava assim quando tinha apenas um espaço limitado para viver não importa por quanto tempo... Parei abruptamente sentindo um aperto no peito e uma falta de ar. Respirei pela boca e voltei a andar. Acho que pensar na minha irmã vai ser difícil daqui para frente, mas o problema é que ela estava em absolutamente todas as minhas lembranças. É. Isso vai ser complicado.

Suspirei continuando a andar. Vi Lucia sentada em um barril ao lado da cabine principal onde ela, Ranyelle e Susana dormiam, costurando uma roupa. Acima dela, próximos ao mastro estavam Caspian e Susana, eles conversavam serenamente, trocando sorrisos. Pedro e Rany estavam conversando onde eu os deixara. Edmundo estava em algum canto da cozinha lá em baixo, disso eu tinha certeza. Sim, eu havia percebido o jeito dele para com minha irmã e vice-versa, confesso que senti um pouco de ciúmes no inicio, mas vi que era algo especial e insubstituível que nascera entre eles, vi também que ele a fazia feliz, e se ela estava feliz eu estava do mesmo modo. Agora posso imaginar como Edmundo se sente. Se ele realmente amava, ou ama minha irmã, ele deve estar sofrendo... Sofrendo muito e infelizmente não havia muita coisa que podíamos fazer a respeito.

Ajudei os marinheiros com serviços no navio e depois me escorei na beira do mesmo tomando o rum que me deram e pondo-me a observar todos. Rany e Pedro estavam no mesmo lugar, só que agora abraçados, ambos olhando para o horizonte. Edmundo estava no convés agora, polindo sua espada. Susana descia os degraus que vinham do mastro até o convés lentamente apoiando-se no corrimão, Caspian vinha na sua cola, atento a qualquer movimento. Então meus olhos pararam na jovem Lucia... Como se eu fosse muito mais velho que ela... Ela ainda tinha agulha e linha na mão e agora estendia a roupa que costurava a sua frente, observando-a minuciosamente, com o olhar critico e o lábio inferior mordido. Meus olhos prenderam-se nela. Sabia que estava dando muita bandeira, até tentei desviar o olhar, mas eu não me obedeci. Isso era possível? Não obedecer a um comando do cérebro?

- Só não se esqueça de limpar do chão a água que está escorrendo da sua boca Julian! – gritou Ranyelle do outro lado do convés. Olhei para ela que me olhava com um sorriso travesso, Pedro também me encarava, mas, diferente do que eu pensava, com um leve sorriso. Caspian e Susana estavam com eles, todos rindo. Edmundo, que estava mais afastado, corria seus olhos atônitos do grupo sorridente, para mim e depois para Lucia. Finalmente olhei para ela. Ranyelle falou suficientemente alto para que ela escutasse. Agora Lucia tinha um sorriso tímido nos lábios e as bochechas coradas, o que fez meu coração se iluminar. Desviei o olhar e desci para pegar mais rum quando tinha vontade de me jogar no mar.

POV. Caspian.

- Que maldade, Rany. – observou Susana, sorrindo.

- Ele ficou vermelho ou é impressão minha...? – comentou Pedro, nós rimos.

- O que eu perdi? – Edmundo chegou até nós, olhando confuso para o lugar onde Julian sumira. Ranyelle explicou e ele até riu um pouco. – Ah, então foi por isso que a Lucia entrou vermelha na cabine... – comentou. Nós rimos de novo. Susana levou a mão à barriga.

- O que foi Su? – perguntou Pedro, sério. Todos pararam e olharam para ela. Susana abriu um sorriso lentamente.

- Mexeu de novo. – disse ela.

Um sorriso bobo se formou em meu rosto. Os outros voltaram a rir também.

POV. Edmundo.

Nada de interessante aconteceu para me distrair durante aquele dia. Eu já tinha polido minha espada umas cinco vezes até que o sol finalmente se pôs e todos se retiraram para dormir. As garotas na cabine principal e os rapazes nas redes lá em baixo, junto com os marinheiros. Chutei as botas para longe e joguei-me na rede quase caindo da mesma. A inconsciência logo me envolveu, para meu alivio, ou assim eu pensava.

Era uma batalha que se encaminhava para o fim, mas mesmo assim ainda cheia de inimigos a serem mortos. Todos lutavam bravamente, quando gotas de sangue pingaram em minhas mãos. Um impulso me fez olhar para trás, para o castelo. Eu a vi lutando com o lobisomem na varanda do quarto de Susana, quando o parapeito cedeu e eles caíram. Tudo pareceu perder a pressa. Ela caiu lentamente em direção ao mar. Então a paisagem mudou. Agora eu estava na praia próximo à água, na areia, ao meu lado, trazido pelas ondas, estava o corpo da criatura. Olhei para o mar, mas não havia nem um sinal dela. Meu coração se apertou. Mais uma vez o lugar mudou. Agora eu estava em uma faixa de areia clara e deserta. Era tudo muito claro, minhas roupas haviam mudado, eu estava todo de branco. Um vento vinha forte de trás de mim e a minha frente surgiu uma luz forte, cobri os olhos até ela diminuir. Quando finalmente consegui abrir os olhos, no lugar da luz, ela sorria para mim. Ela estava mais linda do que nunca, parecia um anjo, usava um longo vestido branco sem muitos detalhes, seus cabelos estavam soltos ao vento e seu olhar em mim. Meu coração falhou. Avancei um passo para ela sem saber o que fazer ou dizer. Ela, por sua vez, veio até mim abraçando-me. Envolvi sua cintura afundando meu rosto em seus cabelos.

“Edmundo... Estava com saudades...” foi emocionante ouvir sua voz novamente, mas estava diferente, era como se tivesse eco.

“Jay... Não sabe o quanto eu estava com medo... Medo de nunca mais ver você...” sussurrei, ao fim do abraço. Ela sorriu afagando meu rosto.

“Eu sempre estarei com você.” Garantiu. Acabei com a distância entre nós e selei meus lábios ao dela. Um beijo doce, do fundo do coração, que ela retribuiu. Assim que o beijo acabou, eu despertei. Olhei em volta, o sol da manhã começava a iluminar o cômodo fracamente onde Pedro, Caspian e Julian ainda dormiam. O sono se fora completamente, levantei e depois de calçar as botas, subi para o convés com a mente ainda no sonho.  


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Não me matem por causa da Jay, e não se esqueçam que eu amoo finais felizes então minhas fics terão finais felizes então não se preocupem, nosso Ed ainda vai ser muito feliz, todos eles serão. Gente, rola uma recomendação??????? E reviews???
Amo cada um de vocês, até os fantasminhas ^^
Ultimamente não tenho tido tempo de responder a todos os comentarios, mas saibam que eu leio e amoo cada um deles ;D
Deixem um com a opinião de vocês, e se tiverem ideias ou sugestões, podem mandar, elas são muuito bem vindas!
Beijokas!!