Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 30
Vinte e Quatro, parte I


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui estou eu. Ultimo capítulo da fic, dividido em duas partes.



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Abri os olhos devagar, revirando-me na cama. Notei que o outro lado da cama estava vazio, com as cobertas repuxadas, completamente desorganizadas. Sentei-me, passando a mão pelos cabelos. A empregada que mexia na lareira cumprimentou-me com um sonoro bom dia, fazendo uma mesura. Joguei as cobertas que estavam em cima das minhas pernas para o lado, levantando-me da cama. Bocejando, abri as portas dos meus armários, procurando alguma coisa para vestir. No entanto, a maioria dos meus vestidos não estava ali.

Olhei para a empregada, que raspava o ferro na madeira, servindo o meu chá numa xícara, em cima do carrinho de chá. Ela demorou a perceber que eu a encarava.

— Desculpe, Vossa Majestade. Deseja alguma coisa?

— Onde estão meus vestidos?

— Vossa primeira dama de companhia os estava separando para a viagem a Chandler, ela deve estar na sala de leitura. – peguei meu peignoir rosa creme pendurado no cabide de pé ao lado da porta, saí do quarto vestindo-o, sendo cumprimentada pelos valetes e pessoas atarefadas que passavam pelo corredor. Desci as escadas, até o andar abaixo. Antes de alcançar a sala de leitura, ouvi alguém perguntando:

— Esse vestido vai? – andei a espreita, enxergando meu vestido amarelo claro, bordado com renda francesa.

— Sim. – Gianna respondeu.

— Esse outro? – perguntou a empregada, erguendo um vestido roxo para a noite.

— Não, esse não vai. – Gianna respondeu. Entrei na sala de leitura, respondendo a empregada, que tinha deixado o vestido roxo num sofá ao lado de onde as malas estavam sendo arrumadas.

— Sim, esse vai. – as duas moças fizeram mesuras para mim. – Deixem-me ver o que há ai dentro. – apontei para as malas. A empregada tirou um a um os vestidos anteriormente colocados. Mostrou-me cada um deles. Ao final, eu havia separado mais da metade.

— Os que estão no monte da direita deverão ser colocados na mala, os que estão no da esquerda devem ser levados para um orfanato daqui, quero que isso seja providenciado o mais rápido possível.

— Ma.. mas, Vossa Majestade, - disse Gianna, engasgando numa risada – no monte da esquerda estão o teus melhores vestidos, incluindo os das recepções.

— Você não entendeu o que eu disse?

— Sim, Vossa Majestade. Devo levar estes vestidos para um orfanato.

— Correto. – a empregada, que estava quieta, abriu a boca, mas logo fechou-a, olhando para o canto da porta. – Deixei-nos a sós, Gianna.

— Como quiser, Vossa Majestade. – a dama fez outra mesura, saiu pela porta, e depois fechou-a.

— Sim? – eu perguntei para empregada quando a vi hesitar, abrindo a boca novamente.

— Vossa Majestade... Eu estava me perguntado, Vossa Majestade vai dar esses vestidos para o orfanato. Será que eu posso pegar um, qualquer um que Vossa Majestade me der está bom, é que eu preciso de um presente para dar a minha sobrinha, e se meu marido gastar o dinheiro que ganhamos, não terei como alimentar meu filho e...

— Não digas mais nada. Podes escolher dois vestidos do monte. Um para tua sobrinha, um para ti.


[...]


O barulho das rodas passando por cima de pequenas pedrinhas de terra era quase imperceptível. Edward e eu conseguíamos sentir os solavancos, eu segurava Henry com muito cuidado nos braços, observando atentamente para que, com os impactos, a cabecinha dele não batesse contra meus braços.

Fazia pouco mais de seis horas que estávamos viajando. Já havíamos feito duas paradas, para dar água aos cavalos, ir ao banheiro das tabernas, esticar as pernas, arrumar as fitas dos cabelos e outras coisas mais.

Eu sabia que a carruagem estava andando a uma velocidade relativamente grande, normalmente as viagens para Chandler levavam, pelo menos, seis dias. No nosso caso, já estávamos entrando numa margens de quilômetros de quase um dia e meio, se eu não estivesse errada, incluindo as paradas para descansar.

A noite escurecia acima de nós, deixando que, afastando a cortina da carruagem, eu conseguisse enxergar as estrelas e a lua cheia no céu. Tão perfeito.

Edward acabara de colocar Henry no moises, quando a carruagem fez uma parada brusca. Colocando a cabeça para fora, após abrir o vidro, eu perguntei ao cocheiro:

— Por que paramos?

— Há uma obstrução no caminho, Vossa Majestade. Uma das carruagens de bagagem afundou num buraco.

— Pois bem. Contorne-a e sigam viagem. Se for necessário que fiquem mais alguns valetes para ajudar. Não é seguro ficar fora a noite, o senhor bem sabe.

— Sim, Vossa Majestade. – e em seguida, ditou as ordens em plenos pulmões. Logo, a carruagem já estava se movimentando novamente.

Mais algumas horas se passaram, enquanto eu tentava, sem sucesso, não dormir. Minhas pálpebras estavam pesadas, eu piscava devagar, lutando para enxergar, por entre o escuro, o que havia lá fora.

— Vem, amor. – Edward disse para mim, puxando-me para o colo dele. – Dorme.


[...]


Acordei com o barulho dos pássaros cantando. Passei a mão pelo rosto, observando que ainda estávamos em movimento, na carruagem.

— Bom dia, Bela Adormecida.

— Bom dia, meu Rei encantado. – respondi a brincadeira de Edward, que me abraçou, enquanto olhava de relance para Henry, ainda dormindo. – Há quanto tempo estamos de Chandler?

— Segundo o cocheiro, nós viajamos a noite toda. Essa já é a quinta manhã, estamos perto, pelo que ele acabou de comentar antes de acordares.

— Que ótimo! Tenho a impressão que vou ficar com dor nas costas. O espartilho está me matando. Nada mais certo. – eu ri.

— Tem razão. As mulheres devem se matar e sangrar pela silhueta perfeita. – Edward me olhou sério enquanto eu ria.

— Então, és a favor do sufrágio feminino?

— Acho que tu ficas muito elegante com espartilho, Bella, mas não gosto de ver-te, em especial, se machucando para ficar cada vez com a cintura mais fina quando já és linda. – inclinando-se para mim, Edward sussurrou. – E perfeita para mim. Que é o que importa realmente.

“Abram passagem para Vossa Majestade. Abram passagem!”

— Ouviu isso Edward? – ele assentiu para mim. – O que está acontecendo? Eu preciso ver o que está acontecendo. – antes que eu conseguisse abrir a porta da carruagem, um militar parou a minha janela.

— Vossa Majestade. – ele cumprimentou. – A população está interrompendo a passagem.

— E o que eles querem?

— Não se sabe, Vossa Majestade. Devemos usar de força para tirá-los do caminho?

— E o senhor pergunta isso a uma dama? – arqueei uma sobrancelha para o militar de meia idade. – Arrume um cavalo para mim, irei ver o que querem.

— Mas, Majestade...

— Por que sempre tem alguém que discorda de mim? Apenas faça o que eu disse. – o militar desceu do cavalo e abriu a porta da carruagem para mim. Olhei para Edward, que eu sabia que me apoiava só pelo olhar. Dirigi os olhos para a porta, inclinando um pouco a cabeça, perguntando se ele também queria ir. Mas, um olhar dele na direção de Henry me fez entender que alguém tinha que ficar e cuidar do tesouro mais precioso do mundo. Sorri para Edward, antes de aceitar a mão do militar, para descer da carruagem.

Segurando o cavalo com uma das mãos, eu montei nele. Um macho branco, puro-sangue. Alisando a crina dele, antes de ir à frente da discussão, olhei mais uma vez para a paisagem. Eu já havia estado ali muitas vezes. O prado se estendia, com uma espécie de grama rasteira, completamente verde, iluminada pelos raios de sol da manhã. A estrada de terra branca batida, aberta no meio do nada, se estendia por mais uns bons metros, até que se conseguia enxergar a torre de um castelo em ruínas, da época da Idade Média, quando uma de minhas antepassadas havia sido a castelã.

A linha de montaria militar estava formada bem em frente à primeira carruagem, que levavam Esme e Carlisle, absortos a discussão, apenas aguardando, como sempre faziam, sendo prestativos e atenciosos. Esme sorriu para mim, acenando, quando me viu passando, montada no cavalo à francesa.

Ignorando completamente os conselhos do General de Campo, eu ultrapassei a linha, posicionando-me bem em frente ao grupo, relativamente grande, de camponeses, que se calaram ao ver-me em cima do cavalo.

Um dos rostos, no meio das pessoas, logo me chamou atenção. Por um momento eu congelei, lembrando-me do jeito descontrolado como ele me desejava.

— Saudações, Vossa Majestade. – disse ele, ajoelhando-se em frente ao meu cavalo, as pessoas que estavam ao redor dele o imitaram. Estava mais do que claro para mim que ele era o mandante daquilo. – Faz tempo que não nos vemos, Vossa Majestade. O ultimo ano me fez muito bem, sabia? Dom Pedro II foi muito generoso com um súdito teu, exilado e em desgraça. Acabo de retornar ao meu Condado e descubro que Vossa Majestade tem feito uma ótima regência, por assim dizer.

— Fico feliz que assim seja, Sr. Black. Como vai teu pai? Ele abdicou para que o senhor assumisse o Condado?

— Gostaria que assim fosse, Vossa Majestade, mas lamento informá-la que meu pai faleceu enquanto eu cumpria um dos meses de prisão, no Brasil.

— Lamento Sr. Black. Acredito que deve haver um motivo para o senhor parar bruscamente a minha comitiva. Não há?

— Sabe, Vossa Majestade, não nos foi informado que Vossa Majestade estaria perto de Chandler. Eu e meus amigos – ele apontou para os homens bem vestidos ao lado direito dele, que já estavam se levantando, imitando o gesto de Jacob – não gostamos de receber forasteiros. Mas, como é Vossa Majestade, deixaremos que continue tua viagem em paz. Se me permite o atrevimento, para onde estão indo?

— Está certo, Sr. Black, completamente certo, eu também não aprovaria. – eu mexi a cabeça, concordando. – Minha família e eu passaremos algumas temporadas em Chandler.

— Oh, que maravilha então! O palácio Real só é ocupado por pessoas de baixo escalão. Finalmente a Rainha retornou. Deus salve a Rainha! Deus salve a Rainha! – Jacob urrou. Se afastando, ele abriu passagem para que eu avançasse. Ficando bem a margem da estrada, havia espaço suficiente para que as carruagens passassem.

Olhando por cima do ombro, eu gritei ao General de Campo que eu iria a cavalo, e que a viagem seria seguida.

Durante o caminho, cavalgando a frente, fiquei pensando em como Jacob havia mudado.

Ele não parecia mais aquele homem obsecado por mim, por uma coroa. Finalmente ele estava em paz, entendi depois de um tempo de reflexão, talvez a morte do pai o tivesse mudado. Talvez ele tivesse aprendido alguma coisa boa enquanto estivera no Brasil, afinal. Eu me recusava a lembrar tudo o que ele havia feito para mim. Eu queria acreditar naquele Jacob bom.

A cidade estava alheia a minha chegada, a nossa chegada, como eu queria. As pessoas não me cumprimentavam fazendo mesuras, e por todo o caminho, eu consegui me sentir como uma garota, não sendo notada pelos outros, completamente esquecida.

O caminho para o palácio eu já sabia de cor e salteado. Eu me recordava dos grandes portões pretos, das cortinas vermelhas, da cor amarela clara em que o palácio estava pintado, dos enormes jardins, da vista frontal do quarto Imperial... Quando entrei no palácio, minha mãe estava ali comigo, com Thalis, anos antes, eu corria com seis anos de idade, de um lado para o outro, segurando as saias de meu vestido rosa claro rendado, sendo recebida pelos valetes, observada pelas empregadas, tão feliz...

As memórias fizeram algumas lágrimas saltarem de meus olhos, era inevitável, mas eu tinha a minha família, agora. Edward, Henry, Esme e Carlisle.

Eu estava totalmente animada. Continuaria exercendo minhas funções, assinando documentos, recusando petições, seria a Imperatriz, a Rainha, a Condessa que deveria ser. Uma perfeita chefa de estado. Havia vantagens a mais, entretanto. Eu podia ser uma mãe mais presente, podia ser uma esposa mais preocupada, zelosa e carinhosa.

Ser a Bella que eu não era há algum tempo. A mulher que adorava dançar, ler, correr, amar... Aquela que era apaixonada pelo garotinho do palácio, meu melhor amigo, meu namorado, meu amante, meu marido, aquele que tinha o meu coração, o meu desejo, o meu corpo para sempre. Que fazia todo o resto valer a pena fazia lar não ser um palácio e sim ele.

Afinal, eu era a Imperatriz, a Rainha, a Princesa, a Infanta, a Grã-Duquesa, a Arquiduquesa, a Duquesa, a Marquesa, a Condessa, a Viscondessa, a Baronesa, a Dama e a Senhora dele, de Edward.

O meu sorriso estava de volta. Eu estava feliz. Tão feliz quanto havia descoberto que estava grávida tão feliz quanto me casei com Edward. Porque eu estava em casa.

Swan era a primeira opção, Chandler a segunda – sempre fora assim. Alguém disse certa vez que se você tem uma primeira e uma segunda opção, escolha a segunda, porque se você confiasse na primeira, não teria uma segunda [opção].

Observando as pinturas do teto, sentindo os meus passos sendo amortecidos pelo tapete de veludo, caminhei lentamente pelo grande saguão de entrada. O mármore do chão era claro, as colunas tinham arabescos perfeitos, grandes arcos, quadros de outras Imperatrizes de Swan; um deles exibia minha mãe com Thalis, e o ultimo, numa parede da direita, ao lado do trono, era a minha imagem, logo depois que debutara, com 15 anos de idade. Passei a mão pelo quadro, sorrindo.

(22 de outubro de 1861)

Deixei o quadro de lado e subi pelas longas escadas de mármore branco até a sacada frontal, olhando o enorme jardim pelo qual passara, minutos antes. As carruagens estavam sendo descarregadas, as damas esticavam as pernas, alongavam os braços, observavam o enorme palácio...

Então eu entendi o que Jacob queria dizer com “ocupado por pessoas de baixo escalão”. Na saleta de bordar, os homens jogavam pôquer, estragando completamente a mesa, uma antiguidade rara, com suas batidas fervorosas, todos eles estavam bêbados. As roupas eram surradas, maltrapilhas.

Era inevitável, simplesmente. A única coisa que eu podia fazer era fechar os olhos e esquecer aquilo, como eu fazia com as Senhoras da Noite, as de luxo e as que ficavam na rua. A ajuda de nada adiantava se as partes que deveriam estar interessadas não estavam.

A noite passou rapidamente, enquanto os empregados terminavam de ajeitar as coisas. Eu não consegui dormir, mas, ao contrário de mim, Edward e Henry dormiam perfeitamente bem em suas camas. Coloquei o edredom da cama de lado, tomando o cuidado para não tocar em Edward e não acordá-lo. Peguei meu peignoir, que estava pendurado no cabide de pé, calcei as pantufas e vesti-o. Abri a porta do quarto sorrateiramente, olhando para os lados, mas o corredor estava deserto. Nenhum guarda, ninguém.

Tomei a direção onde o vento era suave, apesar de frio, terminei abrindo uma das grandes portas de entrada do castelo, e seguindo para o enorme jardim. Se eu não tivesse corrido tanto, quando criança, pelos jardins, eu não conseguiria achar o caminho. A lua nova no céu não iluminava quase nada, e eu nem sabia como se acendia uma lamparina a gás. Em geral, eu sempre era acompanhada em todos os meus passeios.

Deitei-me embaixo de uma grande árvore, rodeada por muitas rosas, de diversas cores. Eu me lembrava muito bem desse lugar. Antigamente, havia uma corda presa a um dos galhos mais fortes, em que as crianças dos empregados brincavam. Nunca eu. A minha tutora vivia dizendo que: uma Princesa Imperial não deve se comportar de maneira selvagem. Essas brincadeiras são para crianças de classe inferior a vossa, Alteza Imperial. Vosso dever é ler essa pilha de livros, tocar piano, aprender etiqueta, decorar o protocolo e a constituição, leis e deveres de todo o cidadão Swanlence.

Eu ri, olhando para o céu sem estrela alguma. Minha tutora não precisava ter dito tudo aquilo. Eu tinha sangue Imperial, governar estava escrito nas minhas veias, em cada pequena entranha de meu corpo. Apoiei a cabeça nas mãos, cruzando-as na grama, e então sorri. Tudo o que eu havia passado tinha um significado especial. Eu tive que aprender sobre etiqueta para ser a Imperatriz que sou, pensei. Tive que aprender sobre as leis, porque tenho que saber como aplicá-las; e, sobretudo, tivera um treinamento reforçado, pois tenho que acabar de uma vez por todas com a “mulher-luz”, fazendo com que a vida não seja somente minha.

Perdi a conta de quanto tempo passei ali, só olhando para o céu. Quando percebi, admirava o nascer do sol, que ia se erguendo lentamente.

Voltei para o quarto e me troquei. Gianna ainda não havia acordado e nem pedi que o fizessem. Henry, no entanto, já estava bem desperto quando terminei a toalete. Peguei-o no colo, dando bom dia e brincando com ele.

A roupa de Henry era azul claro, com pequenas listras em azul marinho, uma botinha de coro marrom. Completamente exagerado para um bebê, mas Alice sendo Alice, eu não podia fazer nada, já prometera a ela essa diversão.

Meu vestido era rosa claro, com renda nos babados da saia. O decote era arredondado, as mangas eram 3/4 . Meu cabelo estava meio preso, com um coque trançado na parte de cima. A franja e um pequeno pedaço da parte de trás estavam soltos.

Não encontrei Edward, mas depois me disseram que ele havia saído para assistir a missa, já que era domingo.

Sem animo algum para ser paparicada, fui para a biblioteca, que parecia estar em ordem. Pelo menos uma parte do palácio estava a salvo de ter os moveis quebrados. Emprestei de uma dama alguma coisa que ela costurava, só para me entreter bordando pequenas flores. Ela me explicou o modelo, totalmente constrangida por estar falando comigo ou estar sentada ao meu lado, era uma boa moça. Enquanto eu bordava, ela me contou uma série de coisas sobre a família do marido.

Interrompemos a conversa e os bordados porque os empregados serviram o café da manhã para mim. Convidei-a para tomar chá comigo, mas ela recusou.

Tomei tranquilamente meu chá, comi frutas e pães doces. A empregada serviu outra xícara de chá para mim. Eu estava levando-a para perto de minha boca, quando um estrondoso som fez com que todas as damas presentes se jogassem no chão. Os vidros haviam explodido. Só não me acertaram, porque, por sorte, eu estava atrás de uma prateleira.

Coloquei a xícara na bandeja que estava em cima da mesa de centro e olhei ao redor. Nenhuma das mulheres estavam acordadas. Respirei fundo, coisa boa não podia ser.

Senhorita Isabella. – um calafrio percorreu minha espinha só de ouvir a voz – Vamos acertar as coisas. – vir-me-ei lentamente, passo após passo, na direção contrária de onde eu estava. A “mulher-luz” sorria para mim, quando desviei a tempo de um vaso de porcelana, que espatifou na parede, sem me atingir.

— Mas o quê...? – falei tarde demais, enquanto observava a mulher-luz se transformar em mim. A garota sorriu presunçosamente, ergueu a mão e fez o lustre de cristal cair, joguei-me para o lado, batendo na parede, para que os danos não fossem maiores.

Olhei de soslaio para as portas, mas eu já sabia que estavam trancadas e as janelas eram muito altas. Uma queda de nove ou dez metros, se eu conseguisse chegar até elas.

Eu fiquei desviando de um monte de objetos arremessados em minha direção, até que o trinco de uma das portas se abriu. Franzi o cenho. Elas estavam trancadas. Olhei para a garota a minha frente, que era eu, tentando entender o porquê. Mas não precisei de muito esforço, porque quem abrira a porta era Edward, acompanhado por Jacob.


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Notas finais do capítulo

Alguém tem algum palpite do que a "mulher-luz" vai fazer? Sugestões? O próximo capítulo é do PDV do Edward, vocês vão entender o porque. Jacob bonzinho. O que acham? Não prometo quando vou postar o próximo, até porque eu ainda tenho que começar a escrever, mas já pensei em tudo. Espero que tenham gostado! Já deram uma passadinha em "Entre Todas As Escolhas"? Beijões, e comentem muitoo...



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