Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 28
Vinte e Dois


Notas iniciais do capítulo

Hey! Como estão? Consegui escrever rapidinho! Espero que gostem. Acredito que vai esclarecer algumas coisas.



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— Ele é tão lindo Bella! Olha, se parece com o Edward! O cabelo, os olhos... – Alice estava debruçada no berço de meu filho, enumerando os detalhes.
— Infelizmente. – Edward suspirou.
— Bella! Querida! – Esme disse, me abraçando. – Obrigada! Ele é tão lindo querida. Se parece contigo também! Que bom! Pelo menos assim vós não vais brigar. Edward sempre se pareceu mais com Carlisle do que comigo, na questão de caráter, sabes? Já escolheram o nome, não é?
— Naturalmente que sim, ele se chama Henry Louis Daniel Cullen, príncipe herdeiro de Swan, arquiduque de Swan, príncipe de Cabot, da Zumânia...
— Bella! – Emmet disse – Pares de dizer os títulos do menino. Ele ainda nem nasceu direito e já carrega todos estes títulos, pelo amor de Deus!
— Emmet, não repreendas minha esposa. Este papel é meu. – Edward disse. – Mas ele tem razão, amor.
— Eu sei. Ele não vai crescer sendo educado por tutoras, como eu cresci. Ele vai ser educado por mim, estudará na escola de artes. Fará o que quiser fazer. Meu coração é dele, nada vai mudar isso. Só que eu já me acostumei a ter um título nobre em frente ao nome. – dei de ombros – E, Alice, como prometido, eu vou deixar-te montar as roupas do meu filho. Boa diversão!

[...]

Finalmente havia chego o dia em que eu viajaria para minha “pequena” conversa com titia. Era oito de outubro de 1861, o ano já estava acabando. De novo. Fazia um ano e dois meses que eu havia perdido meus pais, quando foram assassinados. Fazia o mesmo período que eu conhecera Edward, e eu não me arrependera nenhum segundo. Fazia um ano e dois meses que eu era Imperatriz e estava farta disso. Farta de todas as pessoas perguntando o que deveria ser feito, quando eu apenas queria ninar o meu filho de quase três meses no colo. Henry estava mais gordinho, com seus sete quilos. Como Edward me dissera, se eu não passasse as pomadas que o médico Imperial me dava, meus seios estariam seriamente rachados.
Por volta das quatro da tarde, eu deixei a carta na mesinha de cabeceira de Edward, não iria me demorar, dois ou três dias, um para ir, outro para voltar e outro para falar com titia.
Durante esse período, Henry iria ser alimentando por uma ama de leite, que eu já havia, previamente, instruído. Ela era de extrema confiança, uma jovem moça, empregada.
 A carruagem me levou até o porto. O pequeno navio Imperial que me levaria estava esperando, eu não levava bagagem, já que havia comida no navio e tudo o que eu necessitava. Gianna não iria comigo, ficaria cuidando do castelo. Edward assumiria minhas obrigações pelo pequeno tempo.
Impaciente, como eu estava, entrei no navio. O comandante me recepcionou com sua “equipe”, fazendo mesuras para mim. Um marinheiro puxou uma cadeira de veludo vermelho para que eu me sentasse. Nós zarpamos rapidamente, porque eu já havia deixado avisado que tinha pressa. Estava levando comigo alguns membros da guarda, caso titia tentasse alguma brincadeirinha.
A ilha que pertencia ao Império de Swan era bem vasta, algumas árvores ainda circundavam o local, mas eu não imaginava que fosse por muito tempo. Havia uma espécie de castelo, enorme, na parte mais alta da ilha. Ninguém entrava, e ninguém saia. A não ser, claro, que a Imperatriz de Swan resolvesse fazer uma pequena visitinha. 
Os guardas desceram do navio primeiro, quando ele atracou. Havia um informante para me recepcionar. Eu não estava usando nada especial para a ocasião. Luvas 3/4 , brancas, com oito botões, pantaloon rendada, meias brancas 7/8, meu vestido de tarde, que tinha babados nas saias, era bordado no busto com renda, nas cores azul marinho e azul claro. Meu cabelo estava preso num elegante coque baixo, para acomodar o chapéu de viagem, que se fechava em meu pescoço, com um laço de cetim médio, da cor azul.
Levaram-me para uma trilha estreita, por entre as árvores. Um homem havia me estendido a mão e mantinha certa distância de mim, ajudando-me a subir nos degraus e tomando cuidado para que eu não tropeçasse ou caísse.
As portas do castelo eram de madeira, com ornamentos em ferro; eu poderia jurar que ali seria outro de meus castelos, a não ser pelo fato da guarda estar altamente presente. E não haver mulheres, com exceção das que estavam presas.
Subimos sete lances de escadas, todas feitas de pedra, os primeiros andares da prisão, pelo que havia entendido, eram destinados a pessoas sem título de nobreza. Os do meio, a partir do sétimo “andar” e até o nono eram para nobres, e os outros dois eram para quem havia cometido assassinatos.
— Quem deseja ver, Vossa Majestade?
— A Arquiduquesa Sofia.
— Por aqui. – andamos mais algumas celas, todas com porta de madeira, e barras de ferro por dentro, um único pequeno lugar para que o prato de comida fosse posto. Até que num ponto o homem parou, tirou um molho de chaves de ferro do bolso da calça e destrancou a cela para mim. Fazendo uma mesura, ele perguntou se eu precisaria de guarda, e pedi para que um deles esperasse do lado de fora, só para que ele se tranquilizasse. Parecia que não era todo dia que uma mulher vinha falar com um preso.
Mesmo durante todos os meus anos de duros treinamentos, preparando-me para ser a Imperatriz de Swan, que fizeram com que meu coração se tornasse frio, quando necessário, e aquele era um dos poucos momentos em que compaixão não era necessária; amoleceu com a cena que eu enxergava. Titia não precisava de piedade, ela era forte e tinha que pagar por conspiração contra o Império. 
Se alguém me dissesse que algum dia eu conseguiria enxergar suplica, nos olhos da grande Arquiduquesa Sofia, eu diria que estava mentindo, mas naquele momento, quando ela ergueu a cabeça abaixada para mim, as roupas em trapos, eu consegui enxergar aquele sentimento. A Arquiduquesa estava encolhida no canto mais distante da porta da cela e parecia que estava sem comer por horas. Os braços estavam cruzados no peito. Havia um travesseiro encardido do outro lado da cela, que parecia não ser usado. 
— Isabella. – parecia que o sarcasmo não havia deixado de existir tão facilmente como eu pensava – Veio fazer uma visita para a titia. A que devo a honra, Vossa Majestade?
— Não precisa se preocupar em levantar, tia. Não vou tomar muito do seu tempo, acredito que deve ter mais o que fazer. Quero saber o que sabes sobre os Segredos Reais.
— Segredos Reais? Ah, sim! Magia e blá, blá, blá. Não muito coisa, acredite em mim, querida sobrinha. Era para eu ter me tornado Imperatriz, sabia? Eu ia casar com Thalis e ser a Imperatriz reinante de Swan. Sua avó, no entanto, nomeou sua mãe.
— E tu ficaste mortinha de inveja.
— Inveja? Oh, não! Inveja não. Ódio. Eu fora muito melhor treinada, eu aturara lordes e duques, eu vestia os mais apertados espartilhos para que conseguisse uma silhueta perfeita, digna de uma Imperatriz. E, se eu tivesse conseguido experimentar o poder, Isabella, apensar por um segundo da magia... O poder que nossa família tem, desde Maria Teresa, eu não pediria mais nada, porque ai faria o que bem entendesse. Foi só o destino que não me deu uma boa oportunidade.
— Imagino porque minha avó não deu o título de imperatriz a ti, titia. Sempre foi ambiciosa demais. Ambição é boa até certo ponto, tia. Deve haver equilíbrio. Agora, vamos, que eu não estou com muita paciência, diga-me o que mais sabe sobre os Segredos Reais de minha família.
— Eu não recebo muitas visitas, Isabella. Tenho que ser cortês com a única pessoa que veio me visitar. Fizeste com que meu filho me odiasse. Sabias que ele só tinha olhos para ti.
— Eu sabia que se me casasse com ele, com certeza, tu o manipularia facilmente.
— Não sei grande coisa sobre os Segredos Reais, a única coisa que sei, é que é um poder infinito. Sei que existe uma espécie de “Deusa” que cuida desses poderes, para que ele não seja mal usado, para favorecimento de guerras, conflitos, ou paixão. A única coisa que os poderes não fazem é alguém se apaixonar. E que se essa Deusa for destruída, o que é impossível, o poder da pessoa se torna ilimitado. Ela só apareceu uma vez em toda a história do nosso Império. Em 1678 para Lisa, a 12ª Imperatriz.
— Duas, então. – eu sorri, presunçosamente.
— Ela apareceu para você?
— Ela tentou me destruir. Tentou matar Edward.
— É obvio! Até um tolo percebe que o que vocês vivem é completamente conjunto. Você faz algo, ele faz algo. Você discorda, ele te apóia. Você está correndo perigo, ele se joga para te proteger. Os Segredos Reais, Isabella, não são facilmente destruídos, como deve pensar. Não é porque seu filho nasceu, que seu poder se esvaiu. Até que ele complete um ano de vida, todos os poderes ainda estão em suas mãos. Se ele for morto antes do primeiro ano de nascimento, os poderes são seus, irrevogavelmente. Mesmo que você tenha outro filho, o primogênito sempre leva todos os poderes. Isso explica porque sua irmã não faz ideia de nada, mesmo com seus três anos de idade. Sua filha será a  24ª Imperatriz de Swan, Isabella. Ela carregará os poderes. Os tempos estão mudando. A “Deusa” existe para que o poder não faça a cabeça dos mais fracos, como uma Imperatriz existe para governar e decidir por um povo.
— Eu derrotei a “Deusa” titia. E, não, minha filha não será a 24ª Imperatriz de Swan. Meu filho será o primeiro Imperador de Swan. É um menino, titia.
— Um menino? Mas como? Isso é impossível! 
— O amor não torna nada impossível, titia. Eu amo Edward, mamãe me ama, Thalis me ama, meu pai me ama! Sou forte por causa deles! Meu povo me ama, Rosalie, Emmet, Carlisle, Esme, Alice e Jasper me amam! Mas a ti, titia? Quem a ama? – fiz sinal negativo com a cabeça – Se eu não tivesse sido treinada para não ter compaixão, eu juro que esqueceria toda a conspiração, junto com Mike, Casmir e Jacob e deixaria o seu nome na linha Imperial, mas acho que entende que não posso fazer isso, não é mesmo?
— Isabella, eu não sou a única, dentro daquele palácio, que quer seus poderes. O único conselho que posso te dar, como sua tia, e que ninguém é o que aparenta ser. O primeiro ano de seu filho será conturbado, e se te matarem, antes dele completar um ano, a dinastia Swan está acabada.
— Está dizendo isso apenas para me assustar, não é? Para que eu concorde em que volte para o Império, mas eu não tenho medo, tia. Nunca mais vou ter. – vir-me-ei para trás, dando as costas para ela e sai da cela. A verdade era que as palavras dela me preocuparam bastante. Eu tinha que voltar imediatamente para perto de meu filho e de Edward. Tinha que proteger toda a família Cullen e ficar de olhos abertos. Mal percebi e eu já estava correndo, descendo os sete lances de escada e subindo no navio Imperial novamente. Eu não iria ficar mais um dia, a viagem já duraria esse período, e a única coisa que eu queria era ter meu filho seguro em meus braços, junto com Edward.

 [...]

— Bella, amor, estás tão abatida! Aconteceu alguma coisa? – Edward perguntava, enquanto me levava para a cama, deixando minhas roupas espalhadas pelo chão. Os beijos que ele estava me dando fez com que eu esquecesse até de como se respirava.
— Foi a conversa que tive com titia, Edward. Ela me disse algumas coisas preocupantes. Nós precisamos conversar. Precisamos manter seus pais e sua irmã a salvo. Precisamos nos mudar para a residência de verão e mudar de empregados...
— Shhh. – Edward colocou os dedos em meus lábios. – Não pense nisso. Não pense. Eu fique com saudades, amor. Não pode só ser uma boa esposa e me deixar amar-te? – não houve tempo para que eu respondesse, a boca de Edward já estava na minha, e o corpo dele já estava sobre o meu. Eu só sabia que seria uma longa e boa noite. Edward fazia com que minhas preocupações de nada valessem, se eu estivesse entre seus braços, com meu filho debaixo do mesmo teto que eu, nada podia abalar o que sentíamos. Os laços de uma família se enriquecendo, tornando-se inquebráveis.  Fazendo com que o peso da coroa fosse suportável.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Antes de tudo eu queria muito agradecer por todos os reviews de vocês! Hoje eu consegui terminar de responder a todos eles, mas mesmo enquanto não havia respondido, eu sempre os lia, eu não deixava de ler nenhum! Vocês são meu combustivel! Escrevo para vocês amores! Enfim, estamos assim: 106 reviews, 41 leitores, 30 favoritos e 2 recomendações! Não podia estar mais feliz com a minha fic de estréia. Como essa daqui já está quase no final, eu comecei outra, bem diferente dessa, que vocês podem ver nesse link: https://www.fanfiction.com.br/historia/194024/Entre_Todas_As_Escolhas fico esperando comentários lá também, se gostaram ou odiaram... Beijões, espero estar de volta o quanto antes, e não esqueçam, reviews, reviews e reviews, sempre. *-*



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