Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 24
Dezenove, parte I


Notas iniciais do capítulo

Vejam esse link, para melhor descrição do transporte no Brasil, como eu, fracassadamente tentei descrever:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/images/1450_imperio/4152454_imperio308.jpg
Estou aqui novamente. Vocês vão me matar ao ler o final do capítulo, mas vamos lá. Eu estou com um escudo que me protege das balas, das facadas, de moveis, e objetos pontiagudos. (: Boa leitura!



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Bella PDV

A viagem para o Brasil não demorou tanto. Quinze dias de “barco” foram necessários para que parássemos na costa do Rio de Janeiro. Digo barco, porque eu não sabia o nome daquelas embarcações em especiais. Naquela noite em que nomeei a Condessa de Helfer como minha dama de companhia, Rose e eu corremos para o quarto da Alice, e discutimos milhares e milhares de modelos de camisolas para que ela usasse, se Emmet realmente fosse pedi-la em casamento. Rosalie ficou meio aborrecida, porque Alice e eu mantínhamos conversas um tanto inadequadas para Rosalie, por hora.

De fato, o que D. Pedro havia dito-me, sobre levar roupas leves, era verdade, pois logo que ancoramos, percebi que o clima da manhã era bem quente. Na tarde anterior, eu havia me trocado, colocando o mesmo vestido branco cerimonial, minha coroa de visitas, de esmeraldas; minhas meias 7/8, espartilho (claro que mais afrouxados), um colar de esmeraldas, um anel na mão direita, uma pulseira na esquerda, que seguiam a mesma linha da coroa. Luvas de renda brancas, ¾, com oito botões adornavam-me os braços. Meu cabelo estava preso no alto de minha cabeça, num coque trançado. Uma maquiagem leve apenas retocava minha beleza sutil, como Alice me dissera.

Edward vestia o traje militar azul-marinho, com todas as abotoaduras e medalhas, a calça cor creme e as botas de couro pretas. O cabelo estava levemente bagunçado, arrumado com gel, os olhos dele brilhavam, como as esmeraldas em minha cabeça. O sorriso que fazia meu coração desfalecer, quando me estendeu a mão para que descêssemos a rampa que levava em direção a recepção preparada para nós.

Havia um tapete vermelho estendido até a entrada do que parecia uma prefeitura, pequeno; eu pensei primeiro, olhando para a construção. Depois, percebi que era ela bem ornamentada, bem como os castelos em Swan. Forcei-me a sorrir, dando passo depois de passo, com Edward ao meu lado esquerdo, segurando-me. A verdade era que eu tinha certe dificuldade em manter uma boa postura, mas o espartilho não deixava que eu a relaxasse.

A comitiva que viajara nos outros três barcos que acompanharam o que eu estava já havia descido, formando um retângulo em que esperavam. As damas estavam à frente de seus respectivos cavaleiros. A família Imperial acompanhou a mim e a Edward um pouco atrás. Gianna, minha dama de companhia, era a ultima da fila que me seguia. Quando passamos por onde estavam as pessoas da comitiva, elas fizeram mesuras, e logo depois levantaram-se, quando toda a fila da família Imperial havia passado.

O imperador D. Pedro II nos esperava no meio do tapete vermelho, como era costume em todas as recepções. Ao lado dele estava a esposa, a Imperatriz Teresa Cristina. Ela era baixa, tinha cabelos castanhos – que também estavam presos em um coque trançado, ornamentado por uma tiara de Rubis. Ela vestia um vestido cor de creme, que tinha rendas e algumas pregas e pedras preciosas. Bonito, muito bonito; maneei a cabeça, aprovando.

Pelo que haviam me dito, durante a viagem; o Imperador falava inglês, francês, latim, alemão, italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito, provençal, e tupi, além do português, é claro; então eu havia dispensado um tradutor – que de qualquer maneira, só estaria ali de enfeite, pois eu também falava um pouco de português; apesar de ter começado os meus estudos da língua aos quinze anos.  Mas, eu sabia que por cortesia, o Imperador só falaria comigo – e toda a minha corte, claramente – em inglês, mostrando sua

“amabilidade”.

Edward e eu paramos a frente deles, cumprimentei Pedro de Alcântara com a cabeça, inclinando-a um pouco para frente. Ele sorriu para mim. Olhei para Edward, parado ao meu lado. Ele também sorriu para mim. Voltando minha atenção ao Imperador, eu fiz uma pequena mesura para cumprimentar a esposa dele, Teresa, que retribuiu o gesto. Depois, Edward acenou com a cabeça para o Imperador, que também retribuiu.

— Estou contente em conhecê-la pessoalmente, senhora Cullen. – Pedro começou dizendo para mim, em um inglês fluente. Sorrindo para ele, eu respondi:

— Igualmente, senhor. Espero que possamos reavivar os laços que nossos pais deixaram desatar.

— É isto que minha esposa e eu esperamos; agora, senhora Cullen, espero que possa acompanhar-me para uma recepção, onde minha corte espera a ti e a teu marido. – Pedro me ofereceu o braço direito, a mão enluvada estava esticada em minha direção. Olhei para Edward, meio que dizendo “faça o mesmo com a Imperatriz”. E, graças a Deus, ele entendeu-me; eu mal havia terminado de aceitar o braço de Pedro, quando a Imperatriz já aceitara o de Edward. Eu seguia na ponta esquerda, ao lado de Pedro. Em seguida, estava a Imperatriz Teresa Cristina, e por fim Edward.

 Caminhamos algo como quatro metros até que chegamos à frente do palácio, as portas de madeira, em sua cor original, algo como mogno, foram abertas para nós quatro, por dois empregados, que fizeram mesuras.

Por dentro, o palácio era bem decorado. Empregadas andavam devidamente uniformizadas, de um lado ao outro, sinal de que alguma coisa estava acontecendo. O salão de baile, para onde estávamos seguindo, e após entrando, era bem ornamentado, haviam cadeiras fazendo todo o contorno oval, para que as damas e cavalheiros se sentassem. A corte de D. Pedro estava ali, as damas com seus melhores vestidos e jóias, os senhores exibindo medalhas e outras condecorações.

A música que tocava no ambiente era uma valsa lenta, e alguns casais dançavam; mas tudo parou, quando nós quatro demos dois passos para entrar no salão, pelas portas abertas. Os cavaleiros e as damas que estavam virados de costas para nós rapidamente mudaram de posição. Os músicos se levantaram de onde estavam tocando, segurando seus instrumentos ao lado dos corpos, e seguiram o resto dos nobres, fazendo mesuras.

— Senhora Cullen, como tu és minha convidada, abdico de meu direito de autorizar que eles se levantem. Quem deve fazê-lo és tu.

— Agradeço a confiança. – disse e assenti, fazendo com que os nobres se levantassem.

— Agora, se quiseres me acompanhar, convido a ti, e teu marido, para que dancem a valsa de abertura, para depois almoçarmos. A senhora me concederia a honra de uma dança? – ele perguntou, pegando minha mão direita.

— Seria um prazer. – assenti para ele, enquanto conduzia-me para o centro do salão. Ao lado de Pedro, Edward fazia o mesmo com a Imperatriz Teresa Cristina.

A valsa que começou a tocar era mais ritmada que a anterior, e mais bonita também. Acredito que deveria ser uma ordem de D. Pedro. Afinal, eu podia jurar que não era todos os dias que uma Imperatriz reinante, como havia apenas duas ou três, pelo que eu sabia, no mundo, se contentava em ir a um lugar como o Brasil. Quero dizer, não que o país não fosse bonito, e também não era porque era apenas uma colônia; mas eles ainda mantinham escravos. Quase 3 séculos de escravidão!

Ignorei os pensamentos na minha cabeça. Eu não deveria me preocupar com essas coisas, não era meu Império, e pelo que eu sabia, o Império de D. Pedro tinha passado por um grande período de turbulências – parecia bom, quero dizer, D. Pedro como governante ter conseguido manter um Império inteiro, depois de todas essas coisas. 

A valsa acabou antes que eu me desse conta. D. Pedro parou de girar durante a música, e só então eu percebi como estivera tão absorta. Ele me deu um sorrisinho, era óbvio que nenhuma Imperatriz reinante tinha estado com ele antes, porque ele me tratava com muita cortesia; não parecia acostumado a ideia de que uma mulher podia ter os mesmos poderes do que ele, um homem.

Eu parei, quando os músicos finalmente pararam de tocar, ao perceber que o Imperador deles tinha parado junto comigo. Edward também parou de dançar com a Imperatriz Teresa Cristina, e parecia bem mais contente do que eu. Essas visitas chegavam a ser entediantes. Tinha todo um protocolo a ser seguido, todas as cortesias, todas as afirmações tinham que ser feitas de acordo que não magoassem o governante do país que você estava visitando, e todas as coisas desse tipo.

O imperador me conduziu gentilmente para a mesa, apenas com o braço estendido para mim. Um empregado puxou a cadeira para que eu me sentasse. As mesas estavam montadas de acordo com o cerimonial inglês – e eu agradeci por isso. Ao menos uma coisa o nosso Império tinha em comum, o cerimonial era o mesmo. D. Pedro se sentou na ponta da mesa, eu estava ao seu lado esquerdo. Teresa Cristina sentou-se na outra ponta, com Edward ao seu lado direito. Assim, as damas e cavalheiros foram sentando-se, alternadamente, uma pessoa de meu Império, uma do D. Pedro.

Ele fez um brinde ao meu Império, e disse que era uma honra que eu o visitasse em uma de suas humildes colônias. Eu segurei uma risada, humilde. Era claro que ele achava que eu era uma riquinha fútil qualquer. Uma dama qualquer que odiaria estar naquele lugar. Mas eu adoraria descobrir o que havia por trás de todas aquelas paredes bem enfeitadas, gostaria de ver como era o Brasil, gostaria de conhecer toda a população e seus costumes. Afinal, como mamãe sempre me dissera, aprender não ocupa espaço, e eu estava disposta a isso. Talvez, se eu entendesse a realidade deles, poderia entender o porquê de serem revolucionários e quererem a Independência, como eu sabia que queriam. Os boatos circulavam rápido, ainda mais quando você tem poderes... mas eu não podia. Não sendo a Imperatriz reinante de Swan. Não sendo a primeira dama que tinha um Império a zelar; não sendo uma nobre, que tinha deveres nobres, que tinha que falar bem, comer bem, se vestir bem, ter sempre uma resposta, nunca errar, tomar decisões o tempo todo. Não sendo eu.

Depois do almoço, o anfitrião nos convidou para dar uma volta pelo parque da cidade. Rio de Janeiro era isso que haviam me dito?

Nós saímos da “prefeitura” pelas mesmas portas de madeira cor de mogno. Poucas pessoas foram conosco.  A Imperatriz Teresa Cristina disse que preferia ficar no palácio a se juntar com, palavras dela, “aquele tipo de gentinha”. No início eu não tinha entendido direito o que ela quisera dizer com “gentinha”, mas depois entendi, assim que chegamos ao centro da cidade, onde havia uma praça, pequenas vendas, bares, e muitas árvores.   

As pessoas consideradas ricas, e que com certeza tinha algum título de nobreza, estavam dentro de “cabanas”, que eram suspensas por dois “pilares” de madeiras. Pelo que pude perceber, ninguém, a não ser os escravos, as pessoas menos favorecidas, como comerciantes e aqueles que não gostavam de ostentar riqueza, andavam a pé. Nós também; é claro. Eu insistira para que fizéssemos o passeio a pé, apesar de D. Pedro ter-nos dito que seria um risco. Mas eu nunca me preocupara muito com isso. Mais um risco na minha vida era pouco.

D. Pedro caminhava com uma bengala, que parecia ser feita de madeira, e ouro. Era bem bonita, e feita especialmente para ele. Edward estava ao meu lado, enquanto eu conversava com D. Pedro sobre coisas banais. Tempo, interesses, monarquia, como os tempos haviam mudado e coisas do gênero.

Havia jornaleiros vendendo jornais na rua, pequenos grupinhos de pessoas. Senhoritas andavam com sombrinhas, numa tentativa de cobrir-se do sol. Algumas escravas seguiam os patrões de cabeça baixa, e muitos deles eram mal vestidos. Eu não me importava com isso. Talvez eles fossem mais felizes do que eu. Apenas talvez...

Havia uma delegacia ao lado da tipografia. Crianças brincavam em volta de uma árvore que estava no centro da praça. Ao contrário dos habitantes de Swan, que eram sempre muito preocupados com as regras do Império e no que dizia respeito a toda realeza, percebi que no Brasil, as pessoas eram mais despreocupadas com esse tipo de coisa. Nenhuma delas morria de medo de D. Pedro II, nem se preocupava em fazer mesuras quando ele passava, e, por um momento, eu me sentia com Isabella novamente. O peso da coroa em minha cabeça... eu não conseguia senti-lo.

As crianças caminharam até nós, eram duas meninas e um menino, vestidos como súditos. A menina que estava na frente, com os dois a seguindo atrás, mas tímidos, estava com uma flor na mão. Era uma rosa vermelha. Parei de andar, observando a garotinha. Minha irmã. Foi a primeira coisa que pensei. Como eu queria que ela também pudesse fazer isso. Como eu queria.  

Pisquei duas vezes. A garotinha com a rosa estava na minha frente, estendendo-a para mim. Ao fundo eu ouvia Edward, Pedro, e mais um monte de gente falando comigo, mas naquela singela cena, aquele sorriso da garotinha... era a única coisa que eu conseguia processar. Peguei a rosa das mãozinhas dela e cheirei-a. Tinha um perfume que eu nunca havia sentido antes, era tão gostoso... Retribui o sorriso da menina, e puxei-a para perto, abraçando-a. Seria uma atitude considerada boa de minha parte, a não ser pelo fato de que, para as outras pessoas, ela era filha de um escravo, e consequentemente uma escrava.

A mãe da garotinha, quando percebeu o que a menina havia feito, saiu por um segundo da posição que ocupava, e pegou a filha no colo. Aquele foi tempo suficiente para que o patrão a repreendesse. A ela e a filha. Olhei para Pedro. Ele nem se moveu.

O senhor andou em direção a escrava, o olhar severo. Fez uma mesura para o Imperador e tratou e dar uma bronca na mãe.

— Como pode deixar? – eu levantei-me, olhando para D. Pedro. – Não quero que isso atrapalhe de forma alguma nossas relações publicas, mas como pode aceitar que um gesto tão nobre seja repreendido de tal forma pelos senhores deles? – estendi a mão para a escrava mais velha, que estava encolhida.

— Não posso interferir no modo como esses senhores tratam a mercadoria deles. – o Imperador deu de ombros. Eu dei uma olhadela que esperava ser incrédula. – Ele tem direito, a obediência é um ato de muito valor aqui. E ela deve obediência ao seu senhor, e não a ti, mesmo sendo tu uma Imperatriz. Até a menor deve obediência, porque é o senhor da mãe dela.

— Se não vais interferir, senhor, eu mesma vou, se não se importa. EI, SENHOR! – eu disse em direção ao homem, com a esposa ao lado e as duas escravas. Ele se virou em minha direção, eu esperava que ele falasse inglês.

— Sim, senhora? – respondeu-me com indiferença.

— Como podes tratar de maneira tão horrível – eu engasguei, para não usar palavras de baixo calão – um gesto tão bonito como o da menina? – o homem deu uma risada para mim.

— O que achas que deverias esperar, senhora? – o homem perguntou para mim, sem se importar com o tom de voz que eu havia usado.

— Acredito que deverias dar algum tipo de agradecimento, ou qualquer coisa que chamem aqui, o ato da filha de sua escrava tem muito valor. Acho que deverias agradecê-la. Não ser rude, como foste. – o homem riu. A esposa dele, claramente sem entender nada, achou inapropriado o modo como eu falava com o marido dela, porque pegou a bacia de uma escrava que passava ao lado dela, e que estava cheia de água, e despejou em cima de mim. Eu estava encharcada. Em meio segundo, Edward e D. Pedro estavam do meu lado.

Edward passou os braços em volta da minha cintura, amparando-me, antes que eu caísse. O homem a minha frente riu, debochadamente da cena. Eu bufei. O Imperador, sabendo que se não interferisse eu nunca mais voltaria a pisar em solo Brasileiro ou Português, apressou-se em minha defesa.

— Sabes quem é ela? – ele disse para a mulher que havia me tacado água. Nenhuma resposta. -  E tu senhor. Sabes quem é a mulher que tua esposa molhou?

— Não, vossa Majestade. – o homem respondeu em inglês.

— Ela é uma convidada minha. Além disto, governa o Império mais poderoso do mundo todo. Se ela quisesse, garanto-lhe eu, poderia estalar os dedos e o senhor estaria com uma bala no teu peito, neste exato momento, quando não morto. Sugiro que tu leves a sério o que ela diz. Além de que, esta senhora já leu mais livros do que o senhor já viu em tua vida inteira. Além de Imperatriz, ela tem muito mais sabedoria do que tu.

— Perdão Vossa Majestade. – homem ajoelhou-se em frente ao Imperador.

— Não é a mim que deves isso. – ele respondeu simplesmente, a posse de monarca.

— Perdoe-me, vossa Majestade. A mim e a minha esposa, perdoe minha atitude.

— Mandarei alguém a tua fazenda amanhã, para certificar-me que nada foi feito com tua escrava, ou com qualquer outro. – disse o Imperador – Tenho certeza que minha convidada não gostaria que eu tivesse que resolver esta situação usando de força política, não é mesmo. – eu assenti. O homem ajoelhado parecia apavorado. Toda a pose e pompa haviam desaparecido.

— Obrigada, Pedro. – eu retomei minha posse de Imperatriz, com Edward ao meu lado, com a mão em minhas costas só por precaução. – Podes ir. – eu fiz um gesto de desdém com a mão.

Ao virar-se para mim novamente, e nós três começarmos a fazer o caminho de volta para a prefeitura, D. Pedro parecia em choque.

— Como consegue controlá-la, senhor Cullen?

— Não tenho muitas dificuldades, senhor, mas acredito que uma coisa que nunca conseguirei mudar na personalidade de minha esposa é que ela odeia injustiças. Sabe, em nosso Império, as leis se fazem conforme as regras dela, e nunca, desde que Maria Teresa, a primeira Imperatriz de Swan, houve abuso de poder. Todas as Imperatrizes agiram conforme as leis. Simplesmente não posso contê-la quando está fazendo algo certo. Sei que nosso Império passou por muitas guerras, alguns períodos obscuros, nos 10 anos iniciais, mas depois disto, nenhum súdito, pássaro ou animal foi tratado de maneira indigna. Não houve nenhum escravo depois desses 10 anos. Todos são trabalhadores. Sugiro que faça o mesmo com teu Império, ou nos tempos de hoje, ele não aguentará.

— Minha filha Isabel é a favor da abolição da escravatura, e acredite, até eu, mas, como podes ver Isabella, não é muito fácil que eu convença os fazendeiros a isso. Eles não enxergam outra forma de enriquecer, senão esta. – entramos novamente na prefeitura. – Lamento pelo ocorrido de hoje, Isabella. Agora que sei de tuas convicções, farei para que nunca ocorra algo como hoje. Uma empregada vai mostrar a vós o lugar de descanso. – ele saiu por uma porta lateral.

— Apreciei tua atitude a cada segundo, Bella. – Edward disse para mim, os olhos verdes brilhando, o cabelo mais lindo desde que eu notara anteriormente.

A empregada apareceu pouco depois. Eu perguntei para ela onde ficava a biblioteca, depois que descobrimos que ficaríamos no quarto Roxo. Pacientemente, ela caminhou comigo e Edward até a biblioteca. E deixou-nos em seguida.

O meu único plano era ler um livro e ficar a sós com Edward, mas parecia que o destino adorava pregar-nos peças.

Quando fechamos as portas da biblioteca, não estávamos mais sozinhos.

Edward colocou-me protetoramente atrás dele, enquanto segurava a espada, apontada na direção de nosso inimigo.

A única coisa que ele teve que fazer foi dar dois passos em nossa direção para que eu já mentalizasse um feitiço de defesa, se ele fizesse alguma coisa...

Achei que tivesses sentido saudades, querida.

EU JAMAIS SENTIRIAS SAUDADES DE TI. ENTÃO ERA PRA TI QUE AS CARTAS ERAM MANDADAS. PLANO MUITO BEM ARTICULADO, SENHOR. MAS EU NUNCA DEIXAREI QUE TENHA O QUE QUERES.

Desde quando sabes o que quero?

— QUERES MEU IMPÉRIO – gritei para ele.

Errado. A única coisa que sempre desejei em minha vida foi tu, Isabella. E ainda desejo, e não me importo que sejas uma mercadoria danificada.

NUNCA VAI TER O QUE QUERES.- respondi rispida.

Veremos – e no segundo seguinte, a espada de Edward havia voado da mão dele, desaparecendo. Rapidamente o agressor o pegou com um punhal, segurando-o em frente ao corpo, com a faca no pescoço de Edward.

E pensar que aquele homem fazia parte do meu Império. Respirei fundo, antes de avançar. Avançar em direção, ao que eu sabia, ser o demônio e a infelicidade, em pessoa.


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Notas finais do capítulo

Hey everyone! Gostaram do capítulo? Não falei que iam querer me matar? Boas festas a vocês! Manerem no peru, okay? Algum palpite de que seja o "ele" do final do capítulo? Deixem suas opiniões registradas! Ah, sim, só pra contar, esse capítulo se passa no dia 10 de novembro de 1860, é um sábado. Ou seja, pelas contas que eu fiz - e espero não estar errada - faria exatamente 50 dias que a Bella está grávida. (; Mereço reviews? Beijinhos, Lena. E agora sim! Feliz Natal e Prospero Ano Novo! Nos vemos daqui um tempinho. Viagem com segurança (:



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