Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 19
Quinze


Notas iniciais do capítulo

Eu aqui de novo gente! Só estava esperando a manutenção do Nyah acabar e escrevendo as ultimas frase do capítulo para postar pra vocês! Boa leitura, não deixem de ler as notas finais!



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Bella PDV

Como na maioria dos dias do ano, em Swan, a temperatura estava bem baixa, e o sol não havia saído, quando acordei.

Edward ainda dormia, por isso, fechei as cortinas do quarto, levantei-me e vesti o peignoir de cetim branco, com rendas e segui para o banheiro.

Lavei o rosto, e voltei ao quarto, vesti a crinolina, duas ou três anágua por cima, e o vestido verde claro. Entreabri a porta do quarto, procurando por alguma empregada, que pudesse fechar meu vestido, mas não encontrei nenhuma. Chamei um guarda, e pedi para que encontrasse a Duquesa Rosalie e pedisse para que ela viesse ao quarto. Uma batida tímida me sobressaltou da cadeira onde havia sentada, com um livro nas mãos, esperando que ela chegasse.

Abri a porta, Rosalie entrou e começou a fechar meu vestido, ajeitou a barra, pegou as meias 7/8 e deu-as pra mim, depois que as vesti Rosalie arrumou as luvas brancas, os sapatos e prendeu meu cabelo. Por fim, pegou uma echarpe de pele branca, e entregou-me.

Sai do quarto primeiro, sendo seguida pela Duquesa, que ia ao meu lado, um pouco mais atrás. Chegamos ao salão Dourado, onde empregadas trabalhavam atarefadamente. Pedi a uma delas que falasse a um cocheiro para preparar a carruagem, pois eu iria sair com a Duquesa, em poucos quinze minutos, o cocheiro apareceu e guiou-nos até ela.

Subimos na carruagem, e sentamo-nos, esperando que o cocheiro tomasse seu lugar.

— Bella – disse Rosalie – para onde exatamente estamos indo?

— Vou à escola de moças, Rosalie. Quero escolher mais algumas moças para trabalharem aqui. Se me recordo, a ultima vez que mamãe fez isso foi quando eu tinha sete anos.

— Faz bem, Majestade. Creio que vai deixar as mais velhas descansarem? –  eu assenti, a carruagem começou a se mover, passamos pelos portões do castelo e seguimos pela estrada para a escola.

— Bem Rosalie, me conte um pouco mais sobre a escola. – eu pedi.

— A escola tem dois andares. O andar superior é para as damas nobres, que poderão servi-lhe indiretamente, trabalhando no castelo, e o andar inferior é para as moças mais, ahn, humildes, que ocuparão os lugares das empregadas mais velhas. Lá, essas moças aprendem a costurar, aprendem línguas, vestuário, protocolo, entre outras coisas. Basicamente, as nobres aprendem tudo o que eu sei, e as empregadas aprendem as funções mais básicas, e também estão preparadas para servi-lhe de alguma forma.

Olhei pela janela pensando o quão inútil eram essas divisões, mas, eu não podia mudar uma coisa sozinha, mesmo sendo a Imperatriz. Se esse era meu mundo desde pequena, por que eu nunca me contentava com ele?

— Bella? – eu escutei Rosalie perguntando, apertando meu ombro levemente.

— Sim? – eu me virei na direção dela.

— Chegamos.

— Obrigada, Rosalie. Eu quero começar pelo andar de cima da escola, e não quero que ninguém saiba que eu vou estar ali. Quero completa e total desinformação de tutoras, preceptores, e de alunas, claro.

— Sim, Bella. – o cocheiro abriu a porta da carruagem e estendeu a mão. Deixei Rosalie descer primeiro e depois desci, olhando ao redor. O prédio era realmente grande, os dois andares deviam ter, cada um, pelo menos sete metros de altura. Ele estava decorado com flores, havia sacadas com grades em preto, era perfeito.

 Rosalie e eu subimos as escadas, e ela se dirigiu a primeira sala, que ela me disse ser a das moças mais velhas do segundo andar, e abriu a porta. Eu estava atrás da parede, esperando.

— Em que posso ajudar? – perguntou a voz polida da tutora.

— Olá senhora MacDougal. Lembra-se de mim, sou Rosalie Hale.

— Oh, sim. A jovem senhorita, que agora é dama de companhia de Vossa Majestade. – Rosalie deu um sorriso. Olhei rapidamente classe adentro, deveriam ter entre vinte e vinte e cinco carteiras enfileiradas de cinco em cinco. – Meninas, - voltou-se a tutora para a sala – essa é a Duquesa Rosalie, primeira dama de companhia de Vossa Majestade. Mas, então, diga-me, Rosalie, a quê devo a honra? – sai detrás da parede, e dei alguns passos, entrando pela porta de madeira para a classe. As senhoritas, incluindo a tutora, arfaram em choque, e muitas ficaram sem saber o que fazer. A tutora fez uma mensura, e disse para as meninas fazerem o mesmo, do modo que haviam treinado. Ah, me poupe! Treinado?

Então, todas elas, com os vestidos azuis claros e armados, com um broche da instituição, levantaram-se das carteiras, dando um passinho para o lado direito, e fazendo mensuras. Exceto uma delas.

A jovem moça que estava na segunda linha da terceira fileira havia ido para o lado esquerdo, mas ainda assim, fitava o chão.

Andei em direção a tutora e ergui a mão. Ela a pegou e beijou, dei um sorriso para ela e segui em direção a jovem moça.

— Levante-se, por favor. – eu disse a ela. A garota olhou para cima, e esperou por um momento, vendo se eu estava mesmo falando com ela. Por fim, assentindo para si mesma, levantou-se esperando. – Por favor, senhora MacDougal, leva as outras alunas para um passeio pelo pátio, ou continue sua aula lá. Eu gostaria de falar um pouco com a senhorita. E, ah, sim, não façam alarde. – não olhei para ela, mas todas as damas se levantaram e começaram a sair, uma a uma pela porta, atrás da tutora. – Rosalie. – ela fechou a porta e veio para o meu lado.

— Sim, Majestade? – ela perguntou, parando ao meu lado.

— Gostaria de ter uma ajudante? – ela engoliu em seco.

— Bem, Majestade, seria de grande ajuda, mas não creio que precise tanto assim. Suas tarefas são simples, e me alegra fazê-las. Tenho toda a ajuda que necessito.

— Rosalie, sendo assim, vou ser franca. Tu trabalhas muito para mim, senhorita. Acredito que quando for visitar outros impérios e reinos, que vá precisar de ajuda, e, portanto, escolherei duas aprendizes. Elas ficarão conosco por algum tempo, aprendendo com tu, e sei que tens experiência, então, depois deste tempo, dirá a mim quem tu achas que serve para ajudar-lhe nos deveres imperiais. – Rosalie assentiu. Eu ouvi a garota que estava a minha frente engolir em seco, parecia tremer.

— Alegra-me tua decisão. – disse Rosalie fazendo uma pequena mensura.

— Sentemo-nos – eu disse, mais para a garota do que para Rosalie, a primeira parecia suar frio. Rosalie afastou a cadeira atrás de mim e me sentei, foi sentar-se numa cadeira ao meu lado e então aguardamos a garota se sentar. Eu sorri e cruzei as mãos no colo. – Então, podes dizer-nos qual é o teu nome? – a moça engoliu em seco novamente, apertou as mãos no colo.

— Meu nome é Gianna, Majestade. Condessa de Helfer, filha de Nicholas I.

— Conheço Nicholas. – muito vagamente, acrescentei em minha mente. Pelo que soubera, por uma carta, quando ainda era uma princesa, Nicholas tinha, pelas contas que eu fizera, 39 anos; e era casado com a Viscondessa Lúcia de Reame, e, claro, agora Marquesa de Helfer. Gianna era muito parecida com o pai. Tinha cabelos castanhos claros, com mechas, que ao sol, pareciam vermelhas e olhos claros, herdados da mãe. – Está interessada em trabalhar no palácio Imperial? – eu suspirei.

— Majestade! – ela disse, exasperando-se um pouco, retomou a compostura e continuou – Mas seria um grande Honra, Majestade Imperial. Eu ficaria muito honrada, se vossa Majestade permitisse.

 — Pois bem. Amanhã uma carruagem estará aqui para buscá-la ao final do seu período de estudo. Por favor, Rosalie, providencie isso, sim? – Rosalie assentiu ao meu lado. – Quantos anos tem, Condessa?

— Tenho 17 anos, Majestade.

— O que sabe fazer?

— Sei cavalgar, costurar, cantar, tocar piano, valsar, sei todo o protocolo, as honrarias de vosso Império; o hino de vossa Mãe, Deus salve a Imperatriz em seus refúgios, sei línguas, isso inclui o Inglês, Francês, Alemão, Português e Croata.

— Sabes que no Império é proibido falar Croata, não sabes? – arqueei a sobrancelha.

— Sim, Majestade. Apenas citei a língua, não vou usá-la.

— Que mais sabes?

— Sei ler, escrever, tocar flauta, e dançar balé; apesar de meu senhor pai achar que era inútil.

— Como deves saber, Gianna, eu também danço balé, e seria interessante ter uma parceira de baile. – ela esboçou um sorriso. – Que vestidos tem?

— Tenho 24 diferentes, Vossa Majestade. – ela arqueou a cabeça para frente, levemente.

— De que tipos são?

— Tenho três diferentes para bailes, um é azul claro, outro é verde claro, e o outro é amarelo claro. Os outros vinte e um são bem diferenciados, todos para o dia a dia.

— Bem, vais ter que ter pelo menos 50, se for fazer parte da corte Imperial. Quem se torna uma dama de companhia, Gianna, quero deixar isso bem claro, porque depois de coroada dama imperial, não há volta, passa a fazer parte da família Imperial, com uma melhor amiga da Imperatriz. – um sorriso foi esboçado pela moça.

— Sentir-me-ia honrada, Majestade.

Rosalie e eu ficamos por mais meia hora na escola, nos despedimos das moças e das tutoras e voltamos para o castelo, eu tinha uma coisa importante a fazer. Dispensei Rosalie e caminhei até meu gabinete, que ficava ao lado oposto da biblioteca, entrei, sentei-me na cadeira, atrás da escrivaninha.

Peguei uma folha de papel, molhei a pena no tinteiro e comecei:

“ Segunda, 01 de outubro de 1860.

Querido D. Pedro II,

Quanto tempo faz que não nos falamos! Nossos Impérios têm estado tão distantes, e ao mesmo tempo tão perto. Portugal é aqui ao lado e a família real reside em uma de suas colônias, o Brasil. Bem, acho que a noticia já deve ter chego ai; como bem deve saber, Renée Dywer foi morta junto com Thalis, por Lorde Casmir, que já foi, também, morto e por isso, assumi o trono Imperial como a primeira herdeira.

Supondo que devêssemos reafirmar as alianças que foram criadas ainda no século passado, por isso, se não for problema, gostaria de levar parte de minha comitiva ao Brasil.

Os rumores de que a pequena Princesa Isabel irá governar deixam-me animada, já ouvi falar muito dela, e espero que possamos nos conhecer melhor. Com cortesia,

Isabella Cullen.”

Dobrei a folha ao meio, depois que a tinta secou, coloquei a carta num envelope, peguei a cera vermelha derretida com uma espécie de pequena colherzinha e despejei na ponta em que o envelope era fechado, e apertei o molde do selo Imperial encima, esperando que secasse. Peguei o sininho, que se encontrava do lado direito da mesa e agitei-o. As portas do lado direito do gabinete foram abertas, e uma dama – que eu não me lembrava conhecer – fez uma mensura, parando a alguns metros de mim.

— Se encarregue que essa carta chegue às mãos do Senhor Dom Pedro II. Mande um mensageiro Imperial no próximo barco que for pra o Brasil, de nosso porto. – eu estendi a mão por cima da mesa, segurando a carta. A senhora levantou-se, caminhou mais alguns metros, fez outra mensura, pegou a carta, reverenciou-me de novo e esperou. Tive vontade de revirar os olhos, mas não o fiz. – Pode ir. – assim, a senhora andou para trás, sem virar as costas para mim, quando chegou mais perto das portas, fez outra mensura e saiu por onde havia entrado.

Observei o gabinete, quando eu era pequena, vivia aqui com mamãe, enquanto ela discutia assuntos de Estado. Isto é, enquanto as tutoras, preceptoras, modistas, professoras de etiqueta, de dicção, de equitação, de arco e flecha, e de música e canto não estavam comigo.

Lembro-me de certa vez, que eu saí correndo do gabinete para os jardins Imperiais, fiquei muito amiga do jardineiro, mas quase sempre, destruía algumas coisas, e ele tinha que fazer tudo novamente. Eu adorava escalar arvores, mas as professoras sempre ficavam bravas comigo e esse hábito foi abolido quando comecei a tocar piano, por volta dos seis anos de idade.  

Sorri, esperando pela dor, que já era familiar, em meu coração, mas ela não veio. Talvez eu estivesse me recuperando aos poucos; as coisas pareciam estar dando certo. Eu tinha amigos, o homem que eu amava estava ao meu lado, eu tinha ganho uma nova irmã, a baixinha serelepe que parecia uma fada – Alice, eu ri – tinha uma irmã saudável, minha Tia não estava mais me importunando e todos ao meu redor pareciam felizes. Era exatamente isso que me mantinha forte. Todos a minha volta felizes, incluindo o povo – que, de acordo com o que todos pensavam deveriam estar sentados a minha esquerda; mas, ao contrário, eles dividiam lugar com os nobres, ao meu lado direito. Eu ri novamente com esse pensamento. Se eu contasse a alguém, iriam pensar que eu estava me tornando uma liberal, o que não seria nada bom para as relações públicas e... Alguém pigarreou, interrompendo minha linha de raciocínio.

Olhei para cima – enxergando Felipe parado rente a minha mesa – imediatamente, toda a calma que eu estava sentindo se esvaiu; não pelo fato de Felipe estar em minha frente, mas, por saber, que ele era facilmente manipulado por minha tia ardilosa. Desde que Thalis havia trazido a irmã para morar no palácio – como era de praxe – ela nunca havia me tratado bem, nunca mesmo. Arqueei a sobrancelha, esperando que ele dissesse alguma coisa, mas ele continuou na mesma posição.

— Bella eu só vim te avisar que minha mãe está preparando uma coisa terrível. – me levantei com as mãos na mesa. Era verdade que titia nunca simpatizara muito comigo, mas, ainda assim, eu a amava.

— Como pode fazer uma acusação tão terrível contra a própria mãe, primo?

— Simples Bella. Encontrei uma carta agora pouco, que parecia ser escrita por Mike Newton dizendo que tudo já havia sido planejado, pelo que pude entender, dizem alguma coisa sobre o Brasil, quero dizer, não sobre o Império de Portugal, nem sobre sua colônia, mas sobre alguém, provavelmente de nosso Império, que está no Brasil – e que, pelas palavras contidas na carta, não gosta nem um pouco de ti. As palavras são tomadas pelo ódio, prima.

— Felipe, vamos pensar no que fazer, sim. Além disso, ninguém, que tenha um pouco de discernimento, claro, ousaria atacar-nos. Deves saber, sendo homem, que temos um exercito numeroso, maior do que qualquer outro da Europa, também temos os melhores homens. – eu ponderei.

— Sei disto prima. Mas a possibilidade me preocupa, deves saber disto. Sei, também, que não... – ele pausou, hesitante.

— Sim primo?

— Sei que não retribui o amor que sinto por ti, mas não é por isso que ficaria contra ti, prima. Crescemos juntos, mas temos caminhos tão diferentes.

— Não é por isso que seremos inimigos. Primo, eu te admiro muito, deves saber, porque teu pai morreu na guerra, lutando ao lado de meu pai e, no entanto tu foste forte o suficiente para não chorar duas mortes. Sei que deves dar golpes maravilhosos com a espada e sei também, que é um dos supervisores do exército Imperial, o que me agrada muito. – eu sorri. – é bom saber com quem contar em momentos como estes. Eu te amo primo, apesar do que me disse. Eu te amo como um bom e mais velho irmão, que eu não tive. – eu o abracei. – Eu te amo como nunca havia amada alguém até então. – era verdade. O jeito que amava Edward e toda a família era diferente do jeito que amava Felipe. Como eu dissera, e como ele provara, sempre se preocupou comigo, antes de ter me casado e na época em que papai ainda estava vivo para cuidar de minha educação. Enquanto Edward rondava o palácio, Felipe me ajudava nas lições de etiqueta e dança... havia tempos em que dançávamos várias valsas sem que ninguém soubesse, escondidos na floresta (era essa uma das razões para que eu a conhecesse tão bem).

— O que disse? – então eu me arrependera por sempre de não ter parado de falar. Porque parado a poucos metros, estava Edward, observando atentamente cada um de meus movimentos perto de Felipe.


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Notas finais do capítulo

N/A: Como tão as coisas moçada do meu coração? - okay okay, eu estou melosa. Sério, como estão as coisinhas de vocês? Eu andei muito ocupada utimamente e pra não tacarem pedras eu mim, deixe-me explicar. Era pra eu ter postado esse capítulo ontem, mas a minha senhora mãe disse que eu estava viciada no computador e por isso não iria entrar. Então, solução: esperar até hoje a tarde pra postar pra vocês e, sim, eu vou chatagear - em vista que eu possa estar assinando minha própria sentença de morte, quero muitos reviews e alguma recomendações que podem me deixar muito mais animadas. Sejam gentis com a autora aqui - euzinha - afinal, eu não posso escrever para fantasminhas camaradas, certo? Pessoas lindosas do meu coração, meus leitores queridos de plantão, estou errando em alguma coisa, alguém tem alguma sugestão? Eu posso ver se consigo encaixar na estória... (: Beijos e queijos (hahahaa), Lena ♥



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