Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 11
Oito, parte III




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Loucura. Essa era a palavra que definia minhas ultimas horas com Isabella.

Para começar, Mike Newton tentara estuprá-la e se eu não tivesse chego a tempo a honra de Bella estaria acabada.

Então, eu levei-a para o meu quarto e ela pediu ajuda para tirar a roupa e eu concordei. Claro que eu deveria estar sobre o efeito de uma droga – que tinha nome: Isabella Marie Swan.

E depois ela me pediu para dormir com ela – deitar na cama com ela. E como se não bastasse, ela dormiu poucos segundos depois. O mais estranho de tudo era que eu não conseguia dizer não a essa garota. Ela tinha apenas dezoito anos e era aquele mulherão todo e às vezes era tão ingênua.

“Oh, Edward! – ela disse, colocando as mãos sobre o rosto. – Por que é que todos me perseguem? O que vocês homens querem comigo? Por que eu? Já tenho tantos problemas... E agora! Mais um! Já passei por Jacob, por Casmir, e agora, por Mike, que me viu apenas duas horas atrás.”

Eu tive que me controlar para não responder de forma inapropriada para ela. E além do mais, aquele vestido rasgado estava mais bonito nela do que quando estava inteiro – digamos assim.

Acordei cedo, porém Isabella ainda dormia profundamente. A respiração pesada, foi assim que inalei o cheiro que vinha dela. O cabelo tinha cheiro de morango. Um perfume doce e embriagante. Eu acabara de acordar e já estava embriagado por esta garota, oh, Deus, onde isso iria parar? Se já estávamos assim, como seria quando cassássemos?

Claro que eu não me importaria com isso, mas, céus, ela ainda era apenas uma senhorita. Sentei-me na cama, com cuidado para não acordar Isabella. Ajeitei a posição do travesseiro, para que continuasse confortável. Bella se mexeu um pouco, mas ainda dormia.

Calcei as botas de couro, que eram de cano alto, vesti o casaco azul-marinho, fechando, devagar, os botões dourados.

— Lorde Edward? – perguntou a voz que reconheci ser de Rosalie. Eu abri a porta devagar, para que não houvesse ruído.

— Sim? – eu perguntei, colocando a cabeça na parte entreaberta.  Quando Rosalie voltou a falar, parecia preocupada.

— Vossa Majestade não está no quarto dela, Lorde, ela...

— Shh, senhorita. – então eu abri mais a porta e ela enxergou Isabella.

— Ela dormiu com o senhor? – perguntou chocada.

— Não é nada disso, Rosalie – tratei de falar logo. – Isabella desceu a noite em direção a floresta, para passar o tempo, pelo que entendi.

— Ela não estava com o senhor? – eu fiz que não.

— E Mike Newton a estava esperando para dar o bote. Eu não estava conseguindo dormir, quando ouvi ela gritando por mim. Avisei um soldado para que ficasse a posto e fui salvá-la. Então, ela estava muito machucada. O rosto dela está esfolado, e muito vermelho, os lábios cortados e roxos. A pele dela tem muito cortes e hematomas. – dei um soco no ar. – Aquele desgraçado vai apodrecer na cadeia. Enfim, Isabella pediu para dormir aqui e eu deixei. Ela está um pouco melhor, mas deixe-a dormir, tenho certeza que aquele desgraçado a machucou mais do que me foi permitido ver. – passei as mãos no cabelo, nervoso.

— Com licença, Rosalie, Edward. – disse o cara fortão chamado Emmet. – eu gostaria de falar um pouco com a Duquesa, se permitir – ele perguntou para mim, eu assenti. – Duquesa? – perguntou Emmet estendendo a mão para ela. Então os dois saíram juntos.  

Do quarto, Isabella tossiu, duas, três vezes. Eu não podia ficar simplesmente parado, sem saber se ela estava bem. Bati na porta e fui recebido com um “entre”.

— Bella, você está bem? – perguntei para ela, parando longe da cama.

— Estou – ela disse e logo tossiu de novo, colocando a mão na boca. – Edward, sai daqui. – ela me disse.

— Por quê? – eu perguntei para ela, impaciente e nervoso.

— Saia e chame um médico.

— O que você tem Bella?

— Eu estou vomitando sangue. Quando eu tossi... Eu vou poupá-lo dos detalhes, chame um médico, Edward, por favor! – ela não precisou dizer mais nada. Avisei o Lorde de Castela, que ficou preocupado e logo ordenou para chamarem o médico o mais rápido possível.

XXXXXX

Dr. Luís havia demorado mais do que o previsto. Rosalie estava dando assistência a Isabella, que se recusava a receber alguém a não ser o médico. Rosalie levou-a para o quarto e lá estavam elas trancadas a mais de duas horas com o doutor.

A movimentação era grande, Rosalie e mais outras quatro empregadas andavam de um lado para o outro com panos, bacias e algodões. Todas as vezes que traziam coisas limpas alguma outra empregada saia com panos sujos de sangue. E no ritmo que estava indo, eu sabia que Bella já havia perdido muito sangue.

Por obsessão ao que estava acontecendo lá dentro, eu coloquei uma cadeira a frente das portas, para que eu pudesse me sentar e esperar.

O doutor passou três horas e dezessete minutos com Isabella e Rosalie. Assim que ele abriu a porta eu levantei, num salto. A face do senhor de idade estava desconexa. Ele olhava para baixo, segurava a maleta de couro preta na mão esquerda, e com a direita enxugava o suor da testa.

— E então? – eu perguntei.

— Eu não pude fazer muita coisa. – ele respondeu, o medo começou a me assolar. – Isabella precisa de mais cuidados do que eu posso dar. Mas, felizmente, eu consegui fazê-la parar de vomitar sangue, entretanto, ela perdeu muito sangue e eu não sei como o corpo dela vai reagir. Agora é só esperar para que tudo corra bem.

— E o que foi que a fez começar a vomitar sangue? – minhas mãos estavam fechadas em punhos, nos bolsos da calça.

— O quadril dela estava muito roxo, senhor, assim como sua cintura, todo o corpo estava machucado e o corte na cabeça sangrou um pouco. Tome – ele me entregou um vidrinho – faça com que a senhorita tome isso de duas em duas horas, e ela precisa comer bem. Um suco de limão para tomar com o remédio seria interessante, mas, o mais importante, senhor, é que ela coma. O que causou o sangramento foi uma hemorragia interna.

— Eu posso vê-la? – quis saber.

— Senhor, Isabella não se sente num estado favorável. Deixe-a descansar e quando ela estiver dormindo vá vê-la, sim. Nunca faça isso quando ela estiver acordada, ela não pode sofrer o impacto de grandes emoções. – médico fez uma mensura e saiu andando. Desmoronei na cadeira. Era minha culpa. Eu sabia que ela estava mais machucada do que aparentava, mas sendo eu, apenas seu noivo, não podia ter feito mais nada do que fiz.  

Bati na porta e Rosalie entreabriu-a.

— Sim? – ela perguntou. Percebi que o cabelo louro, que antes estava penteado para cima, estava soltando-se e alguns fios estavam grudados na testa.

— Rosalie, eu podia te pedir para dar noticias de Bella. O doutor disse que eu posso vê-la, mas só quando ela estiver dormindo, porque ele disse que ela não pode ter grandes emoções.

— Eu o aviso quando ela estiver dormindo. – ela sorriu para mim e ia fechar a porta, mas eu coloquei a mão na frente, impedindo-a.

— Ele também disse que ela tem que comer e tomar suco de limão de duas em duas horas com esse remédio aqui. – apontei o frasco em minha outra mão. – mas pode deixar que eu cuido disso. Obrigado, desde já, por me manter informado sobre Bella.

— Não há de quê, senhor. – então ela fechou a porta novamente e desta vez não a impedi.

  Desci as escadas e encontrei Charlie parado parto de onde Bella, Rosalie e eu havíamos entrado no dia anterior, as mãos estavam atrás do corpo, cruzadas.

— Você tem cavalos aqui? – eu perguntei.

— Sim, Cullen – ele me respondeu friamente.

— Eu posso pegar um emprestado? Queria cavalgar.

— Faça o que quiser. AMÉLIA! – ele gritou. A empregada apareceu pouco depois, fazendo uma mensura. – O senhor Cullen quer um cavalo para montar. Vá ao estábulo e peça para John colocar a cela no cavalo e trazer aqui para o Cullen.

— Sim, senhor – respondeu a menina e saiu apressada do cômodo para o outro lado da propriedade. 

— Sabe, Cullen, eu não acredito que Mike Newton tenha mesmo tentado estuprar Isabella. Que motivos eu teria para isso? – Charlie olhou para mim.

— Senhor, eu nunca faria mal a Isabella. Ela é a minha razão de viver desde que eu tinha cinco anos e ficava observando-a da escada do palácio. – ele bufou.

— Com licença, senhor – disse outra moça – o cavalo do senhor Cullen está com John.

— Ótimo. Com licença, senhor – eu disse. Já ia saindo por onde a garota desaparecera.

— Edward, me desculpe se estou sendo arrogante – disse Charlie – é só que são muitas coisas para absorver. Você se importa se eu cavalgasse com você? – eu fiz que não com a cabeça – eu não tenho muito com quem conversar.

— Eu vou pedir para arrumarem um cavalo pro senhor.

— Não precisa Edward. O meu cavalo sempre fica pronto. – segui para a porta, onde estava o tal de John  segurando o cavalo.

— Obrigado, John – ele soltou as rédeas e saiu. Montei no cavalo e esperei Charlie montar no dele. – por onde vamos? O senhor conhece melhor a propriedade do que eu.

— Apenas me seguia, Edward.

 Charlie e eu cavalgamos pela propriedade, que era uma fazenda bem grande, por sinal. No caminho de volta, ele começou a conversar.

— Cullen, o que você sente por Isabella? – ele perguntou, puxando as rédeas para a esquerda, para contornarmos o lago pela direita.

— Senhor, não há como explicar. O que sinto por Isabella é muito maior do que eu consigo descrever com palavras. Toda vez que a vejo sinto uma necessidade incontrolável de protegê-la, de fazê-la feliz, de ser tudo o que ela precisa, é um sentimento irrefreável. Não consigo expressar mais do que isso, mas o meu amor por Isabella faria com que eu colocasse o mundo aos seus pés.

— Então tu dizes que a ama? – quis saber ele, e eu assenti, murmurando “aham”. – tu pularias em frente a um tiro que seria para ela?

— Sim, senhor. O mundo sem Isabella não teria sentido, eu não me importo com minha vida, mas que a dela seja salva. – respondi convicto. – Isabella é tudo para mim, nada me faria mais feliz no mundo.

— Fico contente que Isabella estará em boas mãos, a menina já sofreu tanto com a perda da mãe e do pai, com todos nós sofremos pela perda de nossa Imperatriz. – disse Charlie.

XXXXX

Bella PDV

Cinco, quatro, três, dois e... hoje!

Há três eu havia retornado ao palácio e me surpreendi em como as coisas estavam em ordem, Alice, a irmã de Edward, havia tomando conta de tudo, incluindo de meu vestido, que ela mandara fazer, copiando o modelo antigo da mãe de Edward – eu nunca me sentia tão feliz como estava.

Edward ficara o tempo todo preocupado comigo, durante a viagem. E não só nela, é claro. Sendo Edward quando eu estava mal, Rosalie me relatou que passava relatórios para ele, sobre meu estado de saúde, enquanto fiquei de cama. Ela também havia me contado que Emmet confessou estar apaixonado por ela e notei que ela tinha certeza e retribuía o amor. Rosalie estava radiante de felicidade.

E eu também. Alice havia insistido para que eu começasse a me arrumar quatro horas antes. Vestiram em mim o vestido branco. Ele era de mangas compridas, bordadas com pérolas e diamantes. Na cintura havia um laço de cetim branco. Na saia o único enfeite era a barra de renda francesa, igualmente branca. Da faixa de cetim para cima, ele era bordado, igual às mangas.

Alice mexia no meu cabelo, penteando-o, prendendo-o com grampos, ajeitando a coroa de pérolas, que eu mandara fazer, iria usá-la daqui para frente, já que Casmir havia destruído a minha favorita de rubis e diamantes. Ela fizera minha maquiagem, algo muito simples, pois, de acordo com ela era só para valorizar minha beleza. Por ultimo, ela prendeu o véu branco, enquanto eu calçava os sapatos de sempre.

Faltavam dez minutos.

Antes de sair do castelo de Edward, porque de acordo com Rosalie eu não podia voltar ao castelo antes de estar casada – me restou, então, passar os cinco dias no castelo dele – dei uma ultima olhada no espelho. Alice sorria e eu sorri também. Estava perfeito, muito perfeito.

Uma carruagem enfeitada esperava-nos em frente. Charlie estava com seu uniforme militar e sorriu ao me ver, encantado, ele me estendeu a mão para me ajudar a subir o degrau da carruagem.

— Bella! Bella – escutei Alice gritando, quando papai subiu e fechou a porta. – Seu buquê. – ela estendeu-o a Charlie que entregou o buquê de rosas brancas para mim. – Nos vemos lá. – e então aguardamos alguns minutos, até que a carruagem de Alice havia chego.

A multidão que nos esperava nas ruas era enorme. Havia guardas por todas as partes, pessoas gritando Isabella. Eu sorria e acenava, contente por eles gostarem tanto de mim, eu sabia que não merecia tanto amor assim.

O segundo cocheiro abriu a porta da carruagem para nós. Charlie desceu primeiro e esperou com a mão estendida para que eu descesse. Nós andamos lentamente pelo tapete vermelho, até que uma garotinha se colocou na minha frente. Os guardas já iam tirá-la dali, quando eu acenei com a mão e eles se voltaram para a posição anterior.

— Majestade – disse a pequena me estendendo um punhado de margaridas – por favor, disse ela. Eu peguei as flores em minhas mãos e coloquei-as junto com meu buquê. – Como você é linda – disse ela.

— Você é linda, pequena. – então eu notei a mulher atrás dela, abaixada. – Cuide bem dela senhora. – eu disse sorrindo. A mulher deu a mão a pequena e elas saíram do tapete.

Charlie me ofereceu o braço e eu passei o meu pelo dele, segurando o buquê com a mão direita.

E então, as portas brancas se abriram para mim, e o som dos instrumentos foi ouvido por todo o povo.


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Notas finais do capítulo

E então, aqui estou eu novamente... Como havia prometido. E ai, sai ou não sai o casamento da Bella e do Eddie? Próximo capítulo, se tiver muitos reviews, sexta-feira, então, comentem muito, que você faz a autora aqui feliz. Beijinhos, Lena ♥



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