Lies escrita por San Costa


Capítulo 13
Capítulo 14 - Fortalecendo a amizade




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Narradora
As meninas se arrumaram antes que Kauã batesse na porta as chamando, junto com ele estavam Duda e JP.
- Está bem? – Ness perguntou a Duda e ela afirmou com a cabeça sorrindo por ela se preocupar. Luly’s percebeu que o Henri não estava com eles, mas não disse nada.
- Onde esta o Henri? – Bia perguntou também percebendo que ele não estava junto.
- Ele foi na frente. – JP falou e revirou os olhos, censurando o primo por fugir da sua impressão, tudo que ele queria era encontrar a dele, assim ele finalmente esqueceria Duda. Luly’s se sentiu decepcionada ao saber que ele já tinha ido.
O pub estava fervilhando de gente, música alta e muita zoeira. Assim que entraram todos viram que Henri estava quase engolindo uma loira pela boca. Luly’s ofegou tentando não deixar transparecer toda a dor que sentiu, ela não acreditava que estava completamente apaixonada por um carinha que conheceu no dia anterior e pior ainda não estava nem aí pra ela. Os primos se olharam quando viram Henri com outra e ouviram Luly’s ofegar, eles sabiam o que ela deveria estar sentindo, sendo ela a impressão dele.
- Idiota. – Kauã.
- Criança. – Duda.
- Babaca. – JP.
Henri, sentindo o cheiro dos primos, olhou para trás e quando viu os olhos cheios de dor da Luly’s sentiu como se lhe enfiassem uma faca no peito. Ele manteve o olhar e Luly’s desviou seus olhos.
- Quer dançar? – Um carinha perguntou a Ness e não viu por que recusar. Os outros foram pra mesa onde já tinha uma galera.
- Pessoal, essas são Bia, Nanda e Luly‘s. Meninas esses são o pessoal. – Kauã falou sorrindo. Uma nova música começou a tocar e Guto se levantou chamando Luly’s pra dançar, ela ficou muito vermelha, mas não quis recusar. Assim que eles chegaram ao centro da pista de dança Henri os viu, ele soltou a loira que estava com ele e soltou um rosnado alto, chamando a atenção dos primos pra ele. Quando ele deu dois passos pra dentro da pista JP já estava do seu lado.
- Nem pensa nisso.
- Ela é minha. – Henri falou possessivo, sem nem acreditar nas palavras que ele falou.
- Não era o que parecia quando nós chegamos. – Henri fuzilou JP com o olhar e saiu do pub. O episódio não passou despercebido.
- O que deu nele? – Nanda perguntou.
- Henri é meio estressadinho. – Duda respondeu. Logo eles estavam conversando e esqueceram o ocorrido.
        
Ness
Já fazia uma semana que eu estava em NY e apesar da saudade dos meus pais, estava sendo perfeito. Columbia era demais e nós já tínhamos feito vários amigos, entre eles nossos vizinhos, que eram primos e muito legais.
- Ei garotas. – Henri chamou se aproximando de Nanda e eu. – Meus primos e eu vamos ao haras amanhã. Estão afim de ir? – Nanda fez uma careta e eu sorri, nós não éramos acostumadas com cavalos, mas seria uma boa experiência.
- Claro. Podemos chamar a Bia e a Luly’s? – Perguntei, pois sabia que havia algo entre eles, às vezes eles se olhavam como se só existissem eles no universo, me lembrava até os olhares entre minha mãe e meu pai, mas às vezes só faltava se pegarem no tapa, sem contar quando ficava um silêncio incomodo.
- Yeah. – Ele respondeu com uma mistura de felicidade e raiva no olhar.
Tanto Bia quanto Luly’s se animaram a ir, e os olhos de Luly’s brilharam quando eu disse que tinha sido o Henri quem convidou. O dia passou rápido e logo a noite chegou, subi pro meu quarto fiz o exercício pra segunda-feira e mexi um pouco no computador, como sempre digitei “apanhador de sonhos”, queria aprender cada vez mais sobre essa anomalia, já que eu sofria desse mal. Olhei em um site novo que dizia:
“Os apanhadores de sonhos transitam entre as dimensões dos mortos e dos vivos, tem a capacidade de verem almas que estão ligadas a esta dimensão.”
Olhei com olhos arregalados para aquela matéria do site. Era só o que faltava! Além de ver os sonhos das pessoas, ainda poderia ver fantasmas. Continuei a ler.
“Ocorreram casos de apanhadores de sonhos entrarem em mentes sem que sejam em sonhos.”
Fechei o site e desliguei o computador, isso estava ficando cada vez mais inacreditável. Tomei um banho gelado, mais uma vez minha temperatura estava alta, alta demais pro meu gosto, e fui me deitar mais cedo.
Eu estava em um quarto grande e branco, de um canto Arthur me olhava com um sorriso triste, assim como da primeira vez ele estava embaçado e não dava pra vê-lo direito, dei um passo em sua direção, mas ele negou com a cabeça, senti um nó na minha garganta e uma lágrima descer em meu rosto.
Sentei na minha cama ofegante, meu corpo todo tremia e eu estava desperta, sem nem um pingo de sono.
- Merda. – Levantei, tomei um copo de água e voltei pro meu quarto, eu sabia que não conseguiria dormir de novo. Sentei no meu piano e comecei a passear meus dedos pelas teclas, sentindo a música fluir de dentro do meu peito, fechei meus olhos e comecei a tocar.
Todas as noites eu corro para minha cama
Com esperança de que talvez eu tenha a chance de te
ver
Quando fecho meus olhos
Estou fora de mim
Perdida num conto de fadas
Você pode segurar minhas mãos e ser meu guia?
Nuvens cheias de estrelas cobrem seu céu
E eu espero que chova
Você é a canção de ninar perfeita
Em que tipo de sonho eu estou?
(Refrão)
Você pode ser um sonho doce, ou um lindo pesadelo
De qualquer jeito, eu não quero acordar de você
Doce sonho, ou um lindo pesadelo
Alguém me belisque, seu amor é muito bom pra ser
verdade.
Meu prazer secreto, eu não vou a lugar nenhum
Enquanto você estiver aqui
Eu estarei flutuando no ár porque você é meu
Você pode ser meu doce sonho, ou um lindo pesadelo
De qualquer jeito, eu não quero acordar de você.
Eu falo de você em minhas rezas
Eu tenho você em todos os meus pensamentos
Rapaz, você me deixa "alta"
Eu desejo que você esteja lá quando eu acordar
Para que você me abrace de verdade
E me diga que ficará ao meu lado.


Abri meus olhos e senti um sorriso nascer entre as lágrimas que rolavam dos meus olhos. Sentia-me triste e alegre ao mesmo tempo.
- Amo você. – Sussurrei para o nada.
♥♥♥
Narradora
Henri acordou com o coração disparado, ele havia sonhado mais uma vez com Luly’s, no sonho eles estavam juntos e ele ouviu uma voz dizendo “não adianta lutar contra.” Henri balança a cabeça e levanta pra se arrumar.
- Todos prontos? – Ele pergunta ao entrar na cozinha. E os primos afirmam com a cabeça, o telefone toca e ele fala que vai atender.
“Alô.”
“Henri. Como vai?” Alice pergunta, Duda, JP e Kauã entram na sala e Duda faz sinal pro Henri que quer falar com ela.
“Tudo tia Lice... A Duda quer falar com você.”
“Claro que quer.” Alice sorri. Mesmo ela não podendo ver nada sobre os meninos, ela sentiu que devia ligar para eles.
“Oi tia, que saudade.”
“Você foi embora há uma semana Duda.”
“Mas já tô com saudade, não posso?” Duda gargalha e ouvi a risada de sinos da tia a acompanhar. “Tem uma coisa que preciso te perguntar.”
“Pode perguntar.” Todos os Cullen olharam pra Alice e ela deu de ombro pra dizer que não sabia o que era, eles eram pontos escuros como a Nessie, Jacob ou qualquer um híbrido.
“Você sabe alguma coisa sobre uma híbrida na nossa faculdade?”
“Híbrida? Não querida, você sabe que não consigo.” Alice falou com tristeza na voz.
“Ela me parece familiar.”
“Familiar como?”
“Não sei, o sorriso dela e os traços, ah sei lá, ela só...” Duda encarou os primos, ela ainda não tinha falado pra eles das suas suspeitas. “Ela se parece com nossa família, eu pensei que... Que poderia ser a tia Ness.”
“Como?”
- Como? – Tanto Alice, quanto os garotos perguntaram ao mesmo tempo.
“Foi só um pensamento doido que passou pela minha cabeça.”
“Quer que algum de nós vá ate aí e dê uma olhada?”
“Não precisa.”
“Ok, vou ligar para a Nessie, qualquer novidade e eu te ligo. Beijos”
“Beijos, diz a todos que amamos vocês.” Duda desliga o telefone.
- Por que não nos disse nada? – Kauã pergunta.
- Por que é tão louco que nem eu mesmo acreditei quando pensei isso. – Eles ficaram em silêncio por um tempo, até Henri dizer que eles estavam atrasados. Eles encontraram as meninas no hall do edifício e foram na frente com o carro mostrando o caminho.
O haras era lindo, enorme e cheio árvores. Várias pessoas passeavam em cavalos e alguns pulavam em obstáculos dentro da arena. Eles foram ate uns chalés que havia lá e pegaram um com dois quartos, um pras garotas e outro pros garotos. Nos fundos do chalé havia duas piscinas lindas e várias quadras de tênis, vôlei, basquete e um campinho de futebol.
Henri resolveu ir montar, vestiu sua roupa de equitação, calça apertada preta, blusa branca e bota de montaria até o joelho por sobre a calça, ele e os primos sempre vinham ali e ele amava montar. Quando ele chegou lá viu Luly’s acariciando o focinho de relâmpago, o seu cavalo preferido.
- Ele gostou de você. – Henri fala se aproximando. Luly’s se assusta e olha pra cima, ela dá um sorriso quando vê Henri, o coração de Luly’s dispara e o de Henri acompanha quando ele ouve.
- Ele é lindo. – Luly’s diz acariciando novamente o focinho do cavalo.
- Relâmpago.
- Hã?
- O cavalo, o nome dele é relâmpago. – Luly’s sorri e fala pro cavalo.
- Oi relâmpago, eu sou a Luly’s. – Henri sorri com o jeito meigo dela. Ele para ao lado dela e encosta na baia e começa a acariciar a cabeça do relâmpago.
- Você monta? – Henri pergunta a Luly’s.
- Não exatamente. – Henri a olha interrogativamente. – Eu montava quando era mais nova, mas daí eu me mudei pra Califórnia e parei do montar, equitação não é muito conhecido por lá.
- Quer dar uma volta?
- Não sei, tem muito tempo que não monto.
- Não vou deixar nada te acontecer. – Henri fala olhando nos olhos de Luly’s e ela se sente segura, Henri desce a mão acariciando relâmpago e toca na mão de Luly’s, ambos sentem uma descarga de eletricidade passear pelo corpo com o contato. Ele desce mais a mão e entrelaça seus dedos com o dela, ela afirma com a cabeça e sorri, ele retribui o sorriso.
Henri sela relâmpago e outro cavalo manso e eles vão dar uma volta pelo haras. Luly’s se sente um pouco amedrontada no começo, mas logo fica a vontade, eles até dão uma corrida. Eles correm até o fim do haras, onde há um rio com água cristalina, árvores rodeando o rio e muitas flores. Luly’s desce do cavalo encantada com a vista.
- Que lindo. – Henri concorda com a cabeça, hipnotizado pela garota na sua frente. – Podemos descansar um pouco? – Luly’s pergunta desviando seus olhos dos olhos de Henri.
- Você pode o que quiser. – Como se estivesse em transe Henricaminhou os dois passos que os separavam e tocou seus lábios, ele sentiu como se tudo girasse e seu coração disparou. Henri pediu passagem com a língua e Luly’s concedeu, eles travavam um duelo interessante, em que não haveria ganhador ou perdedor. Henri apertou a cintura de Luly’s a puxando mais para si. Eles se afastaram ofegantes e olharam um nos olhos dos outros. Luly’s sentia como se estivesse sendo puxada para ele, por um instante ambos sorriram e então o sorriso morreu nos lábios de Henri. Ele percebeu o que tinha feito, tudo bem ela realmente era linda, mas ele sabia que o que tinha predominado eram os efeitos do imprinting.
Luly’s não entendeu quando ele montou no cavalo e o esporou correndo como um louco.
        
Ness
Eu reconhecia que o haras era lindo, mesmo eu não entendendo nada de cavalos, a Luly’s que deve estar amando já que ela é apaixonada por eles. Enquanto pensava nela, Luly’s entrou chorando e correu para o banheiro.
- Qual o problema dela? – Duda perguntou.
- Não sei. – Falei me levantando e indo até o banheiro. – Luly’s sou eu, está tudo bem?
- Tô... Bem. – Ela respondeu entre os soluços. Voltei pro quarto onde Duda me olhava interrogativamente.
- Ela disse que está bem. Mas... Ela não é de chorar a toa. – Duda ficou pensativa. – O que foi?
- Pode ser por causa do meu primo. – Arqueei a sobrancelha interrogativa. – Você deve ter percebido que eles estão meio a fim um do outro.
- É percebi.
- Então, mas meu primo é meio cabeça dura.
- Você acha que ela a fez chorar? – Um ódio tremendo tomou conta de mim.
- Tenho grande suspeitas que sim. – Quando Duda disse isso eu me levantei e saí do quarto, ouvi ela perguntar onde eu estava indo, mas ignorei. Andei até o chalé dos meninos e vi o Kauã do lado de fora.
- Fala, pequena. – O fuzilei com o olhar por causa do apelido, só por que ele era um gigante não queria dizer que eu era pequena.
- O Henri está aí?
- Ele chegou há pouco... – Não esperei ele terminar, subi as escadas e entrei no chalé. JP estava sentado na cama olhando pra TV e Henri estava deitado de bruços na outra cama.
- Me dá licença? – Pedi ao JP e ele afirmou já saindo do chalé. Mesmo ele ouvindo minha voz não se virou, eu fui até ele e percebi perplexa que ele estava chorando. Todas as palavras acusatórias que eu tinha pensado em dizer morreram ao vê-lo assim. Acariciei seu cabelo e ele finalmente me olhou. Senti-me estranha e eu vi que ele a amava, mas tinha medo. Tirei minha mão rápido da sua cabeça, sem entender exatamente o que tinha acontecido. – Você está ok?
- Claro. – Sua voz era baixa. – Como ela está? – Ele perguntou se sentando. Não disse nada somente o abracei.
♥♥♥
         Quando voltamos pra cidade no domingo à noite sentia como se conhecesse Henri, Kauã, Duda e JP a vida toda, era como se fossemos ligados. Se eu acreditasse em reencarnação diria que tínhamos sido da mesma família em outra vida.

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