Lies escrita por San Costa


Capítulo 12
Capítulo 13 - Trotes




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Trotes

Narradora

Duda, Henri, Kauã e JP tinham chegado a NY para começar mais um ano na faculdade, eles haviam passado as férias na reserva junto com a família.

- Tô saindo, alguém vem? – Henri perguntou, hoje seria o último dia de férias e ele queria aproveitar.

- Eu passo. – JP falou e os outros concordaram. Henri desceu e foi até o pub mais próximo do seu apartamento. Ele não quis exagerar e não demorou muito a voltar para casa. Henri ouviu chamarem enquanto entrava no elevador.

- Ei! Segura o elevador! – Ele pôs sua mão na porta do elevador e olhou em direção à voz. Uma garota alta, cabelos castanhos e um cheiro bem parecido com o dele e dos primos correu até o elevador. – Obrigada. – Os olhos de Henri se prenderam na garota alta atrás que entrou por último, ela tinha um sorriso tímido e desviou os olhos quando seus olhos se encontraram.

- De nada. São novas aqui? – Henri pergunta ainda olhando para Luly’s. – Sejam bem vindas, eu sou o Henrique, mas podem me chamar de Henri.

- Prazer. Bia, Nanda, Luiza e eu sou Wanessa. – Henri olhou para Luiza sentindo uma força invisível o ligar a ela, ele sabia o que estava acontecendo. Era como se tudo tivesse ganhado vida, como se seu mundo estivesse de pernas pro ar e agora tivesse entrado no eixo. Henri sentiu a raiva aflorar em seu corpo, ele odiava o imprinting e suas consequências, quando as portas do elevador se abriram ele saiu sem falar mais nem uma palavra.

Henri entrou no seu apartamento batendo a porta e passando direto pro seu quarto.

- Algum problema? – Duda perguntou quando o primo passou como vento por ela, Kauã que estava ao seu lado levantou seus olhos e até JP apontou o rosto da cozinha e olhou pra Henri. Ele não disse uma palavra somente continuou a ir pro seu quarto. Os três primos se olharam questionando o que poderia ter acontecido.

- Eu vou lá. – Duda falou se levantando e indo atrás de Henri.

Toc toc

Duda bateu e não esperou ele responder, abriu a porta e viu o primo deitado de bruços na cama, como uma criança, chorando copiosamente.

- Henri? – Ela chamou preocupada. Foi até a cama e sentou fazendo cafuné no primo. Ele abraçou as pernas dela e as lágrimas vieram mais forte ainda. Ela esperou ele chorar por um tempo antes de falar. – Você está me preocupando. O que aconteceu?

Henri sentia os seus sentimentos conflitarem dentro dele, ele não queria ter a impressão, queria curtir a vida, mas somente tendo a visto uma única vez ele já se sentia ligado a ela.

- Eu não queria. – Henri sussurrou. Duda o olha sem entender. Acaricia o rosto dele e pergunta.

- O que? Eu não estou entendendo.

- Eu tive o imprinting. – Henri fala sua voz tão baixa que mesmo Duda tendo a audição vampiresca tem que se esforçar para ouvi-lo. Ela primeiro se assustada depois entende por que ele está assim. Henri sempre foi contra o imprinting, ele não achava justo o destino escolher quem seria sua alma gêmea e ele não gostaria de deixar sua vida de mulherengo pra ficar com alguém por toda eternidade. Duda não disse mais nada, somente deixou o primo chorar em seu colo.

Depois de um tempo Duda voltou pra sala e contou pro Kauã e pro JP o que aconteceu. Apesar de terem solidarizado com o primo eles não conseguiram evitar o riso.

- Estou atrasada.

- Vai pro hospital ver o Art? – Kauã pergunta e JP faz cara feia.

- Sim, nós ficamos mais de um mês em Forks, quero ver como ele está. Não volto tarde.

O dia amanheceu e todos se prepararam pro primeiro dia de aula. Duda, Henri, Kauã e JP ansiosos pra rever os amigos, e começar um novo ano. Ness, Bia, Luly’s e Nanda ansiosas pelo por serem novas no Campus, temerosas por causa dos trotes com os calouros.

Enquanto tomam o café Ness percebe que Luly’s está calada e não entende o que há de errado. Mas conhecendo a amiga como ela conhece, Ness prefere não tocar no assunto. Como uma grande coincidência do destino eles se encontram novamente no elevador. Henri não acredita quando a vê saindo da porta ao lado da deles e, mesmo não querendo, sente seu coração pulsar acelerado no seu peito.

- Oi. – Ness fala sorrindo. Henri a cumprimenta e apresenta ela e as amigas aos primos. Duda só a olha uma vez e já sente que tem algo familiar nela.

- Calouras? – Kauã pergunta.

- Yeah. – Ele faz uma careta. – Quão ruim? – Ness pergunta.

- Tinta no cabelo, farinha, algumas prendas, cortam o cabelo...

- Ninguém encosta no meu cabelo! – Bia grita interrompendo Kauã. Todos gargalham, menos Henri e Luly’s que estão calados e olhando para o chão. Eles desceram juntos no elevador e foram conversando até o estacionamento.

- Boa sorte. – Duda falou com um sorriso carinhoso. Ness sorriu de volta vendo que Duda seria uma grande amiga, sorriu também para os meninos que também pareciam ser legais. Ness, Luly’s, Nanda e Bia caminham pelos jardins do Campus olhando pra todos os lados, logo que desceram do carro vários garotos passaram correndo, os de trás com tesouras na mão e os da frente correndo tentando defender seus cabelos. Quando passaram pelas portas da universidade várias bexigas de tintas foram jogadas nelas, mesmo tentando se desviar não teve como.

- Merda. – Chiou Bia passando a mão no rosto. Era como se elas estivessem com um alvo bem grande na roupa, pois elas não conseguiam dar nem um passo sem serem bombardeadas por bexigas de tinta, água, farinha.

- Nos vemos na hora do almoço. – Luly’s se despediu entrando na sua sala. As outras três amigas continuaram caminhando juntas, à procura de suas salas também. Elas não andaram muito até encontrarem duas garotas. Uma era alta, loira, olhos azuis, a perfeita líder de torcida a outra foi uma surpresa pra todas a verem ali.

- Samanta? O que faz aqui? – Ness perguntou antes de se conter. Sam deu uma risada abusada e respondeu sarcasticamente.

- Fazendo as unhas, Mané. – Ness sentiu seu rosto esquentar e foi pior quando a loira do lado da Samanta começou a rir junto. Ness ergueu a cabeça não deixando isso a ofender.

- Não sabia que tinha passado pra Columbia.

- Na verdade nosso avo é sócio fundador daqui. – Samanta respondeu.

- Nosso? – Nanda perguntou arqueando as sobrancelhas.

- Oh! Que descuidada eu sou. Esta é Kayla, minha prima. – Ness, Nanda e Bia se olham. As três já imaginaram o quão insuportável Sam ficaria.

- Vamos ao que interessa. – Kayla falou pegando uma tesoura na bolsa.

- Nem pensar. – Bia falou.

- Caloura não tem opinião. Agora pode ser por bem ou pode ser por mal. – A garota loira falou sorrindo e olhando pra um grupinho de garotas pouco atrás. Bia olha apavorada pra Ness que se encolhe. Kayla da um passo e Samanta a segui.

         - Calminha aí, a Samanta também é caloura. – As duas gargalham.

- Ninguém ousaria encostar em mim. – E realmente ela estava impecável, com nenhum pingo de tinta na roupa e nem um fio de cabelo fora do lugar. Nanda sentiu um ódio enorme e pulou na frente das amigas.

         - Nem tenta. – Ela fuzilou as duas com ódio, e Ness e Bia sabiam que isso não acabaria bem.

♥♥♥

Assim que entraram no carro, Duda olhou para os primos e perguntou.

- Perceberam? – Ela perguntou.

- Eu havia notado isso ontem, mas pensei que tivesse me enganado.

- O que ela é? – JP perguntou.

- Uma híbrida com certeza, mas o cheiro dela é mais humano. – Kauã respondeu.

- Mas eu senti cheiro de lobo e de vampiro também. – Duda completou.

- Quem será ela? – Henri pensou em voz alta e depois completou olhando pros primos. – Vamos ligar pra tia Aly e ver se ela teve alguma visão.

- Ela me é familiar. – Duda falou e os primos a olharam. – Não me perguntem por que, só senti isso.

Durante o resto do caminho eles ficaram em silêncio, Henri, mesmo não querendo, pensava na sua impressão. JP admirava Duda sem ela perceber, Duda tentava entender por que Ness era tão familiar pra ela. Kauã só pensava em como seria o primeiro dia de aula.

Eles chegaram à faculdade e viram que elas já tinham chegado.

- Até mais tarde. – Kauã se despediu e abraçou Duda indo pra sala de medicina. Quando eles entraram no corredor da sala deles, eles ouviram Kayla, uma das garotas mais enjoada da escola, ameaçando Ness, Nanda e Bia. Junto com a Kayla estava, pelo que eles tinham ouvido da conversa, Samanta sua prima e com certeza mais uma patricinha, metida a besta. Nanda se colocou na frente das amigas e Duda percebeu que iria dar briga. Usando seu poder de capitã das líderes de torcida e sua popularidade caminhou até elas e se pôs na frente das novas amigas.

- Sem cortes de cabelo por aqui.

- Mas...

- Sem mas, Kayla. – Duda a olhou com frieza e Kauã se aproximou. Kayla sorriu sexy para ele e Samanta o olhou com cobiça. Ness, Bia e Nanda reviraram os olhos, Duda deu uma risada baixa.

- Algum problema, vizinhas? – Ele perguntou se colocando entre as três amigas, tanto Kayla quanto Sam as fuzilam com olhar mortal.

- Sem problemas por aqui. – Quem respondeu foi Duda. – Vamos indo.

Quando saíram do campo de audição das duas patricinhas, Duda mostrou onde era a sala da Nanda e da Bia, e junto com a Ness e o Kauã foi pra sua sala.

- Você está horrível. – Kauã falou sorrindo e levantando um pouco do cabelo da Ness.

- Ah... Muito obrigada pela parte que me toca. – Os três entraram juntos e Kauã e Duda apresentaram Ness pros seus amigos. Antes que o professor entrasse, um garoto alto, moreno com os olhos acinzentados, foi a frente da turma e anunciou.

- Todos os calouros estão convocados a ir ao hospital memorial depois da aula doar sangue, quem não for e não tiver motivos fortes o bastante para não ir, será punido. Todos os veteranos que quiserem serão bem vindos a irem conosco.

As aulas passaram tranquilas, somente alguns outros trotes, mas nada de tesouras de novo. No final da aula Ness avisou as amigas e se juntou a turma pra ir ao hospital memorial.

- Você vai conosco? – Ness perguntou a Duda. Ela afirmou com a cabeça.

- Doo sangue e aproveito pra ver meu namorado.

- Ele está no hospital? – Ness se arrependeu de perguntar, pois Duda ficou visivelmente triste e afirmou com a cabeça.

- Esta em coma.

- Oh! Sinto muito.

- Obrigada.

Elas foram junto com os alunos de medicina e logo que Duda fez a sua doação foi ver Art, Ness também doou e saiu caminhando pelo corredor, ela queria encontrar a Duda e lhe dar um apoio. Quando ela passou por um dos quartos, ouviu alguém cantando e várias crianças sorrindo, colocou a cabeça pra dentro e viu o Kauã e o carinha que tinha dado o anúncio pra turma sentados cada um em uma cama, com várias crianças em volta. Ambos estavam com nariz vermelho de palhaço e peruca colorida. Kauã tocava um violão e o rapaz estava com um pandeiro. Eles cantavam e as crianças em volta revezavam entre cantar e rir. Ness ficou olhando até que a música acabou e uma das meninas tocou no Kauã e apontou pra ela. Ele veio até ela sorrindo.

- Enquanto não podemos ajudar a curá-los, nada como trazer um pouco de alegria. – Ness concordou com a cabeça.

- Posso ajudar?

- Claro. Você toca? – Kauã perguntou oferecendo o violão, ela afirmou e o pegou. Eles entraram e Kauã falou.

- Galerinha essa é a Ness, uma amiga minha.

- Oi Ness. – Todos falaram juntos.

- Oi. – Ness respondeu sorrindo. Ela passou os dedos pelo violão e sorriu.

- Canta pra gente. – Um garotinho com a cabeça raspada pediu.

- O que você quer que eu cante? – Ness perguntou se sentando próximo a ele na cama. Ele pensou e cochichou no seu ouvido, Ness afirmou com a cabeça e cantou.

♥♥♥

- Ness esse é o Guto. – Kauã apresentou seu amigo e líder da turma. – Nós temos o costume de sempre vir aqui, você é bem vinda sempre que quiser.

- Tô dentro. – Ness diz sorrindo e se sentindo muito bem pela última hora que passou.

- Quer carona? – Kauã perguntou. Só ai Ness percebeu que só os três estavam no hospital.

- Claro... A Duda já foi?

- Provavelmente não, mas ela não deve ir agora.

- Como esta o Art? – Guto perguntou. Ness sentiu um aperto estranho no peito.

- Na mesma.

Kauã deixou Guto em casa e foram pra casa.

- Ei. – Kauã chamou com a mão na porta do seu apartamento e Ness se virou o olhando. – Nós vamos a um pub aqui perto à noite, esta a fim?

- Demorou!

- Chama as meninas. – Ness sorriu e afirmou, se virou indo pro seu apartamento.

- Hi, girls!

- Oi Paty. – Bia a olhou por sobre o ombro, dando pausa no documentário que ela estava assistindo. – Como foi no hospital?

- Ótimo, onde estão a Nanda e a Luly’s?

- Chamou? – Luly’s perguntou descendo as escadas com a Nanda logo atrás.

- Fomos convidadas pra ir a um pub hoje à noite, topam? – Todas toparam e então Ness contou como foi sua tarde no hospital, logo depois subiram pra escolher as roupas pra ir ao pub.


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