Capítulo 10 – Black wings
PDV Edward
Bella ficou estranha por alguns segundos, então de repente mandou Dave ficar comigo e eu e Cam o protegermos.
–Isabela Swan! Quanto tempo, quando nos vimos pela primeira vez, você ainda era somente uma metade anjo caído e esse monstrinho que você chama de filho estava na sua barriga, te destruindo aos poucos. – um dos caras falou, ele era de estatura mediana, cabelos loiros cacheados e olhos azuis. Estranhamente, não conseguia sentir cheiro nenhum vindo dele nem do outro cara.
–Olhe só a criaturinha ali. – o outro cara falou apontando para Dave. Esse tinha cabelos castanho-claros e olhos também azuis. Um rosnado rompeu a garganta de Bella e eles a olharam ameaçadoramente, sorrindo malignamente depois.
–Seu filho é bonito, Isabela. – o primeiro disse chegando mais perto de mim e Dave, instintivamente segurei Dave mais forte – Se acalme, só queremos conversar. – ele completou sorrindo – Acho que não me apresentei devidamente aos demais, meu nome é Rafael, sou um arcanjo.
–E eu sou Castiel, um anjo. – o outro disse. Ótimo, uma espécie desconhecida e pelo jeito, hostil conosco – E vocês vampiros, quem são?
–Esme. – minha mãe respondeu iniciando a apresentação – E esse é meu marido Carlisle.
–Carlisle, já ouvi falar de você no mundo vampiro, salva vidas humanas, não é? – o arcanjo Rafael disse, apertando a mãe de meu pai.
–Eu sou Rosalie e esse meu marido Emmett. – Rose disse.
–Jasper e minha mulher Alice. – Jasper respondeu grosseiramente, percebendo que eles não gostavam de nós.
–Edward. – eu respondi e Dave pareceu meio inquieto, pensando se deveria ou não falar o dele – E esse é Dave. – falei e eles olharam para ele, interessados.
–Sou Cam, como devem lembrar e essa é minha esposa Lílian. – Cam disse ao meu lado, tirando a atenção deles em Dave.
–Claro que nos lembramos de você, Cam. Pelo visto achou a sua tão almejada esposa. Diga-me querida, pediu para ser transformada? E quantos humanos até agora? – Castiel perguntou.
–Sim, eu quis essa vida e Cam a deu para mim, não me arrependo. – ela disse sorrindo e olhando para o marido – Eu, assim como Cam e Bella nunca ataquei um humano. – ela completou orgulhosa.
–Interessante, todos os transformados e próximos de Cam nunca provam sangue humano nem tem problemas com isso, já notou Rafael? – Castiel perguntou e Rafael fez que sim.
–Já pensou que pode ser um dom vampiro seu? – Rafael disse e Cam fez que sim.
–Já, realmente pode ser, mas é difícil dizer uma vez que não transformei ou convivi com nenhum vampiro além de Bella e Lílian. Agora só que os Cullens chegaram, vou observar se eles se sentem mais controlados. – ele disse e eles ficaram satisfeitos com a resposta.
–E agora Bela. – Castiel disse chegando perto, ela estava estranhamente calada, pensando – Tem uma bela família, grande, talentosa e com uma boa diversificação, eu diria. – ele falou e pareceu se divertir com o olhar de repreensão que Bella lançou, como se ele tivesse insinuado algo e ela pedia que não falasse. Eu não conseguia ler a mente deles, mas ele parecia discutir algo mentalmente com Bella.
–Tem razão. – ela respondeu.
–Você era o Edward que Bella namorou não é? – ele perguntou me olhando e eu afirmei – Interessante, ela comentou de você quando nós nos encontramos pela primeira vez.
–Qual? Aquela que ela nos desobedeceu, Castiel? – Rafael perguntou olhando divertidamente para Bella que mantinha o maxilar travado – Nós dissemos para ela não ter o monstrinho, que ele a estava destruindo, mesmo ela sendo difícil de matar. Mas ela não nos ouviu, teve o monstrinho e depois ainda por cima virou vampira! A segunda com tal combinação, metade vampira e metade anjo caído.
–Há mais alguém como Bella? – Carlisle perguntou interessado.
–Há mais uma pessoa, digamos somente que ela não foi exatamente transformada em vampira, mas é da mesma combinação. – ele disse olhando para Bella que segurava um rosnado sem sucesso.
–O que querem? – Bella perguntou com os dentes cerrados – digam o que querem e vão logo embora.
–Calminha aí, só queríamos ver se você tinha ou não feito o que pedimos, queríamos acabar com a criaturinha e você, mas não temos tal permissão. Apenas vamos te dar um castigo, Isabella. – o arcanjo Rafael respondeu e dessa vez eu e Dave rosnamos – Não posso castigar você, rapaz vampiro, mas posso fazer isso com a criatura no seu colo, então fiquei quieto se não quiser que algo aconteça com ele. – ele ameaçou e Dave se encolheu como se sentisse o poder das palavras do arcanjo.
–AAH! – Bella gritou caindo de joelhos e depois se curvando – Pare com isso!
–É o preço por ter me desobedecido, Isabella. Era o único castigo que eu poderia te dar, e além do mais não é tão ruim, no final você vai ter algo a mais nas costas. – ele disse sorrindo malignamente enquanto Bella gritava e o chamava de diversos nomes.
–Se acalmem ela não irá morrer, nós somos anjos não matamos a não ser que sejamos mandados. Digamos que ela está ganhando algo que a duas gerações se perdeu: suas assas. – Castiel falou, olhando Bella gritar no chão.
Todos nós começamos a querer ajudá-la, mas ela percebeu.
–Fiquem... Onde estão. – ela sussurrou com a voz cortada e ofegante e então gritou entre dentes.
–Edward, a mamãe tá com dor? – ele disse me olhando com os olhos cheios de lágrimas.
–Ela vai ficar bem Dave. – eu disse e o abracei. Depois de mais uns cinco minutos de agonia Bella parou de gritar, mas sua respiração continuava ofegante. Era como se estivesse vendo a transformação de Bella em vampira.
–Bom, nós já vamos. - o arcanjo Rafael disse quando pela ficou quieta – Ela já passou pela parte mais difícil, agora é só esperar. Talvez demore uns quatro ou cinco dias. Depende muito, mas o mínimo é três dias. Até qualquer dia. – eles disseram e foram em direção a cozinha, onde sumiram.
Dave chorava o tempo todo e nós todos não sabíamos o que fazer.
–Cam, segure Dave por um instante? Vou deixar Bella no quarto dela, deve ser mais confortável. Será que alguém poderia ir à frente para me mostrar aonde é? – pergunte, finalmente pensando coerentemente.
–Me dê Dave aqui. – Cam falou e passei Dave, que estava relutante em sair do meu colo – eu vou com Dave na frente.
Fui até onde Bella estava no chão e a peguei no colo, ela parecia se esforçar para não gritar mais um pouco.
–Vai ficar tudo bem. – eu sussurrei e ela pareceu respirar mais devagar. Cam abriu a porta do quarto e pousei Bella na enorme cama que tomava conta do quarto. Dave desceu do colo de Cam e deitou ao lado da Bella.
–Vou descer. – disse e antes de eu sequer sair do quarto, Dave me puxou.
–Não vá, fique aqui. – ele sussurrou com lágrimas nos olhos e olhei para Cam que sorriu e assentiu.
–Tudo bem, mas vou chamar sua tia e Alice para porem uma roupa mais confortável em sua mãe. – eu cedi e chamei Lílian e Alice. Elas colocaram uma camisola de seda branca nela, que a deixava ainda mais linda.
Dois dias se passaram e Dave não saía do quarto por nada, ele dormia e comia no quarto de Bella, e mal ia à escola. E eu, ficava junto com ele. Todos vinham visitar Bella todo dia, e ficava feliz com Dave gostar de mim.
–Edward... – Dave sussurrou quase caindo de sono no meu colo – Você ama a minha mãe? – ele completou, mas adormeceu antes que eu pensasse em responder.
–Amo, eu a amo e sempre a amei, mesmo quando a deixei. E eu também amo você, como um filho. – eu respondi sinceramente, sabendo que ele não escutaria.
PDV Bella
Eu sentia muita dor, mais especificadamente nas costas. Pedi que ninguém viesse me ajudar, naquele momento não queria gritar no colo de ninguém. Então, a dor melhorou. Agora era mais aceitável, se comparava com a dor que senti quando Cam me transformou, mas antes era no corpo inteiro, agora só nas costas.
Minutos depois de conseguir parar de gritar, ouvi múrmuros, eles estavam indo embora. Logo depois senti alguém me carregar, e ouvi um murmuro dizendo “Vai ficar tudo bem”, eu saberia de quem é essa voz em qualquer lugar, a voz do Edward. Era ele que estava me carregando.
Caí na inconsciência por algum tempo – não faço idéia quanto – e quando voltei a mim, ainda sem nem sequer abrir os olhos, senti que tinha trocado minha roupa, era mais leve, talvez cetim ou seda. Sentia dois pesos no lado oposto da onde estava deitada e então escutei Edward falando:
–Amo, eu a amo e sempre a amei, mesmo quando a deixei. E eu também amo você, como um filho. – queria sorrir quando ele disse isso, mas não conseguia ainda.
Mais algum tempo se passou, e agora eu me sentia inteira, como se nada daquilo tivesse acontecido. Abri os olhos e vi dois pares de olhos me observando, um deles era verde-esmeralda e o outro dourados um pouco escuros.
–Mamãe! Bem que Alice disse que acordaria. – Dave disse se pendurando no meu pescoço, delicadamente o tirei me sentia desconfortável deitada, minhas costas estavam estranhas.
–Que bom que está melhor, Bella. – Edward disse e eu sorri, tentando levantar – Quer ajuda? – ele perguntou estendendo os braços e eu aceitei. E quando levanto e olho para Edward, ele parecia paralisado em uma expressão de espanto.
–Ótimo o que eles fizeram? – eu falei suspirando, afinal eles disseram que era um castigo, mas eu ganharia algo – Tenho dois narizes?
–Não, você tem... Assas. – Edward falou tentando tocar algo além do meu ombro, e então eu senti cócegas... E então eu olho e entendo o que Edward quis dizer, eu tinha asas de anjos caídos! Eu mexi a asa que Edward estava tocando e ele pareceu se assustar.
–Eu deveria ter imaginado. Agora tenho asas negras, como as de um anjo caído. Agora vem o problema: como raios faço para guardar essa coisa? – eu falei começando a me desesperar e Edward e Dave riram.
Sentei-me na cama e os dois fizeram o mesmo. Deitei-me de costas e deixei que eles tocassem minhas novas asas. Edward me causava arrepios até quando tocava minhas asas, parecia tão... Sensual.
Quando Dave tocou minha asa, a mexi fazendo as penas fazerem cócegas no nariz dele.
–Mãe! – ele disse rindo e Edward também.
–Que momento bonito e... Nossa! – Emmett falou entrando no quarto com todo mundo – Belinha, você tem asas negras! Que legal. – Emmett disse entrando correndo e os Cullens entraram depois com Cam e Lílian.
–Ficou linda, como na minha visão! – Alice disse batendo palmas ao tocar nas asas – Pode voar?
–Voar? Não faço idéia, minha mãe nunca comentou se meu bisavô conseguia... – eu disse.
–Doeu? Você gritava tanto, minha filha. – Carlisle disse, também mexendo nas minhas asas.
–É, foi como a transformação. – eu disse dando os ombros – Quero ir lá fora. Vamos ver se posso voar.
Peguei Dave no colo e andei até o andar de baixo, quebrando diversos vasos, minhas asas são do tamanho do meu corpo quase. Quando cheguei à porta, pensei nas minhas roupas, mas a camisola branca de seda não era reveladora e vinha até depois do joelho.
Hoje estava nublado. Todos foram para fora da casa comigo, eu não sabia o que fazer.
–Eu não faço idéia como “voar” – eu disse fazendo aspas com a mãe livre.
–Tenho uma idéia. – Edward disse sorrindo e andando até onde eu estava e começou a fazer cócegas nas minhas asas – Vamos Bella, bata as asas!
Eu comecei a rir, minhas asas são extremamente sensíveis e de repente não senti mais Edward fazendo cócegas, quando vejo que estou a alguns metros do chão com Dave no colo e todos me olham sorrindo e Edward com um olhar de satisfação.
Dei uma voltinha e pousei no chão devagar. Dave pulou do meu colo e foi até Edward, que o pegou no colo também.
–Edward, é muito legal, você devia experimentar! – Dave disse, eu criei um mosntrinho ardiloso mesmo.
–Quer dar uma volta? – perguntei para Edward e ele pareceu achar que eu estava brincando – Tô falando sério.
–Bom, já que é assim, tudo bem. – ele disse passando Dave para Carlisle e se aproximando de mim com um sorriso torto – Só não me deixe cair.
–Não vou, mas mesmo que você caísse não se machucaria. – eu disse revirando os olhos e pensando num jeito de carregá-lo comigo, mas não havia outro melhor do que aquele.
Cheguei mais perto e ele, entendendo o que eu faria, entrelaçou os braços em volta da minha cintura. Passei os braços pelo pescoço dele e repeti o ato que havia feito minutos atrás com as asas. Logo não sentia mais o chão, e Edward, por incrível que pareça me abraçou forte, colando nossos corpos. Eu podia sentir cada parte do corpo dele junto à minha, se pudesse corar, com certeza estaria vermelha agora. Ele reparou e sorriu, procurando me tranqüilizar. Aos poucos fui descendo, mas quando tocamos o chão ele não largou minha cintura, ainda olhava nos meus olhos como se visse minha alma.
E então, ele me beijou devagar, começando por um selinho e depois sua língua pedia permissão e eu a concedi. Eu sabia que todos nos observávamos, mas não me incomodava.
–Eu... Desculpe-me. – Edward gaguejou e eu sorri.
–Tudo bem, eu deixei.