A festa transcorria normalmente, depois do emocionado brinde de Abe. Ele passou a palavra a Adrian que se levantou todo orgulhoso.

“Bem, eu não sou muito bom com discursos, mas hoje eu quero que todos os presentes celebrem conosco a nossa felicidade. A de minha futura esposa, Rosemarie e a minha, assim como a de nossos familiares. Hoje acho que é um dos dias mais importantes de minha vida. Estar aqui, celebrando o meu noivado. Não diria que é o mais importante, porque os dois dias mais importantes de minha vida, foram: o dia em que a minha Little Damphir me disse: ‘SIM’ e o dia eu que eu soube que eu seria pai. Então, temos muito o quê comemorar nesta data e quero que saibam que são todos bem vindos a compartilhar a nossa alegria. Obrigado!”

Ouviu-se um aplauso tímido vindo da porta e quando ele olhou, estavam os seus pais, sorrindo e entrando no salão aplaudindo. Esse aplauso contagiou os convidados e todos os acompanharam. O casal Ivashkov foi levado até a mesa dos noivos e puxaram Adrian em um abraço de urso.

Seus pais lhe diziam:

“Nos perdoe, filho! Nos perdoe! Será que podemos participar e celebrar a alegria de vocês também?! Será que também somos bem vindos?!” Adrian assentiu e eles foram cumprimentar Rose também com um abraço.

“Nos perdoe, querida!” Disse Daniella.

“Sentem-se conosco. Esta mesa é para a família e para os amigos mais que queridos e vocês são família!” Disse Rose com um genuíno sorriso nos lábios. Adrian sentia as emoções de Rose. Perdão e alegria. Alegria por ele.

O jantar foi servido por garçons e a comida era incrível. Era comida típica turca, com muita fartura e muita sofisticação. Enquanto isso, a orquestra tocava uma música suave, para que todos pudessem conversar durante o jantar. Depois foi cortado o bolo e a música que foi tocada foi uma linda valsa de Strauss, para que os noivos pudessem dançar.

Eles deslizavam pelo salão em uma sincronia que pareciam fazer aquilo o tempo todo. Depois Abe e Janine se juntaram a eles e quando a música parou, Abe anunciou o seu noivado com Janine, ajoelhando-se no meio do salão.

“Jane, minha mais linda escocesa de olhos cor de mel e cabelos ruivos.” Ela riu. “Nós passamos por muito na nossa vida. Longe. Juntos e, eu confesso que prefiro passar o que tiver que passar, em sua companhia. Nós temos uma filha linda e ganhamos de presente mais um filho. Alá, para ser mais generoso ainda – Obrigado, pai! Acho que eu fiz algo de bom em minha vida! – nos dará o privilégio de sermos avós. Jane, meu amor... Meu primeiro e único amor... Aceita passar o resto de nossos dias junto comigo? Eu serei o seu mais fiel escravo, se me der essa honra!”

Ele abriu um enorme sorriso de gangster e Janine riu realmente se sentindo feliz, especial. Pensou em tudo o que passaram no último ano e seus olhos encheram de lágrimas. Ela assentiu e respondeu um único “Sim!”, com voz embargada. Ele retirou de seu bolso um enorme e extravagante diamante e colocou em seu dedo, beijando a sua mão. Ela o levantou e o beijou.

Muitas pessoas se chocaram. Rose era uma delas. Embora ela soubesse que ali estava rolando algo, ela nunca tinha presenciado qualquer momento de intimidade entre seus pais. Adrian percebeu seu choque e murmurou no seu ouvido, sorrindo:

“Bem, acho melhor você se acostumar... Isso vai longe, pelo visto!” Ela lhe deu um soco de leve, sorriu e continuaram a dançar, pois logo depois de toda essa demonstração de amor, a música começou, com mais uma valsa de Strauss. Logo os convidados ocuparam a pista, primeiro a rainha Tatiana com seu sobrinho Nathan e depois os outros, aos poucos foram se sentindo a vontade para dançar. Rose se sentiu cansada e pediu ao Adrian para irem até o jardim de inverno para se sentarem longe do tumulto de gente.

“Ah! Assim está melhor. Estou cansada, Adrian, muito cansada! Será que é por causa dos remédios? Ou será a gravidez?!” Ele sorriu e pegou suas mãos.

“Provavelmente por causa da gravidez! Ouviu o que a doutora Sarah disse? Que você ficaria mais cansada, sonolenta, por causa da mudança hormonal em seu corpo. Ele está sendo preparado para gerar esse bebê e essas mudanças acontecem, mas não há nada de errado com você, meu amor, não se preocupe.” Ela o abraçou forte.

“Ah! Meu amor, o que seria de mim sem você na minha vida!” Eles se beijaram profundamente. Um beijo cheio de amor, alegria. Foram interrompidos pela voz de Christian.

“Então quer dizer que os pombinhos não agüentam ficar sem essa pegação nem durante umas horas de festa, huh?!” Ele sorriu. Rose e Adrian também sorriram. Christian a abraçou forte.

“Ah! Rose, me perdoe... Me perdoe por não ter percebido que tinha algo errado com você! Eu... Ah! Droga! Me perdoe!” Ele chorou. Christian a amava como a uma irmã. A ligação deles durante todo o tempo de convivência, só aumentou e ele a considerava como uma irmã que ele nunca teve. “Eu senti tanto a sua falta...” Ele disse. Ela o olhou com lágrimas nos olhos. Secou as lágrimas dele.

“Chris, também senti sua falta! Você não teve culpa e não teria como saber nem como impedir o que houve comigo. Não tenho do que te perdoar. Você é um grande amigo, sempre foi e eu te amo.” Lissa estava parada na porta do jardim de inverso. Lágrimas corriam pelo seu rosto. Ela se aproximou de Rose e tentou abraçá-la. Rose a repeliu gentilmente, evitando o abraço. Adrian apertou forte a sua mão.

“Olá Lissa. Que bom que pôde comparecer ao meu noivado!” Disse sem sarcasmo, mas também sem emoção alguma. Até ela estava estranhando a mudança de sentimentos em relação àquela que sempre foi o seu objetivo de vida.

“Oi... Ah! Rose, me deixe te dar um abraço...” Ela chorou. “Senti tanto a sua falta... Nós viemos aqui, mas não nos deixaram que a visitássemos... Foi horrível todo esse tempo sem notícias suas...” Rose a olhou e viu sinceridade em seus olhos, mas ela simplesmente não conseguia perdoar.

“Tudo bem, Lissa. Tudo bem, mas eu prefiro não te abraçar. Eu prefiro que fique assim, você com a sua vida e eu com a minha. Sem amizade. Sem interferência. Quanto a não deixarem que você me visitasse, eu soube depois, quando voltei à consciência. Eu confio no julgamento dos meus pais, da minha médica e do meu futuro marido. Acredito que se eles achavam que não seria bom para mim, é porque não era. O que se confirmou quando você se recusou a parar de usar sua magia para não me prejudicar ainda mais, mesmo sabendo que como sua shadow-kissed eu seria inundada pela escuridão do espírito. Sua escuridão! Eu te perdôo por isso... Eu até te entendo, mas não esperava, sabe, essa atitude de você que sempre se disse minha amiga, minha irmã... Eu não pensava que você pudesse ter uma atitude tão egoísta com relação a mim, mas eu te perdôo. Se é isso o que você quer. Se é tão importante para você...!” Lissa parecia que tinha sido empalada. Ela ficou mais pálida ainda, se é que isso era possível e se sentou. Parecia ter tido uma vertigem.

“Rose, eu só quero conversar... Explicar-lhe os meus motivos... Você certamente me entenderá!”

“Não Lissa, você não tem o que me explicar, nem tampouco quero conversar com você ou entender os seus motivos. Tudo o que eu quero agora é viver a minha vida e não a de mais ninguém! Agora, se não se importa, divirta-se, aproveite a festa. Vamos Adrian, vamos dançar. Eu já estou melhor e mais descansada.” Ela saiu dali deixando Lissa sendo consolada por Christian.

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“Chris, você ouviu o que ela me disse? Ela me odeia! Ela nunca vai me perdoar... Nunca mais eu terei a minha amiga de volta! Que merda eu fiz para merecer isso?!” Christian achou que era a hora de dizer-lhe algumas coisas. Embora fosse doer mais nele do que nela, mas se ela não sabia o que tinha feito, alguém teria de lhe dizer e ninguém melhor do que ele que a amava acima de qualquer coisa.

“Lissa, minha princesa, você sabe o que você fez! Você se recusou egoisticamente a deixar de usar magia, mesmo sabendo que aquilo poderia prejudicá-la. Se ela ficou daquele jeito, foi justamente por causa da enorme quantidade de magia que você usou. Como você pode acreditar que a sua escuridão não a atingiria?! Você sabia e só se recusou porque estava com raiva... Porque foi destratada por Abe e Janine. Mesmo que inconscientemente você quis se vingar e agora, está bebendo da fonte que escavou.” Ela o olhava perplexa.

“Você acha que eu fiz aquilo de propósito? Que espécie de pessoa você acha que eu sou?!”

“Eu acho que você é a pessoa que eu amo, mas que coloca a sua magia acima de qualquer coisa e isso é errado, principalmente porque pode acima de tudo, te prejudicar. Foi isso o que eu disse. Agora vamos. Vamos aproveitar a festa. Esquece isso!” Saiu dali puxando Lissa pela mão.

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No salão de festa...

“Você pode me conceder esta dança, senhorita?” Dimitri deu seu melhor sorriso para Rose que dançava com Adrian. Adrian sentiu as emoções de Rose e viu que o que ela sentia por Dimitri era nada mais que indiferença. Ele sorriu e assentiu para Rose e então, ela aceitou dançar com ele.

“Você está tão linda!” Ele sorriu para ela discretamente, por medo de mostrar as suas presas afiadas. Como se isso a espantasse, afinal, ela iria se casar com um moroi! Mas seu sorriso demonstrava a sua frustração também.

“Obrigada. Você também não está nada mal!” Ela sorriu para ele. Ele arfou.

“Por que você vai se casar com aquele almofadinhas mimado e bêbado, Roza? Por quê?” Rose se enfureceu. Ela odiava que falassem mal de Adrian.

“Por que é que se casa com uma pessoa, Dimitri? Eu vou me casar com o Adrian porque eu o amo! É simples. Pensei que você fosse mais inteligente que isso! E não chame o MEU NOIVO, FUTURO MARIDO e, PAI DO FILHO QUE EU ESTOU ESPERANDO de almofadinhas mimado e bêbado, porque você não o conhece e não sabe do que está falando! Agora já chega dessa dança. Me solte.” Ela tentou sair dos braços de Dimitri, mas ele a impediu.

“Não! Não vou te soltar até que você admita que ainda me ama!” Ela sorriu.

“Dimitri, eu te amei. AMEI, mas não te amo mais. Se eu te amasse ainda, eu não me casaria com Adrian e tampouco faria um filho com ele!” Aquilo foi como um tapa na cara. Ele rosnou e começou a ventar fortemente dentro do salão. Adrian sentiu as emoções de Rose. Ela estava enfurecida e com medo. Medo de Dimitri.

Ah! É agora que eu faço o cérebro daquele idiota virar merda! É bom que Oksana está aqui e não vai dar tempo da minha escuridão pegar Rose. Adrian se encaminhou para onde eles estavam e com uma velocidade incomum aos morois ele parou atrás de Dimitri.

“Algum problema, meu amor?!” Dimitri, de alguma forma que não conseguia explicar, acabou soltando Rose, mesmo contra sua vontade. O vento também parou e Natasha, mais uma vez usando magia, acendeu as velas e correu para onde Dimitri estava.

Rose correu para Adrian. Ela estava realmente assustada. Tanto pela atitude de Dimitri quanto pela de Adrian. Ele estava compelindo Dimitri, mesmo sem que esse o olhasse. Como ele podia estar fazendo aquilo? Ela pensava. Por fim falou para Adrian, bem baixinho.

“Amor, ta tudo bem... Por favor, pare com isso! Eu não posso... O bebê...” Quando ela disse essas palavras, Adrian relaxou e Dimitri, que estava catatônico, saiu do transe. Natasha já estava ao seu lado. Ele balançou a cabeça, não entendendo o que estava acontecendo. Afinal, ele estava dançando com Rose e agora ela estava abraçada a Adrian, olhando-o como se ele fosse um paria. Ela tinha medo dele... Ele podia sentir e queria sair dali, pois estava se sentindo absolutamente frustrado. E Tasha o chamava a atenção.

“Dimka, seu idiota, o que foi que eu te disse? Você ta maluco?! Venha, vamos para a mesa e se comporte.” Ela abraçou Rose e Adrian.

“Parabéns, querida. Estou feliz por você. Sério! Eu sei que você nunca gostou muito de mim, mas de coração, eu desejo a vocês toda felicidade do mundo Rose. Vocês merecem. Você por ser uma das pessoas mais valorosas que eu já conheci e você Adrian, por tudo o que fez e passou por ela! Desculpem-no, ele não controla direito o seu elemento ainda e suas emoções são mais intensas agora... É difícil para ele. Desculpe!” Assim, ela saiu dali rapidamete, arrastando Dimitri que estava rijo, olhando para o futuro casal Ivashkov.

“Amor, ele te machucou?” Rose acariciou o rosto de Adrian e lhe deu um selinho.

“Não, meu amor, não se preocupe. Ele não me machucou... Você me salvou e o salvou.” Adrian riu.

“Eu o salvei?” Ela deu seu sorriso comedor de homens e ele arfou, fazendo com que Rose risse alto agora.

“Sim. Você o salvou porque se ele ficasse mais meio segundo me segurando daquela forma, eu teria que dar uma surra nele e acabar com a nossa festa.” Eles riram e voltaram a dançar.

A festa transcorreu tranquilamente e Rose ficou o tempo todo sendo cumprimentada. Discretamente, Oksana fez uma cura rápida na aura de Rose e de Adrian e o chamou a atenção por conta do que ele fez, mas nada grave  ou desagradável, apenas para alertá-lo que principalmente agora que Rose estava grávida, era para evitar usar magia, para não prejudicá-la, nem ao bebê.

Sidney estava muito feliz por Rose. Ela a abraçava o tempo todo e ficou muito feliz em finalmente conhecer aquele que era a única pessoa em que Rose confiava quando esteve na Rússia. Ela nem se sentia mais tão incomodada de estar rodeada de morois e damphirs e tinha mais duas humanas ali, que tampouco se incomodavam.

Rose ganhou muitos presentes e ao final da noite, voltaram para casa. Rose estava aliviada de não ter passado mal na frente dos convidados e Adrian estava feliz por finalmente ter a confirmação de que Dimitri não significava mais nada na vida de Rose.

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No hotel...

“Dimitri, o que diabos foi aquilo?” Ele estava irado e Natasha estava pra lá de zangada com ele.

“Natasha, ela me chamou de burro quando eu perguntei a ela porque estava se casando com aquele almofadinhas mimado e bêbado! Ela me disse que pensava que eu fosse mais inteligente que isso, me dando uma lição de porque as pessoas se casam! Ela disse que se casaria porque o amava e que não era para eu me referir àquele lá dessa forma, exigindo que eu a soltasse. Quando eu disse a ela que só a soltaria quando ela admitisse que me amava, ela riu e disse que se ela me amasse não estaria se casando com ele e nem faria um filho com ele. Eu enfureci e foi o que aconteceu! Ela não tinha o direito de jogar aquilo tudo na minha cara... Ela não tinha esse direito! Ela me ama...” Ele soltou tudo de uma só vez. Parecia até um garotinho de doze anos de idade, que brigou com a primeira namorada. A sua frustração era tão séria que se tornava quase palpável.

“Dimka, não seja ridículo! Você acha que a Rose é leviana? Que ela enganaria Adrian dessa forma? Ou melhor, como ela o enganaria se eles têm uma ligação e ele pode ver auras?! Acorda Dimitri e simplesmente aceite que perdeu.” Ele olhou para Tasha com muita raiva.

“NÃO! EU NÃO PERDI AINDA! EU VOU CONQUISTÁ-LA DE VOLTA E TÊ-LA SÓ PARA MIM, OU NÃO ME CHAMO DIMITRI BELIKOV!” Christian riu.

“Então se prepare para mudar de nome, porque com certeza, Rose não te ama mais. Lissa mesmo pode te dizer isso, ela também vê auras e aquela Rosemarie que você conheceu, meu amigo, já era! Essa doença a modificou de uma forma que... Bem, eu não a culpo e confesso que gosto dessa nova Rose ainda mais. Bem, pelo menos comigo ela não tem problemas e disse que continua sendo minha amiga e que me ama, então... Já com Lissa a coisa foi diferente, mas esclarecedora! Gente, conformem-se, vocês estão apenas colhendo o que plantaram. Lissa, meu amor, eu te amo, mas você sabe a minha opinião sobre tudo e eu não vou mais discutir isso com você. Dimitri, você foi um idiota. Agora agüente firme e siga em frente. Rose já fez isso e hoje está visivelmente, obviamente feliz! Tente ser feliz também!” E olhou para Natasha, que por sua vez sorriu abertamente e pensou ao ouvir tudo isso vindo de Christian. ‘Wow! Como meu sobrinho cresceu, amadureceu! Que orgulhosa isso me faz!!!’