POV Adrian

Eu estava super feliz ao saber que seria pai. Que a mulher que eu amo me daria um filho. O primeiro de uma série, já que eu queria vários, porque eu era filho único e sempre achei que seria bom ter irmãos. Eu tinha saído com Abe e nós conversamos muito. Depois ele me ofereceu um emprego com ele e exigiu que Rose e eu fizéssemos faculdade depois do casamento. Eu estava muito feliz e ansioso para contar-lhe as novidades, mas Rose estava sombriamente infeliz e, eu não entendia por quê. Foi quando eu lhe perguntei o que estava acontecendo, por que ela estava tão infeliz e ela me jogou a bomba:

“Adrian, eu não quero esse bebê!” Eu não podia estar entendendo direito o que ela quis dizer. Ela disse que não queria o bebê? Ela não queria o fruto do nosso amor? Isso era mais que medo do bebê não estar bem, isso era rejeição e eu não entendia como ela poderia estar sentindo rejeição por um bebê nosso!

“Por que você não quer esse bebê? Ele é nosso fruto... Ele é fruto do nosso amor, Rose? O que está havendo?!” Ela baixou a cabeça e sentimentos de medo vinham em ondas dela para mim. Finalmente eu consegui entrar em sua mente... Ou melhor, ela me arrastou para a sua mente e eu entendi todos os seus medos, mas eu não podia permitir que ela fizesse isso. Consegui sair da mente dela. Ela parecia enjoada.

“Rose, você está enjoada de novo?” Ela assentiu e correu para o banheiro. Eu fui atrás. Prendi seus cabelos e passei a mão por suas costas. Eu queria que ela se acalmasse.

“Acalme-se, meu amor, acalme-se!” Eu sussurrava para ela. Parecia que isso lhe causava um bom efeito. Quando ela terminou, se sentou no chão e eu lhe ajudei a se levantar. Entreguei-lhe sua escova dental e um copo com enxaguante bucal que ela agradeceu. Ela estava exausta e eu a deitei na cama com a cabeça em meu colo.

“Diz pra mim que você não quer fazer isso! Eu não posso permitir isso, Rose, me desculpe. É meu filho!”

“Adrian, se eu parar de tomar os remédios eu posso piorar e vocês terão que me internar... Você sabe o que isso significa para mim?” Ela abanou a cabeça e sussurrou. “Você não entende...”

Eu acariciei seus cabelos tentando acalmá-la.

“O que o médico disse?”

“Que eu não poderei mais tomar os remédios, que eu devo fazer muita terapia e exercícios físicos para não me entediar e ter nova crise de depressão... Exercícios assistidos e próprios para grávidas...”

Eu não pude deixar de sorrir. Passei a mão em sua barriga e ela me repeliu.

“Não... Não passe a mão na minha barriga... Não se apegue a ele!” Ela disse baixinho, com dor na voz.

“Eu JÁ me apeguei a ele... Eu OUVI o coraçãozinho dele bater... Eu O vi no aparelho de ultrassonografia... Eu O AMO Rose! Assim como eu te amo e sei que você vai se arrepender pelo resto de sua vida se você interromper esta gravidez... Assim como eu sei que você vai se culpar... Eu não posso permitir isso, meu amor! Eu estarei aqui, do seu lado, SEMPRE, te apoiando em tudo! Não faça isso Rose, por favor...” Ela chorou. Eu deitei ao seu lado e nos abraçamos e choramos juntos até ela dormir. Acho que eu a tinha convencido. Acho que ela não faria esta estupidez.

POV Abe

“O que deu na Rose? Como assim ela não quer o bebê? Ela está maluca?

“Não Abe, ela só está com medo. Ela está tentando sair de uma depressão séria, usa medicamentos fortes, mas embora ela os odeie, ela sabe que precisa deles e que não pode ficar sem. Com a gravidez ela vai ter que parar com a medicação e isso pode ser um problema. Ela só está com medo! Eu a entendo, mas eu espero que o Adrian consiga convencê-la de que ela vai conseguir passar por esta gravidez sem muitos problemas.” Disse Tatiana e Janine concordou.

“É Abe, eu acho que o Adrian vai conseguir convencê-la. Ele também não vai concordar com essa maluquice de interromper a gravidez. Ele vai conseguir colocá-la no prumo, você vai ver. E outra, se ele não conseguir, esquece, ninguém mais pode com ela além dele!” Eu discordei, mas por fim, todos nos recolhemos para dormir. Amanhã será o grande dia! Espero que dê tudo certo.

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No outro dia...

Rose acordou enjoada. Correu para o banheiro para vomitar e Adrian estava logo atrás dela. Ele ligou para Sarah para saber como fazer com a medicação e ela disse que era para dar a metade por uma semana e depois, dia sim outro não por mais uma semana e aí sim, parar completamente, mas que como ela iria à festa, ela daria uma olhada antes em Rose. Receitou também um remédio para o enjôo. Adrian desligou o telefone e viu que aquele remédio para enjôo era o mesmo que o médico que a atendeu no dia anterior havia receitado. Ele pegou um copo com água e lhe deu um comprimido para o enjôo e metade de cada um dos três que ela tomava pela manhã.

“Adrian, eu não posso tomar isso!”

“Você pode e vai tomar. Não pode retirar esse tipo de medicação de uma vez, Rose, acabei de falar com a doutora Sarah. Tem que reduzir aos poucos e depois cortar totalmente. Ela disse que assim, você ficará bem e o bebê também.” Ela não estava muito feliz ainda com a gravidez, mas resolveu levar em frente.

“Ah! Merda! Eu ainda não acredito que hoje é o dia do noivado e eu estou me sentindo tão péssima assim...” Ele a abraçou, escolheu para ela um vestido larguinho de crepe azul claro e um tamanco de salto baixo. Ele colocou uma calça jeans escura e uma pólo verde.

Eles desceram para tomar café da manhã, de mãos dadas, Adrian sorria feito um bobo e Rose estava séria.

“Bom dia, tia!” Ele deu um beijo no rosto de Tatiana.

“Bom dia, querido. Bom dia, filha!” Ela disse a Rose que a reverenciou e ela se zangou.

“Bom dia, majestade!” Ainda sisuda.

“Rosemarie, porque você insiste nestas formalidades. Agora somos parentes... Somos da mesma família. Venha cá!” Tatiana exigiu. Rose se aproximou e Tatiana a espremeu em um abraço de urso.

“Como você passou a noite querida? O Adrian cuidou bem de você?” Rose sorriu.

“Sim, rainha. Ele sempre cuida bem de mim. Até mais do que eu mereço...” Ela sorriu para ele que retribuiu.

“Que bom e, para você, tia Tatiana, okay?!” Rose assentiu.

“Sim senhora, tia Tatiana.” Ela disse sem graça. Tatiana riu apreciando aquele constrangimento desnecessário de Rose. Ela realmente, conhecendo Rose melhor, a apreciava cada vez mais. ‘Acho que Adrian sempre teve razão. Eu é que não notava o quão linda, sensível e agradável era Rosemarie. Acho que era porque eu só a conhecia na condição de rainha e ela sempre tão irreverente como novata e como guardiã também! Adrian tinha razão em dizer que ela era mais do que aquela irreverência. Que aquilo era uma máscara, embora ela fosse realmente obstinada quanto ao que queria e acreditava...’

Eles se sentaram à mesa e começaram a tomar café, quando entram na sala de jantar um Abe e uma Janine com uma cara ótima e sorridentes.

“Bom dia!” Disseram uníssono. A voz deles era pura felicidade. “Então, querida, hoje é o grande dia! O dia do seu jantar de noivado. Está calma para rever todos os convidados?!  Não queremos que fique ansiosa!” Disse Abe com um enorme sorriso no rosto. Quando o noivado foi mencionado, o rosto de Rose se iluminou.

“Sim, baba, estou realmente feliz e um pouco ansiosa confesso. Mas nada prejudicial! Acho que é porque está chegando cada vez mais perto de eu ter o meu amor só pra mim! Não se preocupem, fora o enjôo, estou bem!” Ela sorriu. Abe, Janine e Tatiana, embora não fizessem nenhum comentário, respiraram aliviados acreditando que Adrian realmente tivesse convencido a Rose de ter o bebê.

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À noite...

Tudo pronto para o jantar. O salão de festas estava lindo! Todo decorado com flores de laranjeira, copos de leite, rosas de todas as cores e flores do campo. Em cada mesa tinha um arranjo lindíssimo com flores e velas altas. As toalhas eram todas em bege claro e bordadas com motivos de flores do mesmo tom, muito requintadas. As cadeiras eram cobertas pelo mesmo tipo de tecido bordado. A mesa dos noivos tinha um enorme bolo de três andares e parecia que a decoração do bolo era a mesma do bordado das toalhas. Era incrível a decoração.

O chão do salão de festas era todo coberto com tapetes persas, ficando no piso de madeira só a pista de dança que era dois degraus mais alto que o espaço das mesas. Os lustres todos em cristais, dava um ar ainda mais requintado ao local. Rose estava em uma sala muito aconchegante do salão, terminando de se arrumar, juntamente com sua mãe e a rainha. Em outra sala igualmente aconchegante, estavam Adrian, Abe, Mikail e Pavel.

No salão, os convidados chegavam. Os convites eram individuais e tinham que ser apresentados na porta, onde havia uma lista indicando as mesas aos convidados. Quando Lissa, Christian, Dimitri, Mia, Natasha e Eddie entraram, eles ficaram boquiabertos com tanto requinte e bom gosto.

“Wow! Parece mesmo que Rose aderiu à realeza, huh! Quanto luxo!!!” Disse Christian.

“É.” Foi só o que responderam os outros. Foram encaminhados à mesa por um guardião vestindo fraque e se sentaram. Logo avistaram na mesa dos noivos, Oksana, Mark, Alberta, Mikail, três mulheres humanas – Sidney, Emma e Sarah – a Rainha Tatiana, Janine e Abe Mazur. Eles estavam todos sorridentes e conversavam animados. Quando parecia um timer perfeito, após a chegada de todos os convidados, com exceção do casal Ivashkov – Nathan e Daniella, entraram no salão Adrian em um fraque Armani pra lá de caro, lindo, todo branco com a faixa na cintura verde esmeralda e Rose em um lindo vestido vermelho, longo, com seus cabelos cacheados nas pontas, soltos nas costas, apenas com a parte da frente presa levemente para trás, com algumas pedrinhas pequenas e delicadas de cristais svarovski soltas no cabelo. Eles sorriam tanto... A alegria deles parecia transbordar por todos os poros. Ele segurava em sua mão delicadamente e se encaminharam ao centro da mesa.

Dimitri, arfou ao ver Rose, tão linda, entrando naquela alegria no salão, sequer tomando conhecimento de sua presença ali, sentiu seus músculos enrijecerem e ele soltou um suspiro. Uma brisa um tanto forte passou pelo salão, apagando algumas velas, que Natasha, rapidamente deu jeito de usar sua magia para acendê-las. Ela segurou na mão dele.

“Acalme-se. Você prometeu que ficaria bem, que se agüentaria. Se fizer alguma idiotice, Dimitri, eu juro, vou deixar Abe acabar com você pessoalmente.” Ele assentiu. Ele não podia sequer falar nada, que sairia como um rosnado, com o nervoso que ele estava sentindo. A sua vontade era de correr até ela e arrebatá-la dos braços de Adrian e levá-la dali para algum lugar onde não pudessem ser encontrados nunca mais. Mas ele sabia que isso era uma insanidade e que seria impossível. Mas ele iria tentar falar com ela. Ela não poderia lhe negar uma dança, afinal, ela era a noiva, a anfitriã e ele, seu convidado. Era só isso que ele conseguia pensar.

Lissa parecia estar em estado de choque. Ao ver sua ex-guardiã e amiga ali, tão feliz e bem, ela não acreditava que tinha pensado que ela jamais se recuperaria. Rose nunca deixava de surpreendê-la. Rose estava bem, mas não graças a ela. Lissa pensava.

Christian, Eddie, Mia e Natasha estavam genuinamente felizes pela recuperação de Rose e tudo o que eles queriam era poder abraçá-la e ao Adrian e lhes desejar felicidades. Os três primeiros, mais do que ninguém, afinal, graças a ela, eles estavam vivos. Christian estava ainda se sentindo muito mal por não ter percebido quando ela ficou mal. Ele queria desesperadamente se desculpar com ela. Será que ela o perdoaria? E Liss?

A Rainha abriu os discursos iniciais e depois passou a palavra a Abe que era o pai da noiva. Abe fez um discurso emocionado.

“Estamos todos reunidos aqui hoje, para comemorar em primeiro lugar a recuperação da minha filha Rosemarie, que passou por um momento muito difícil e complicado em sua vida. Com a sua generosidade e altruísmo, ela conseguiu ajudar uma pessoa a voltar à vida e em conseqüência, acabou sendo tomada por sombras, efeitos colaterais do espírito, que não é novidade para ninguém aqui presente, sabendo que ela é uma shadow-kissed. Passou por tanta coisa que eu nem quero citar. Primeiro porque hoje, não é dia de tristeza e sim de alegria. Segundo, porque eu não vou constrangê-la com comentários desnecessários e que somente interessam à família, mas o que importa é que ela hoje está bem, se recuperando com sucesso e feliz. Acima de tudo: FELIZ! E essa felicidade se dá ao seu noivado com o homem que ela ama: Adrian Ivashkov! Esse homem que sempre esteve ao seu lado, não importasse o preço que tivesse que pagar e nunca, jamais desacreditou ou desistiu da recuperação de Rosemarie. Adrian, meu genro, que é aquele que traz luz para cada dia da vida de minha filha! Que consegue arrancar um sorriso dos lábios de Rosemarie, por mais difícil que seja o que ela esteja passando. Adrian Ivashkov, meu filho, que para mim, é um filho, que sempre esteve ao lado de Rose e ao lado de Janine e eu e que quando nós perdíamos as esperanças, ele nos trazia de volta à razão e não nos deixava desistir. Adrian, o meu filho... Aquele que me deu a honra de ser avô! Um brinde caloroso aos meus filhos!”

Quando ele terminou, muitos tinham lágrimas nos olhos e uma pessoa, tinha mais do que lágrimas de emoção nos olhos. Tinha lágrimas de ódio: Dimitri Belikov!