You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 7
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Na manhã seguinte, acordei muito cedo e acordei com fome. Tomei um banho rápido e vesti-me. De seguida, fui fazer o pequeno-almoço para mim e depois fiquei a ver um pouco de televisão, até as crianças acordarem. Quando elas começaram a acordar, fui andando para a escola lentamente. Ia com muito tempo, por isso, não era preciso ir à pressa. Cheguei à escola mais cedo, do que devia. Sentei-me debaixo de uma árvore e fiquei à espera que o tempo passasse. Quando faltava cinco minutos para as aulas começarem, levantei-me e dirigi-me à sala de aula, que estava vazia.

O dia de aulas passou-se num instante. Fui para a instituição e quando lá cheguei, fui para o meu quarto estudar. Nestes testes, tinha que subir as minhas notas todas. Só parei de estudar à hora do jantar. Já estava com fome. Dirigi-me para a cozinha e tirei comida para o meu prato e fui comer para a sala. A Esme e o Edward ainda lá estavam mas estavam de saída. Comi e depois voltei para o meu quarto, para estudar. Acabei por adormecer a estudar. Estudar todos os dias deixava-me exausta.

Os dias passavam-se como todos os outros, ia para a escola, quando a escola acabava vinha para casa estudar e acabava por adormecer a estudar. Os testes já tinham chegado e tinha que aplicar-me muito. Cada vez estava mais exausta, agora o Jasper não me ajudava tanto porque também tinha que estudar para os outros testes e não tinha tempo de me vir ajudar. Estava na hora de me safar sozinha.

Hoje, tinha teste de literatura e à tarde ia ao hospital para tirar os pontos. Os pulsos já estavam bons e já não me doíam.

Acordei de manhã já atrasada. Vesti-me e fui a correr para a escola. Cheguei mesmo em cima do toque. Fui ter a minha primeira aula, de matemática. Tinha aula com o Jasper mas nós estávamos sentados em locais opostos. Na escola, ele praticamente não me dirigia a palavra, ninguém me dirigia a palavra. Ninguém gostava de estar comigo e ele só me dava explicações porque a Ellen lhe tinha pedido. Aproximei-me um pouco da Esme mas as crianças exigiam a atenção toda dela, voltou tudo ao mesmo sítio. Outra vez sozinha, sem ninguém mas desta vez não ia ceder, ia erguer-me e lutar. Não ia cometer o mesmo erro, tentar suicidar-me. Já tinha experimentado isso e não compensou nada.

À última aula, tinha o teste. Eu estudei muito e estava à espera de conseguir uma positiva. O teste não era propriamente fácil mas eu consegui faze-lo todo. Quando acabei o teste, saí da escola e dirigi-me para o hospital. Como não tinha ninguém que me pudesse levar, tinha que ir a pé. Não era muito longe e não me importava. Nestes meses, habituei-me a andar a pé e era algo que gostava. Fazia-me reflectir e era uma espécie de calmante.

Quando avistei o hospital, o Dr. Cullen estava à porta a falar com uma enfermeira. Quando ele me viu, sorriu e veio ter comigo.

- Boa tarde, Alice. Tudo bem? – Perguntou simpaticamente.

- Boa tarde, Dr. Cullen. Sim, dentro dos possíveis e o senhor?

- Vou bem. Vamos tirar os pontos? – Afirmei com a cabeça. Ele entrou e eu segui-o para o consultório dele. Sentei-me na maca. Ele arregaçou-me as mangas para trás e foi buscar os instrumentos para me tirar os pontos. Estava com um pouco de medo. Não queria que doesse.

- Não vai doer, podes estar descansada. – Disse ele sorrindo para me acalmar. Afirmei com a cabeça para dizer que estava bem. – Não olhes para o que estou a fazer, ok?

- Ok. – Consegui dizer. Olhei para a janela. Daqui via-se a instituição ao fundo. Conseguia perceber que as crianças estavam todas cá fora a brincar, além do frio que se fazia. Brincavam alegres e descontraídas. Não tinham grandes preocupações. Gostava de ser como elas, de estar ali a brincar sem preocupações nenhumas, feliz e acima de tudo amada. Por mais que estas crianças não tivessem pais, eram amadas. Amadas pela Ellen, pela Esme, pelo Edward, pelo Jasper e pela Rosalie. Amavam-se umas às outras. E eu? Eu não conseguia esquecer certos momentos que me vinham à cabeça, por mais que os pusesse de lado. Não era alegre. A alegria era algo que eu não sentia há algum tempo. Tinha saudades disso, nem sei se alguma vez tinha sentido a alegria na sua totalidade. Não tinha ninguém que me amasse, mesmo estando naquela instituição, ninguém conseguia gostar de mim como gostavam daquelas crianças. Ninguém… nunca percebi o porquê. Sempre soube que a culpa era minha, porque desde pequenina que ninguém me amava, nem mesmo os meus próprios pais, mas eu não sabia o que fazia para isso acontecer. Eu não era má com ninguém, nunca tinha feito mal a ninguém. Não sei… talvez estivesse mesmo em mim. Talvez era impossível alguém conseguir amar-me. Não queria pensar mais nisto, comecei a sentir as lágrimas atrás dos olhos e não queria chorar à frente do Dr. Cullen. Afastei os pensamentos e olhei para ele. O rosto dele mostrava a calma e a concentração com que ele estava.

- Então Alice, o Natal está quase a chegar. Entusiasmada? – Perguntou. Encolhi os ombros. Nunca percebi muito bem o que era o Natal. Quando estava em casa e o Sean era vivo, nessa época, ele dava-me sempre algo, por mais simples que fosse mas dava e eu guardei tudo até agora. Nunca deitei essas prendas fora. Eram as únicas que tinha recebido ao longo da minha vida e não queria perde-las. Ele percebeu que eu não queria falar do assunto por isso deixou o assunto esmorecer.

- Já está. – Avisou-me ele quando acabou. Olhei para os meus pulsos e percebi que tinha cicatrizes bem visíveis lá. Não sabia que se iam ver tanto. Iam ficar marcadas para o resto da vida. - Estás bem? – Perguntou ele preocupado.

- Estou. – Disse mais para me convencer a mim do que a ele. Sabia que não estava assim tão bem. Sentia-me como me sentia antes de me cortar e tinha de fazer os possíveis para que desta vez não acabasse como a outra.

- Tens a certeza? Vejo-te triste. – Disse.

- Sim, tenho a certeza. – Respondi.

- Ok. Podes ir. – Disse ele.

- Adeus, Dr. Cullen. – Despedi-me saindo pela porta. Dirigi-me à saída do hospital e fui para a instituição. Demorei meia hora a percorrer todo o caminho. Quando cheguei, fui comer qualquer coisa que ainda não tinha comido desde o almoço. Estavam algumas crianças na cozinha a comer. Não me importei, queria mesmo comer. Fiz uma sandes e fui comer para o quarto. Comecei a estudar para o teste de amanhã. Por volta das sete, alguém bateu à porta do meu quarto.    

- Entre. – Disse. A Esme entrou no meu quarto.

- Olá, Alice. – Disse ela sorrindo carinhosamente.

- Olá, Esme. – Disse sorrindo um pouco.

- Olha, vim avisar-te. Aqui na instituição temos uma tradição no Natal. Todas as crianças escrevem num papel o que mais gostavam de ter este Natal. Gostava que tu também fizesses isso. – Disse ela com esperança que eu fizesse. – Vais fazer? – Perguntou. Não conseguia dizer que não à Esme.

- Sim, vou. – Disse simplesmente.

- Obrigada, Alice. – Disse ela sorrindo abertamente.

- De nada. – Disse sorrindo um pouco. Ela despediu-se e saiu do meu quarto. Agora, o que é que eu ia escrever? Nunca fiz isto na vida. Não tinha nada para pedir, além do impossível. Peguei num papel e comecei a escrever, comecei a passar o que sentia para o papel e assim tudo fluiu. Quando acabei, era meia-noite e tinha muita coisa escrita, não te quantidade mas sim de intensidade. O que estava escrito dizia tudo o que eu sentia. Como já estava com sono, deixei a folha de papel em cima da secretária e fui dormir. Amanhã tinha de me levantar cedo.

O resto da semana, passou-se a correr. Tive testes todos os dias, mas correram melhor do que eu estava à espera. Ainda não tinha tido coragem para dar a carta à Esme mas tinha que lhe dar, eu prometi-lhe que escrevia. Quando cheguei à instituição, a Esme e a Rosalie já lá estavam. Dirigi-me logo para o meu quarto e peguei na carta. Saí e fiquei à espera de apanhar a Esme sozinha, o que era difícil, visto que ela estava sempre rodeada de crianças. Pus a carta no bolso e fiquei sentada nas escadas. A Esme ia começar a ler e as crianças foram todas para a sala. Eu fiquei a ouvir das escadas como sempre que queria ouvir a Esme a ler. Fiquei abstraída de tudo, até que a Rose apanha-me nas escadas. Ela ia a sair da sala.

- Alice? O que fazes aí? – Perguntou ela confusa.

- Nada, nada. – Disse levantando-me para ir embora.

- Não é preciso ires embora. Podes ficar. – Disse ela visto que eu me ia embora. – Estavas a ouvir a minha mãe? – Perguntou.

- Estava. – Disse envergonhada.

- Não é preciso teres vergonha. Eu adoro ouvir a minha mãe a ler histórias. Quando eu era pequenina, ela fazia-me o mesmo. – Disse a Rose ternamente. Via-se que ela amava a mãe. – Porque não vais lá para dentro? – Perguntou. – Estás mais confortável.

- As outras crianças não me querem lá dentro. Prefiro ficar aqui. – Disse.

- Está bem, eu faço-te companhia. Também não tenho nada para fazer. – Disse sentando-se ao meu lado. – Como estão os teus pulsos? – Perguntou.

- Bem melhor. Já só tenho cicatrizes. – Disse. Não eram muito bonitas de se ver mas faziam que me lembrasse do que aconteceu o que fazia que nunca mais pensasse em suicídio.

- Ainda bem. E a escola?

- Vai mais ou menos. Tenho medo de tirar negativas, não sei o que a Ellen me fará se tirar negativas. – Disse com um pouco de medo. Eu esforcei-me para conseguir tirar positivas nos testes, mas nunca se sabia.

- Vais ver que vais ter positivas. – Disse ela confiante. Nesse momento, o Jasper entrou na instituição e ficou um pouco admirado em ver-nos ali.

- O que estão aqui a fazer? – Perguntou curioso.

- A conversar. – Disse a Rose. A Esme tinha acabado de contar a história e a crianças vieram todas pedir a atenção do Jasper e da Rosalie. Eles deixaram-me sozinha. Olhei para dentro da sala para ver se a Esme estava sozinha, e por sorte ou não, estava. Dirigi-me até ela, timidamente.

- Esme. – Chamei quando cheguei ao pé dela.

- Sim, Alice? – Perguntou ela.

- Era para lhe entregar isto. – Disse dando-lhe o papel.

- Obrigada por participares, querida. – Disse ela sorrindo.

- De nada.

Ela depois saiu de ao pé de mim e foi ter com uma das crianças. Decidi ir dar uma volta. Estava farta de estar enfiada em casa. Vesti um casaco quente e fui dar um passeio nos jardins da instituição. Sentia falta do tempo que passava com o Jasper, por mais estranho que pareça. Os momentos eram divertidos e sempre me distraiam, mas agora esses momentos acabaram, os testes já passaram e ele já não me dava explicações. Sentei-me ao pé do lago e abracei os meus joelhos para ficar mais quente. Fiquei sentada naquela posição a pensar durante algum tempo. Passado meia hora, ouvi um barulho. Não me quis virar, não estava muito interessada em quem estava ali. Provavelmente quando percebesse que eu estava ali, ia-se embora. Mas não, eu estava enganada, a pessoa que ouvi, sentou-se ao meu lado, era o Jasper. Ele ficou uns minutos em silêncio e depois abriu a boca para falar.

- Porque estás sempre sozinha? – Perguntou.


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Notas finais do capítulo

E agora? O que a Alice vai responder? O que irá acontecer entre os dois? Vão aproximar-se ainda mais? ou afastarem-se? Têm de esperar para ver! :P ahaha Sei que o capitulo é triste e muitas de voces se vai perguntar porque ela voltou a sentir-se assim, ,as esta conversa que vai continuar no próximo capitulo, vai ser importante para a relação deles os dois. (: Espero que tennham gostadoo! E espero os vossos comentários!
Quero dar um avido, leitores de Fight que também leem aqui, eu não vou postar nenhum capitulo em Fight esta semana por falta de tempo para escrever, prometo que para a próxima já ha um capitulo!
Beijinhos
S2