You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 69
I'm Here With You!




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A Rose olhou assustada para nós. Não sei se estava assustada por não ter pensado numa possível gravidez, ou se estava assustada pelo tamanho da responsabilidade que ela tinha em mãos, agora. Ela tinha uma decisão importante para tomar e acho que ela não estava à espera disso.

- Eu não sei o que fazer… - Disse ela num tom baixo. Via-se que ela estava completamente perdida.

- Rose! – Disse enquanto me sentava na sua cama de frente para ela. – Tens de dar uma resposta rápida! Sei que é difícil pensar nisso, agora, mas tens de pensar se achas que és capaz de suportar uma possível gravidez, se consegues aguentar ter um filho do monstro que te fez isto. Sabemos que a gravidez é apenas uma possibilidade, mas achas que tens força suficiente para enfrentar uma neste momento? – Perguntei-lhe segurando as suas mãos que tremiam um pouco. O olhar perdido dela fez-me prender o meu próprio choro, eu não podia chorar na frente dela, eu tinha que ser forte, ela precisava de mim. – Nós iremos apoiar qualquer que seja a tua decisão, não te iremos julgar. Vamos compreender o teu lado, está bem?

- Está bem. – Disse ela ainda com um tom de voz baixo. – Eu acho que não irei conseguir lidar com uma gravidez, com um bebé. Eu sei que se engravidar o bebé não tem culpa de nada, mas eu acho que não iria conseguir lidar com ele, irá ser demais para mim, neste momento. – Explicou ela com a voz tremida ao fim de um bocado de silêncio. – Eu aceito tomar a pilula. – Disse ela mais segura de si. Ela olhou para nós para ver as nossas expressões, mas como eu disse, nós iriamos compreender o que ela decidisse. Se ela achava que não iria conseguir lidar com uma gravidez, acho que ela não deveria arriscar. Ela é que sabia do que era capaz, não tínhamos que julga-la. O Edward e o Jasper deviam pensar da mesma maneira, porque não demonstraram desilusão ou não estarem de acordo com ela. A médica apenas assentiu com a cabeça e foi buscar o medicamento. Voltou em pouco tempo e deu o comprimido para as mãos da Rose. Ela tomou-o e depois voltou a recostar-se nas almofadas.

- Doutora. – Chamou o Edward. Ela virou-se para ele, curiosa. – A doutora disse que não havia nada para tentar evitar as doenças que a Rose poderá ter apanhado, mas no outro dia, li que já existe algo para o HIV. Acho que consiste em tomar alguns medicamentos durante um determinado tempo. Não sei se é cem por cento eficaz mas sei que existe. – Disse ele.

- Eu não tenho conhecimento nessa área, por isso não posso dar certezas de nada, mas se quiserem eu falo com um colega meu que é especializado nessa área. Se houver algo a fazer, claro que proponho. Vou agora mesmo falar com ele. – Disse ela. A médica estava a ser bastante prestável e amigável. Ela despediu-se e retirou-se do quarto, deixando-nos sozinhos outra vez.

- Precisámos de avisar os pais, Rose. – Disse o Edward ao fim de um bocado.

- Os pais? – Perguntou a Rose horrorizada. Eu acho que ela tinha medo da reação deles, mas eles só iriam apoia-la. Não iriam obriga-la a nada e não iriam julga-la. Eu sabia disso. – Deixa os estar a aproveitar. Eles, raramente, estão sozinhos, Edward. Não quero estragar o momento deles. – Disse ela com tristeza no olhar.

- Rose, como é que achas que eles se irão sentir, quando voltarem e te encontrarem nesse estado? Eles vão logo perceber que algo de grave se passou e nós vamos ter que contar. A Esme vai ficar desolada por não ter estado o tempo todo ao teu lado e o Carlisle também, Rose. Eles amam-te e querem cuidar de ti. Quando lhes contarmos, eles não vão querer saber da viagem deles, só irão querer estar contigo e saber se estás bem. – Expliquei-lhe. – Eles precisam de saber.

- Eu não quero que eles me vejam assim. Eu estou um caco, Alice. Eu mal consigo pensar em fechar os olhos para dormir, mal consigo pensar em sair de noite de casa, qualquer homem provoca um medo incompreensível em mim. Eu não quero que eles voltem e se deparem com esta Rose quebrada. Eu não quero isso. – Disse ela entre lágrimas.

- Rose! Rose! É claro que tu estás um caco, o que te aconteceu foi horrível, qualquer pessoa ficaria assim. Não tens de ter vergonha por te mostrares vulnerável. Todos nós, em algum momento das nossas vidas, nos iremos mostrar assim. – Expliquei-lhe. – Tu não percebes o alívio que te vai trazer quando sentires os braços da Esme a envolverem-te num abraço apertado e o beijo que o Carlisle te vai depositar na testa. Vais-te sentir tão melhor, Rose. Acredita em mim. Tu precisas deles, eles são teus pais, o teu porto de abrigo. – Disse-lhe, abraçando-a de seguida. Ela chorava bastante e eu só queria que ela se acalmasse um pouco. Acariciava-lhe os cabelos numa tentativa de o choro acalmar. Ainda demorou um pouco para que as lágrimas e os soluços cessassem mas eu esperaria o tempo que fosse preciso. Ajeitei-me melhor na cama e ela encostou-se a mim, ainda com os olhos vermelhos e as bochechas coradas. Fungava de vez em quando como consequência da crise de choro mas já se encontrava mais calma. Ao fim de um bocado, caiu num sono inquieto mas eu deixei-me ficar ao lado dela, sabia que ter alguém com ela lhe dava certa segurança.

- Temos de ligar a eles. – Disse o Jasper num sussurro para não acordar a Rose.

- Pois temos. – Concordei num suspiro. Eu nunca conseguiria falar com eles, seria demasiado para mim. – Eu não consigo fazer isso… - Disse num tom baixo, baixando o olhar.

- Vai ser difícil. – Disse o Edward no mesmo tom do meu.

- Não devemos dizer-lhes por telefone, vai ser mais angustiante para eles. Vão ficar ansiosos por chegar e bastante nervosos, não é o ideal para a viagem de volta. – Disse o Jasper. – Acho que deveríamos ligar-lhes a dizer que a Rose está no hospital e que se passou algo grave, para eles virem que explicaríamos tudo cá.

- Eles assim ficariam preocupadíssimos, Jazz. Viriam a viagem toda, preocupados. Não sei o que é o melhor a fazer, sinceramente.

- Podemos dizer apenas que precisamos que eles venham para casa ainda, hoje. Mais nada. Assim, não vinham tão preocupados. Também não sei o que fazer, a mãe vai ficar desolada por isto ter acontecido à Rose.

- Eu vou falar agora com eles, já vejo o que lhes digo, vou tentar dizer o menos possível, a ver se consigo não preocupá-los muito. – Avisou o Jasper saindo do quarto de seguida. Eu e o Edward ficámos em silêncio no quarto. A Rose ainda dormia e encontrava-se um pouco mais sossegada do que há pouco. Recostei-me melhor na cama, pois já estavam a doer-me as costas e fiz carinho no cabelo da Rose, fazendo com que ela relaxasse um pouco.

- É estranho vê-la tão frágil e vulnerável. – Disse o Edward, sentando-se numa poltrona perto da cama onde eu e a Rose estávamos. – Ela sempre foi tão segura de si, tão forte. Era raro vermos a Rose, chorar, mesmo quando ela era mais nova. Ela nunca chorava à nossa frente, escapava-se sempre para o quarto. – Explicou ele. – Não gosto de a ver assim, faz-me querer chorar também. - Admitiu ele num tom baixo.

- A mim também. – Respondi simplesmente num sussurro. Até o Jasper chegar, não falámos mais um com o outro. Também não queríamos acordar a Rose, ela estava tão sossegada a dormir. – E então? – Perguntei.

- Disse-lhes apenas que precisava que eles voltassem o mais rápido possível. Claro que quiserem logo saber o que se tinha passado, mas eu disse-lhes que precisava de falar com eles, pessoalmente. Estão a sair de lá agora e chegam no máximo dentro de duas horas e meia. Pedi para nos encontrarmos em casa. – Informou-nos o Jasper.

- Queres que eu vá para casa contigo? – Perguntou o Edward para o Jasper.

- Sim, ainda não sei como contar para eles o que aconteceu com a Rose. – Respondeu o Jasper para o Edward. O Edward apenas afirmou com a cabeça como para dizer ao Jasper que estaria ali para o ajudar. Ficámos em silêncio os três até a Rose voltar a acordar. Ela acordou por volta da hora de almoço e não demorou muito para que uma enfermeira trouxesse o almoço para a Rose. Ela comeu um pouco e depois voltou a recostar-se na almofada. Ainda estava sentada ao lado dela na cama, já tinha tentado sair com medo de a estar a incomodar mas ela pediu para eu ficar ali ao lado dela. Dizia que se sentia mais segura.

- Ainda tens muitas dores?- Perguntei baixinho para ela, um pouco preocupada. Ela estava muito sossegada e silenciosa.

- Já não dói tanto. – Respondeu ela.

Continuei a falar com ela sobre outros assuntos completamente banais com o objetivo de a distrair um pouco. Ela não precisava de pensar mais naquilo que lhe aconteceu. A médica acabou por aparecer uns minutos depois. Ela vinha com novidades sobre aquilo que o Edward tinha falado.

- Bem, já falei com um colega meu. Ele diz que nestes casos é disponibilizado um tratamento para prevenir que os pacientes sejam infetados. Não há garantias que resulte a cem por cento mas até agora, temos tido resultados positivos. O tratamento consiste em tomar uma grande quantidade de comprimidos por dia, durante um mês. Existem alguns efeitos colaterais como náuseas, vômitos, sonolência, tontura, dores renais, problemas hepáticos e erupções alérgicas. Pode ser difícil o tratamento mas é a nossa única alternativa neste momento. – Explicou a médica. – Se a Rosalie quiser começar este tratamento, aconselho a começar já. Quanto mais cedo melhor os resultados que poderemos vir a ter. A partir das setenta e duas horas após o abuso sexual já não podemos aplicar este tratamento. O ideal é, como já disse, começarmos ainda hoje. – Disse a médica. A Rose ficou um pouco pensativa, acho que estava a absorver a informação que a médica tinha dito.

- Podemos começar com o tratamento. – Disse a Rose ao fim de um bocado. A médica começou a explicar-lhe como o tratamento deveria ser realizado e que ela não podia falhar em nada. A Rose ouvia tudo com o máximo de atenção. Ela queria fazer isto certo. Quando a médica acabou de explicar o tratamento, deu-lhe os comprimidos que ela precisaria de tomar e depois disse que precisaria de fazer um novo exame vaginal para ver como se encontrava a hemorragia. A Rose apenas assentiu com a cabeça e pegou na minha mão com força. A doutora pediu ao Jasper e ao Edward que se retirassem e eles aproveitaram para se despedirem de nós e irem para casa ter com a Esme e o Carlisle que deveriam estar a chegar. Ela começou o exame e depois de ver que a hemorragia encontrava-se quase estancada, disse que depois de falar com a Esme e o Carlisle, a Rose poderia voltar para casa.

- Eles vão aparecer a qualquer momento, não vão? – Perguntou ela, ligeiramente nervosa.

- Sim, vão, Rose. Mas eu vou estar sempre ao teu lado. – Respondi, sorrindo-lhe. Ela sorriu-me fraco também e depois ficámos às duas a ver televisão, enquanto eles não chegavam. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que me encontro atrasada, mas eu andei bastante atarefada e não consegui postar, espero que compreendam, ok? Eu vou tentar ser mais regular, mas eu tenho mesmo que me aplicar bastante este ano porque preciso de muito boas notas, para entrar na universidade! :p
Espero que tenham gostado do capitulo e fico à espera dos vossos comentários! :p
Beijinhos
S2



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