Quando dei por mim, tinha o Edward e o Carlisle ao pé de mim. Não tinha dado conta da aproximação deles.
- Ela adormeceu. – Expliquei ainda com ela aconchegada nos meus braços. Carlisle sorriu carinhosamente e acariciou os cabelos da Alice. Ela continuou imóvel no seu sono. – O que estás aqui a fazer, Carl? – Perguntei. Ele devia estar a trabalhar.
- Vim vos buscar, troquei o meu turno para amanhã de manhã. Não conseguia concentrar-me em nada não tendo notícias da Alice. – Explicou ele. – Vá, deixa-me pegar-lhe para a levarmos para casa. – Pediu ele. Afastei-me um pouco dela aos poucos para não acorda-la e o Carlisle pegou-lhe ao colo cuidadosamente e aconchegou-a no seu peito. Andámos até ao carro silenciosamente. O Edward parecia mais triste e arrependido do que quando saiu de casa comigo. Acho que ele percebeu o quanto magoou a Alice e o que ela sentia. Ele foi em direcção ao meu carro e eu fui com o Carlisle até ao carro dele.
- Eu aviso o Jasper e a Rose, pelo caminho. – Avisou o Edward. Eu e o Carlisle assentimos com a cabeça. Ele entrou no carro e partiu. Eu sentei-me no banco de trás e de seguida o Carlisle deitou a Alice no mesmo. Deitei a sua cabeça no meu colo. Ela estava tão frágil, tão vulnerável neste momento e eu só sentia que a tinha que proteger. Mais do que tudo, eu sentia realmente que sim, eu era mãe da Alice. Eu não me importava que ela iria fazer os dezoito anos em pouco tempo, eu só queria adopta-la e que ela fosse vista perante todos como minha filha.
- Carl, vamos adoptá-la o mais rápido possível. – Pedi-lhe. Ele olhou rapidamente para mim com ternura no olhar. Eu sabia que ele também se sentia pai da Alice. Ela tinha tocado no seu coração tal como tinha tocado no meu.
- Claro, Esme. – Respondeu ele sorrindo abertamente. Sorri também para ele. O resto da viagem foi feito em silêncio. Não queríamos acordar a Alice, ela precisava de descansar. Assim que chegámos a casa, avistei logo o Jasper à porta de casa. Ele devia estar à espera da Alice. O Carlisle estacionou o carro à porta de casa e saiu do carro rapidamente para vir buscar a Alice. Ele pegou nela carinhosamente e levou-a para dentro, com o Jasper atrás. Saí do carro também e entrei dentro de casa.
- O que se passou? – Perguntou o Jasper preocupado. O Carlisle começou a subir as escadas para a levar para cima e eu fui ter com o Jasper.
- Ela só está a dormir, querido. Está cansada emocionalmente. – Expliquei-lhe.
- Mas está tudo bem com ela? – Perguntou ainda extremamente preocupado.
- Sim, dentro dos possíveis, sim. – Respondi-lhe acariciando-lhe a face. Ele sorriu fraco para mim e abraçou-me fortemente.
- Obrigada, mãe. Obrigada por cuidares dela. – Agradeceu ele. Sorri para ele e apertei-o no meu abraço. Ele amava tanto a Alice. Era tão visível, isso.
- De nada, meu amor. – Disse-lhe. – A tua irmã? – Perguntei. Ainda não a tinha visto desde que cheguei, estava à espera de a ver na sala à nossa espera.
- Está no quarto. Estava com dores de cabeça e eu mandei-a ir dormir. E ela aceitou porque não queria ver o Edward. Ela diz que está muito magoada com ele. – Explicou o Jasper. Já sabia que isto ia acontecer. A Rose amava muito a Alice, e não queria que nada a fizesse sofrer. Se fosse preciso ela enfrentaria um exército só para ter a certeza que a Alice não sairia a sofrer. – Ela já está a dormir. – Informou-me ele.
- Vai dormir também, querido. Foi um dia cansativo para todos. Precisas de descansar. – Disse-lhe. – Amanhã, vês e falas com a Alice. Ela também está a dormir agora e mais do que todos nós, precisa mesmo de descansar. – Falei antes que ele resmungasse. Eu sabia que ele queria ir ver a Alice. Mas esta não era a melhor altura. Ela estava exausta e eu tinha que a ir acordar para tomar um banho e comer qualquer coisa, por mais que isso me custasse. Subi as escadas com o Jasper e antes de ir ter com a Alice, fui ver da Rose. Abri a porta do quarto dela com cuidado e entrei. Ela estava a dormir, tal como o Jasper tinha dito. Aproximei-me dela e tapei-a melhor. De seguida, dei-lhe um beijo na testa e virei-me para sair do quarto.
- Mãe? – Chamou ela sonolenta.
- Sim, sou eu querida. Dorme. – Disse.
- A Alice? – Perguntou ela ainda de olhos fechados.
- Está já em casa. Agora, encontrasse a dormir. – Respondi-lhe. Ela sorriu um pouco e voltou a aconchegar-se nas cobertas. Voltou a cair no sono, num instante. Saí do quarto e fui até ao meu. O Carlisle estava lá com a Alice. Ela ainda dormia deitada na cama e ele estava sentado ao lado dela a acariciar-lhe os cabelos. Sorri para a cena e depois cheguei-me ao pé deles.
- Vou acordá-la para lhe dar um banho rápido. Preparas algo para ela comer? – Perguntei-lhe enquanto me sentava na cama ao pé dos dois.
- Sim, preparo. – Respondeu ele ainda com um pequeno sorriso no rosto.
- Ainda há sopa no frigorífico. Aquece um pouco para ela comer. – Informei-o.
- Está bem. Volto já. – Disse ele, levantando-se da cama para ir à cozinha preparar a comida da Alice. Estava a custar-me tanto ter que acordá-la, mas ela tinha de comer algo e passar o corpo por água. Esteve deitada no chão durante muito tempo. Assim que o Carlisle saiu, comecei a acordá-la.
- Querida. – Chamei-a baixinho. – Acorda. – Pedi. Ela remexeu-se um pouco na cama mas não disse nada. Abriu os olhos a custo. Ela estava cheia de sono. – Prometo que vai ser rápido, mas precisas de um banho e de comer algo. Está bem? – Perguntei-lhe. Ela apenas afirmou com a cabeça. Ajudei-a a levantar e depois levei-a para a casa de banho. Enquanto a banheira enchia, ajudei-a a despir-se. Ela estava muito sonolenta. Fechei a torneira assim que a banheira encheu e ajudei a Alice a ir lá para dentro. Ela recostou-se imediatamente e fechou os olhos, como se quisesse voltar a dormir. – Não adormeças, querida. Prometo ser rápida. – Disse-lhe. Ela apenas afirmou com a cabeça outra vez. Lavei-a cuidadosamente e o mais rápido que consegui. Quando acabei, ajudei-a a sair da banheira e enxuguei-a para a vestir de seguida. Vesti-lhe um pijama meu. Levei-a de novo para o quarto, onde já estava o Carlisle com a sopa. Ela sentou-se na cama, recostando-se à cabeceira. O Carlisle meteu-lhe o tabuleiro em cima das pernas e ela começou a comer lentamente. Depois de ter comido a sopa toda com certa dificuldade, deitou-se na minha cama e adormeceu de seguida. Aconcheguei melhor os lençóis em volta dela e depois fui à casa de banho fazer a minha higiene. Também tomei um banho rápido e de seguida vesti o meu pijama. Quando saí da casa de banho, deparei-me com o Carlisle sentado na poltrona. Fui até ele e sentei-me no seu colo. Ele acariciou-me a cabeça e aí, fiz o que há muito tempo estava a conter. Chorei. Chorei copiosamente no ombro do Carlisle.
- Shh! Está tudo bem, agora, Esme. Está tudo bem agora. – Disse ele ao meu ouvido para me acalmar. – Está tudo bem agora. Ela já está em casa. – Continuou ele a dizer. Fiquei sentada no colo dele, enquanto ele me tentava acalmar. Eu estive a noite toda a prender o choro para a Alice não ver, mas não consegui mais aguentar. Eu tinha que deitar cá para fora. Ele aconchegou-me melhor no seu colo e eu acabei por adormecer com o som doce que saía dos seus lábios.