You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 45
My Fear Came True




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– Alice? – Todos permaneciam em silêncio. Ninguém tinha a coragem de o quebrar.
– Não são nada. – Respondi. – Não é nada. – Falei divagando um pouco.
– Alguma coisa deve ser, Alice. Não apareceram aí por acaso. – Disse o Edward um pouco sarcástico. Nunca tinha ouvido este tom de voz no Edward, ele nunca tinha falado assim para mim. Senti o choro a invadir-me o corpo mas controlei-o. Não queria chorar. – Então, Alice? – Insistiu ele. Eu não sabia se ele desconfiava do que eu tinha feito e queria que eu dissesse, ou apenas tinha curiosidade pelas cicatrizes.
– Edward, deixa a Alice. Se ela quiser conta-te. – Disse a Rose olhando séria para o irmão.
– Então tu sabes o que se passou? – Perguntou ele retoricamente.
– Edward, pára! – Disse o Jasper com um tom de aviso na voz. – Estás a agir como uma criança.
– Já tinha calculado que tu também soubesses o que ela fez com os pulsos dela. – Olhei para ele chocada. Se ele tinha uma ideia do que eu fiz porque é que estava a perguntar. – Sim, não é muito difícil perceber o que aconteceu com os teus pulsos. – Continuou ele com aquele tom sarcástico. – Não era preciso ires tão longe para chamares a atenção das pessoas. Sabes há outras maneiras de fazer isso. – Disse ele ironicamente. Ele pensava que eu tinha me cortado, simplesmente porque queria chamar a atenção das pessoas. Agora, o choro tinha ido embora, e apareceu uma raiva não sei de onde.
– Sabes Edward, eu nunca tive a tua vida perfeita. Por isso, vê-se se paras de olhar apenas para ti e vê se percebes que existe pessoas que têm uma vida não tão perfeita e não tão feliz. Nem toda a gente vive num mundo igual ao teu, por isso, não tires conclusões de um facto quando não sabes a história toda. Está bem? – Disse-lhe irritada. Ele não tinha direito nenhum de me dizer aquilo. Ele não sabia de nada. Ele sempre teve tudo o que quis e tudo o que precisou. Nunca passou por dificuldades, ele não sabe pelo que eu passei. Via-se pela expressão dele que ele não estava à espera que eu respondesse. O silêncio voltou a abater-se sobre a mesa e eu levantei-me, fui buscar um casaco de malha e saí de casa. Andei sem rumo e quando dei por mim, estava à porta do cemitério. Nunca tinha vindo aqui visitá-lo. Nunca tive a coragem de enfrentar totalmente a realidade. Sabia que vendo a lápide dele não haveria qualquer esperança que ele estivesse vivo. Andei dentro do cemitério até encontrar a lápide do Sean. Sentei-me na relva e fiquei a olhar para a foto dele. Ele estava sorridente na foto, como era usual nele. Sentia tantas saudades dele, mas tantas. Passei os dedos na fotografia como se pudesse tocá-lo.
– Sinto tanto a tua falta, Sean. Porque é que tiveste que ir? Eu preciso tanto de ti. – Disse como se ele me pudesse ouvir. Eu não consegui conter as lágrimas. Chorava copiosamente. – Volta, por favor. – Supliquei. Eu queria-o tanto ao meu lado neste momento. Ele iria compreender-me. Tinha a certeza disso. Não sei quanto mais tempo fiquei ali, só sei que me sentia de certa forma em paz, ali.

Jasper
Não conseguia perceber porque é que o Edward estava a reagir assim, por causa do que a Alice fez. Ele não sabia de nada e já a estava a julgar. Percebi do que a Alice tanto falava. Nem todas a pessoas iriam compreender o que ela fez, mas eu nunca esperei isso do Edward. Ele estava a julgá-la sem saber o que se tinha passado. Quando voltei a mim, a Alice já se tinha levantado e ido embora, tentei ir atrás dela, mas não a encontrei. Não sabia para onde ela tinha ido. Voltei para o pé deles, irritado.
– Se acontecer alguma coisa à Alice, fica a saber que a culpa é toda tua, Edward! – Disse-lhe.
– Onde está a Alice? – Perguntou a Rose preocupada.
– Não sei. Quando cheguei à parte da frente da casa, já não a via, não sei para onde ela foi.
– És mesmo idiota! – Disse a Rose para o Edward.
– Claro, agora sou eu o idiota! A tua amiguinha é que se andou a cortar para chamar a atenção dos outros. E pelos vistos conseguiu a vossa. – O Edward estava a agir que nem uma criança. Nunca esperei esta reacção vinda dele.
– Edward, não sabes o que lhe aconteceu. Não sabes de nada, está bem? Não te passa pela cabeça o que ela passou, eu admiro-me, ela ter aguentado aqueles meses todos antes de se ter tentado suicidar.
– Ela tentou suicidar-se? – Perguntou o Emmet surpreendido. Acho que o Edward não estava à espera disto. Acho que ele apenas pensava que ela tinha cortado os pulsos para as pessoas repararem nela e não porque ela tinha o objectivo de se matar.
– Tentou. – Suspirei. – Só não morreu porque eu a encontrei a tempo. – Expliquei.
– Posso saber o que se passa aqui? Porque estão aos gritos uns com os outros? – Perguntou a minha mãe séria.
– Foi o idiota do Edward. – Disse a Rose irritada.
– Rose, não chames idiota ao teu irmão! – Advertiu a nossa mãe.
– É o que ele é, mãe. Um completo idiota que disse à Alice que ela tinha cortado os pulsos para chamar a atenção das pessoas.
– O quê? Edward, tu disseste isso? – Perguntou a minha mãe completamente surpresa.
– Disse. Porquê? Não é verdade? – Disse ele na defensiva. Eu acho que ele já não estava tão certo do que dizia, mas estava a ser orgulhoso.
– Edward, ela tentou matar-se! – Exasperou a minha mãe. – Ela tentou matar-se num momento mau da sua vida. Ela estava a passar por muito.
– Vocês todos dizem que ela estava a passar por muito, mas ainda não mencionaram o quê! – Contrapôs ele.
– Os pais abandonaram-na…
– Sim, já sabia e? – Interrompeu o Edward.
– Edward, deixa-me acabar! – Disse a minha mãe autoritária.
– Os pais abandonaram-na, de seguida o irmão mais velho também a deixou. Quem tomava conta dela era o seu outro irmão. Eles mal tinham dinheiro para comer. Uma noite a casa deles foi assalta e a Alice viu o irmão a ser assassinado. Depois de descobrir que estava sem ninguém, foi parar a uma instituição onde ninguém se preocupava minimamente se ela estava bem. Ela passou os meses seguintes, completamente sozinha e com a Ellen a mandá-la a baixo em todas as oportunidades que tinha. A Ellen! Que é tia dela! – Exclamou a minha mãe. - Imagina como te sentirias se a tua própria família te abandonasse e depois perderes a pessoa mais importante na tua vida. Aquela que te ergue sempre que não estás bem. Que toma conta de ti e se preocupa contigo. Diz-me Edward, não são motivos? Achas que a vida dela foi fácil? Achas que é fácil crescer com uns pais que nos odeiam, quando deviam ser os primeiros a amar-nos? Achas que é fácil perderes o teu porto seguro e de um momento para o outro de deparares sozinho no mundo? – A minha mãe suspirou para se acalmar um pouco. – Ela arrepende-se, sabes? Ela tem vergonha do que fez. Ela não se orgulha de ter aquelas cicatrizes nos pulsos. Isso é algo que a vai acompanhar para o resto da vida, ela já se sente mal pelo que fez e agora sente-se muito pior devido à maneira como reagiste. O medo dela tornou-se real. Ela tinha medo que a julgassem, que não a compreendessem e foi isso que tu mostraste, Edward. Tu julgaste-a.
– Desculpa, não sabia que ela tinha passado por isso.
– Não é a mim que tens de pediu desculpas. É à Alice. – Disse a minha mãe. – Onde é que ela está? – Perguntou preocupada.
– Não sabemos. Ela saiu de casa a correr, não consegui apanhá-la. – Respondi.
– Ela levou o telemóvel? – Perguntou a minha mãe.
– Não sei. – Respondi. – Vou tentar ligar-lhe. – Disse indo para dentro buscar o meu telemóvel. Marquei o número dela e liguei. Imediatamente comecei a ouvir o telemóvel dela a tocar. Ela tinha-o deixado em casa. - Ela deixou o telemóvel em casa. – Informei a minha mãe. Já estavam todos na sala, menos o Edward que devia estar no quarto. O meu pai já estava a par do assunto e deparava-se bastante preocupado.
– Só resta esperar que ela volte. – Comentou o meu pai. A minha mãe estava inquieta demais, isto indicava que ela estava preocupada e nervosa. O meu pai abraçou-a e beijou-lhe a testa carinhosamente.
– Porque é que não vamos à procura dela? – Perguntou a Rose também com um tom de voz preocupado.
– Rosei, primeiro porque não fazemos a mais pequena ideia de onde ela se encontra e depois, temos de lhe dar espaço. Ela saiu para ficar um pouco sozinha. Ela vai voltar, disso eu tenho a certeza. – Disse o meu pai convicto. Sentei-me ao lado da Rose e suspirei.
– Espero que ela volte rápido. – Disse. Foi começando a anoitecer e ela ainda não tinha voltado. O Emmet e a Bella tiveram que ir embora para o fim da tarde mas pediram para avisarmos quando ela chegasse. A minha mãe estava cada vez mais nervosa e preocupada. Já tinha ido o escritório avançar num projecto para ter algo para fazer, mas desistiu um tempo depois e veio sentar-se ao pé de nós. O Edward ainda não tinha saído do quarto. Eu sabia que ele estava arrependido. Ele não era assim para as pessoas, esta reacção nele até me surpreendeu bastante. Continuámos todos à espera dela. Só queria que não tivesse acontecido nada.


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Notas finais do capítulo

Desculpem o atraso, tive uma semana cheia de testes, mas estou quase de férias! ^^ Espero que tenham gostado do capitulo e fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos
S2