Diz que Me Ama escrita por Sleepless


Capítulo 3
O3


Notas iniciais do capítulo

O capítulo é pequeno propositalmente... porque o 4 vai ser maior.
Tem muitas coisas que so pretendi dizer no 4.

ps: Desculpa a demora a atualizar, estava sem tempo... mas está ai, prometo que o capitulo 4 vai ser dez.



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O dia seguinte foi muito estranho para mim, o dilema estava na minha cabeça. O que será que eu sentia? Um forte interesse ou algo a mais. Não sabia ao certo, ele tinha chegado há pouco tempo e isso estava saindo de controle. Quando falo em controle me refiro as minhas emoções, sejam lá elas quais forem. Resolvi procurar meu analista. Minha mãe tinha contratado uma vez, praticamente me obrigara a me consultar quando andei com uns garotos da pesada, mas isso já é passado. Eu não esperava muito do meu analista, mas acho que tive mais do que uma surpresa, diria, um choque.

 

            — Alexandre, você está descobrindo outros caminhos para sexualidade. – dizia o analista.

 

            — O quê? Como assim? Me explica isso melhor.

 

            — Talvez você esteja sentindo uma paixão por esse garoto. E só agora está descobrindo isso.

 

            — Pirou doutor? Eu? Gostando de garotos? Acho que você ta viajando.

 

            — Ou pode ser verdade. Você está gostando desse garoto, o que é super normal na sua idade. Dúvidas e questões confusas...

 

            — Espera um pouco doutor... – o interrompi – Não posso mesmo está gostando de um garoto, ainda mais do Pedro Henrique.

 

            — Está o suficiente para ter intimidade com o nome dele.

 

            — Olha doutor, com todo respeito eu vou embora antes do tempo hoje, não estou a fim de escutar essas besteiras. – saí batendo a porta.

 

            Na verdade aquilo tudo me deixou muito confuso. Voltei para casa em passos longos. Cheio de revolta das palavras do doutor. Até parece que eu iria gostar de um cara com “documentos”. O mais terrível ainda era que no fundo podia até fazer algum sentido. Assim que cheguei em casa lá estava ele no sofá, conversando com a minha mãe. Mas por quê? Porque sempre ele?

            Mamãe sorria constantemente. Ele estava sério, com aquele mesmo olhar antipático, olhava para mim como se quisesse me dar um aviso. Constatei depois que era isso mesmo. Ele se despediu e fez sinal para eu comparecer a minha janela. Como se já não bastasse à confusão toda da minha cabeça, esse garoto queria me enlouquecer ainda mais. Ao subir o encontrei de pé na janela do seu quarto. Estava com um sabonete na mão. Logo depois de me ver o jogou para dentro do meu quarto. Olhei rapidamente o sabonete, dizia: Eu não quero mais você aqui seu lunático! Não volte mais aqui!

            Procurei entender. Entendi, mas não compreendi. Basicamente fiquei irado. Ele me chamava de lunático toda vida, mas sinceramente o lunático não era eu. Me trata mal, me trata bem, me trata mal de novo? Quem esse garoto pensa que é? Pensava eu lendo aquele bilhete desgostoso. A minha raiva foi tamanha que acabei por jogar o sabonete de volta, atingindo a cabeça dele, que fechou a janela, a cortina, fez tudo isso depois de me fitar com um olhar repugnante.

            Aquele garoto estava me fazendo perceber o quanto é chato ser maltratado. Era de entender porque nenhum dos meus amigos tentou se aproximar dele, só eu mesmo para por pura burrice, tolice, querer fazer uma proesa dessa. O que me deixava mais sem jeito e me odiando era o fato de me preocupar com ele. E a curiosidade, o que tinha atrás daquele rosto lindo e antipático? Eu já vira antes, um lado doce do vizinho misterioso. Mas ele fizera questão de me retornar da pior maneira possível. A vila estava tão calada para mim. Meus amigos nem queriam saber de mim, tinham um tipo de alergia a Pedro Henrique. O episodia da febre tinha me tocado muito, de certa forma fiquei muito magoado, até deixei a lasanha que minha mãe fez no jantar com tanto carinho. A cama se tornara minha inimiga, tentava dormir, mas não conseguia.

            Já era bem tarde. Resolvi dar uma saída de casa. Andar pela vila de noite. Pensar na vida. Passei em frente a casa dele, era inevitável. Sua janela estava fechada, a cortina estava aberta, deu para ver uma luz de abajur ao fundo. Logo apressei meu passo e segui. Enquanto estava andando com certo frio, já que eram umas duas horas da madrugada. Fui até a ponte que ficava a alguns metros da vila e fiquei sentado olhando as estrelas. Foi quando me distrai sem querer e cai na lagoa. Não me lembro de muita coisa, acordei em uma cama com uma cara bem familiar olhando para mim. Era a cara de Pedro Henrique.

 

            —Nossa cara. Você está bem? – perguntou ele – enquanto sua mãe enxugava meu cabelo.

 

            — Eu... O que foi que aconteceu? – perguntei.

 

            — Você estava na lagoa. Estava gelada e você teve um choque térmico.

 

            — Mas o Pedrinho por coincidência estava conhecendo a vila e viu na hora em que você caiu. – comentou a dona Márcia.

 

            — Viu?

 

            — Eu vou sair agora para o Pedro ajudar você a se trocar, se ficar com essas roupas molhadas vai pegar uma pneumonia.

 

            — Mas...

 

            — Não se preocupe eu ligo para sua mãe. – comentou ela - saindo e encostando a porta.

 

            — Tira essa roupa. Vou pegar uma bermuda para você. – disse Pedro – abrindo o guarda-roupa.

 

            Eu não entendi nada. Mais uma vez Pedro Henrique me surpreendia. Mesmo confuso procurei trocar de roupa. Ele virou as costas e eu quase morri de vergonha. Depois não agüentei de sono e dormi, enquanto ele jogava calado no computador.

 

            — Acorda lunático!

 

            — Acorda!

 

 

 

 

            Acordei com os gritos de Pedro Henrique. Com uma cara de ódio.

 

            — Mas... O que deu em você?

 

            — Eu que te pergunto. O que faz aqui no meu quarto, na minha casa e na minha cama?

 

            — Isso é algum tipo de brincadeira?

 

            — Eu é que te pergunto lunático.

 

            — Quer saber. Me desculpe. Depois eu lhe devolvo sua bermuda.

 

            Levantei e fui embora. Ele ficou parado olhando para mim sem dizer nada. Cheguei em casa com ódio. Quando subi as escadas e me joguei na minha cama, isso depois de tirar a bermuda dele e jogá-la na cadeira, eu não consegui evitar, lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. Tentei ao máximo não olhar para janela, mas não consegui. Já era concreto, o doutor estava mesmo com a razão. Eu havia me apaixonado por aquele garoto, logo por um garoto completamente fora de padrão.

 

            Alex você não vem tomar café?

 

            — Não mãe. Eu estou sem fome.

 

            Está bem então.

 

            Aquela manhã foi dura. Passei o tempo todo deitado, olhando para parede e para janela dele. Sem entender porque se apaixonar doía tanto. Era tão profundo, incomodava e minha cabeça só pensava nele. Tentava evitar, repetia para mim mesmo que não era nada. Mas até aquele momento estava mais do que claro. Agora estava vivendo dois dramas, a descoberta da minha homossexualidade e ainda, o amor fora de questão.

            Não sabia o que era pior, o fato de algum dia ter que lidar com esse conflito interno, ter que contar para os meus pais, amigos. Aquela nova vizinha e seu filho colocaram minha vida de pernas para o ar.

            O acontecimento do lago revelara que eu estava me relacionando com uma pessoa extremamente duvidosa e misteriosa. Parecia até coisa de novela. De manhã ele me odiava e de noite me tratava com toda delicadeza e simpatia de uma rosa recém nascida. Qual seria o segredo de Pedro?

            Alguma coisa não estava certa. Naquele momento olhando fixamente para a janela do meu garoto interrogação prometi para mim mesmo que eu iria lutar até o fim por aquela paixão, aquele amor. Dali em diante não faria outra coisa. Morreria tentando? O calor do medo me distraia, mas Pedro Henrique agora tinha alguém que não desistiria fácil.

            Minha força de vontade para promessa foi tão intensa que o vi passar rapidamente com aquele rosto antipático que eu tanto amava.

            A noite prometia novas surpresas, pelo menos era o que eu acreditava.

           

 

 

 

 

 

 


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