— É... A música ficou legal... Né? — Tentei quebrar o gelo.

— Ficou demais! Eu amei, sério. — Ela respondeu, eu sorri.

— Yes, ficou bem rocker e pop ao mesmo tempo... Acho que o pessoal vai gostar.

— Vai sim! — Ela deu um pequeno sorriso.

— Bem, acho que vou pedir uma pizza... Quer?

— Não posso comer queijo. — Ela disse. — Apesar de amar...

— Hum... Porque? — Perguntei e ela mostrou a garganta.

— Não é bom mesmo! Uma vez, eu comi bastante, assim... E o CD Brand New Eyes tinha acabado de ser lançado. Teria um show de lançamento da turnê BNE no dia seguinte. Acontece que eu acordei com a minha garganta me matando. Mesmo assim eu fui pro palco, mas, faltando 3 músicas pra acabar o show eu fiquei completamente sem voz. Foi bem triste...

— Wow, é... Queijo não te faz bem!

— Não... — Ela riu.

— Eu também já passei por problemas na voz, gata!

— Sério? — Ela arregalou os olhos, interessada.

— Sim. Há bastante tempo atrás, quando eu ainda estava no N’Sync. Eu tinha, sei lá, 16, 17 anos. Era um molecote... Então eu e o Lance, estávamos com várias bebidas. A gente encheu a cara. Acontece que tava muito gelado... No outro dia eu acordei rouco e vomitando. Sem conseguir dançar e muito menos cantar! Levei a maior bronca do meu pai, e ainda tive que cancelar um show. — Ela riu com vontade.

— Homens... Eu nunca enchi a cara, tipo assim. Sou meio contra isso. Mas já perdi a conta de quantas vezes já vi Jeremy e Taylor assim. — A gente riu.

— Quantos anos você tem? — Perguntei.

— Vinte e um.

— Só? — Perguntei surpreso.

— É... — Ela deu uma risadinha.

— Achei que você tivesse uns 25... Sei lá.

— E o Chad, tem quantos?

— O Chad? Bem... 29, eu acho.

— Mesma idade minha. Só que eu pareço mais novo. — Sorri sarcasticamente outra vez. Ela deu uma risadinha meio sem vontade e abaixou a cabeça.

— Ei, desculpa. Só to brincando...

— Não, tudo bem...

— Não, não ta tudo bem. Você ficou triste... O que houve?

— É que... Não está tudo indo muito bem com o Chad...

— Hum... Entendo. Não fique assim, gata. Eu também já fiquei muito triste por causa de algumas pessoas... Mas não fique triste, ok? Não gosto de te ver assim.

— Você? Qual é... Pode ter qualquer mulher que você quiser.

— Mentira sua! Tem uma exceção.

— Hum... Sei.

— Hey, vamos encerrar esse assunto ok? Estamos aqui pra diversão, e é assim que vai ser. — Ela reabriu o sorriso.

— Ok... Na verdade, eu não sei nem porque te contei isso. Sério... Você me passa segurança... — Sorri.

— Welcome to my world! — Rimos.

Lembram daquela imobilidade e falta de assunto? Pois é. Ela acabou. Estávamos conversando animadamente, que nem vimos o tempo passar.

— Desculpe-me senhor, mas precisamos fechar. — Disse sem graça o garçom que estava na frente da nossa mesa. Olhamos em volta, não tinha mais ninguém no restaurante.

— Oh, me desculpe. Estamos indo... — Disse tentando segurar o riso. Hayley me olhou e eu olhei pra ela, olhamos para o restaurante e começamos a rir. Saímos do restaurante, ainda haviam alguns fãs, mas os repórteres e paparazzi já tinham ido embora. Conversamos com alguns fãs sobre a parceria, demos alguns autógrafos, tiramos fotos...

— Quer uma carona? — Sussurrei no seu ouvido.

— Seria bom... Estou de pé.

— Ok, vamos então. — Como um cavalheiro, abri a porta do carro pra ela. Sentamos no banco de trás e o motorista começou a dirigir. Voltamos a conversar.

O carro parou na frente da casa dela. Como um cavalheiro, abri novamente a porta do carro pra ela e a levei até a porta.

— Obrigada por me trazer, Justin. — Disse ela.

— Quer entrar?

— Não sei... Já é tarde né?

— Está com sono?

— Não...

— Então porque não vem?

— Ok, você venceu. — Como se eu não quisesse entrar.

— Uau. — Exclamei ao entrar na casa dela. Era extremamente... Legal. — É bem legal a sua casa Hays... Adorei.

— É, eu amo morar aqui...

— Hey, onde está o piano, que você fez o cover da Lady Gaga? — Perguntei, ela riu.

— Está no meu quarto... Vem. — Ela agarrou meu braço e foi me arrastando até o que seria o quarto dela.

Entrei, e ela foi me apresentando o quarto.

— Ali, estão as minhas Barbies... Eu não brinco, na verdade... Eu coleciono. Quando eu era criança eu gostava muito, mas não tinha... Então, comprei depois de crescida. — Rimos.

— Ali, todos os prêmios que eu e os meninos ganhamos... Eu me orgulho muito deles.

— Ali, o piano.

— Posso?

— Claro.

Um piano bonito, de calda, provavelmente bem caro. Sentei no banco, e ofereci o lugar pra ela se sentar ao meu lado. Comecei a tocar suavemente a introdução de Do Not Be Afraid. Fomos cantando juntos, calmamente. Ficou lindo... A música apenas em piano... Bonito mesmo.

— Wow! Ficou legal! — Ela disse.

— É... Ficou...

— Bem, eu já vou indo...

— Já? — Ela fez cara de triste.

— Sim... Eu preciso.

— É... Já está tarde mesmo.

— É... Tchau.

— Eu vou te levar até a porta.

Fomos andando e conversando até a porta. Ela forçou a porta, mas não abriu.

— É... Eu esqueci que tranquei. — Ela riu um pouquinho. Pegamos a chave ao mesmo tempo, minha mão ficou sobre a dela. Tirei delicadamente a minha mão de cima da dela (Olha o clima!!! qq) e ela se curvou pra pegar a chave. Abriu a porta e eu fui pra fora. Ficamos um de frente pro outro.

— Tchau Hayles. — A abracei.

— Tchau Shot. — Rimos.

Virei e ainda cheguei a dar dois passos pra frente, mas eu não agüentava mais. Ela me observava com a porta aberta. Eu estava sentindo, ela também queria.

Voltei bruscamente praticamente correndo os poucos passos que dei, cheguei bem perto dela. Perto demais. Senti a respiração dela sobre meu nariz. Uma corrente elétrica passou pelo meu corpo, e creio que pelo dela também. Olhei para os seus grandes olhos verdes e a beijei.