Annabelly escrita por minsantana


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

E mais uma vez ela zifudeo hahahaha
Mas calma que os próximos serão 'melhores' hehehehe



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Assim que fui liberada pelo médico e pude sair daquele hospital, percebi a real situação em que eu me encontrava. Eu estava só, completamente só.
Depois de caminhar sem rumo e pensar bastante, resolvi que não havia outra saída senão procura-la. Eu teria que vencer todo o meu orgulho e toda a humilhação, mas não tinha outro jeito. Apesar de tudo, ela era minha mãe.

Bati em sua porta com a cara mais assustada do mundo. Assim que ela me viu, me abraçou e me colocou pra dentro.
- filha, o que aconteceu? Você está pálida. – eu a abracei novamente e voltei a chorar. – não precisa dizer. Eu já imagino o que possa ter acontecido.

Um banho quente e roupas de quando eu ainda era apenas uma menina sem sonhos foram o suficiente para me sentir um pouco melhor do que antes. Deitei em minha cama antiga e logo minha mãe apareceu me trazendo um copo de chocolate quente.
- está melhor? – ela perguntou.
- um pouco.
- minha filha, eu lhe disse que ele não era o rapaz certo pra você.
- eu não quero falar disso, mamãe. O Gerard morreu pra mim.
- mas você carrega um filho dele dentro de você. Ele não pode simplesmente sumir da sua vida.
- eu não quero falar nele. Vou dormir um pouco, ok?
- tudo bem. Boa noite, querida. – ela saiu do quarto e eu fechei os olhos. Tentei não chorar alto, mas a dor era muito grande. Passei a mão em minha barriga que começava a aparecer e adormeci.

*~*


Os dias se passaram como se fossem segundos. Eu já estava com quase 4 meses de gravidez e era cada vez mais difícil arrumar um emprego naquelas condições.
Eu estava na minha segunda entrevista de emprego do dia e enquanto aguardava ser chamada eu lia uma revista sobre gravidez. Sorri ao ver fotos de quartos e berços lindos, cada um mais incrível que o outro. Eu não tinha dinheiro para comprar nenhum deles, e quem sabe meu filho não tivesse nem onde dormir. Meu sorriso foi desmanchando aos poucos e eu estava distraída quando ouvi um nome familiar vindo da boca da recepcionista.
- olha como ele é lindo! – uma dizia pra outra.
- que inveja dela. Deve estar rindo à toa, viu. Não é qualquer uma que consegue fisgar o coração do Gerard Way.
Ao ouvir aquele nome depois de tanto tempo meu coração deu um salto.
- desculpe, mas de quem mesmo vocês estão falando? – perguntei vencida pela curiosidade.
- dele. – uma delas apontou pra tv. – o cara mais lindo de NY, Gerard Way. – as duas suspiravam enquanto eu ficava sem ar.
Na tv, uma reportagem sobre o “futuro casamento de Gerard Way”. Meu coração foi a mil, eu caminhei com dificuldades até a tv e comecei a chorar sem sentir. Meu corpo estremeceu, fiquei tonta e por pouco não desmaiei.
- menina, você está bem?
- eu... eu... preciso ir.
Corri pra fora da empresa sem me importar mais com a razão de ter ido até lá: o emprego.
O mundo parecia entrar em colapso, eu não ouvia nem sentia mais nada. Estava surda? Estava morrendo? Não sei.
Corri até minhas pernas não agüentarem e meu corpo amolecer tombando até o chão. Caí no meio da rua, incrivelmente antes que um carro passasse por cima de mim e por pouco não levasse o restante de minha vida.
Um rapaz saiu do carro apressado e correu até onde eu estava caída.
- você está bem... Anny??
Era Mikey, e por um acaso do destino ele foi o responsável pelo susto.
- Mikey... – ele me ajudou a levantar do chão e me pôs em seu carro.
- Anny, você tem certeza que não quer que eu te leve a um hospital?
- não precisa, Mikey. Foram só alguns arranhões. Nada demais.
- ufa... eu não poderia me atrasar mesmo e não tava a fim de limpar o sangue do carro... tô brincando. – eu ri. Ele era brincalhão que nem o irmão.
- eu preciso ir pra casa, Mikey. Obrigada por não ter me atropelado. – eu disse sem ser sarcástica.
- Anny?? – ele disse antes que eu abrisse a porta.
- hum?
- como vai o meu sobrinho? Você não fez nenhuma besteira, fez? – ele perguntou meio sem jeito.
- não, não fiz. – olhei pra baixo e sorri. - E ele está bem, fique tranqüilo.
Quando eu abri a porta, ele fez outra pergunta que me deixou sem fala.
- você ainda ama o Gerard, certo?
Com o coração apertado, respondi.
- Mikey, seu irmão me magoou muito com o que disse pra mim. Eu nunca trairia o pai do meu filho.
- eu acredito em você, Anny. O Gerard é muito burro em acreditar nela e não em você.
- nela?
- Alexia, a noiva dele. – eu abaixei a cabeça. – olha, ele vai perceber que está errado. Só dê um tempo até ele descobrir a burrice que está fazendo.
- eu não posso, Mikey. Ele teve a chance dele e jogou fora. O Gerard não me ama, nunca me amou.
- você está enganada. Ele nunca amou nenhuma outra mulher como ama você, Anny. Ele só está confuso.
- confuso?? Ele vai ter um filho, Mikey! Era pra ele se preocupar com o próprio filho, pelo menos. Eu preciso ir. Até outro dia.
Saí do carro e andei depressa. Uma chuva fraca começava a cair e um vento frio percorria as ruas. Mikey não me seguiu. Ainda bem.
Voltei pra casa e minha mãe me esperava aflita para saber a resposta da entrevista de emprego. Infelizmente as notícias nunca são boas.

Me tranquei no quarto e dormi a tarde inteira. Eu estava precisando muito descansar e esquecer um pouco dos problemas que me rondavam naqueles últimos meses.
O encontro com Mikey e a conversa sobre Gerard só fez os pensamentos voltarem e o coração arder novamente.
- Gerard, Gerard... será que eu nunca vou conseguir te esquecer?

*~*

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