Anjo de Vidro escrita por DiraSantos


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Três: Soldado


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela minha demora,se ainda estiverem ai:
Espero que gostem.
Beijos



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Capítulo Vinte e Três: Soldado

David viera nos visitar outra vez, sentado no sofá, perfeitamente acomodado —era uma das características de David, ele sabia se adaptava a qualquer ambiente, não importando quanto difícil possa parecer, ele sempre se mostrava feliz e bem acomodado. Ver David sério era uma cosia tão rara que, quando aconteceu, uma única vez foi quando Balthazar alastrou a Europa com a Peste Bubônica, matando milhares.

—O mandaram de novo? —Perguntou Micaela, colocando um copo com suco de abacaxi na frente dele.

—Na verdade, Gabriel me mandou, está preocupado com Saray. —Suspirei.

—Ele se preocupa demais, tem que se concentrar na Batalha. —David sorriu e afagou minha mão.

—Como qualquer mentor ou irmão mais velho, Saray. —Falou, me arrancando um sorriso

—Mentor? —Indagou Sebastian se esticando na poltrona, com sono.

—Saray foi criada, tanto para servir como anjo a guarda, como para trazer o velho Gabriel de volta aos ânimos originais. —Explicou Micaela.

—Ele estava se tornando um saldado.

—E não é isso que ele devia ser? —Eu, Micaela e David, indignados, franzimos os cenhos.

—Anjo são criaturas Puras, não devem se voltar a guerra, mas Gabriel, naquela época, já tinha passado por mais coisas que todas as mente humanas podem imaginar, via a crueldade nos Conjurados, e temia tanto pelos humanos que estava tão inclinado a lutar que começou a perder sua Essência.

—Essência? —Perguntou Sebastian mais uma vez a David.

—A Essência de um anjo é a pureza benigna, o amor por todas as criaturas, independentes de seus pecados, de acreditar que por piores sejam, mesmo Demônios, tem o direito e a capacidade do Arrependimento e do Perdão. —Disse eu, dando bebendo um pouco do suco que Micaela me oferecia.

—Então...? Onde Say entra nisso?

—O Senhor a criou com o propósito também de trazer Gabriel a ativa do modo certo, é como quando um idoso rabugento recebe a visita de sua jovem neta inocente. Gabriel se transformou com o olhar dela, e Saray, estando sobre sua guarda, sempre fez por onde merecer todo esse respeito, se tornou um ótimo Anjo Da Guarda mas também, quando Convocada, sempre foi de muita ajuda nas Batalhas, nunca saiu do campo.

—Sai uma vez, David. A Batalha de 7 d.C. — O sentimento de fraqueza não deixava meu ser desde dessa época, tive que deixar o Campo graças a um Curandeiro que tinha entrado em nossas fileiras, ele tinha sido ferido em batalha, e precisa de ajuda. Era uma das coisas que os humanos não sabiam, nós não somos criaturas perfeitas, podíamos errar e tínhamos sentimentos, mesmo que, sem sua maioria, ficassem devidamente amordaçados, eles existiam e, em poucas vezes, podíamos fazer coisas idiotas por nossos irmãos ou mesmo pela proteção com os humanos.

—Você tinha que ajudar aquele Curandeiro. —Disse Micaela, se sentando ao meu lado, dei de ombros, sem ligar muito para isso.

—Por que veio? —Perguntei, David sorriu.

—Vim aqui párea lhe entregar uma pequena missão. Não envolve nenhum humano, fiquei tranqüila. —Sorri, subindo meu olhar para ele.

—Tudo bem.

—O que ela tem que fazer? —Os olhos cor de neve de Micaela brilhavam de curiosidade.

—Vai treinar um novo soldado. —O silencio reinou por alguns minutos.

—Como assim? Quem?

—Nosso Hibrido. — Meus olhos se dilataram, os meus e os de Micaela.

—Quem? O Sebastian? Você quer mandar esse Hibrido, irritante, indisciplinado, completamente irresponsável...

—Lindo, gostoso, maravilhoso, sarado... —Disse Sebastian, fingindo a voz de Micaela, comecei a rir, mas ela não parecia feliz.

—Calado. David, você está brincando, não é? —David riu, vendo que não era bem uma pergunta, e sim mais como um pedido, deu de ombros e me olhou, assinalando com o queixo para mim.

—Talvez não precise de sua ajuda Micaela, Saray já tem experiência suficiente para isso. —Sebastian fixou os olhos em mim, parecendo surpreso.

—Por que o Sebastian? —Indaguei, David alongou os braços, como se estivesse com sono.

—É, por que eu?

—Tive uma ordem superior. —Eu e Micaela aceitamos isso de imediato, ajeitei meus ombros podia sentir o véu dourado e leve pousando por um segundo sobre minha cabeça. Era a Sua presença, fazia com que meus pensamentos se acalmassem, e o corpo relaxasse.

—Alguém mais está sentin...

—Shhh. —A voz seria de Micaela assustou um pouco Sebastian fazendo o ficar calado. Fechei os olhos, cedendo àquela sensação de estar protegida de tudo, de estar sobre o seu olhar amável e vigilante, minha respiração ia e vinha e eu mal sentia, por aquele período de tempo senti podia caminhar entre os homens em minha forma pura, podia sentir meu cintilar esverdeado voltando a brilhar, podia sentir somente minha alma. A leve substância espiritual semelhante à Aurora Boreal, cálida, macia e doce.

Senti isso por cerca de 1 minuto.

Micaela, David e eu respiramos fundo, ainda se recuperando daquela sensação.

—Podem me explicar o que foi isso? —Perguntou Sebastian, em pé, sua asa da esquerda, apele envelhecida parecia agora mais áspera, como se cheia de pequenas bolhas.

—Ele. —Fizemos o sinal da cruz, Sebastian ficou alguns segundos pensando.

—O Senhor. —Explicou Micaela irritada.

Quando a noite caiu, fomos para a praia, e como Deus era perfeito, a Lua estava cheia no céu. Sebastian ainda não tinha concordado perfeitamente com essa idéia, mas parecia disposto a tentar, parado a cerca de 20 metros de nós, ele não sabia o que estava acontecendo direito, para falar a verdade, Micaela não entenderia se não tivesse participado das batalhas e visto o treinamento dos nossos batalhões.

O que eu e David fazíamos era analisar Sebastian, tentávamos encaixar o corpo de Sebastian em um grupo especifico de soldado, que de forma geral eram: Lanceiros, Espadeiros, Arqueiros, Infantaria, Besteiros; de forma geral, pela minha avaliação, Sebastian tinha um ótimo físico e parecia bom em combate corpo-a-corpo, apesar de que, eu sabia que ele tinha grande agilidade nos braços e pernas da mesma forma que tinha força para segurara uma besta nas mãos e agüentar o impacto dela, Lanceiro? Duvidava.

Eu não era a pessoa certa para falar. Os Lanceiros em geral eram os melhores combatentes, e, bom, eu era um Lanceira. Esse tipo de combatente de forma geral, servia em quase todo tipo de campo, podendo tanto causar dano corpo-a-corpo quanto a distancia, dependendo muito da ponta da lança que era criada a partir de sua Essência. Eu não podia dar uma posição imparcial.

Ainda em duvida, me virei para David, que estava com a mão sobre o queixo.

—O que acha? —Perguntei. David olhou para mim e deu um sorriso um pouco debochado.

—Ele tem um ótimo físico para Infantaria. Vamos ter que testar. —Sebastian estava deslocado do outro lado, continuava com as mãos dentro dos bolsos da bermuda.

—Vamos tentar.

—Ótimo, o que eu vou fazer? —Perguntou se aproximando, respirei fundo e peguei seu pulso esquerdo.

—Primeiro tenho que saber se não vai saber se não vai usar nossos ensinamentos de Guerra —a palavra coçou na minha língua.— contra nós no futuro. Por mais que não nos orgulhemos disso, combate não deveria ser características de criaturas do Senhor, não podemos nos arriscar a deixar isso transparecer. Lutamos pelas almas dos Homens . —Ele estava assustado com meu tom de voz. Eu não pretendia sacrificar milênios de treinamentos para criara uma arte única de batalha por que eu confiava nele.

Certas coisas eu tinha e colocava acima de meus sentimentos. O trabalho que os Celestiais tiveram durante todos esses milênios para cria uma modo único de combate em prol das almas humana era uma das coisas que eu fazia de tudo para conservar, e não estava disposta a sacrificar isso por...

“Senhor, muito obrigada pelo presente que me deu. Say é tudo que precisava e vou precisar pelo resto da minha existência. Obrigada, amém”

Nada.

Engoli minha saliva a seco, Justin...

Não. Concentrei-me no pulso esquerdo de Sebastian e o apertei, cravando de leve minhas unhas,ele gemeu um pouco depois me olhos nos olhos, percebendo o que eu estava fazendo, respirou fundo e endireitou os ombros, puxou o ar e olhou nos meus olhos.

—Não usarei os ensinamentos divinos que aprenderei para nada que prejudique qualquer criatura criada pelo Senhor e também não me juntarei aos Comissários de Lúcifer ou qualquer Caído. Lutarei somente para proteger as almas humanas, só os usarei quando uma ordem vier do Alto. —Micaela tinha os olhos arregalados, David não demonstrava expressão, só tinha o olhar cinza sobre o manto ondulante avermelhado que flutuava envolta de Sebastian.

Eu estava satisfeita. Nunca tivemos um Hibrido a lutar conosco, não tínhamos nada com o que trabalhar, mas sabíamos de onde esse juramento tinha vindo, sabíamos quem tinha mandado para sua alma, uma ligação direta com nosso General.

—Rafael.

Arcanjo Rafael caiu. Os joelhos não tremeram quanto tocaram o chão, só ouve um baque alto e surdo na areia, com suas asas abertas em toda sua extensão, irradiando o brilho cobrejado envolta de si, Rafael continuava de olhos fechados, e, abruptamente, ele os abriu; os olhos castanhos cor de barro cintilavam analisando todo o perfil do Hibrido.

—Sebastian.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Tá bom?
Beijos