Anjo de Vidro escrita por DiraSantos


Capítulo 10
Capítulo Nove: Impressão


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Desculpe a demora e obrigado pelos reviews, e fico muito felizes por estar ao gosto de vocês
Beijos.



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Capítulo Nove: Impressão

—Vim te visitar! Ora, faz tempo que eu não te via. —Falou Jasmine Villegas com um sorriso e separando meu corpo do de Justin, abraçando-o forte. Senti algo. Algo que era violento, uma vontade estranha de tirar ela de perto dele, de querer simplesmente manter ela longe.

Ciúme.

Esse sentimento irracional e humano era forte e cresceu, mas senti um cheiro forte de enxofre, ligeiramente disfarçado pelo perfume floral que ela usava. Perguntei-me e eu tinha inventado isso, mas eu continuava no ar, e ela estava tocando em Justin, isso não era bom.

—Er, acho que sim. Essa é Saray. —Falou apontando para mim, ela me deu um sorriso vazio como os olhos de um morto. Tinha algo errado.

—A nova ajudante de Patrícia, prazer. —Estendeu a mão para mim, a apertei com delicadeza, sentindo algo queimar minha mão, puxei rápido ela para mim, incomodada com aquilo, virei minha palma para cima e para baixo varias vezes diante dos meus olhos, mas nada, só a sensação desagradável de queimadura e o cheiro enjoativo.

—Prazer. —Falei coma voz baixa e pensativa. Virei de costas e sai andando, indo atrás de paz e silencio para pensar um pouco.

—Say! Espera! —Me chamou Justin, adotando meu “apelido”, e de certa forma eu gostava. Aqui na terra significava que eu estava sendo aceita e criando vínculos com os humanos, vínculos saudáveis de carinho e isso me dava a base para influenciar suas ações. Continuei andar e fui para fora da area do show, me sentando em um banco na frente de uma rua qualquer, respirei fundo.

Olhei em volta, todos andando normalmente, não... Tinha alguma coisa errada, o enxofre não era o tipo de coisa que se dava pra confundir. Principalmente um enxofre puro. Puro que eu digo dos Demônios, era um cheiro de exilados, o cheiro de coisa morta. Pútrido.

Bem, o problema era que tinha alguma coisa estranha. Respirei fundo, como eu queria que Micaela estivesse aqui, ela era uma ótima anja, tinha a habilidade de prever alguns acontecimentos, não todos por que era nova demais, cerca de 12 séculos.

—Quem me chama? —Olhei para o lado, reconhecendo os cabelos loiros quase brancos, e os olhos tão palidos que só a pupila negra no centro era visível.

—Micaela! — Me levantei abraçando seu corpo pequeno, ela era mais baixa que eu.

—Até aqui você é mais alta? —Eu ri e ela também.

—O que faz aqui?

—Você me chamou lembra? Então qual é o problema? —Perguntou, dei um sorriso . Micaela era tão otimista e engraçada quanto um humano feliz e isso era bom.

Contei para ela sobre o que tinha acontecido, sobre o cheiro de enxofre e sobra estranha sensação que aquela humana me dava, mesmo tendo visto elas varias vezes lá de cima e era uma garota legal e chegava a rezar às vezes o que já era bom.

—Bom, mesmo tanto... Envolvida com o humano, —franzi os lábios— você é um anjo e não se engana com o cheiro de enxofre, ainda mais o puro, quer dizer, não é como cheirar uma rosa azul e depois de séculos cheirar outra. O cheiro deles são sempre o mesmo, o cheiro desvirtuado, pútrido e morto, não tem outra coisa igual.

—É, acho que tem razão, muito obrigada pela ajuda. —Eu sorri, para ela.

—Que nada Saray. E não pense que vai se livrar de mim, Miguel está mandando alguns Profetas para ajudar aqui em baixo

Os Profetas eram os anjos que tinham a capacidade de ver alguns flashes do futuro, não eram exatamente visões, de acordo com Micaela e outros dos meus irmãos, eram como reflexos em uma poça d’água, mas ajudavam de muitas formas. Só se recusavam para nos ajudar em ataques, pois eram como curadores, apesar de serem bem menos participativos em nos ataques.

—O que está acontecendo lá em cima? —Me perguntei, olhando para a rua onde os carros passavam desesperadamente.

—Está tudo bem, quer dizer... Na medida do possível, Vosso Pai nos acalma, mas não dá para fugir da pressão, os ataques pequenas estão muito freqüentes, e Rafael não está nada contente com em ficar as cegas, já que Miguel está mais misterioso que nunca, passa dias olhando para o Tonel, sem dizer nada, só abre e feche as asas, com o rosto pensativo.

—Miguel sempre foi misterioso. —Me lembrava de olhar por horas Miguel e todo seu esplendor olhando para o Tonel, sem me cansar, dava para sentir suas idéias.

O Tonel era como um cálice enorme, feito de mármore branco enrolado roseiras que floria, somente quando ele consguia desvendar algo. O único recipiente que continha as Águas Do Tempo, onde Miguel via mais claramente que todos o que elas tinham para mostra, as águas pálidas, brilhantes e azuladas.

—Eu sei. Você tem que ficar de olhos abertos, e eu estou aqui para ajudar em sua missão, sempre que precisar. —Encarei seu rosto pálido.

—Vai ficar? —Micaela inflou o peito delicado, e deu um sorriso, orgulhosa dela mesma.

—Vou. Vim ver como está o futuro das nossas maiores glórias de humanos. E também para te ajudar, Gabriel está preocupado.

—Gabriel se preocupa demais comigo. —Respondi olhando para frente outra vez. Preocupada com o fato dele não se concentrar em suas obrigações, eu tinha dificultado as coisas para meu irmão. Minha ligação com Gabriel era forte, era como um irmão mais velho, o Senhor apoiava aquilo, por que antes Gabriel era um guerrilheiro, estava perdendo a sensibilidade e comigo para cuidar ele tinha se tornado um dos melhores anjos.

—Oh, querida. Foi por isso que ele me designou para cá. Agora relaxe e vá cuidar do humano, prometo prestar atenção nele. —Dei um sorriso.

—Obrigada Micaela. —A abracei mais uma vez ela devolveu e acariciou minhas costas.

—De nada, agora vá. Descubra o que puder sobre a garota.

Não tinha percebido como eu tinha demorado conversando com Micaela, então redobrei meu trabalho, depois que terminamos de varrer o palco, colocar os 16 painéis de luzes pelos lados e afinar os instrumentos —tudo levou cerca de 3 horas—, me sentei em uma cadeira improvisada com caixotes e uma lona rasgada que não iam usar. Joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos.

—Say? —Me chamou a voz de Justin, parado um pouco longe. Olhei para ele, que sorria envergonhado e coçava a a nuca sem saber se tinha permissão de se aproximar de mim, eu mesma não sabia se eu o queria perto de mim.

—Sim? —Perguntei, ele andou até mim, se abaixando na minha frente, pegou minhas mãos.

—Está tudo bem? —Perguntou olhando em meus olhos.

—Está, aconteceu algo? —Perguntei, ele franziu as sobrancelhas e os lábios.

—O modo que você saiu de perto de mim, antes... Não sei, achei que tinha feito algo errado. —Falou procurando alguma resposta nos meus olhos, que eu desviei. Estava me sentido furtiva, sentindo um a corda de cabo de guerra, queria sorrir e falar que estava tudo bem, mas também queria que ele me... Pedisse desculpas, por algo que eu não sabia o que era, era um tipo de mágoa que eu não sabia o que era.

—Não fez nada de errado, Justin. Só sai para pensar um pouco. —Dei um sorriso, mas ele ainda não parecia satisfeito, percebia o que eu não estava bem, mas como eu, não sabia o motivo.

—Em geral, você nunca precisou de tempo para isso. —Ele falou, me olhando. —Foi a... Jasmine? É isso?

Senti meu rosto corando, era isso? Eu estava magoada por ele ter dado atenção a ela? Egoísta. Por que eu tinha ficado daquele jeito? Mais uma vez desviei meus olhos dessa vez para algo alem dele. Justin deu um sorriso de sobrancelhas erguidas.

Ele tocou meu rosto com uma mão, me forçando a olhar para ele.

—É isso? —Perguntou outra vez. Algo em meu âmago dizia para negar completamente. Não respondi, ele pegou a resposta pelo meu olhar, se aproximou de mim, selando nossos lábios com carinho.

—Não fiquei preocupada, eu... —ele se calou, procurando uma palavra certa.— Estou aqui, do seu lado.

“Que coisa piegas, seu idiota.”

Eu achei exatamente o contrario. Eu gostava daquilo, era... Romântico, eu gostava de romantismo, era a coisa mais linda em um ser humano, dei um sorriso. Encantado, ele subiu o rosto, me dando um beijo mais longo; segurei seu rosto em minhas mãos, ele fez o mesmo com meu queixo.

“Não vou me cansar disso.”

Separei nossos lábios, soltando o começo de uma risada.

—Que foi? —Perguntou com um sorriso, neguei com a cabeça.

—Nada. —Respondi, sem forças para afastá-lo de perto de mim. Ele me olhou nos olhos, querendo descobrir o que se passava na minha cabeça.

—Quando vai parar de esconder as coisas? —Perguntou levemente. Enquanto estivesse aqui. Essa era resposta, respirei fundo. —Quer saber? Esquece. Hey... Ainda está em devendo um. —Falou aproximando meu rosto do meu.

Justin erradicou minha atenção o resto do tempo, ele continuava com os braços possessivos envolta da minha cintura, ignorando dois chamados da mãe, e não me deixando ir quando me chamaram para ajudar.

—Pattie está me chamando Justin. —Contestei contra seus braços envoltos de mim, coisa que só o fez me apertar mais.

—É, mas ela tem sempre sua atenção, que tal ficar um tempo comigo? Passa tempo demais coma  minha mãe. —Falou passando o nariz na lateral do meu pescoço.

—Por que sou paga para isso. —Menti, pois não me pagavam, fiz questão de tirara essa idéia da Cabeça de todos. O resultado foi que, por mais que eu tentasse sair de perto de Justin, eu era impedida ou simplesmente ele me fazia ficar. Mas na hora ele teve que sair.

—Justin, vamos, falta pouco para seu show. —Falou Scooter, olhando para mim com um sorriso. Justin gemeu.

—Vá, eu vou para platéia, tenho que comer algo. —E aproveitei para sair do seu abraço, ele me olhou, com o rosto pidão, mas Scooter fez seu trabalho puxando-o pela gola da blusa para longe, indo ajudá-lo a se arrumar.

Sai do camarim, e me coloquei na multidão, quando vi algo em cima um prédio perto dali. Tinha asas.

Eram... Asas...

Hibridas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Tá bom?
Bjs



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