Inner Outer Space escrita por matt


Capítulo 6
Pensamentos e Pancadaria


Notas iniciais do capítulo

"Tentei organizar minhas idéias. O que eu podia fazer pra me redimir?"



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                Dia seguinte, escola outra vez. Não foi nada agradável entrar na sala com todos os olhares acompanhando meus passos, esperando que eu fosse cumprimentar a garota que senta ao meu lado de uma forma um pouco mais explícita.

                - Oi.

                - Oi!

                Resumiu-se a isso, para o desapontamento de todos.

                Enfim, meu “querido amiguinho Joey” perguntou:

                - E aí, cara? Como é que “vocês” estão?

                - Que coisa, Joey, eu não estou namorando essa garota!

                - Não? Então, ontem, vocês só ficaram?

                - Não! Ontem foi um acidente, não é, Kasumi?

                - É verdade! – ela estava falando mais alto que o necessário, pra variar – Eu estava fazendo aquilo, mas não era a minha intenção.

                - Ahn... Peraí, isso quer dizer que o Matt te forçou a fazer isso?! Seu safado!

                - Claro que não, seu idiota!!

                Nisso, a sala toda estava, de novo, olhando pra gente, o que me deixou totalmente sem reação, além do usual tom avermelhado. Kasumi se levantou.

                - Matt, eu preciso falar a verdade.

                - O quê?! Isso é muito arriscado!

                - Pessoal, a verdade é... que eu meio que forcei o Matt a fazer aquilo.

                - O quêêê?!!

                Ah, meu Deus, agora ferrou. Ela vai falar que tem um capacete especial, que veio do espaço, aí todo mundo vai...

                - É que eu gosto muito dele...

                Obrigado, Senhor!

                - Eu cometi um erro – ela continuou – porque ele já gosta muito de outra pessoa.

                Ao enunciar essa frase, Kasumi me lembrou que eu estava na sala de aula, ou seja, Ana também. Ou era isso que eu pensava. Tentei encontrá-la na multidão ao nosso redor.

                Ela não estava lá. Nem em lugar nenhum da escola.

 

                Recreio. Fui me sentar no terceiro banco do corredor da biblioteca. Costumava sentar ali com a Ana e com os meus outros amigos e jogar conversa fora. Mesmo com Joey me acompanhando até ali, sentia-me mais solitário que nunca.

                - Cara, eu não entendo como as meninas caem de amores por você. Primeiro a Ana, agora a Kasumi. Sem contar as outras que você dispensou.

                - ...

                - Vem cá, cê tem algum segredo? Algo de especial?

                - ...

                - Tudo bem, eu entendo, você tá se perguntando por que a Ana não veio...

                - Por que a...? É, isso mesmo.

                Eu realmente não podia esperar uma boa resposta do Joey. Obviamente, ele não sabia e começou a falar coisas idiotas, como “ela deve estar matando aula, hoje tem física”. Pedi pra ele ir embora, que eu queria pensar. Ele o fez, mas não se tocou que estava sendo um pé-no-saco.

                Tentei organizar minhas idéias. O que eu podia fazer pra me redimir? O fato de ela não vir pra aula não ajudou em nada. Todas as minhas reflexões foram descartadas, não conseguia pensar em nada decente.

                - Eu te disse, a gente tinha que ter ido na casa dela.

                - Aah!! De onde você saiu?! – até um momento atrás, não tinha uma alien sentada ali.

                - Como assim? Eu não saí, eu vim pra cá.

                - ...tá, deixa pra lá. Eu já falei, não dá pra chegar do nada na porta da Ana e pedir desculpa, não é certo.

                - Por que não? Não é assim que se resolvem os problemas aqui?

                - É, mas pode gerar mais problemas que antes se você não age direito.

                - Por que você não agiria direito?

                - Sei lá, nervosismo. Eu fico ansioso demais quando tento falar com ela.

                - Por quê?

                - Ah, pára de falar “por quê”, caramba!

                - Responde, por favor – ela riu – Você não gosta tanto dela?

                - Sim, eu gosto muito dela! Mas eu tenho medo de magoá-la com as coisas que eu digo.

                - Como você vai magoar ela dizendo palavras carinhosas?

                - Eu não sei! Eu só sinto que pode acontecer.

                - Me-kun, o que mais magoa é o seu silêncio.

                - Eu também já sei disso, e é por isso que eu fico confuso.

                - As palavras só vão ferir alguém se é isso que você quer que aconteça.

                - Mas pode machucar por acidente.

                - Não existem acidentes, Me-kun.

                - ...você copiou isso de um filme, não foi?

                - Filme? O SPIPA não pegou isso.

                O sinal bateu.

 

                No caminho da sala de aula, senti um calafrio quando vi, do outro lado do corredor, uma figura grande, feia e olhando direto para mim. Era o Ben.

                Tentei ignorar a existência daquele armário passando por ali.

                - Ei, vara-pau!

                - ... – “Continua caminhando, Matt, não é com você”.

                - É você mesmo, Matt! Quero falar contigo.

                - Que foi, Ben? Não tô no meu melhor humor hoje.

                - Eu sei, por que você é um mané. A Kasumi te adora, mas você, imbecil, deixou ela na mão. Que desperdício.

                - Se você não notou, ela está bem aqui do meu lado.

                Ele realmente não tinha notado.

                - Ah, tomou vergonha na cara?

                - Nós somos só amigos.

                - É verdade – ela disse – Eu já admito que ele gosta muito da Ana.

                - Afe, você é muito imbecil, Matt. Você vai mesmo deixar de ficar com essa belezinha pra correr atrás da Ana?

                “Controle, Matt, controle”.

                - Quer dizer, o que ela tem de especial?

                - Pra começo de conversa, ela é muito mais inteligente do que você.

                - E desde quando isso importa? Numa mulher, você precisa prestar atenção em outros “dotes” especiais, dos quais a Ana não tem nenhum.

                Estava me matando para conseguir me segurar.

                - Eu acho que ela faltou hoje porque sacou que não tem chance com ninguém, nem com você. Provavelmente, ela tá cortando os pulsos em casa...

                Não deu mais.

                Kasumi deu um salto para trás depois que eu meti um soco com toda a força no nariz exageradamente oleoso do Ben, que começou a sangrar.

                - Ah, era isso que eu tava esperando! – e revidou na minha testa.

                Senti uma dor tão concentrada que me deixou tonto, e eu acho que caí para trás. Não sei, mas deu tempo de sentir algo confortável atrás de mim e de ver uma luz estranha e bem familiar na direção onde estava a Kasumi. Depois disso, ficou tudo escuro.

                Droga, eu sou fraco demais.

               

                Acordei na sala de aula.

                Ao me lembrar do que aconteceu, imaginei que todos estariam olhando para mim (de novo) e para o Ben. Para minha surpresa, a aula corria normalmente.

                - Professora, posso ir ao banheiro? Meu nariz tá sangrando.

                - Vai lá, Ben. É esse tempo seco, não é?

                - Deve ser, começou do nada.

                Ele não se lembra da briga...

                - Foi você, não foi?

                - Fui, sim! – Kasumi respondeu – Depois eu te mostro o “filme”!

 


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Notas finais do capítulo

Capítulo meio "filler", tava sem muita criatividade...
O próximo deve servir de redenção! =]



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